Guiné > Região de Tombali > Gadamael > CART 494 (de 17/12/1963 a 28/5/1965) > A equipa de futebol... Em 21/2/1964, o 3º Gr Com instalou-se em Ganturé em 21/2/1964.
Guiné > Região de Tombali > Setor de Catió > Ganjola > CART 494 (de 17/9/1963 a 15/12/1963) > O primeiro aquartelamento
Fotos (e legendas): © Alexandre Coutinho e Lima (2013). Todos os direitos reservados [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Mensagem do nosso camarada [Alexandre] Coutinho e Lima, cor art ref, ex-cap art cmdt da CART 494, Gadamael e Ganturé, 1963/65; adjunto da Repartição de Operações do COM-CHEFE das FA da Guiné, 1968/70; e ex-major art, cmdt do COP 5, Guileje, 1972/73),
Data: 29 de agosto de 2016 às 19:20
Assunto: P 7186 - 28 OUT 2010 - Memória dos lugares (105): Gadamael e as suas unidades de quadrícula
Caro Luis
Antes de mais um grande abraço, pois há bastante tempo que não temos tido contacto.
Aproveitando este magnífico tempo, aqui no Norte, tenho navegado no nosso blogue. revendo alguns aspectos relativos a Guileje e Gadamael. Hoje "esbarrei" no poste P7186 do já longínquo ano de 2010.(*)
Nele é referido, com alguma incerteza, que a CART 1659 (67/68), poderá ter sido a 1ª. Companhia de quadrícula em Gadamael. Ora isso não corresponde à verdade. Com efeito, a primeira Companhia, naquela localidade, foi a CART 494, que eu tive a honra de comandar.
A Companhia chegou a Bissau em 22 de julho de 1963 e desde 17 de setembro até 15 de dezembro de 1963 esteve a passar umas "férias" em Ganjola (Norte de Catió, onde estava a sede do BCAÇ 356). O PAIGC ficou "tão contente", com a nossa chegada, que nos proporcionou, no próprio dia da chegada uma sessão de fogo de artifício diurno, que começou pelas 16h30; como certamente
pensaram que nós não tínhamos ficado totalmente satisfeitos, repetiram com uma sessão nocturna, por volta da 22g30.
A CART 494 foi a primeira tropa em Ganjola, onde construíu o primeiro aquartelamento, partindo do nada.
Transportada em 2 batelões (um motor) civis da Casa Gouveia (CUF) e no navio motor BOR da Armada, a Companhia fez a viagem de Ganjola para Gadamel, nos dias 15 e 16 de dezembro de 1963, tendo desembarcado em Gadamael Porto em 17.
Em 21 de fevereiro de 1964 o 3ª Grupo de Combate da Companhia ocupou a localidade de
Ganturé, ficando assim a Companhia responsável pelos dois aquartelamentos, os quais construiu, de raiz.
Em Gadamael, construiu também a pista de aviação,apenas com pá e picareta e algumas cargas de trotil para desfazer os inúmeros morros de baga baga.
A CART 494 foi rendida em Gadamael / Ganturé, em 28 de maio de 1965, pela CCAÇ 798.(**)
No historial das Unidades que estiveram em Gadamel, falta preencher o período de 65 a 67.
Um abraço amigo,
Coutinho e Lima
_________________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 28 de outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7186: Memória dos lugares (105): Gadamael e as suas unidades de quadrícula (Luís Graça / Daniel Matos)
(**) Último poste da série > 10 de agosto de 2016 > Guiné 63/74 - P16376: Memória dos lugares (342): Galomaro e as suas lavadeiras (António Tavares, ex-Fur Mil SAM do BCAÇ 2912)
5 comentários:
Quando cheguei em Gadamael em meados de 70,e onde passei a maior parte da minha comissão de serviço, a CART 2470 tinha acabado de evacuar Ganturé.
Sim, eu sei que "a posteriori",é facílimo ver os erros;
parece que abandonar os quartéis de fronteira (Sangonhá, Cacoca,Mejo...)foi um grande erro estratégico, deixando extremamente vulneráveis Guileje e Gadamael.
Forte abraço a todos.
Vasco Pires
Ex-soldado de Artilharia.
Digo, CART 2478.
Também lá estive um mês com meu pelotão da CCAÇ 728 em 1965
Aquartelado na casa do Sr. Brandão comerciante de tudo, e da sua companheira nativa, uma rica senhora negra...
Os cenários de cada dia
Cada dia se monta um cenário novo
Diante de nossos olhos.
Tudo de novo,
Do palco ao fundo e cortinados.
É deslumbrante o céu com nuvens brancas,
Voando leves.
Montanhas de cumes brancos
Escorrendo verde.
E os vales tapados duma poalha nívea.
Tudo num movimento silencioso e lento,
Se vai mudando.
O sol nasce já dominando rei.
Semeando luz.
Tingindo a cores um quadro belo.
Imenso e rico.
Vê-se um rio sussurando ao fundo.
Beijando aldeias e seus campos,
Forjas do pão.
Sobem rebanhos pela encosta alta,
Em declive ao longe.
Dos telhados rubros se evolam golfadas de de fumo em chama.
Pelas barrocas e pelos caminhos,
Cirandam os carros de boi
De fueiros em riste,
Para encher de feno.
Pelos campos há lavradores curvados
E lavradeiras de foice em punho,
Fazendo erva aos montes.
Trinam os sinos a cada hora
Pelas aldeias fora.
Doseando o tempo às mãos cheias.
Dos longes vêm os silvos das fábricas
Chamando obreiros.
Pelas veredas que levam à escola,
Correm meninos de sacola às costas.
Mesmo assim, jogam o pião.
Se abrem janelas, de par em par.
Para que o sol entre
E abençoe os lares.
E o passaredo que não vai à escola,
Gastam seu dia em voos loucos.
Assim, de graça,
Mais um dia passa...
Mafra, 2 de Setembro de 2016
8h52m
ouvindo " Claire de Lune"
Jlmg
Olá Camaradas
Parece-me que tem vindo a ser descoberta a "pré-história" da guerra da Guiné, isto é, o tempo das unidades de dois e três dígitos.
Parece-me que seria boa ideia vermos, entre outras coisas, como foi feita a reocupação do 2TO daquela PU" com pouquíssimas unidades distribuídas talvez à medida que a ameaça se ia materializando...
Uma proposta (sem inquérito com 6 hipóteses) aos redactores.
Um Ab.
António J. P. Costa
não era este o poema quequeria associar a Ganjola. Era um sobre a companheira nativa do Sr. Brandão, comerciante desterrado de Portugal pelo tribunal
A Senhora Sexta-Feira.
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