1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), Técnico Superior Aposentado da Direcção Geral do Consumidor, com data de 13 de Julho de 2015:
De freguês a consumidor: venha cavaquear comigo
Mário Beja Santos
Escrevi o meu testamento cívico-profissional em forma de livro, na expetativa de poder debater com amigos, colegas da profissão, associativistas da mais diferente índole, sindicalistas, professores e alunos de muitas instâncias universitárias, e com provável e improvável público curioso sobre as andanças da sociedade de consumo e as inumeráveis questões que me acompanharam ao longo de quatro décadas. E mais não digo.
Tive a maior satisfação em aceitar o repto que me foi feito pela Livraria Barata (Avenida de Roma, 11) para em 16 de Julho, entre as 19 e as 20h, ali comparecer e me expor a quem se interessa por tudo o que aconteceu quando saímos do estatuto de freguês e cliente e nos tornámos consumidores.
São as histórias que escrevi no meu mais recente livro “De Freguês a Consumidor, 70 Anos de Sociedade de Consumo, História da Defesa do Consumidor em Portugal”, publicado pela Nexo Literário.
É igualmente com a maior satisfação que vos venho convidar para um debate franco sobre os termos dessa viagem que já dura há 70 anos, o extenso e penoso trânsito do industrial ao pós-industrial, pontuado pela voragem de paradigmas em que a comunicação e o digital se apresentam hoje como energias motrizes. Cavaquear à volta do triunfo do individualismo, da vertigem das modas, da ficção como segunda realidade, da permanência mitológica da crise, um espantalho devorador e intimidador que serve de chancela para a condução política dos mais variados matizes ideológicos.
Nesse cavaqueio, é bem possível que nos ponhamos de acordo de que as classes médias, tão sujeitas ultimamente ao processo centrifugador, ainda permanecem como o esteio das sociedades democráticas.
Porque é do senso-comum que a sociedade de consumo, em todas as suas vicissitudes, conta com um consumidor como um eleitor. Coisa curiosa, os partidos políticos já nem precisam de afagar os consumidores, têm-nos na mão ao preço de um estranhíssimo conceito de segurança, intimidam com a perspetiva de uma crise maior se o consumidor não aceitar, na plenitude, as regras do jogo que propõem. Não há mesmo salvação fora das beatitudes da austeridade?
Vamos então cavaquear.
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Nota do editor
Último poste da série de 11 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14862: Agenda cultural (414): "Dinossauros de Portugal & Friends", de Simão Mateus...Lançamento, hoje, sábado, dia 11, às 16h00, na Lourinhã... A ciência ao alcance de todos, do neto ao avô, dos oito aos oitenta anos... Uma boa sugestão de leitura para estas férias de verão, completada com a visita ao Museu da Lourinhã, a antiga "terra da loba", hoje a orgulhosa "capital dos dinossauros" (Luís Graça)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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