com sede em Bissau; cortesia da sua página na Net
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Data: 17 de julho de 2015 às 22:22
Assunto: Filhos do vento: história com final feliz.
Camarada Luís e Tabanca Grande, boa tarde.
Luís, tenho uma história muito feliz a contar é um pouco longa, mas se não for possível! Não há problema, também podes reduzir o texto.
Vamos à história; No dia 2/5/2015, foi o almoço anual do BArt 733 em Santiago do Cacém, não foi organizado por mim mas estou sempre presente.
Passados uns dias, em 18/5/2015, às 20h00 horas toca-me o telefone, era o colega que organizou o almoço (António José, que era da CCS):
- Ó Bastos, ligou-me um africano de Cuntima a perguntar se eu tinha a direcção do F... das transmissões, eu disse que não tinha e não conhecia esse nome, mas que ia ligar para outro colega e depois dizia qualquer coisa.
O António José liga para mim, conta-me o caso e pergunta se pode dar o meu contacto.
Bom, eu sem ser do Batalhão, lá vou tentar resolver este caso, fui à história do BArt 733, não constava ninguém com aquele nome.
Eram 22h00, horas liga-me o Fernando Candé (, o africano de Cuntima, como ele diz):
- Bastos, eu e minha esposa andamos à procura do F... que era de transmissões do 733.
Eu digo-lhe que com esse nome, F..., não havia ninguém no 733, então ele começa a contar-me que não quer saber dos bens que o F... possa ter, mas a esposa só queria dar um beijo no pai e apertá-lo contra o seu coração.
Bom, eu começo a pensar, vou-me meter nalguma, mas ao mesmo tempo com pena da Fatinha (é o nome da esposa do Fernando) e começo por pedir elementos para seguir com o caso.
Bom, eu começo a pensar, vou-me meter nalguma, mas ao mesmo tempo com pena da Fatinha (é o nome da esposa do Fernando) e começo por pedir elementos para seguir com o caso.
- Em que ano nasceu a Fatinha? -
Resposta:
Resposta:
- Quarenta chuvas.
- Como se chama a mãe da Fatinha?
- Maria Mandinga, já faleceu.
- Em que tabanca morava ela?
- Em Cuntima.

Vou tentar encontrar na nossa tabanca alguém da CCaç 1789, encontro uns quantos, todos do Norte, o Sousa esse conheceu a Maria Mandinga e sabia que tinha tido uma filha de um militar, não me quis dizer mais nada (e eu concordo, maluco sou eu). Deu-me outros contactos, ao ligar ao terceiro contacto, apareceu um colega que me disse que conheceu a Maria Mandinga e a filha, e que o pai era da unidade dele, o F...,
Bom, batia certo com o que o Fernando dizia e, mais, depois de eu falar com o colega que é do Porto, o Teixeira, este logo se prontificou em me ajudar.
Dou o contacto do Teixeira ao africano de Cuntima, e eles encontram-se no dia 6/6/15 em Vila Nova de Gaia que é onde mora o Fernando, foi uma alegria para ambos, o Teixeira convida o Fernando e a Fatinha para almoçar em casa dele no Porto, no almoço o Fernando diz que o nome dele lá na Guiné, é Cherno e não Fernando, e que quando era pequeno (7 anos) estava sempre na oficina a ajudar os mecânicos.
Dou o contacto do Teixeira ao africano de Cuntima, e eles encontram-se no dia 6/6/15 em Vila Nova de Gaia que é onde mora o Fernando, foi uma alegria para ambos, o Teixeira convida o Fernando e a Fatinha para almoçar em casa dele no Porto, no almoço o Fernando diz que o nome dele lá na Guiné, é Cherno e não Fernando, e que quando era pequeno (7 anos) estava sempre na oficina a ajudar os mecânicos.
Depois, no dia do almoço anual da companhia, leva o Fernando e a Fatinha, bom, foi uma alegria para aquele pessoal todo mas uma tristeza para a Fatinha, pois o pai não apareceu porque está emigrado em França, mas o Teixeira consegui-o o contacto e a direcção da família do F... e até do próprio.
Então, o Teixeira mete pernas a caminho e vai sozinho a Vila Nova de Famalicão, encontra a irmã do F..., conta-lhe o que se está a passar e logo resposta da tia da Fatinha:

- Quero conhecer a minha sobrinha já.
Já se falaram pelo telefone, já lhe mandou uma foto do pai que está em França e, agora depois de passar o Ramadão, o Fernando, a Fatinha e o casal Teixeira vão-se encontrar com a família de Famalicão para almoçar.
O Teixeira já falou ao telefone com o F..., mas ele não levou a coisa a sério. A família está convencida que ele venha agora de férias. Então vão aguardar.
Eu também vou aguardar, e até pelas fotografias que eles prometeram mandar da família Teixeira, família Baldé, família da tia e até do próprio F... (se ele concordar em dar a cara).
Não me alongo mais um abraço e até breve.
António Paulo S. Bastos,
ex-1º Cabo do Pelotão Caçadores 953,
Não me alongo mais um abraço e até breve.
António Paulo S. Bastos,
ex-1º Cabo do Pelotão Caçadores 953,
Cacheu, Bissau, Farim, Canjambari e Jumbembem, 1964/66
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Nota do editor:
3 comentários:
Bem..... caro António Bastos,
'Os dados estão lançados', agora vamos ver que jogo dão.
Pode ter um 'final feliz', pode ter aberto uma caixinha duma tal Pandora...
Tudo depende como o F... (e sua família entretanto constituída) encarar tudo isso e na medida em que possa ou não desestruturar o que está construído.
Claro que li que a irmã se entusiasmou e deu passos em frente. Também li que da parte da Fatinha e do Fernando (Cherno) ficaram contentes com o que já se avançou. Mas também li que o F... não levou o assunto muito a sério.
Vamos ver!
Faço votos para que tudo corra bem.
Hélder S.
António:
É uma "bela" história, obrigado pelo teu envolvimento... Não tens que te arrepender de nada, não rompeste a cadeia de solidariedade... Sei que o assunto é delicado...
Não identifiquei o F..., de acordo com as normas do nosso blogue e de imperativos éticos: enquanto ele "não der a cara", tem direito à reserva de intimidade...
Podes ver aqui o poste que publiquei em teu nome... Ab. Luis
António:
É uma "bela" história, obrigado pelo teu envolvimento... Não tens que te arrepender de nada, não rompeste a cadeia de solidariedade, foste um facilitador da comunicação entre as partes...
Sei que o assunto é delicado... e o mais fácil é sair de cena ou assumir uma postura hipócrita ou cínica.
Não identifiquei o F..., de acordo com as normas do nosso blogue e, adicionalmente, por imperativos éticos: enquanto ele "não der a cara", tem direito à reserva de intimidade... De qualquer modo, estamos perante uma "lei universal", que explica a hesitação dos machos quando confrontados com as questões da paternidade: "Os filhos das minhas filhas, meus netos são; os filhos dos meus filhos, serão ou não."
Podes ver aqui o poste que publiquei em teu nome... Ab. Luis
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