Data: 7 de maio de 2015 às 12:17
Assunto: Xime - pequeno esclarecimento pouco importante.
Olá Luís Graça.
Estive na CCaç 12, de 1972 a 1974 em Bambadinca e no Xime.
Sobre o ataque ao Xime, [em 1/12/1973,] com fogo inimigo ou amigo (??), cada um terá a sua opinião. Tenho a minha, mas não vou aqui divulgar, por achar que não virá resolver coisa nenhuma. Poderá, isso sim, eventualmente trazer outros problemas.
Só quero dar algum esclarecimento (*):
(i) ss vítimas não foram 7 mas sim 6 e não foram todos civis;
(ii) morreram: 1 militar da companhia, [a CCAÇ 12,] (era o pai da família), 2 mulheres (ambas mães da família, como sabes praticava-se a poligamia), 2 crianças em idade escolar e 1 criança recém nascida ( com 8 dias de vida).
Este esclarecimento não terá grande importância perante o resto, serve apenas para acrescentar mais algum rigor. (**)
Um abraço
(ii) morreram: 1 militar da companhia, [a CCAÇ 12,] (era o pai da família), 2 mulheres (ambas mães da família, como sabes praticava-se a poligamia), 2 crianças em idade escolar e 1 criança recém nascida ( com 8 dias de vida).
Este esclarecimento não terá grande importância perante o resto, serve apenas para acrescentar mais algum rigor. (**)
Um abraço
António M. Sucena Rodrigues
Ex furriel Mil. da C.Caç 12 (72/74)
Ex furriel Mil. da C.Caç 12 (72/74)
2. Comentário do editor:
Segundo a página oficial da Liga dos Combatentes, em 1/12/1973, no TO da Guiné, e por motivo de combate, morreu apenas um elemento das NT, o soldado Sumbate Man.Consultanda preciosíssima Lista dos Mortos do Utramar, nascidos na Guiné, do nosso portal Ultramar Terraweb (de novembro de 2006, e atualizada em janeiro de 2015), constata-se que o Sumbate Man era soldado milício, natural do concelho de Mansoa, nº 268/73, pertemncen ao PelMil 365 - 2ª / BCAÇ 4612, unidade que estava em Jugudul (1972/74)...
Não pode pois ser o militar da CCAÇ 12, referido pelo Sucena Rodrigues.
Já agora aproveito para acrescentar que o número de mortos desta lista (de 45 pp.) é, no total, de 1208 (!).
Não pode pois ser o militar da CCAÇ 12, referido pelo Sucena Rodrigues.
Já agora aproveito para acrescentar que o número de mortos desta lista (de 45 pp.) é, no total, de 1208 (!).
Relativamente à "tua versão" sobre o fogo amigo / fogo inimigo que matou um camarada nosso e a sua família inteira (!), eu gostava de conhecê-la um dia, mesmo que seja em "off record"... Não farei uso dela, em público, fica entre nós... Entendo que o assunto é delicado. De resto, e de acordo com a política do blogue, também não estamos aqui para julgar e muito menos incriminar ninguém.
Um abraço fraterno, Luís
PS - Talvez alguém saiba dizer o nome do militar da CCAÇ 12 que morreu, cruelmente, com toda a sua família, na tabanca do Xime, no dia dia 1/12/1973.
___________________
Notas do editor:
(*`) Vd. poste de 28 de abril de 2015 > Guiné 63/74 - P14535: História do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74) (António Duarte): Parte XXIII: dezembro de 1973: flagelação do Xime, com foguetões 122 mm: sete mortos civis
(...) O destaque do mês de dezembro de 1973 (pp. 78/80) vai para:
(i) Flagelação do Xime, em 1 de dezembro, às 22h15, durante 25 minutos, com utilização de artilharia (armas pesadas e foguetões 122 mm), de que resultou a morte de 7 civis; (há um ano, na mesma data, o PAIGC tinha feito uma violenta emboscada em Ponti Coli)
(**) Último poste da série > 22 de fevereiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14282: Os Nossos Camaradas Guineenses (41): Amadu Bailo Jaló (Bafatá, 14/11/1940- Lisboa, 15/2/2015): 13 anos ao serviço do exército português (1962-1975), "em perigos e guerras esforçado mais do que prometia a força humana" (Virgínio Briote)
1 comentário:
Caro amigo Antonio Manuel,
O esclarecimento que acaba de fornecer eh, deveras, bastante importante. Nao creio que pelo facto de dar a tua opiniao sobre este acontecimento em concreto pudesse criar mais problemas.
Estamos a uma distancia de 42 anos deste acontecimento tragico e a unica coisa que agora poderia interessar sao os factos, a verdade historica e a tua contribuicao poderia dissipar muitas duvidas que persistem e fazer luz sobre o "modus operandi" da hierarquia militar do CTIG na altura, em situacoes delicadas e passiveis de recriminacao moral, etica ou militar.
Pessoalmente, a leitura que faco, entre linhas, eh que foi mesmo "fogo amigo".
Outro facto que cabe destacar e que nao eh de somenos importancia relaciona-se com o nome do militar, chefe de familia que foi morto. O Antonio, certamente, por forca de uma convivencia de cerca de dois anos (1972/74), deveria conhece-lo, certamente, mas tambem nao me admiraria se fosse o contrario, pois nao seria nem a primeira vez nem o primeiro militar portugues que ignorava ou nao conseguia lembrar-se dos nomes dos colegas africanos.
Um abraco amigo,
Cherno AB.
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