segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Guiné 63/74 - P13483: "Francisco Caboz", um padre franciscano, natural de Ribamar, Lourinhã, na guerra colonial (Horácio Fernandes, ex-alf mil capelão, BART 1913, Catió, 1967/69): Parte II: Viagem no T/T Uíge até Bissau, em setembro de 1967, e depois até Catió, de DO 27 pilotada pelo srgt Honório

.
Horácio Fernandes, ex-alf mil capelão (CCS/BART  1913, Catiói, 1967/69).[ Foto  tirada pelo nosso saudoso Victor Condeço, 1943-2010, que foi fur mil mec armam, CCS/BART 1913].


1. Continuação da publicação do testemunho do nosso  camarada, o grã-tabanqueiro Horácio Fernandes.que foi alf mil capelão no BART 1913 (Catió, 1967/69)  (*)

Esse tstemunho é um  excerto  do seu livro autobiográfico, "Francisco Caboz; a construção e a desconstrução de um padre" (Porto: Papiro Editora, 2009, pp. 127-162).

O Horácio Fernandes vive no Porto. Vestiu o hábito franciscano, tendo sido ordenado padre em 1959. Deixou o sacerdócio no início dos anos 70. É casado, tem 3 filhos. Está reformado da Inspeção Geral de Educação onde trabalhou 25 anos na zona norte. Em 2006 doutorou-se em ciências da educação pela Universidadfe de Salamanca, Espanha.

Foi o nosso camarada e amigo Alberto Branquinho quem descobriu o paradeiro do seu antigo capelão (*).Tenho a autorização verbal do autor (que de resto é meu parente e conterrâneo), dada  por altura do nosso reencontro, 50 anos depois da sua missa nova (em 15 de agosto de 1959, em Ribamar, sua terra natal), para reproduzir esta parte do livro, relativa à sua experiênciade como capelão militar na Guiné, muito marcante e decisiva para o seu futuro como homem e como padre.

O livro já aqui foi objeto de recensão crítica por parte do nosso camarada Beja Santos (*).

Francisco Caboz é o "alter ego" do Horácio Fermandes (n. 1935, Ribamar, Lourinhã). O livro começou por ser uma tese de dissertação de mestrado em ciências da educação, pela Univeridade do Porto (1995): Francisco Caboz: de angfélico ao trânsfuga, uma autobiografia. Nesta II parte (pp. 135/139), o autor relata-nos à sua viagem até Bisssau e depois até Catió, onde foi colocado como capelão, em setembro de 1967, em rendição individual, na CCS/BART 1913.













_______________

1 comentário:

Joaquim Luis Fernandes disse...

Amigos e camaradas

Um relato bem claro do confronto do padre franciscano, que salta do remanso do convento para um outro mundo ao avesso.

E vai-se desfiando o rosário de chocantes contradições, que abalam a moral de um santo.

Em Bissau, no QG e arredores, para certas classes, a vida nem era má de todo. E Guerra, só se fosse de tédio.
Em 1967 tal como em 1973/74.
Para muitos profissionais da guerra, cómodamente instalados e com a conta bancária a crescer em Lisboa, a guerra poderia continuar e durar.
O Zé soldado,que aguentasse as privações e fosse dando o corpo ao manifesto. Em Bissau e mais duramente nos buracos do interior.

Este é um dos retratos na moldura do Regime que nos subjugava.
Pagámos e continuamos a pagar um preço bem alto por essas contigências históricas, que nos legaram um país depauperado, sub-desenvolvido, moralmente degradado, com consequências que preduram.

Mas viva a esperança em melhores dias!

Abraços
JLFernandes