ESTÓRIAS DOS FIDALGOS DE JOL (2)
A NOITE DA HIENA
Havia rumores (através da população) de que poderia estar para breve um possível ataque ao nosso quartel, daí que se acentuasse a nossa vigilância nocturna e se redobrassem alguns cuidados.
Foi numa dessas noites longas que, após ter saído da messe, e me ter dirigido para o meu abrigo, ainda com as calças na mão e já de chinelos prontinho para me deitar, somos todos surpreendidos por uma curta rajada, com todo o pessoal de G3 em punho, em trajos menores e com algumas quedas pelo meio, a correr para a vala.
Rápida foi notícia de que alguém que tentava ultrapassar o arame farpado, havia sido abatido.
Passaram no entanto alguns minutos (que mais pareceram uma eternidade à espera de um possível ripostar por parte do inimigo) sem que felizmente nada se registasse. Organizado todo o esquema para se verificar o que efectivamente tinha dado origem aos tiros, lá se chegou à conclusão que o inimigo não era mais do que uma hiena que, por motivos óbvios, se havia aproximado em demasia do curral das vacas, e que tinha sido abatida por uma das sentinelas.
Não passou de um valente susto, aquela que ficou conhecida como a noite da hiena.
Augusto Silva Santos
Foto 6 > Jolmete, Junho de 1972 > Chegada de mais uma operação
Foto 7 > Jolmete, Junho de 1972 > Entrada da Messe
Foto 8 > Jolmete, Junho de 1972 > Entrada do Quartel
Foto 9> Jolmete, Agosto de 1972 > Convívio
Foto 10 > Jolmete, Agosto de 1972 > Estrada de Gel
____________Nota de CV:
Vd. último poste da série de 4 de Julho de 2012 > Guiné 63/74 - P10113: Estórias dos Fidalgos de Jol (Augusto S. Santos) (1): Mandem a Marinha
1 comentário:
Caro Augusto Santos
Foi, como escreveste, 'a noite da hiena'.
Mas podia não ter sido...
É sempre melhor prevenir que remediar e nessas circunstâncias qualquer 'facilidade' podia ter consequências funestas.
Assim, hoje, 'a noite da hiena', é apenas uma recordação que não deixa de fazer sorrir...
Abraço
Hélder S.
Enviar um comentário