Rio Mansoa > Ponte destruída | Foto Carlos Fraga
Rio Mansoa > Bolanha e ponte | Foto César Dias
Rio Corubal > Rápidos do Saltinho | Foto Albano Costa
Rio Cumbijã > Imediações de Cufar | Foto António Graça de Abreu
Rio Cacine > Corrida de sintex | Foto João Martins
Rio Udunduma > Jangada | Foto Renato Monteiro
Rio Cacheu > LFG Sagitário | Foto cmdt A Rodrigues da Costa | Cortesia de Manuel Lema Santos
Edição Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2015). Direitos reservados
I. Mensagem enviada ontem pelo correio interno da Tabanca Grande:
Assunto - O rio da minha... tabanca
Amigos/as e camaradas:
Há um poema lindíssimo do Alberto Caeiro (um dos muitos heterónimos, como sabem, do genial Fernando Pessoa) que começa assim: "O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia" ... Podem lê-lo ou relê-lo a seguir, aqui, no sítio da Casa Fernando Pessoa | Banco de Poesia | Autores | Alberto Caeiro. (*)
Mas eu esta semana queria falar do rio da nossa... tabanca. Todos, ou quase todos, ou muitos de nós, também deixaram lá, na "nossa" Guiné, o seu rio de "estimação"... Em muitos casos, terá havido uma relação de amor/ódio... Não admira: estávamos em guerra, não em turismo...
Não vamos aqui discutir a diferença entre rios, rias, braços de mar... A Guiné tinha/tem, para além do deslumbrante (e de trágicas memórias) Corubal, outros rios (, de água doce e/ou salgada, ) que cruzámos, por onde viajámos, ou em cujas imediações fizemos operações ou estivemos aquartelados, do Cacheu ao Cacine... Noutros, mais pequenos (Udunduma, Caium, Armada ...), nadámos, pescámos, andámos de piroga... Enfim, quem não tem recordações dos rios, rias e braços de mar, a começar pelos nossos camaradas da Marinha ? Muitos de andámos fizemos uma ou mais viagem de de LDG, de LDM, de sintex, de piroga e até de "barco turra" (as embarcações civis que faziam a ligação a Bissau, nomeadamente no Rio Geba).
A sondagem desta semana é sobre "O meu rio da Guiné (o que mais amei/odiei)"... As hipóteses de resposta são;
1. Cacheu
2. Cacine
3. Corubal
4. Cumbijã
5. Geba
6. Grande de Buba
7. Mansoa
8. Tombali
9. Outro (o que corria junto do sítio onde estive)
10. Outro (não referido acima)
11. Nenhum
NÃO RESPONDAM por email, mas no blogue, "on line", ao alto, na coluna do lado esquerdo:
Só podemos dar uma resposta. A sondagem encerra no dia 3 de julho.
2. Aproveitem também para mandar fotos e histórias ligadas aos nossos rios da Guiné... Grandes e pequenos...
E se forem para férias, cá dentro ou lá para fora (, o que não está lá muito convidativo, o mundo está feio...) , mandem um "bate-estradas" (aerograma), a dizer que estão vivinhos da costa como a sardinha... (Até esta, infelizmente, está a desaparecer da nossa costa!).
Já inaugurámos a série "Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas" (**):
Um bom resto de dia... Bebam muito água... porque por estes dias vai estar uma brasa... Xicorações apertados, Luís Graça
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Notas do editor
(*) Cortesia de Casa Fernando Pessoa | Banco de Poesia | Autores | Alberto Caeiro
XX
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.
O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se para o mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
In O Guardador de Rebanhos
In Poesia, Assírio & Alvim, ed. Fernando Cabral Martins, Richard Zenith, 2001.
(**) Vd. poste de 26 de junho de 2015 > Guiné 63/74 - P14799: Nas férias do verão de 2015, mandem-nos um bate-estradas (1): Carta aberta aos camaradas da Tabanca Grande: o que fiz (e não fiz) como cofundador e dirigente da associação APOIAR (Mário Gaspar, ex-fur mil at art, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68)
3 comentários:
No destacamento de Ganjola, Rio Cumbijã 1965.
Ex alf.mil. Sacôto CC 617 (momento de descontração) /Users/joaofernandes/FOTOGRAFIAS DO PC/1964:65:66 - GUINÉ/GUINÉ 44-cópia 2.jpeg
O rio que mais odei?
Ké isto?
Ora emenda o título do post.
Penso que a expressão "mais amei / odiei" assenta naquela característica dos excessos de linguagem e neste caso, o do 'odiei' naquela outra do "nunca mais"....
Mas devo concordar com a observação do AJ Pereira da Costa.
Chamar para aqui os 'ódios', mesmo que em 'figura de estilo', pode estimular outros, de 'estimação'... que não faltam por aí.
Será difícil para quem esteve na Guiné, não ter tido nenhum contacto com qualquer rio.
E isso pode originar recordações. Boas, más, curiosas.
No fundo, entendo que o que se pretende saber é qual o rio que mais recordações ainda nos aporta. Se essas recodarções são de um tipo ou de outro, logo saberemos.
Hélder S.
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