quarta-feira, 1 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14821: Memória dos lugares (298): Ganjola e o Rio Cumbijã (ex-alf mil, João Sacôto, CCAÇ 617 / BCAÇ 619, Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66)


Guiné  > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 (1964/66) > Destacamento de Ganjola > Rio Cumbijã > 1965 > O ex-alf mil João Sacôto, num "momento de descontração" (1)...

[Curiosa esta piroga. usada no sul da Guiné, com estabilizador ao meio e leme à popa!... Não me recordo de ver este tipo de piroga nos rios da Guiné!...] [LG]


Guiné  > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 (1964/66) > Destacamento de Ganjola > Rio Cumbijã > 1965 > O ex-alf mil João Sacôto, num "momento de descontração"...



Guiné  > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 (1964/66) > Destacamento de Ganjola > Rio Cumbijã > 1965 > O ex-alf mil João Sacôto, num "momento de descontração" (3)...

[Em Ganjola, na época, viva a família do velho Brandão, um "homem grande" de quem se dizia ter sido desterrado para a Guiné... Era natural de Arouca. E por lá passou, também, no destacamento de Ganjola, o meu infortunado primo José António Canoa Nogueira o primeiro lourinhanense a  morrer em combate no TO da Guiné, em 23 de janeiro de 1965;  tinha 23 anos, e era sold ap mort. Pel Mort 942 / BCAÇ 619] [LG].

Fotos (e legenda): © João Sacôto (2015). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. João Sacôto, ex-alf mil da CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66): 

[foto à esquerda, em Ganjola, 1965, tendo por detrás a LDM 309, a manobrar para atracar; 
nome completo: João Gabriel Sacôto Fernandes; Sacôto é o nome pelo qual, entre amigos e profissionalmente, é conhecido]:

(i) assentou praça em Mafra, em agosto de 1962 após dois anos de adiamento, por ele pedidos, em virtude de estar a estudar no então ISCEF (Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras);

(ii) ficou bem qualificado no curso de oficiais milicianos (COM);

(iii)  foi colocado no RI 1 - Amadora;

(iv) foi mobilizado dois anos depois, em 1964,  para a Guiné;

(v) já era casado,  com vinte e cinco anos, com uma filha que fez 2 anos exatamente no dia 8 de janeiro de 1964, data do embarque para a Guiné no T/T Quanza;

(vi) levou consigo um herói, o cão Toby, de raça boxer,  cuja folha de serviço já foi publicada;

 (vii) está hoje reformado da TAP onde foi piloto e comandante de avião (1970-1998);

(viii) em 1980, voltou à Guiné-Bissau  em "romagem de saudade";

(ix) tem página no Facebook

(x) nasceu em 1938; é tio, pelo lado materno, do nosso camarada e grã-tabanqueiro João Martins.
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2 comentários:

Luís Graça disse...

João, sobre este poste com as fotos de Ganjola e alguns apontamentos da tua história de vida... Duas surpresas:

(i) só agora me apercebi que fostes comandante da TAP... Como é que um "infante" vai parar aos aviões ? Parabéns!...;

(ii) a tua insóilita "piroga": é nalu ? balanta ?... Não é fula...

Já agora sabes algo mais sobre o história do velho Brandão ?.. Vou publicar um poste com as tuas informações sobre as circunstãncia da morte do Canoa Nogueira... Era estranho ele ter a alcunha de "Bombarral" (ele era da Lourinhã, concelho vizinho do Bombarral) ... Em contrapartida o teu sold João Fernandes Almeida tinha a alcunha do "Lourinhã".... Não seria antes o contrário ?

Desculpa estar a incomodar-te com estas questões... de detalhe. Mas, no blogue, como sabes, procuramos cultivar o rigor. Um bom dia para ti.

PS - Estou em casa a acabar um artigo sobre um grande português, Ricardo Jorge, Porto, 1858-Lisboa, 1939.

J. Gabriel Sacôto M. Fernandes (Ex ALF. MIL. Guiné 64/66) disse...

Luis:
Realmente também achei estranho, sendo o Canoa da Lourinhã, ter a alcunha de Bombarral. Acabei de ter o esclarecimento por telefone com o João Almeida (o Lourinhã): Entre o pessoal havia, por vezes a tendência de gozarem com o pessoal da Lourinhã, velhas estórias que conhecerás; Daí, o Canoa ter feito crer que era do Bombarral e não da Lourinhã, para não ser chateado.. O João Almeida que era um grande amigo do Canoa, brincava, na altura, dizendo que ele era o Lourinhã, muito embora não fosse exactamente de lá mas de uma aldeia da zona, ao passo que o Canoa, sendo da Lourinhã, não tinha essa alcunha mas sim a de Bombarral.

Quanto a eu ter ido parar aos aviões, tendo sido piloto da TAP durante 30 anos, percorrendo desde 1970, quase todos os aviões da companhia, a estória é a seguinte: Quando fui em Agosto de 1962 para Mafra para o COM, já tinha uma forte ligação à aviação que, no serviço militar, não foi aproveitada. Era na altura, Controlador de Tráfego Aéreo e trabalhava na Torre de Control de Lisboa. Acabado o serviço militar, regressei à minha ocupação no Control de Tráfego Aéreo (torre de control Aeroporto de Lisboa). Na altura a TAP conhecia um enorme boom de expansão com uma grande falta de pilotos. Contratou vários brasileiros (a PANAIR tinha falido) e teve ainda necessidade de formar, AB-INITIO, os pilotos de que necessitava, custeando a formação respectiva, numa Academia de referência, (a Flight Safty Academy) em Vero Beach, Florida. Candidatei-me e passados cerca de 2 anos estava a pilotar o velho CARAVELL, como co-piloto. Reformei-me em 1998 como Comandante.

Quanto à insólita piroga, Nalu ou Balanta, não posso esclarecer, assim como informações do velho Brandão. Já lá vão 50 anos e a minha memória de 77 anos, bem vividos, já não dá.

Um abraço,

JS