terça-feira, 14 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14875: Agenda cultural (417): "De Freguês a Consumidor, 70 anos de sociedade de consumo". Venha cavaquear comigo, dia 16 de Julho pelas 19 horas, na Livraria Barata, Av. de Roma, n.º 11, em Lisboa (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), Técnico Superior Aposentado da Direcção Geral do Consumidor, com data de 13 de Julho de 2015:


De freguês a consumidor: venha cavaquear comigo

Mário Beja Santos

Escrevi o meu testamento cívico-profissional em forma de livro, na expetativa de poder debater com amigos, colegas da profissão, associativistas da mais diferente índole, sindicalistas, professores e alunos de muitas instâncias universitárias, e com provável e improvável público curioso sobre as andanças da sociedade de consumo e as inumeráveis questões que me acompanharam ao longo de quatro décadas. E mais não digo.

Tive a maior satisfação em aceitar o repto que me foi feito pela Livraria Barata (Avenida de Roma, 11) para em 16 de Julho, entre as 19 e as 20h, ali comparecer e me expor a quem se interessa por tudo o que aconteceu quando saímos do estatuto de freguês e cliente e nos tornámos consumidores.

São as histórias que escrevi no meu mais recente livro “De Freguês a Consumidor, 70 Anos de Sociedade de Consumo, História da Defesa do Consumidor em Portugal”, publicado pela Nexo Literário.

É igualmente com a maior satisfação que vos venho convidar para um debate franco sobre os termos dessa viagem que já dura há 70 anos, o extenso e penoso trânsito do industrial ao pós-industrial, pontuado pela voragem de paradigmas em que a comunicação e o digital se apresentam hoje como energias motrizes. Cavaquear à volta do triunfo do individualismo, da vertigem das modas, da ficção como segunda realidade, da permanência mitológica da crise, um espantalho devorador e intimidador que serve de chancela para a condução política dos mais variados matizes ideológicos.

Nesse cavaqueio, é bem possível que nos ponhamos de acordo de que as classes médias, tão sujeitas ultimamente ao processo centrifugador, ainda permanecem como o esteio das sociedades democráticas.

Porque é do senso-comum que a sociedade de consumo, em todas as suas vicissitudes, conta com um consumidor como um eleitor. Coisa curiosa, os partidos políticos já nem precisam de afagar os consumidores, têm-nos na mão ao preço de um estranhíssimo conceito de segurança, intimidam com a perspetiva de uma crise maior se o consumidor não aceitar, na plenitude, as regras do jogo que propõem. Não há mesmo salvação fora das beatitudes da austeridade?
Vamos então cavaquear.
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Nota do editor

Último poste da série de 11 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14862: Agenda cultural (414): "Dinossauros de Portugal & Friends", de Simão Mateus...Lançamento, hoje, sábado, dia 11, às 16h00, na Lourinhã... A ciência ao alcance de todos, do neto ao avô, dos oito aos oitenta anos... Uma boa sugestão de leitura para estas férias de verão, completada com a visita ao Museu da Lourinhã, a antiga "terra da loba", hoje a orgulhosa "capital dos dinossauros" (Luís Graça)

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