O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa reuniu-se, em Havana, com o antigo Presidente cubano, Fidel Castro, um encontro que durou cerca de uma hora.
1. Mensagem do nosso camarada Manuel Luís Lomba (ex-Fur Mil da CCAV 703/BCAV 705, Bissau, Cufar e Buruntuma, 1964/66) com data de 5 de Novembro de 2016, trazendo, para publicar, uma carta aberta ao Comandante Supremo das Forças Armadas Portuguesas, Presidente da Rerpública Marcelo Rebelo de Sousa.
[ Foto à direita: Manuel Luís Lomba, residente em Barcelos, autor do livro "Guerra da Guiné: A Batalha de Cufar Nalu". Barcelos: Terras de Faria, 2012, 340 pp. (Email: terrafaria@iol.pt)].
CARTA ABERTA - 14
Espécie de carta aberta ao nosso compatriota Marcelo Rebelo de Sousa:
Excelência:
Como Presidente da República e Comandante Supremo das FA Portuguesas, prescindiu do meu respeito!
Como é de boa prática, faço uma declaração de interesses. Não votei no jurista e mediático comentador Marcelo, por o considerar uma flor da estufa social de Lisboa-Cascais; votei no engenheiro e trabalhador Henrique Neto, por o considerar uma espécie de esteva no resto da paisagem.
A minha geração deu em escrutinar o currículo militar aos “valores emergentes” do 25 de Abril. Em 1974, Marcelo, filho de ministro, tinha 26 anos e sem assentar praça, quando o povo comum se tornava magala aos 21 anos! Terá sido um dos honrosos refractários de facto, mas não de direito, obviamente…
A curiosidade pela vida militar dos que se promovem ou são promovidos ao topo político não revela tendência militarista. O nosso orgulho de ex-combatentes não é de actores nos palcos da Guerra do Ultramar, mas de camaradas de D. Afonso Henriques, o primeiro soldado de Portugal, 800 anos depois de ele ter fundado a nacionalidade portuguesa e dado à luz a nossa independência política. E sem inibições em manifestar o nosso respeito aos que, movidos por idêntica aspiração, nos deram combate nessa guerra.
Como Presidente da República de plena legitimidade, como o meu ADN é lusitano passei a dedicar o devido respeito e a tributar a minha lealdade a S. Ex.ª, com unhas (os dentes já não são capazes). A romagem de S. Ex.ª a Fátima e a Roma poderá entender-se um acto positivo. É que enquanto Portugal e os Portugueses dedicaram os seus afectos e devoção a Nossa Senhora, de Oliveira, da Conceição ou de Fátima, tornou-se independente, construiu-se, expandiu-se ao Mundo – e foi Império durante 500 anos! Decretada a sua orfandade, os “portuguesinhos” venderam o país e a sua alma, Portugal perdeu tudo – sobretudo a vergonha! – para se tornar um protectorado da União Europeia, dependente e venerador da Troika e da Senhora Merkl…
Que S. Ex.ª vá a Cuba em visita de Estado, são atribuições do seu cargo, e compreensíveis são os sorrisos amistosos e os cumprimentos mediáticos que dispensou ao seu chefe, por maior tratante que tenha sido para com os Portugueses e continue a ser para os cubanos. Ossos do ofício. Mas que vá prestar menagem e veneração ao fossilizado Fidel Castro – e espere um dia para ser recebido por ele – é inadmissível! Porquê? O Presidente da República de Portugal tem obrigação de saber, o dever de sentir e de ter a coragem moral de tomar as dores das ofensas militares ao seu país!
“Quem não se sente, não é filho de boa gente” – sabedoria popular portuguesa.
Reconhecidamente paciente desse complexo de superioridade de revolucionário, o cubano Fidel Castro tornou-se agente da morte, sofrimento e privações do povo cubano, impondo-lhe o culto da sua personalidade e a ditadura ideológica e social, feroz e oligárquica, que o oprime há quase 60 anos! E a estruturação do seu pensamento revolucionário começara por colocar a Humanidade à beira do apocalipse nuclear USA-URSS e a passar 14 anos a matar Portugueses, pelas ofensas militares ao nosso país, por assuntos que não lhe diziam respeito.
No tempo em que andei em perigos e guerras esforçados ao longo da fronteira Leste e Sul da Guiné, com os corajosos e eficientes guerrilheiros do PAIGC, como o seu chefe Amílcar Cabral apregoava já controlar dois terços do território, Fidel Castro tentou convencer o presidente da República da Guiné a ceder o seu país como plataforma da invasão pelo exército cubano. Sekou Touré era verdadeiro inimigo de Portugal, mas ditou:
- Como o Cabral já controla dois terços do território, tens muito por onde lançar a invasão, entre o Geba e o Cacheu…
Enquanto os outros patrocinadores, desde a Europa do Norte, passando pela URSS e satélites, à China e aos Estados Unidos, cooperavam com a guerrilha, mas não autorizavam os seus nacionais a pisar território português, Fidel Castro enviava oficiais e especialistas do exército regular de Cuba, para planear e supervisionar as operações para matar soldados portugueses nas fronteiras da Guiné.
Excelência:
Para atalhar o tema, atente em dois factos, anda bem frescos na memória de milhões de Portugueses e que ainda amarguram os corações de centenas de milhares, imputáveis ao “el comandante en jefe” cubano da sua devoção.
Os ataques massivos contra as tabancas fronteiriças de Guileje, Gadamael, Guidaje, Canquelifá, etc, planeados, supervisionados e desencadeados por elementos do exército regular de Cuba, durante o primeiro semestre de 1973, provocaram cerca de 2000 vítimas portuguesas, entre os nativos residentes e os nativos atacantes, incluindo cerca de 200 soldados portugueses metropolitanos.
É ao exército cubano que os Portugueses e os Angolanos devem, infelizmente com a cumplicidade do MFA português, a materialização da inveja e da sanha internacionalista, que visava a desconstrução da realidade física e social, atingida pelo Estado de Angola, como subempreiteiro por conta dos interesses dos imperialismos – Rússia, Estados Unidos e China. Nos 13 anos da guerra sustentada por Portugal, o progresso económico e social de Angola foi exponencial; nos 16 anos da guerra alimentada pelos cubanos, a destruição económica e o retrocesso civilizacional de Angola bateram no fundo.
E lembramos a sua responsabilidade na desnatação dos quadros, que alavancavam o progresso angolano e das suas vidas - os 800 000 refugiados, que Portugal recebeu sob o eufemismo de “retornados” – como vítimas do maior roubo da História, apenas superado pelo confisco nazi aos Judeus.
Excelência: É devoto de Fidel Castro? Aquela rapaziada do Governo que foi ver os jogos do Campeonato da Europa à borla, também era devota – e da Selecção Nacional! E já fez a sua autocrítica.
Faça como eles…
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Nota do editor
Último poste da série de 16 de julho de 2016 > Guiné 63/74 - P16310: Carta aberta a... (13): ...ao Senhor Presidente da Republica Portuguesa e Comandante Supremo das Forças Armadas (José Martins, ex-Fur Mil TRMS da CCAÇ 5)
35 comentários:
Caro Manuel Lomba, obrigado pela clareza e memória que é preciso não deixar apagar.E que já não somos muitos os que restam, pensam analisam e escrevem.E em nome
dos camaradas que nos deixaram nos teatros de operações de então.Bem Haja por esta
atitude.
P.S.Não esqueço também uma tripulação de ALIII que quando se dirigia em socorro (evacuação de feridos) foi abatida aprisionada e maltratada.Não pelo MPLA não pela
população, mas pelos cubanos que estavam com o MPLa.
Carlos Gaspar-ex-FAP
Caro Manuel Lomba no meu comentário anterior esqueci-me de referenciar que o caso
dos meus camaradas abatidos e maltratados fisicamente e moralmente quando iam em missão de evacuação dos camaradas do exército se passou em Cabinda perto da
fronteira com o ex-Congo francês.
Carlos Gaspar
A carta aberta do nosso camarada Manuel Luís Lomba é um saudável exercício de cidadania e de democracia... Eu não me estou a imaginar a escrever e sobretudo a publicar um carta aberta semelhante, quando fui mobilizado para a Guiné, em maio de 1969, ao então Presidente da República Portuguesa...
Eis, entretanto, como o jornal "Público" deu a notícia do encontro o nosso atual Presidente da República com Fidel Castro, de acordo com a peça da agênica Lusa:
Marcelo Rebelo de Sousa encontrou-se com Fidel Castro em Havana
LUSA 26/10/2016 - 22:43 (actualizado às 23:31)
https://www.publico.pt/politica/noticia/marcelo-rebelo-de-sousa-encontrouse-com-fidel-castro-em-havana-1749004
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, encontrou-se nesta quarta-feira com o líder histórico cubano Fidel Castro, em Havana, durante a sua visita de Estado a Cuba, disse à Lusa fonte da Presidência da República.
Não foram adiantados, por enquanto, quaisquer detalhes deste encontro entre o chefe de Estado português e o antigo Presidente de Cuba.
Marcelo Rebelo de Sousa chegou à capital cubana na terça-feira à noite, já madrugada desta quarta-feira em Lisboa, para uma visita de Estado inédita a Cuba, que termina na quinta-feira.
Fidel Castro, que está com 90 anos, esteve no poder em Cuba durante quase meio século, entre 1959 e 2006, quando se afastou por motivos de saúde.
Durante a última década, Fidel fez poucas aparições públicas, mas tem sido um anfitrião de presidentes e outras personalidades que visitam Cuba.
Nesta quarta-feira, em declarações aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que Fidel Castro assinala “um certo tempo”, lembrando que os jovens da sua geração "acompanhavam à distância" a figura do líder cubano, "uns concordando muito, outros discordando muito".
"Como sabem, eu não era propriamente dos apoiantes, não direi da personagem em si mesmo, mas da política que representava. Em qualquer caso, há na vida personalidades com as quais concordamos ou não concordamos, mas que assinam um certo tempo, isso é um facto", acrescentou.
Questionado sobre se imaginava algum dia encontrar-se com Fidel Castro, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Ah, não, isso eu não imaginava, pois se eu não imaginava ser Presidente da República."
Caríssimo Camarada Manuel Lomba:
Assino por baixo.
Haja sensatez...e um pouco de consideração por nós, não ficava nada mal a este PR.
De:Veríssimo Ferreira
Pois...nem eu pensaria um dia ler o que li. Não concordo nem discordo. Apenas digo que sou LUSO, e pela minha Pátria lutei, luto e hei-de lutar. Ahhh...já agora sou um dos infelizes de Guleje e Gadamael de 1973
Caros Amigos
Concordo com o texto do Manuel Luís Lomba
Este tipo de visita a Cuba faz parte do quotidiano das Relações Publicas entre Estados, já o estabelecimento entre eles de sorrisos e amizades acaba por ser um insulto aos que perderam a vida às mãos de mercenários cubanos, especialmente na Guiné.
Em defesa do nosso Presidente Marcelo de Sousa, acho que, sendo um completo especialista de tudo o que mexe, não deve ter a mínima ideia do que se passou em África, falha da sua Casa Militar que o devia de ter informado.
Fica a pergunta sobre a Casa Militar, será que sabem do assunto?
Também não concordo com o comentário (à laia de desculpa) do Luís Graça no Facebook, onde diz que os cubanos eram poucos…….
Eram poucos mas serviam de cimento aglutinador do PAIGC, de outro modo a guerra tinha-se esgotado num ápice.
Finalmente não concordo com esta dispersão de comentários, uns no FB, outros no Blogue, há que optar.
Eu opto pelo Blogue.
Abraço
AMM
Obrigado Manuel Lomba pelo excelente escrito que nos deixaste.
Somos poucos( cada vez menos...) os que "tratam os bois pelos nomes"...
Começa a enojar-me toda esta falta de pudor que os políticos utilizam.
Primeiro foi a vergonhosa tentativa de limpeza da nódoa asquerosa com que a corja do pós golpada brindou os refractários e desertores e que lamentavelmente pelos vistos continua a acontecer já depois dos precs e de todo esse sabujo comportamento de uns quantos ao serviço da gente das estepes.
O presidente da república insultou os familiares dos que tombaram às mãos dos mercenários cubanos.
Estou farto desta gente sem vergonha na tromba!
Uma vez mais,muito obrigado Manuel Lomba.
Os oito mil e oitocentos mortos ou feridos ,nos 13 anos da Guerra Colonial,não são devidos à ajuda/intervenção (como lhes queiram chamar) ,dos cubanos ,que naquele tempo tinham a mania de querer "libertar" tudo. Os nossos queridos camaradas morreram devido à teimosia e cegueira do ditador Salazar ,que nem sequer admitiu discutir com os representantes desses povos, que com toda a justiça e seguindo os ventos de então ,queriam a independência dos seus países .Factos são factos ,e não há simpatias ou partidarites que possam mudar a História. Quanto ao Presidente da República ,pessoa que não votei,têm-me surpreendido pela positiva ,e está representar-nos com dignidade e muito bem .Fidel Castro ,é das pessoas que indelevelmente marcará também a História do século XX. Já agora para os que não se lembram ,ou nunca quiseram saber,pesquisem a Cuba do ditador Fulgêncio Baptista,e os anos 50 do "bordel" americano em Cuba .Um abraço a todos. Cândido Filipe Cunha ex-furriel-miliciano da CART -11/Caç-11, à qual me orgulho de ter pertencido .
Portugal nunca chegou, que eu saiba, a cortar relações diplomáticas com Cuba, mesmo depois de ter dado asilo político (temporário, na ilha da Madeira) ao Fulgêncio Batista (1901-1973), derrubado pelos "barbudos" do Fidel Castro, em 1959... Por estranho que pareça, vingou o "pragmatismo político" do Salazar...
Para além das relações ralações consulares e diplomáticas, Cuba era um relativamente importante parceiro económico... Por exemplo, era um dos principais importadores da "Casa Hipólito", com sede em Torres Vedras... Recordo-me do prestígio que tinha a "Casa Hipólito", de Torres Vedras, vizinha do meu concelho, Lourinhã,ao tempo da minha adolescência e juventude...
Reproduz-se aqui um poste do nosso camarada Leandro Guedes, da CCS/BART 1914 (Tite, abril de 1967/março de 1969)
BART 1914- Tite, Guiné-Bissau, blog dos ex-combatentes > terça-feira, 7 de abril de 2009 Casa Hipólito, em Torres Vedras
http://bart1914.blogspot.pt/2009/04/casa-hipolito-em-torres-vedras.html
Amigos Como nem só de tropa vive o homem... Enviaram-me hoje uma série de fotos dos anos 50. E uma delas quero partilhar connvosco - um eléctrico a passar no Campo Grande em Lisboa, com um placard de publicidade à Casa Hipólito.
A Casa Hipólito foi a maior industria do século passado, em Torres Vedras. Esta fábrica teve o seu inicio em 1900 como pequena latoaria em Torres Vedras. Foi-se desenvolvendo, chegando a ter nos anos setenta, 1.200 funcionários, sendo um dos seus principais produtos, os fogareiros a petróleo.fogão a petróleo Quem não se lembra destes fogões a petróleo, que cozinharam refeições para muitas gerações por esse Portugal fora, sendo exportados para muitos paises! Eram a coqueluche da época.
E também os Petromax, candeeiros a petróleo e mais tarde a gás, feitos na Casa Hipólito e exportados para todo o mundo, principalmente Africa, América do Sul e Central.
Mas a empresa não resistiu à globalização desenfreada, não se modernizou atempadamente e teve que fechar as portas, tendo nessa altura apenas 300 funcionários. Mas o que me faz falar desta importante industria do concelho, a mais importante, é o facto de por ela terem passado dezenas de homens que serviram nas colónias, tal como nós. Eram homens que ali trabalhavam, iam para o ultramar, regressavam, constituiam familia e todos os seus membros trabalhavam na Casa Hipólito.
Era na altura prestigiante trabalhar na casa Hipólito - os salários eram atractivos, pagos a tempo e horas. Os agricultores passaram a operários da Casa Hipólito, cultivando as suas vinhas em parte-time. O nivel de vida subiu no concelho. Hoje as suas antigas instalações estão transformadas num parque de estacionamento, em prédios de apartamentos e numa grande superficie.
A Casa Hipólito enriqueceu a história do concelho de Torres Vedras, mas com o seu fecho em 1990, morreu um pouco do espirito empreendedor e da cultura industrial nacional, que tanta falta nos faz hoje. Leandro Guedes.
http://bart1914.blogspot.pt/2009/04/casa-hipolito-em-torres-vedras.html
Consulte-se o Instituto Diplomático do Ministério dos Negócios Estrangeiros
País > República de Cuba
Titular do posto:
Luís Filipe Melo e Faro Ramos: apresentou credenciais em 14 de Outubro de 2015.
Relações Diplomáticas:
Portugal mantém com Cuba relações a nível consular desde inícios do seculo XIX.
Portugal mantém relações diplomáticas formais com Cuba pelo menos desde 1929, altura em que o Chefe de Missão em Washington passa a poder também ser acreditado em Cuba.
Primeira Enviatura:
A partir de 1931 o Chefe de Missão em Washington passa a estar efetivamente acreditado como não residente em Havana.
Titulares dos cargos...
(Clicar aqui para saber mais)
https://idi.mne.pt/pt/relacoesdiplomaticas/124-cuba.html
No dia 9 de Fevereiro de 1970 o IN emboscou as nossas tropas, tendo provocado um morto e cinco feridos graves à Cart 2520, um veio a falecer na Metrópole. A C CAC 12 sofreu três feridos. A emboscada foi comandada por cubanos.
Aqui tens, camarada... Éramos 6 grupos de comnate, dois destacamentos,. o (CCAÇ 12) e o B (a tua CART 2520, reforçada pelo Pel Caç Nar 63 do "alfero Cabral")... LG
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9 DE ABRIL DE 2011
Guiné 63/74 - P8071: A minha CCAÇ 12 (16): O 1º Cabo Galvão, ferido duas vezes em 9 de Fevereiro de 1970, segunda feira de Carnaval...Uma violenta emboscada em L em Gundagué Beafada, Xime (Op Boga Destemida)
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2011/04/guine-6374-p8071-minha-ccac-12-16-o-1.html
Amigos e camaradas da Guiné
Estive na Guiné de 19/12/67 a 1/1/70, fui alferes da BAC 1, Bateria de Artilharia de Campanha Nº1, comandei largas dezenas de africanos, das mais variadas etnias, que, entre eles, falavam crioulo pois tinham diferentes dialetos e diversas proveniências. De facto, essas etnias foram-se instalando naquele território, guerreando-se umas às outras. Eram pois, todos eles, povos ocupantes, assim como eram os naturais da Metrópole, mas, eram todos portugueses e falavam a língua de Camões.
Tinham como representantes, régulos que eram devidamente considerados e ouvidos pelo General Spínola com o qual se reuniam para contarem os seus problemas, e, todos, contribuirem para uma Guiné melhor e mais próspera.
A conversa de que os terroristas é que eram os representantes locais é completamente falsa. Os terroristas e suas chefias não eram mais do que representantes de interesses soviéticos, chineses, americanos e de outras nacionalidades, e receberam desses países preparação ideológica e de armamento.
Amílcar Cabral que era de origem caboverdiana e protegia o "clã" caboverdiano e que percebeu que era preferível para a Guiné continuar a ser portuguesa a ser englobada no império comunista soviético foi assassinado por um conjunto de inimigos, que, incluem, não só o KGB, como o Sécou Tourée que tinha inveja por ele ser um estadista de craveira superior, e, também, o João Bernardo Vieira (Nino) que viu na sua morte a possibilidade da sua ascensão dentro do PAIGC. E foi por interesses pessoais e por não representarem o povo da Guiné, que se foram matando uns aos outros, além de muitos terem sido abatidos para se calarem para sempre pois estas verdades eram muito inconvenientes.
Aliás, tanto em Angola como em Moçambique, as guerras entre os partidos resultaram de diferentes interesses a que não foram estranhos as grandes potências fornecedoras de material bélico e as riquezas naturais, nomeadamente o petróleo.
E quanto a eleições e auscultação da vontade dos povos, o que era a grande esperança de Spínola tendo em vista uma comunidade semelhante à Comunwealth, entre a Grã-Bretanha e as suas colónias, e que ficaram prevista nos acordos de Alvor, nunca se puderam realizar porque não eram do interesse da URSS, e, logicamente, do partido que a apoiava, o PCP de Álvaro Cunhal, e que também se encontrava ao seu serviço.
A informação e a desinformação continuam a fazer parte das guerras e era bom que as pessoas tivessem maior consciência da "verdade dos factos" e não embalassem nas conversas dos bandidos e dos traidores...
João José
Os instrutortes cubanos gostavan das emboscadas em L (... Temíveis, vou apanhar outra, ainda pior, em 26/11/1970, já com a CART 2715...)
Eis o relato da ação nessa maldita segunda feira de Carnval:
(...) Próximo da antiga tabanca beafada (Xime 3F7-11), cerca das 13h, as NT sofreriam uma violenta emboscada montada em L e com grande poder de fogo, especialmente de lança-rockets e mort 60. A secção que ia na vanguarda do Dest B [CART 2520] ficou praticamente fora de combate, tendo sido gravemente feridos, entre outros, o respectivo comandante e a praça encarregada da segurança do prisioneiro Jomel Nanquitande que, aproveitando a confusão, conseguiu fugir, embora algemado e muito provavelmente ferido. (O 1º Cabo José António Oliveira Bagio era o encarregado da segurança do prisioneiro, ficou gravemente ferido, vindo a morrer no HM 241 em 20/3/1970).
Devido ao dispositivo da emboscada, quase todos os Gr Com foram atingidos pelo fogo de armas automáticas e lança-rockets (testa e meio da coluna) e mort 60 (retaguarda).
Devido à reacção das NT, o IN retirou na direcção de Poindon e Ponta Varela, tendo ateado o fogo ao capim para evitar a sua perseguição. O incêndio lançaria sobre as NT um enxame de abelhas, obrigando-as a fugir para uma mata próxima onde se trataram os feridos.
Em resultado da acção fulminante do IN, as NT sofreriam 1 morto (Sold Manuel Maria do Rosário) e 7 feridos entre graves e ligeiros, sendo 2 da CCAÇ 12 (1º Cabo Galvão, do 3º Gr Comb, e Soldado Samba Camará, nº 8211816, do 2º Gr Comb, evacuados para o HM 241). Ficaram também feridos os Fur Pestana e os Sold Frade e Pinheiro [, pertencentes à CART 2520]. Ferido ligeiro da CCAÇ 12: Sold Arv At Inf Totala Baldé, nº 82108769. (...)
Não sei se o Pel Caç Nat 63 teve alguma baixa nesta operação... Já em tempos pediu ao Jorge Cabral para confirmar...
Zé Nascimento, aqui vai o resto da história, há dias na vida (e lugares) que não se esquecem, este foi um deles...LG
(...) "Houve uma tentativa por parte do IN de capturar o 1º Cab Bagio. Devido á atenção do Sold Costa, que abriu fogo sobre eles, esse intento foi gorado. O Costa virá a ser ferido por estilhaços de LGFog.
Feito o reconhecimento, não foi encontrado o prisioneiro. Apesar do incêndio provocado pelo fogo pegado ao capim, ainda se conseguiu recuperar parte do material abandonado, na sequência da emboscada e do ataque de abelhas.
Levados os feridos para Gundagué Beafada (ou talvez Madina Colhido, já não posso precisar, por ser mais seguro...), donde foram heli-evacuados, as NT retiraram para o Xime, protegidas por heli-canhão e T-6, e ainda pela artilharia do Xime (que a pedido fez fogo para região a oeste do local da emboscada), tendo chegado ao aquartelamento por volta das 17h, desse dia, 4 horas depois da emboscada." (...)
É preferível este encontro agora, pois mais tarde algum dos dois podia já ter "desencarnado".
Se Castro ainda estiver bem lúcido,como parece, e se informar bem, vai como muita outra gente deglutir sozinho, com os seus botões, uns sapitos.
Palmas para a coragem de Carlos Lomba, mas também para a oportunidade aproveitada do nosso Presidente.
Devagarinho a História está a ser contada, e muitas vezes já é gritada.
Lembro-me de ver durante a Guerra do Ultramar, numa reportagem numa sala de cinema em Luanda, o pai do nosso Presidente actual inaugurar um baile de cerimónia, com a primeira dama do Malawi, e vice-versa, Hasting Banda,presidente do Malawi com a primeira dama de Moçambique.
(Essas coisas não aparecem em guerras do género joaquim-furtado).
Como anda tudo ligado, quero dizer que estamos a falar de dois homens com muitas memórias e nada inocentes.
Meu caro António (Martins Matos):
Dizes tu: “Também não concordo com o comentário (à laia de desculpa) do Luís Graça no Facebook, onde diz que os cubanos eram poucos… Eram poucos mas serviam de cimento aglutinador do PAIGC, de outro modo a guerra tinha-se esgotado num ápice”.
Não desculpo, constato. O período de 1970/72 terá sido o pior de todos da “missão militar cubana” no TO da Guiné… Segundo o insuspeito Ramón Perez Cabrera (“La história cubana en África”, pp. 157/158”), o nº de cubanos (instrutores e médicos) reduziu-se ao minimo em 1971. este terá sido o "annus horribilis" dos cubanos naquela terra verde-rubra...Eram apenas 9 (nove!) no interior da Guiné: o resto estava de “baixa", por doença ou ferimentos, uns ainda em Conacri, outros já evacuados para Cuba… Nove: 5 instrutores e 4 médicos… E destes, 2 vão morrer nesse ano: um, com a patente de sargento, na região de Tombali, em 17/4/1971, na sequência de um bombardeamento da tua /nossa Força Aérea (, creio que nesta data ainda não estavas lá); o outro, por doença (malária): um jovem médico de 35 anos…
O historiógrafo cubano não esconde os desaires do PAIGC, nessa época, em grande parte devido ao sucesso da estratégia de Spínola… Só no final do ano de 1971, Cuba manda, por barco, mais uma centena de “voluntários”, para reforçar o contingente mínimo a que tinha chegada a “missão militar”… Mas destes 100, só 43 vão para as matas da Guiné: são instrutores, médicos e… enfermeiros.
Os restantes fazem parte de uma brigada que fica na Guiné-Conacri a construir uma estrada e um aeródromo (não se percebe quem é o “dono da obra”, se o Sekou Touré, se o Amílcar Cabral…).
Só em 1973, é que os cubanos vão conhecer os seus momentos de glória, om os Strela e depois com a guerra dos 3 G (Guilgaje, Guileje e Gadamael), no desenvolvimento da Op Abel Djassi II... Mas isso é outra história que fica para o Jorge Araújo contar…
Em suma: nâo subestimemos nem sobrevalorizemos os cubanos… Não tenho boas recordações deles, no sector que me coube em sorte, o L1, o famigerado triângulo Bambadinca-Xime-Xitole, e no período em que lá estive (julho de 1969/março de 1971), com os meus “narros” da CCAÇ 12…
Meu caro António, aceita o meu alfabravo de amigo e camarada. Luís
Até que enfim.
Sejas bem-vindo caríssimo amigo e camarada, o único, Cor. Mil. Lukas Titio.
Bem-vindo e logo com um tema destes.
O texto do Lomba é extraordinário, por insólito, evidentemente, por ter seguido
o caminho do popularucho e dando a volta pra não incluir o Cavaco com o Eduardo
dos Santos ou o Chissano.
Agora já não tens desculpas. Já podes enviar fotos e temas da tua autoria para o
nosso blogue.
Cunha, pra começares atira-nos com um comentário da celebre batalha de Sinchã Lali.
Depois, venha o resto a recordar aqueles tempos inesquecíveis.
Ainda sobre este tema, recordo-me de ter visto, aqui no blogue, uma fotografia do
Hélder, que esteve em Piche, em que aparece colado na parede o 'cristo' do séc.XX.
Um grande abraço
Valdemar Queiroz
continuação da meu comentário anterior
Quando classifiquei o Cunha de '0 único' referia-me, naturalmente,
em ele ser o único Cor. Mil.
Abraços
Valdemar Queiroz
Um abraço também para ti ,do Cor.Mil.Lucas-Titio
Além da curiosa opinião do nosso camarada Lomba ,registei também que para o nosso camarada José João ,os Fulas,os Mandingas ,Manjacos,Felupes,Balantas Papéis e outros não eram soldados do PAIGC ,nem queriam independência nenhuma. Eram só agentes infiltrados do KGB e da CIA , e apesar de falarem a Língua de Camões e serem portugueses ,queriam dar de mão beijada aos russos ou aos chineses as grandes riquezas guineenses que era como tu te lembras ,a mancarra o cajú e talvez estivessem já a pensar na exportação dos macacos fidalgos .(Eram tão giros, lembras-te ?)
Ò Queiroz ,quarenta e cinco anos depois ainda ,É obra...
Abraços Cunha
Cândido Cunha. meu camarada de Contuboel (junho/julho de 1969!)...Como é bom ver-te aqui, nas "traseiras" do nosso blogue, nestas "caixinhas de comentários"... Mas o que eu quero é que apareças mais vezes na "montra principal"...
Já tens umas tantas referências no nosso blogue, mas ainda não constas da lista alfabética da Tabanca Grande. Tenho um nº para te dar, o 732. Basta só tu dares o teu OK... Acho que fotos já temos(uma antiga e outra recente), mas podes mandar mais... Fazes falta aqui, falta aqui mais rapaziada da CART 11/CCAÇ 11... Como sabes eu fui da CCAÇ 12, e estivemos juntos quase dois meses...
Aparece. Um alfbravo. Luís Graça
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/search?q=%22C%C3%A2ndido+Cunha%22
Os cubanos sempre combateram na América Latina bem como em África com Kabila no Congo ou com o PAIGC ou MPLA de forma solidária e não como mercenários.
Goste-se ou não se goste Fidel de Castro, ele é um dirigente , que com o pequeno grupo de guerrilheiros, começou uma luta quase sem esperança para derrubar um regime corrupto apoiado pelos americanos , que fazia da ilha um enorme casino e prostíbulo.
Fulgêncio Baptista era um ditador e com uma policia politica, que assassinava a seu belo prazer, um exército que impunha a sua lei por toda a Cuba com acordo do seu vizinho rico.
A forma como ele e Che Guevara transformaram o grupo de guerrilheiros em exército guerrilheiro, que acaba por derrotar o regime militarmente forte. Sobrevive cinquenta anos a um bloqueio criminoso, resiste a tentativas da CIA para o matar, pestes criadas em laboratório lançadas sobre a ilha, e até invasões como da Baía dos Porcos, é pois uma façanha pois pelo que é dito em alguns comentários, ele não tem o apoio do seu povo, nem Santo Padroeiro. acrescento eu.
O presidente Marcelo foi a Cuba e troca abraços e sorrisos. Aqui del rei que choca o camarada, como se as história não estivesse carregada de exemplos de antigos inimigos, que fazem as pazes em em prol do progresso e seguem relações amistosas em prol dos seus povos.
Quando lá estive não gostava que eles lá estivessem. Temia-os no seu potencial e na sua áurea de invencibilidade a nível militar, bem com na suas convicções internacionalistas, que como se sabe custou a vida ao Che e a muitos camaradas dele.
Não regimes perfeitos (mesmo aqui, eu já tenho visto as opiniões em relacção há nossa democracia e loas ao regime antigo que deixam deveras preocupado) mas fechar os olhos há importância que o internacionalismo cubano teve no Mundo em prol dos mais desfavorecidos, penso ser meter a cabeça num buraco e não querer ver mais que a sua verdade.
Um abraço
Juvenal Amado ,Parabéns pelo seu texto.
Obrigado, abraço .
Afinal sempre há partidarite no blogue.Fala-se em factos nos vários teatros de guerra em àfrica, nomeasamente na Guiné.Uma simples carta aberta do Manuel Lomba desencadeou algumas criticas enfim.Nem os nossos adversários de então o PAIGC criticam tanto.Uns dizem que a culpa é do Salazar, outros que Fidel era o libertador
do mundo.O que torna isto ridículo é que os mortos e feridos do nosso lado, foi tudo
culpa nossa.Não devíamos lâ estar (insinuam alguns).E portanto do lado do lado dos cubanos tudo bem.Já agora lembro a quem não sabe que o Che já não estava nas boas graças do Fidel e teve que se fazer à vida para outras paragens.
Carlos Gaspar
Camarada Juvenal Amado
Obrigado pela lucidez do comentário.
Qualquer dia não se pode assinar um acordo de comércio com o nosso inimigo de sempre: a Espanha.
Cada vez há menos pachorra para o patrioteirismo dos eternos vencedores!
É um autêntico cozido à portuguesa de argumentação: o KGB, o Afonso Henriques, as Descobertas o PCP, os cobardes do MFA, o Amílcar Cabral e sei lá que mais?
Mas todos temos direito à livre expressão e ao desenvolvimento de raciocínio lógico...
Um Ab. e mais agradecimentos
António J. P. Costa
Carlos Gaspar, ex-camarada da FAP que passou por Angola (em 1974/75 ?)... Ès bem vindo, e a tua opinião é tida com a mesma consideração das opiniões contrárias à tua...
Não me parece que sejas leitor do blogue de longa data, pelo contrário não usarías um termo, pejorativo, deslocado e até infeliz, como "partidarite"...
Este blogue existe há quase 13 anos e vai a caminho dos 17 mil postes e os 70 mil comentários.. Contam-se pelos dedos os casos que, tirando algum SPAM, foram eliminados comentários (ou rejeitados textos) pelos editores por violarem as nossas regras editoriais (que constam de O Nosso Livro de Estilo)...
Contrariamente ao que se vê e lê pela Net fora, em que os insultos grosseiros e o "ciberbullying" campeiam alarve e impunemente, o blogue dos camaradas e amigos da Guiné têm dado ao longos dos anos um constante e edificante exemplo de bom senso, bom gosto, tolerância, respeito pelas opiniões e sentimentos contrários... Somos também, sem falta modéstia, um exemplo de cidadania na Net...
Se chamas "partidarite" à saudável manifestação de pluralismo de ideias, opiniões e interpretações dos factos, então esse vocábulo não é feliz...A "partidarite" é uma pecha nacional, é uma doença infantil da nossa democracia... Eu, seguramente, e tu penso que também fomos "formatados" por um escola, pública, que nunca valorizou a livre manifestação e expressão, por escrito, do pensamento autónomo...
Em todo o caso, comentar a atualidade política (mas não político-partidária) tem os seus riscos... O Manuel Luís Lomba utilizou o direito, que tem qualquer camarada de armas (da Guiné, de Angola ou de Moçambique, os três teatros de operações da guerra colonial (ou de África, ou do Ultramar, como queiras=, para interpelar o seu /nosso presidente da República e comandante supremo das Forças Armas, a propósito de um encontro (privado...) com Fidel Castro. Mesmo discordando, fê-lo com elegãncia e respeito, fazendo inclusive uma declaração de conflito de interesses...
Os editores não viram razão nenhuma para não publicar a "carta aberta"...
Achas que isto é "partidarite" ?...
Saudações tabanqueiras do editor Luís Graça
Camaradas e Amigos comentaristas:
Ninguém é insusceptível de críticas ou até de hipercríticas. Mas, neste caso, sou alvo de alguma injustiça.
Não questionei a visita de Estado do nosso PR a Cuba, na oportunidade da Feira do Caraíbe, nem tão pouco me é importante se foi ou ainda é fã de Fidel Castro. Confrontei-o, enquanto nosso PR e Comandante Supremo, com a sua falta cometida para com os seus compatriotas: Foi a Cuba em vista de Estado e não em romagem ao ídolo da sua juventude, ora cadáver ambulante e político, com as mãos manchadas de sangue do seu próprio povo mas também de milhares de Portugueses em África - dos que o eram e dos que lutavam para deixar de o ser. E, em Angola, talvez o principal cúmplice de crimes contra os Portugueses e Contra a Humanidade.
São factos acontecimentais, com apenas 40 anos!
Povo que não tem memória, não tem futuro. Os Portugueses têm memória; receio que o seu PR, não...
Ab.
Manuel Luís Lomba
As opiniões são opiniões são como cerejas umas são boas e outras são azedas, mas ninguém está proibido de as ter.
Eu por exemplo em conversa com um angolano, que viveu os tempos conturbados que aqui são retratados, acabei por ouvir da boca dele que os cubanos morreram aos milhares e sem eles Angola não existira.
Pode ser o único angolano grato ao sacrifício cubano, mas pelo o menos há um.
Mas esta conversa começa de forma errada.
Deita-se a culpa pela perca das nossas ex colónias à oposição, aos que fugiram ao seu dever, e à intervenção de combatentes que se solidarizaram com os movimentos de libertação ao Papa. Não se deita as culpas ao atraso em que este país vivia e o subsequente atraso, que as colónias tinham a todos os níveis.
As coisas estavam bem desde que não se fizessem ondas. Assim apresentavam-se uma dúzia de assimilados em posições mais ao menos notórias e escolheram uns tantos jovens, que para cá vieram estudar, que como se sabe foram uns ingratos.
Toda a politica ultramarina esteve errada desde principio. Salazar não quis dialogar com os movimento emergentes e isso acabou na guerra, que de que todos sofremos padecemos. Porque que não foi negociado um período de transicção que facilmente ultrapassaria os anos de guerra sem a perca de vidas nossas e deles. Esse período daria para a formação de técnicos e para o acautelar dos bens e vidas dos colonos. Se haveria sobressaltos era natural, mas quase tudo se teria evitado.
Talvez se deva repensar a quem deitar as culpas.
Nas redes sociais aparecem umas notícias como exemplo que o Fidel Castro é mais rico que a rainha de Inglaterra, já noticiaram a morte dele umas dezenas para mais de vezes, que a filha é a maior prostituta de Miami etc etc etc. Há muito boa gente que acredita e vai logo a correr partilhar.
Fidel de Castro não é nenhum menino de coro mas qual era a solução para aquele país cercado após ter perdido o seu maior aliado que era a URSS.
Volto a repetir há vários culpados mas uns muito maiores que os outros
Luis Graça, para jã as minhas desculpas se fui mal interpretado com a palavra "partidarite" e pelo teu texto tudo indica que sim.Não o quis usar com sentido pejorativo,O que eu quis foi manifestar e dizer que subescrevia inteiramente o que o Manuel Luis Lomba escreveu na sua carta aberta ao PR.Quanto à palavra que foi tida por infeliz (Renovo as minha desculpas), apenas a usei em resposta a alguns camaradas, que parecem concordar com tudo o que os cubanos fizeram em África.E pelos factos já apontados e não escondo, não morro de amores por eles.Já calculava que ao comentar a actuação dos cubanos não seria bemvindo ao
blogue, mas já está.Se tiveres a paciência de reler o meu comentário verás que não
critiquei o Manuel Lomba, apenas me referi à actuação dos cubanos.Já agora na minha
passagem pela Força Aérea estive temporariamente num destacamento de ALIII em Cabinda, e os acontecimentos que referi passaram-se no ano de 1972.
Um abraço
Carlos Gaspar
Um Abraço
Carlos Gaspar
Luis Graça penso que só lestes o meu segundo comentário que é o que tem a malfadada
palavra "partidarite".Mas se vires o primeiro que aliás é o primeiro comentário à carta aberta do Manuel Lomba, verás que é um comentário positivo e não o contrário.
Tive azar em aterrar em terreno pouco propício, se calhar foi por ser de noite e os
ânimos já estarem exaltados.Mas para mim é muito bem feito.Quem me manda a mim descer num terreno de opiniões cruzadas e ao que parece bem quentes.Luis se "achares por bem" manda retirar os comentários.Pois
não quero "guerras" com ninguém.
Um abraço
Carlos Gaspar
Carlos Gaspar. como camarada que és, estarás sempre bem entre nós... O teu comentário não viola as nossas regras editoriais, e eu sinceramente não gosto de usar o lápis azul... Nem me lembro da última vez que o fiz... Orgulhamno-nos de ter aqui um espaço aberto a todos/as, os/as amigos/as e camaradas da Guiné.
Um alfabravo para ti, Luis
Carlos, estimado camarada ex-FAP:
Acabas de nos informar que estiveste "na Força Aérea temporariamente num destacamento de AL III em Cabinda”, e que foi “no ano de 1972” que ocorreram os acontecimentos por ti referidos em 2 comentários acima publicados:
(…) “Não esqueço também uma tripulação de AL III que, quando se dirigia em socorro (evacuação de feridos) foi abatida, aprisionada e maltratada . Não pelo MPLA, não pela população, mas pelos cubanos que estavam com o MPLA”. E depois esclareces, mais à frente, “o caso dos meus camaradas abatidos e maltratados fisicamente e moralmente quando iam em missão de evacuação dos camaradas do exército passou [-se] em Cabinda, perto da fronteira com o ex-Congo francês”.
Por um questão de rigor factual, e de pafrtilha de informação e conhecimento (e não para alimentar qualquer polémica), peço-te para confrontares a tua versão com os dados históricos sobre a “ajuda militar cubana” a Angola, a pedido do presidente Agostinho Neto … Tanto quanto li e sei, foi na véspera da independência que chegaram a Luanda as primeiras contenas de ” instrutores” cubanos...
Tens a certeza que já havia cubanos ao lado do MPLA em Cabinda, em 1972 ? Se sim, eu nunca tinha ouvido falar… Só sabia da sua existência na Guiné, a partir de meados de 1966.
Vd. Aqui, se tiveres pachorra, este artigo:
Sérgio Vieira da Silva - A Intervenção Cubana em Angola Revisitada. "ResPublica : Revista Lusófona de Ciência Política, Segurança e Relações Internacionais", nº 12 (2012), pp. 69-103. [Consulta em 9 de novembro de 2016]. Disponível em http://recil.grupolusofona.pt/bitstream/handle/10437/4306/a_intervencao_cubana_em_angola_revisitada.pdf?sequence=1
Luis Graça, penso que o artigo Tabanca Grande é da tua autoria e tens razão,(não para alimentar polémica) apenas para conhecimento.Porque humor à parte já me destes nas orelhas.Bom o artigo do Sérgio Vieira da Silva (intelectualidades à parte) até gostei e achei interessante.Contudo refere-se à chegada dos cubanos em massa a Angola e daquilo é conhecido oficialmente.
Por uma questão de rigor devo dizer-te que eles em números pequenos já andavam em Cabinda e estariam sediados no então mais conhecido por Congo Brazaville.
O caso dos meus camaradas do helicóptero abatido passou-se perto de Sanga-Mongo bem
perto da fronteira.
Agora não sei dizer se estariam a nível oficial ou não.Mas que já lá andavam jà.
Já tinha sido aprisionado um médico ou enfermeiro cubano, não sei precisar.Mas sabe-se que provavelmente teriam já chegado a partir de 1965/1967.Sabemos hoje que
o Che esteve no Congo-Brazaville por volta de 1965?Se actuavam com conhecimento oficial de Cuba ou não, desconheço.Mas ao que tudo indica o Lúcio Lara do MPLA estaria ligado à guerriha de Cabinda por alturas de 1972, embora sem estar directamente no terreno.
Um abraço
C.Gaspar
Luis Graça, embora já fora do âmbito do comentário anterior ou talvez não.Gostei imenso do povo de Cabinda e lamento que não tenham beneficiado com a independência de Angola.É mais um povo no meio dos interesses das grandes nações.As crianças são quem mais sofre, (tu que és sociólogo) assunto que penso mexer com a tua sensibilidade.È por isso que a política não me diz nada e sou muito desconfiado e não embarco que uns são muito bons e outros muito maus.Sejam russos cubanos ou americanos.Porque com os "amigos" americanos, prefiro os inimigos.Isto para dizer
que não deixa de ser curioso os cubanos "aterrarem" em Cabinda para defender interesses americanos(o caso do petróleo em Cabinda).Bom fico-me por aqui antes que venha para aí algum camarada desancar-me.
Carlos Gaspar
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