Alemanha Ocidental > Hospital de Hamburgo > Possivelmente, em 1972 > "O meu pai é o que vêm com duas canadianas de camisola branca" (MN)
Alemanha Ocidental > Hospital de Hamburgo > Possivelmente, em 1972 > "O meu pai é o que esta de frente camisola acastanhada" (MN)
Alemanha Ocidental > Hospital de Hamburgo > Possivelmente, em 1972 >
"O meu pai é o mais baixinho" (MN)...
Fotos (e legendas): © Marisa Neves (2011) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
Antiga Alemanha Ocidental > Hamburgo > Hospital de Hamburgo > Álbum fotográfico de António Dias das Neves (1947-2001) (*) > Depois de ter ficado sem as duas pernas, devido ao acionamento de uma mina A/P, a norte de Bula, no decurso da tão mediatizada Op Ostra Amarga, 18 de Outubro de 1969, o sold at cav António Dias das Neves, da CCAV 2486/BCAV 2868 (1969/70), foi evacuado para a metrópole, longe dos holofotes da televisão e do voyeurismo dos jornalistas franceses...
Sabemos que passou esteve no Hospital Militar da Estrela, anexo de Campolide, possivelmente mais de dois anos (desde finais de 1969). Não sabemos se passou pelo Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, inaugurado em 1966....No prestigiado Hospital de Hamburgo, na Alemanha (, hospital que pertence à Universidade de Saarland), recebeu, com sucesso, duas próteses que lhe permitiram refazer a sua vida como civil... na sua terra natal, Ramada, Odivelas.
"O meu pai fez bastantes amigos durante os 8 meses que esteve em recuperação no hospital de Hamburgo. Sei que fartou-se de passear, pois tenho alguns postais de vários sítios da Alemanha que o meu pai mandava para a minha avó", escreve-nos a sua filha Marisa.
"Sei também que o meu pai foi um caso de sucesso na adptação das próteses, sei que fizeram bastantes arquivos documentados para próximos doentes".
"As pessoas que acompanham o meu pai nas fotos, infelizmente não sei quem são, só ele poderia dizer ou a minha avozita que infelizmente faz agora dia 6 de Novembro um ano que me deixou. O meu pai sempre foi um homem de coragem e de orgulho".
Em 1979 nasceu a sua primeira filha, Marisa Neves, hoje com 31 anos. Estas fotos, recebidas originalmente sem legenda, documentam a parte final, germânica, do seu calvário da Guiné...
Sobre a hospitalização do seu pai, a Marisa disse-nos o seguinte: "Em relação aos hospitais, infelizmente não sei datas concretas, acho que ele foi, primeiro, para Bissau e depois veio para Portugal. A seguir foi transferido para Alemanha. Sei que esteve algum tempo na Alemanha em tratamentos e recuperação para adaptação das próteses". E, ao que parece, adaptou-se bem, do ponto de vista funcional, às suas novas pernas artificiais, segundo o testemunho da filha.
De qualquer modo, o que importa é sublinhar a novidade destas fotos: julgo que é a primeira vez, em oito anos, que aqui se fala, no nosso blogue, de camaradas nossos, feridos na guerra de África, que foram beneficiários do programa de reabilitação do Hospital de Hamburgo... E isso fica aqui documentado. Não sabemos quantos por lá passaram, por causa das próteses... O mesmo se passa com o CMRA - Centro de Medicina de Reabilitação (**)... Não sei se a ADFA - Associação dos Deficientes das Forças Armadas tem informação informação estatística, ou dados históricos, adicionais, com referência a este doloroso dossiê...
À Marisa, mais uma vez, o nosso profundo reconhecimento por querer partilhar, connosco, com os camaradas do seu pai, este cantinho da sua intimidade, o álbum fotográfico do seu querido pai e seu grande herói... LG
[ Seleção e edição das fotos: L.G.]
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 15 de Outubro de 2011 > Guiné 63/74 - P8910: In Memoriam (94): António Dias das Neves (1947-2001), Sold At Cav, CCAV 2486 (Bula, 1969/70), "o meu herói" (Marisa Neves)
(**) Apontamento histórico sobre o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, sito no concelho de Cascais:
(...) "Em 1956, sendo Provedor o Dr. José Guilherme de Melo e Castro, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) decidiu dar início à construção de um Centro de Reabilitação. O contexto social e político nacional ditou a criação de um centro com estas características, sendo a principal motivação dar resposta às necessidades dos lesionados da Guerra do Ultramar.
"O autor do projecto foi o Arquitecto José Maria Ferreira da Cunha. De referir ainda a colaboração do Escultor Martins Correia, autor da escultura que embeleza o jardim e cuja imagem foi escolhida para logótipo da instituição [, foto à esquerda]. Todas as despesas foram suportadas pelas verbas provenientes dos lucros do Totobola (então principal jogo social da SCML).
"Em 2 de Julho de 1966, o Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA) foi solenemente inaugurado com a presença do Presidente da República, Almirante Américo Tomás, definindo dois objectivos principais: a reabilitação de pessoas com incapacidade motora e a formação de pessoal especializado.
"A preparação de pessoal, compreendeu cursos segundo programas de nível internacional e teve substancial cooperação de entidades internacionais, particularmente do World Rehabilitation Fund. Os cursos funcionaram de Janeiro de 1957 a Outubro de 1965 em colaboração com as Casas de S. Vicente de Paulo, em Lisboa, tendo sido formadas 47 alunas nas áreas de enfermagem, fisioterapia e ortoprotesia, entre outras.
À data da sua criação este Centro foi desde logo aclamado como uma das melhores instituições na área da medicina de reabilitação no mundo. Nas últimas três décadas tem-se assistido a uma adaptação da estrutura organizacional, de forma a ir acompanhando as necessidades dos profissionais e dos destinatários. Disto são exemplos paradigmáticos os cuidados de reabilitação prestados a doentes com Acidentes Vasculares Cerebrais, com Sequelas de Politraumatismos e com Traumatismos Craneo-encefálico graves." (...) (Fonte: CMRA)
Do portal da A25A, Guerra Colonial, reproduzimos com a devida vénia a seguinte entrada sobre Feridos:
Feridos
(...) "Os feridos eram habitualmente evacuados de helicóptero ou de viatura para a unidade do serviço de saúde mais perto, um posto de socorros ou uma enfermaria de sector, onde recebiam os primeiros tratamentos. Neste primeiro nível pretendia-se, antes de mais, manter o ferido vivo e em condições de ser tratado num hospital, se fosse caso disso.
"O sistema de evacuação sanitário passava depois pelos hospitais militares existentes em cada um dos teatros[, HM 241, em Bissau, no caso do TO da Guiné,] e podia terminar no Hospital Militar Principal, em Lisboa. Os feridos com necessidade de tratamentos de recuperação eram, posteriormente, transferidos para o Centro [de Medicina] de Recuperação do Alcoitão ou para o Hospital de Hamburgo, ao abrigo do acordo estabelecido entre Portugal e a Alemanha no âmbito das facilidades concedidas pelo uso da Base Aérea de Beja".(...)
(...) "Os feridos eram habitualmente evacuados de helicóptero ou de viatura para a unidade do serviço de saúde mais perto, um posto de socorros ou uma enfermaria de sector, onde recebiam os primeiros tratamentos. Neste primeiro nível pretendia-se, antes de mais, manter o ferido vivo e em condições de ser tratado num hospital, se fosse caso disso.
"O sistema de evacuação sanitário passava depois pelos hospitais militares existentes em cada um dos teatros[, HM 241, em Bissau, no caso do TO da Guiné,] e podia terminar no Hospital Militar Principal, em Lisboa. Os feridos com necessidade de tratamentos de recuperação eram, posteriormente, transferidos para o Centro [de Medicina] de Recuperação do Alcoitão ou para o Hospital de Hamburgo, ao abrigo do acordo estabelecido entre Portugal e a Alemanha no âmbito das facilidades concedidas pelo uso da Base Aérea de Beja".(...)
19 comentários:
Boa noite,
Um reparo, não sou Margarida Neves e nem nasci em 1980, com o Sr. Luis Graça escreve.
Sou Marisa Neves e nasci a 3/11/1979. Eu sou a filha mais velha, mas tenho mais 2 irmãos, a Ana Neves 27 anos e o meu menino João Neves 18 anos. Ao falar com uma tia minha disse-me q o meu pai teve 8 meses no hospital militar. Quando veio da Guiné ficou num hospital que ela diz q saia no autocarro na rotunda do Marques de Pombal e subia o parque e ficava ali, ela não sabe o nome e eu tb não,,,,, o hospital militar da estrela não fica p ai?????
Lembro-me do meu pai falar que a ida dela p o hospital da Alemanha foi toda ''gravada e decumentada'', pois o meu pai foi daqueles difecientes que se adptou muito bem, e o trabalho dele lá serviu p outros que vieram atras.
O meu pai perdeu o pé direito mas ficou com o calcanhar e o joelho dt com estilhaços. Só quando chegou a Lisboa é que começou a ser anputado até ficar em condições, pois eles tentaram até aproveitar o calcanhar mas ia ganhando cancerena e tiveram que ir cortando.
O meu pai custumava-me contar, que como não sabia falar alemão, qd ia a cantina do hospital comprar ql coisa, ponha-se a fazer mimicas, por exemplo queria comprar sabonete, então como não sabia dizer, ponha-se a fazer que se estava a lavar. Quando queria um envelope para enviar uma carta, fazia um avião.... e até chegou a fazer de franco a dar com os braços, qd quiz comprar um frango... lol... o meu pai acima de tudo sempre levou a condição de vida dele o melhor que consegui-o e apesar da sua revolta e da sua angustia ele levava a vida sempre feliz e brincava com aquilo que lhe tinha acontecido. Nunca deixou de fazer nada por não ter 2 pernas. Ele conduzia carro, assim como nós, sem as adptações, ele entrava p dentro da banheira e saia sozinho sem ajudas, ele até dançava.... o meu pai era muito divertido. Uma situação que ele custumava mt fazer: Entrava 1 muido no café a dizer q queria um gelado, o meu pai dizia logo, tenho aqui 2 pernas de pau..... ou tb aconteceu outra situação engraçada: o meu pai estava na oficina a arranjar o carro e entra outro cliente e dps pos-se a conversar com o meu pai e disse-lhe que tinha dores enormes por causa dos calos, o meu pai disse-lhe que tb custumava ter esse tipo de dores, e deu o nome duma pomada p os calos ao sr e disse-lhe que era aquela que ele usava qd estava afilito. O sr. passados uns dias voltou a oficina e disse ao dono, qd vir aquele outro seu cliente, agradeça-lhe pois eu comprei e pos a pomada e fez milagres já estou bom..... rosumindo o meu pai não tinha calos, pois não tinha as pernas... lol... e mts mais....
Bjs
Marisa Neves
Marisa, peço imensa desculpa destes pequenos lapsos... De facto não é Margarida, nem nasceu em 1980... É Marisa, e da colheita de 1979.. Vou corrigir...
Sabe como é: Trabalhamos com pressa, e sem rede, na edição do blogue... Não tenho sequer o seu contacto telefónico para tirar dúvidas... Obrigado pelos esclarecimentos adicionais.
O seu pai esteve no anexo de Campolide, na Rua da Artilharia Um... Era um tristemente famoso anexo do Hospital Militar Principal, na Estrela...O Anexo de Campolide funcionava sobretudo como centro de recuperação para os mutilados, e para os necessitados de apoio psiquiátrico e psicológico.
Veja aqui mais sobre esse anexo:
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Hospital%20Militar%20Principal
Vamos então fazer as contas:
(i) O seu pai foi ferido em 18/10/1969...
(ii) Fui evacuado de urgência ("evacuação ipsilon"), de helicóptero, a partir do local ou das proximidades em que foi ferido (já localizámos no mapa, podemos mandar-lhe uma cópia...), para o Hospital Militar 241, em Bissau;
(iii) Em 6/11/69 (e não de 1971...) é evacuado para o HMP, Lisboa, Estrela... Aí e no anexo de Campolide, fica 8 meses...
(iv) Em meados de 1970 (?), vai para a Alemanha...
Bate certo ? Bj. Luís Graça
O tempo que esteve então em campolide não sei ao certo, porque ele ai foi quando fez várias (mais de 18 operações) as pernas, até conseguirem que ficassem ''boas''. Ficou foi 8 meses no hospital de Hamburgo. No de Lisboa dever ter ficado bastante tempo, imagino eu....
Dezoito operações, é um tormento!... O Neves deve ter estado mais de 2 anos no anexo de Campolide (desde finais de 1969)... E depois mais 8 meses no Hospital de Hamburgo (já em 1972, possivelmente)...
Algum camarada se lembra dele no anexo de Campolide ?
Marisa, bom dia.
Eu conheci o teu pai muito bem, no antes e no depois, soube à posteriori que tinha ido à Alemanha para colocar as proteses, depois em 1975 fui residir para a Ramada, e aí sim acompanhei muitas situações passadas com ele.
O carro que ele teve foi um carocha azul claro, ele teve um amigo que mora na Arroja, no mesmo batalhão, é o "xana" de alcunha o "Libras" mas, infelizmente à uns anos sofreu um AVC, e perdeu a fala.
O teu pai antes da tropa ainda miudo tinha uma grande habilidade para a bola, chegava a jogar em equipas de adultos, nessa época era conhecido pelo "Zé Preto".
Por agora e para terminar, o meu filho Pedro andou na escola contigo.
Recebe um beiginho do António Santos
Ola Sr. Antonio Santos,
Que bom alguem que conheceu o meu pai, lembro-me sim do Xana da Arroja.... a alcunha do meu pai não era Zé preto, mas sim o preto da ramada.... sim o meu pai jogava a bola que era um espetaculo pelo menos as pessoas ainda hoje o dizem.... O seu filho chama-se Pedro não tou a ver quem é????? Mora na Ramada? Então deve saber o precurso do meu pai na tropa?
Bjs
Sr. Luís é verdade, sei que o meu pai sofreu muito durante o tempo todo que esteve em recuperação, mas ele nunca foi de se queixar e nunca falou mt sofre isso, era a maneira dele superar aquilo que lhe aconteceu......
bjs
Cara Marisa:
Não nos conhecemos, naturalmente, mas eu fiquei a conhecer agora uma menina (Senhora?)de grande carácter e de valores muito nobres.
Eu apresento-me:
Rui Silva, ex-Furriel miliciano da CCaç. n.º 816, combatente na Guiné no biénio 1965-67.
Pertenço à Tertúlia (grande família) deste Blogue.
Andei no mato como o teu pai e terei passado ao lado de minas que outros por desventura as pisaram.
O que aconteceu ao teu pai podia acontecer a qualquer um de nós, e aconteceu, infelizmente, a muitos.
Estive no anexo do Hospital da Estrela na Rua Artilharia 1, bem perto da praça do Marquês e do Hotel Ritz.
Estive lá cerca de 5 meses. Foi evacuado em Janeiro de 1967 para ser operado a um joelho (lesão meniscal) e que tal acabou por não acontecer.
Vi ali muitos jovens da guerra colonial com próteses, muitos de pés, que era normalmente o que uma mina anti-pessoal causava: a perda do pé calcador.
Vi a força de vontade deles. Alguns até corriam a mostrar quanto queriam ser iguais, numa vida normal, que tinham todo o direito e merecimento. Eram fortes. Todos eles. Como o teu pai.
Dizes que o teu pai foi (é) o teu heroi. Bonito. Sublime.
Fizeste-me inundar olhos com a tua história que tenho lido com toda a atenção e daí não resistir a este comentário e a saudar-te.
Recebe um grande abraço e que Deus te dê a maior das felicidades e recompensa.
O teu pai por certo sabia do valor e da estimada filha que tinha.
O caminho da felicidade somos nós que o escolhemos e Deus aponta-no-lo
Bem Hajas.
Rui Silva
Marisa Neves
Aqui vai mais uma achega, o Anexo do H.M.P. Campolide, também era conhecido entre a rapaziada pelo
"TEXAS", talvez devido á barafunda que existia, pelo elevado numero de doentes, eu também lá estive algum tempo.
Saldo mais do que positivo: já temos três grandes odivelenses dispostos a dar uma ajudinha à Marisa... São o José Martins, o António Santos e o Belarmino Sardinha... Bem hajam!
Obrigado a todos,
O orgulho que sempre tive e que tenho e sempre terei do meu heroi será eterno.... Pois sempre fomos unha e carne e ele faz-me muita falta, e sinto-me muito bem em poder estar em contacto com pessoas que passaram o mesmo que ele e muitos q conseguiram privar com ele. Todas estas informações novas que adquiri aqui neste blogue mais aquelas que ja tinha e aquelas que ainda vou conseguir, vão conserteza ser muito uteis para a pequena grande homenagem que eu e mais um amigo estamos a levar a cabo na nossa futura exposição da nossa sempre terra ''Ramada''. O meu pai era tudo para mim porque ainda não tinha 1 ano de idade e fiquei sem mãe e ele foi aquele pai sempre presente e que me amou muito e tinha muito orgulho de mim.... Será sempre o Homem que mais amarei na minha vida.
Um bom aja a todos vosses homens de coragem.
Bjs
Marisa Neves
Mail da Marisa, enviado às 15h39 para a nossa caixa de correio (LG):
(...) Estou superfeliz por ter encontrado este blogue, é tão bom os comentários de pessoas que passaram o mesmo e outras que até tiveram o privilégio de privar com o meu herói.
Estou superfeliz, estas novas informações concerteza me serão muito úteis para aquilo que estou a preparar.
Só me falta mesmo uma coisa para ficar [ainda mais]feliz, que é conseguir estar em contacto com o senhor ex- Alferes Fernandes.
Obrigado mais uma vez.
Beijos
Marisa Neves
Não durou muito tempo para que as nossas "public relations", sob discretíssima coordenação do nosso camarigo Virgínio Briote, pusesse a Marisa Neves em contacto com o ex-alf Fernandes... Obrigado a todos os envolvidos nesta operação de amizade, solidariedade e camaradagem... LG
Venho agradecer do fundo do meu coração a ''esta familia dos ex-combatentes'', pelas palavras e pelo apoio e por me terem ajudado.
Hoje tive uma grande alegria, quando no meu mail tenho uma mensagem do Sr. Virote com a informação que falou com o ex-alferes Fernandes e o nº telef dele para lhe ligar. Como já era tarde, mandei-lhe uma msg: ''Boa noite Sr. alferes Fernandes com todo o respeito lhe continou a chamar assim, porque o meu pai o neves sempre lhe chamou com muito carinho. Fiquei muito feliz por ter o seu nº. Quando for oportuno ligarei-lhe para falar consigo. Cumprimentos, Marisa Neves''.
Nem 1 minuto e o Sr. Alferes ligou-me, foi muito bom e agora vamos encontrarmos-nos para assim podermos recurdar saudosamente o nosso neves.
Mais uma vez e nunca serão demais, obrigado mesmo do fundo do meu coração pela vossa ajuda, hoje consegui ter um dia muito feliz.
Beijos a todos
Marisa Neves
Correcção : Sr. Virgínio Briote
Boa tarde,
Coicidencia ou não, hoje faz 42 anos da infelicidade que aconteceu ao meu pai, aquele fatidigo dia 18/10/1969 no seguimento da operação Ostra Amarga..... E ontem consegui reencontrar por telefone o Ex-Alferes Fernandes....
Bjs
Marisa Neves
Ouvi falar (ou melhor li, num dos trabalhos de historiografia militar do Carlos Matos Gomes e Aniceto Afonso) que o Hospital de Hamburgo recebeu e tratou 88 militares portugueses, mutilados, no período da guerra colonial... Houve acordo entre os dois governos (português e alemão) mas já tardiamente, se não me engano... LG
Boa tarde,
Venho contar a novidade que já me encontrei com o ex-alferes Fernandes. Foi muito bom falar com ele e saber mais coisas. O meu pai era o ''guarda-costas'', pessoal do alferes por exemplo. Outra coisa que soube foi que como foi ferido de noite o helicopetro não ia ao mato a noite, então o Capitão Sá, veio do quartel de bula com homens buscar pessoalmente o meu pai, e o proprio capitão levou o meu pai nos seus braços ate ao quartel onde ja aguardava um helicopetro.
Pelo o alferes diz o meu pai era muito querido entre os colegas dele, mt divertido e prestavél e destemivél, não me admira pois ele era mesmo assim.
O alferes pos-me em contacto com um camarada o ''camarate'', que era amiguissimo do meu pai e tb falei com a esposa do Capitão Sá, pois o mesmo esta muito doente, a sua mulher ainda se lembrava de mim. O alferes mostrou-me fotos do meu pai e vai fazer copias para mim, também me vai arranjar mais coisas sobre o batalhão, e o contacto do fotografo ainda vivo do batalhão.
Convidou-me para o proximo encontro do batalhão ir.
Foi muito muito bom, os dois ainda deita-mos umas lagrimas.
Hoje dia 4/11 vou-me encontrar com o camarada ''camarate'', para me mostrar fotos e falarmos.
Obrigada mais uma vez a esta grande familia, pois sem vosses não consegui-a atingir os meus objectivos.
Beijos
Marisa Neves
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