Guiné > Bissau > Anos 50 > "O novo edifício dos correios. Anteriormente os CTT eram no edifício que se encontra do lado direito e onde continuou funcionando a Emissora da Guiné ( 1º andar ). De notar a curiosa viatura que era um dos 'luxuosos' autocarros da época que, pela semelhança, eram conhecidos por 'ambulâncias'. Esta 'ambulância' pertencia à firma A. Brites Palma. Havia ainda, tanto quanto me recordo, outras duas empresas de transportes que faziam carreiras de autocarros ('ambulâncias') para toda a Guiné. Eram o “Costa”, sedeado em Bissau, e o “Escada” em Teixeira Pinto (Canchungo). Tenho a vaga ideia de existir uma outra na região de Bafatá-Gabú propriedade de um libanês. (...) De notar as árvores recentemente plantadas, fruto da alteração do traçado da avenida (...)" (*)
Foto (e legenda): © Mário Dias (2006). Todos os direitos reservados
A. Resultados finais da sondagem da semana passada, que terminou 6ª feira, dia 24, às 14h45. O total de votos apurados foi de 152.
SONDAGEM:
Recorde-se a questão que estava em votação (**):
"NA GUINÉ, DURANTE A COMISSÃO, UTILIZEI OS CTT PARA TELEFONAR PARA CASA"
1. Sim, em Bissau > 39 (25,7%)
2. Sim, fora de Bissau > 19 (12,5%)
3. Sim, em Bissau e fora de Bissau > 11 (7,2%)
4. Não, nunca utilizei > 83 (54,6%)
5. Já não me lembro > 0 (0%)
Votos apurados: 152 (100,%)
Encerramento: 24/7/2015, às 14h45
B. Comentário do editor:
(*) Vd-poste de 15 de março de 2006 > Guiné 63/74 - P611: Memórias do antigamente (Mário Dias) (3): O progresso chega a Bissau
(**) Vd. poste de 22 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14919: Sondagem: Resultados preliminares (n=115) a dois dias de encerrar a votação: menos de metade da malta (47,8%) utilizou os CTT para telefonar para a casa (leia-se: metrópole). Mesmo assim, parece que era mais fácil em Bissau, capital do território, do que no mato...
1. Sim, em Bissau > 39 (25,7%)
2. Sim, fora de Bissau > 19 (12,5%)
3. Sim, em Bissau e fora de Bissau > 11 (7,2%)
4. Não, nunca utilizei > 83 (54,6%)
5. Já não me lembro > 0 (0%)
Votos apurados: 152 (100,%)
Encerramento: 24/7/2015, às 14h45
B. Comentário do editor:
(i) como sempre, estes resultados das nossas sondagens "on line" têm que ser lidos e interpretados com cautela, uma vez que não estamos a trabalhar com uma amostra representativa da população metropolitana que esteve na Guiné, entre 1961 e 1974, em comissão de serviço militar;
(ii) parece-nos haver uma sobrerrepresentação dos que "utilizaram os CTT para telefonar para a casa" (à volta de 45%);
(iii) um em cada quatro de nós terá feito (uma ou mais chamadas telefónicas) em Bissau, onde se localizava a central dos CTT e onde, em princípio, era "mais fácil" ligar para o exterior do que nas relativamente poucas povoações do interior onde havia estações dos CTT; em qualquer dos casos, era preciso "marcar dia e hora", tanto em Bissau como no "mato";
(iii) um em cada quatro de nós terá feito (uma ou mais chamadas telefónicas) em Bissau, onde se localizava a central dos CTT e onde, em princípio, era "mais fácil" ligar para o exterior do que nas relativamente poucas povoações do interior onde havia estações dos CTT; em qualquer dos casos, era preciso "marcar dia e hora", tanto em Bissau como no "mato";
(iv) na metrópole, nesse tempo, ainda havia poucos lares com telefone fixo; e mesmo em Bissau, nem todas as casas comerciais tinham telefone: de acordo com uma amostra de 1956 eram ainda poucas, embora a maior parte já tivesse caixa postal e endereço telegráfico;
(v) já aqui perguntámos quem ainda se lembra do tarifário dos CTT: quanto custava uma chamada telefónica (via Marconi,) para a metrópole, por minuto ?
(vi) e já agora onde é que havia estações dos CTT na Guiné, no nosso tempo (algumas já foram aqui citadas: Bissau, Bolama, Bafatá, Mansoa, Nova Lamego, Bambadinca, Catió...); presuminos que também houvesse balcões dos CTT noutras sedes de circunscrição como São Domingos, Farim, Bissorã; duvido que houvesse em Fulacunda; deveria haver CTT em mais um ou outro posto administrativo (caso de Contuboel, por exemplo, embora já não me lembre).
Mandem-nos um "bate-estradas" com fotos e histórias ligadas aos CTT - Correios, Telégrafos e Telefones. (Para saber mais sobre a origem e evolução dos CTT, ver aqui: falta-nos contudo imformação e conhecimento sobre o seu desenvolvimento na Guiné, na época colonial). (***)
Guiné, Bissau > 1956 > Casa António Pinto: Endereço telegráfico: Apinto; telefone 123; caixa postal 24. Anúncio reproduzido, com a devida vénia, de Turismo - Revista de Arte, Paisagem e Costumes Portugueses, jan/fev 1956, ano XVIII, 2ª série, nº 2.
_______________
Notas do editor:
(v) já aqui perguntámos quem ainda se lembra do tarifário dos CTT: quanto custava uma chamada telefónica (via Marconi,) para a metrópole, por minuto ?
(vi) e já agora onde é que havia estações dos CTT na Guiné, no nosso tempo (algumas já foram aqui citadas: Bissau, Bolama, Bafatá, Mansoa, Nova Lamego, Bambadinca, Catió...); presuminos que também houvesse balcões dos CTT noutras sedes de circunscrição como São Domingos, Farim, Bissorã; duvido que houvesse em Fulacunda; deveria haver CTT em mais um ou outro posto administrativo (caso de Contuboel, por exemplo, embora já não me lembre).
Mandem-nos um "bate-estradas" com fotos e histórias ligadas aos CTT - Correios, Telégrafos e Telefones. (Para saber mais sobre a origem e evolução dos CTT, ver aqui: falta-nos contudo imformação e conhecimento sobre o seu desenvolvimento na Guiné, na época colonial). (***)
Guiné, Bissau > 1956 > Casa António Pinto: Endereço telegráfico: Apinto; telefone 123; caixa postal 24. Anúncio reproduzido, com a devida vénia, de Turismo - Revista de Arte, Paisagem e Costumes Portugueses, jan/fev 1956, ano XVIII, 2ª série, nº 2.
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(**) Vd. poste de 22 de julho de 2015 > Guiné 63/74 - P14919: Sondagem: Resultados preliminares (n=115) a dois dias de encerrar a votação: menos de metade da malta (47,8%) utilizou os CTT para telefonar para a casa (leia-se: metrópole). Mesmo assim, parece que era mais fácil em Bissau, capital do território, do que no mato...
(***) Vd. jornal Público, 4/12/2013 > CTT: uma empresa onde se lê a história do país, por Ana Brito, de que se reproduz com a devida vénia o seguinte excerto:
(...) O ano de 1911 ficou marcado pela constituição da Administração-geral dos Correios, Telégrafos e Telefones, com autonomia financeira e administrativa. Um formato que se manteve no Estado Novo, que apostou na criação de estações dos correios em todo o território nacional. Depois da revolução que resultou da introdução do comboio, seguiu-se a flexibilidade proporcionada pelo automóvel. As auto-ambulâncias entraram em funcionamento em 1952, criando-se um modelo de estações itinerantes que perdurou até à década de 80 do século XX.
(...) O ano de 1911 ficou marcado pela constituição da Administração-geral dos Correios, Telégrafos e Telefones, com autonomia financeira e administrativa. Um formato que se manteve no Estado Novo, que apostou na criação de estações dos correios em todo o território nacional. Depois da revolução que resultou da introdução do comboio, seguiu-se a flexibilidade proporcionada pelo automóvel. As auto-ambulâncias entraram em funcionamento em 1952, criando-se um modelo de estações itinerantes que perdurou até à década de 80 do século XX.
Na década de 60 a troca de correspondência com o estrangeiro, e em particular para África, passou a fazer-se de avião. Foi precisamente nesta década que o número de utentes aumentou vertiginosamente, criando novos graus de exigência.
Assim, em 1970 os correios passaram a empresa pública, CTT – Correios e Telecomunicações de Portugal, que nesta época englobava, além do serviço postal, a actividade telefónica e telegráfica. Nessa época era a terceira maior empresa do país em volume de vendas e a maior empregadora nacional, com mais de 45 mil empregados.
Nos anos seguintes a empresa viveu outro marco histórico, que foi a introdução, em 1978, do código postal de quatro dígitos (que passariam a sete em 1998) que facilitaram a identificação dos concelhos dos destinatários da correspondência, permitindo ultrapassar problemas de endereçamento e toponímia. Muitos se lembrarão do slogan “Código Postal, Meio Caminho Andado”, mas poucos saberão que essa foi uma das campanhas de comunicação mais caras divulgadas até à data em Portugal. (...)
Nos anos seguintes a empresa viveu outro marco histórico, que foi a introdução, em 1978, do código postal de quatro dígitos (que passariam a sete em 1998) que facilitaram a identificação dos concelhos dos destinatários da correspondência, permitindo ultrapassar problemas de endereçamento e toponímia. Muitos se lembrarão do slogan “Código Postal, Meio Caminho Andado”, mas poucos saberão que essa foi uma das campanhas de comunicação mais caras divulgadas até à data em Portugal. (...)
8 comentários:
Atenção...! Atenção...! No Posto Administrativo de Empada, havia um Balcão dos CTT no qual por várias vezes telefonei para os meus familiares e pela módica quantia de 100$00 (Pesos) por período de 3 minutos. A chamada tinha que ser marcada (dia e hora) com aviso ao receptor e confirmada a quem solicitava.
Obs: Por intermédio do Balcão do Posto Administrativo de Empada (via telefone), foi solicitado à Rádio PFA para a passagem de um "disco pedido" e como foi dito que era do interior passaram-no de imediato (coisa rara).
Com Um Abraço
Arménio Estorninho
Obrigado, Arménio, ficamos a saber que Empada, que era posto administrativo (, sendo a sede da circunscrição em Fulacunda, região de Quínara) tinha balcão dos CTT... E que se pagava 100 pesos por uma chamada de 3 minutos para a metrópole... "Módica" quantia é que não era... Era o preço de uma garrafa de uísque velho, ou o equivalente a 4 refeições em Bafatá, no restaurante A Transmontona (bebidas incluíudas).
Fulacunda perdeu importância com a guerra, e hojé é Buba a capital da região de Quínara. Buba também devia ter balão dos CTT tal como Tite.
Olá Camaradas
Aquela rua à direita do edifício dos CTT era onde se situava o MNF, em 1968 liderado pela Srª D. Mariana Mayer de Brito.
Um Ab.
António J. P. Costa
Pois é Luís
Não se trata de uma 'amostra representativa', de facto, mas dá indícios.
De facto, quem estava em Bissau tenha, aparentemente, mais facilidade, em tudo, incluindo a utilização dos serviços dos CTT.
Como já disse em comentário anterior, utilizei os serviços telefónicos dos CTT algumas, poucas vezes. Nem me lembrava como se processava e só agora ao ler o que foi sendo escrito recordei que sim, de facto era necessário, "marcação prévia". Não me recordo o custo, mas não era barato, não senhor.
Do 'outro lado' não havia telefone em casa. Era para uma loja comercial em Vila Franca que a chamada seguia.
Recordo também que a Estação dos CTT de Bissau tinha bastante movimento, de quê, exactamente, não me recordo, mas pelo menos tenho ideia de ver bastantes pessoas no interior a utilizarem os serviços.
Hélder S.
Carlos Amigos e Camaradas
Ainda a sondagem s/ quem fez chamadas telefónicas da Guiné para casa.
Passou-me em falso o período para responder...mas já agora ainda me atrevo a dizer que eu fiz uma e de uma estação dos CTT que não vi mencionada, Teixeira Pinto, estava eu, então, destacado no Pelundo com meu pelotão (o 1º Pelotão da CCAÇ 1566)Uma das nossas missões era patrulhar a estrada entre o Pelundo e Teixeira Pinto o que aproveitávamos para no caminho encher 2 ou 3 bidons de água para beber e tomar banho.
Certa vez, numa dessas deslocações fui até Teixeira Pinto onde alguém me informou da possibilidade de, por marcação do dia e hora, fazer na Estação dos CTT uma chamada para casa. Assim fiz. Marquei o dia e a hora...só que nesse dia - já não sei porquê - não me foi possível deslocar a Teixeira Pinto. Como em casa foram avisados de que eu ia telefonar toda a minha gente aguardava o telefonema, que não fiz, à volta do telefone. Parece que ao não receberem nenhum telefonema meu ficaram em pânico.
Por mim, voltei a marcar outro dia e lá consegui telefonar.. mas jurei para nunca mais pregar sustos desses à minha família.
Desta pequena história fica a mensagem de que em TEIXEIRA PINTO havia Estação dos CTT e o registo constante sobressalto com que as nossas famílias andavam por cá.
Forte e amigo abraço para todos
Leão Varela
Caro Luis Graca,
Em Contuboel nao existe nenhum predio dos CTT, mas eh possivel que tenha funcionado um balcao para o efeito. Mesmo depois da independencia e durante muito tempo a comunicacao com o exterior pelos correios e especialmente via telefone, com marcacao previa, fazia-se em Bafata.
Com um abraco amigo,
Cherno AB
Obrigado, Cherno, passei umas escassas sete semanas em Contuboel, em junho e julho de 1969, dando instrução de especialidade aos futuros militares guineense da CCAÇ 12... Esse tempo foi escasso não para recolher e guardar toda a informação sobre Contuboel, terra de que tenho saudade...
Como Contuboel era posto administrativo, podia ser que tivesse estação dos CTT, a exemplo de Bambadinca e de Empada. Mas, segundo dizes, nunca teve. Tenho aqui um amigo e vizinho fula, que era de Contuboel, foi 1º cabo no nosso exército, de seu nome António Baldé, pai da Alicinha que não chegou aos 5 anos de vida...
Cherno Balde
29 jul 2015 09:54
Caro Luis,
Realmente, sete semanas eh pouco tempo e para alem disso os tempos eram outros.
Contuboel e Bambadinca eram postos administrativos, hoje sectores, mas a posicao geografica de Bambadinca sempre foi mais privilegiada.
Um abraco amigo,
Cherno AB
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