sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Guiné 63/74 - P16542: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (38): Ajuda para reportagem da SIC, antigos militares fotocines que tenham gravado as mensagens de Natal da RTP... precisam-se! (Madalena Durão, produtora)



1. Mensagerm de Madalena Durão, Produtora da SIC

Data: 26 de setembro de 2016 às 15:24

Assunto: SIC - ajuda para reportagem

Muito bom dia,

Contacto-o por indicação do administrador da página do Facebook Guerra Colonial Portuguesa 1961-1974.

Sou produtora na SIC informação. Neste momento estamos a preparar uma reportagem sobre repórteres da guerra colonial para a rubrica "Perdidos e Achados".

É uma rubrica emitida aos sábados no Jornal da Noite que procura saber que o que é feito de pessoas, locais,  acontecimentos que tenham marcado o país em determinada altura. Na sequência deste trabalho, venho pedir a sua ajuda para encontrar algum militar fotocine que tenha gravado as mensagens de Natal da RTP, para nos ajudar a perceber qual o seu papel, assim como algumas histórias que possa acrescentar à nossa reportagem.

Agradeço a colaboração,

Com os melhores cumprimentos
Madalena Durão
Produtora


2. Resposta do editor LG:

Madalema: Estive quase dois anos na Guiné, entre 1969/71, numa companhia africana, sempre no mato, e nunca vi nenhum bicho chamado "fotocine"... e muito menos equipas da RTP por altura do Natal...

Em todo o caso, no nosso blogue, pode encontrar uma referência a Vicente Batalha que foi Comandante do Departamento de Fotografia e Cinema 3011 (Angola, 1972/74), tendo tido em Mafra (EPI) instrutores ligados ao cinema como Jorge Botelho Moniz, Lauro António e Fernando Matos Silva... Tentem contactá-lo, vive em Santarém.

Caso a Madalena não veja inconveniente, vou publicar um poste com o seu pedido. Pode ser que apareça algum fotocine ou alguém que tenha conhecido um fotocine no teatro de operações da Guiné... O nosso blogue tem uma grande audiência e temos também uma página no Facebook.

Veja aqui uma história passada com uma equipa da RTP que foi gravar as mensagens de Natal num aquartelamento junto à fronteira com o Senegal:

Por outro lado, temos um camarada nosso, Constantino (ou Tino) Neves que aparece num vídeo de Natal da RTP... Vou-lhe dar conhecimento do seu pedido... mas é pouco provável que ele se lembre do nome do fotocine. Ele vive na Cova da Piedade, Almada.


Sobre o Natal na guerra, temos 189 referências... O Jorge Félix, por exemplo, que foi piloto de helicóptero, na BA 12, Bissalanca (1968/70), lembra-se de um operador da RTP, Serra Fernandes, que virá a encontrar mais tarde justamente na RTP. Hoje 
é natural que há esteja reformado (*).

Enfim, Madalena, aqui tem alguns contributos do nosso blogue em resposta ao seu pedido.(**).

Boa saúde, bom trabalho. E obrigado por se lembrar destes portugueses que pertencem a uma espécie em vias de extinção...

Boa pesquisa, boa sorte. LG
Luís Graça

PS - Ainda sobre os "fotocines", a tal dúvida que me persegue e que pus ao Fernando Matos Silva, numa sessão na Cinemateca, há uns meses, em que ele apresentou o seu filme "Acto dos Feitos da Guiné" (1980):

A minha dúvida é a de saber se os destacamentos de fotocine se limitaram a levar cinema aos quartéis do mato e a produzir programas de rádio ou a gravar as famosas mensagens de Natal e Ano Novo... ou se também "fizeram cinema" (atualidades de guerra, documentários, etc.), para além da "cobertura" de acontecimentos protocolares e propagandísticos...

E, se sim, por onde pára hoje esse material... que ninguém lhe põe a vista em cima, à parte os (poucos) documentários produzidos pela RTP no longo período em que decorreu a guerra colonial (1961-75)?

Ele, sim, foi "fotocine"... Mas não tenho o seu contacto. Conheci-o através da Catarina Laranjeiro, jovem cineasta... Talvez contactando a RTP, a Cinemateca... Veja mais sobre ele, neste sítio, da UBI
_________________

Notas do editor:


6 comentários:

Unknown disse...

Quando estive em Cameconde (68/69), conheci um fotocine de nome Esteves Pinto que estava lá
a cumprir um castigo. Creio que a profissão dele era escritor/jornalista e vivia no Porto.
Saudações - J.D.Faro

Anónimo disse...

Caro Luis
Quando a nossa Companhia (412) foi formada, 24 de Setembro de 1962 (Chaves)
foi chamada de Companhia Caçadores Independente nº 412, aliás como a 411 e
mais outras três Companhias, pela simples razão de que tinham pessoal de
todas as especialidades; carpinteiros, pedreiros, alfaiate, cozinheiros, etc,
e até fotocine. Era o 1º Cabo-Fotocine, Virgilio Albino Casaca Barradas, natural de Lisboa. Que tinha a categoria de fotocine, mas material foto e cine, só
o que era dele, pois na vida civil era fotógrafo. Na Guiné serviu apenas como
atirador como os outros.Infelizmente ele já faleceu, há alguns anos com um
tumor no pâncreas. Mas a curiosidade maior é a sua viúva(D.Antónia) e suas
filhas, genros e netos continuam, a honrar-nos, todos os anos, com a sua
presença nos nossos almoços comemorativos.
ab
Alcidio Marinho
C.Caç 412

José Botelho Colaço disse...

Pelo comentário do Alcidio Marinho leva-me a crer que nos primeiros anos da guerra as companhias eram contempladas com um foto-cine.
Também a C.caç. 557 tinha um 1º cabo foto-cine apareceu lá no Cachil passados aí uns 3 meses já depois de concluída a operação tridente, mas de material para exercer a especialidade nada e durante a comissão também não recebeu, ainda hoje me interrogo para que servia aquela especialidade sem material para exercer "publicidade enganosa".
Mas como eu tinha uma máquina fotográfica fomos grandes amigos até conseguimos fazer um pequeno estúdio de revelação dentro do posto rádio onde eu por inerência da especialidade cumpria 12 horas seguidas de serviço.
O capitão como ele não era atirador também não o escalava nas saídas para o mato.
Não veio connosco ficou a trabalhar na foto ó Serra em Bissau e por lá faleceu ainda novo + ou - entre os 50 e 60 anos de idade. Colaço C. caç. 557

Anónimo disse...

Tenho 25 minutos de mensagens de Natal do ano de 1970 do meu Batalhão de Caçadores 2893, e elementos de outras Companhias e Pelotões agregados ao Batalhão, mas a RTP na cassete VHS que me vendeu, não fazia qualquer referência de quem fez a reportagem, e eu na altura não fiquei a saber os nomes dos elementos da RTP que estariam a fazer a reportagem, por essa razão não poderei ajudar a Sra. Produtora Madalena Durão.
Mas estarei à disposição da Sra. Produtora para algo que seja necessário.
Abraços.
Tino Neves

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Espantoso!,,, Obrigado ao Alcídio Marinho e ao Zé Colaço, por essa revelação, a da existência de 1º cabo fotocine nas primeiras companhias que foram para a Guiné,,,O que podia fazer um fotocine sem o devido equipamento, no mínimo uma máquina de fotografia, um gravador, uma cãmara de 8 mm,,,?

Era interessante descobrir algum fotocine desse tempo... LG

Anónimo disse...

Madalena Durão
3 out 2016

Bom dia Luís,

Já consegui alguns contactos.
A reportagem vai para o ar no dia 29 de outubro.

Agradeço a colaboração,
Cumprimentos
Madalena