Lourinhã > Praia da Areia Branca > 29 de abril de 2017 > Pôr do sol, no mar do Cerro, com a ilha das Berlengas ao fundo,,,
Texto, fotos e legendas: © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição. Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
O deus da guerra
por Luís Graça
Todo os dos dias o sol “se põe”
e todos os dias volta a “nascer”.
Sabemos desde Galileu,
de ciência certa mas feita com emoção,
que a terra gira à volta de si própria
e ao mesmo tempo do sol.
Já tirámos milhões de fotos
de ciência certa mas feita com emoção,
que a terra gira à volta de si própria
e ao mesmo tempo do sol.
Já tirámos milhões de fotos
ao "nascer" e ao "pôr" do sol,
já pintámos milhares de telas,
já construímos centenas de pirâmides,
tentando captar para a eternidade
a magia do sol.
Ou simplesmente fixar a eternidade.
Seres terráqueos, periféricos, frágeis,
somos borboletas,
somos girassóis,
somos borboletas,
somos girassóis,
somos adoradores do sol,
devemos-lhe tudo,
a começar pela vida
na terra.
(Haverá outra ?)
(Haverá outra ?)
A magia do sol
ou o poder do fogo,
princípio e fim da vida:
pergunto-me, o que é que nos atrai,
a nós, (e)ternos amantes,
que vimos à praia
para um derradeiro adeus ao astro-rei ?
a nós, (e)ternos amantes,
que vimos à praia
para um derradeiro adeus ao astro-rei ?
Teme o dia, meu amor,
em que o sol se torne o deus da guerra
e, num acesso de ira,
incendeie o nosso planeta azul.
incendeie o nosso planeta azul.
Praia da Areia Branca,
29/4/2017
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Nota do editor:
Último poste da série > 8 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17329: Manuscrito(s) (Luís Graça) (117): Festa, alegria e folia no XII Festival Internacional da Máscara Ibérica (Lisboa, Praça do Império, Belém, 4-7 maio 2017)... O fascínio da gaita de fole!
29/4/2017
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Nota do editor:
Último poste da série > 8 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17329: Manuscrito(s) (Luís Graça) (117): Festa, alegria e folia no XII Festival Internacional da Máscara Ibérica (Lisboa, Praça do Império, Belém, 4-7 maio 2017)... O fascínio da gaita de fole!
3 comentários:
O Sol esse deus antigo e pagão pode ser o nosso fim, a nossa espada de fogo, a nossa redenção, a nossa purificação pelo fogo sem a necessidade de haver cremação. Durante muitos milhões de anos deu-nos calor deu-nos beleza, deu-nos alegria e vida. Tudo é finito, tudo acaba, tudo morre, até esse deus que nos parecia eterno, mas nem sequer os deuses são eternos.
Gostei do teu poema e das tuas fotos e sinto-me um pagão antigo a adorar esse deus admirável, o Sol.
Um abraço a todos os crentes. Francisco Baptista
Agora e ainda bem, todo o tempo é composto de mudança, já não há Deus da guerra só da paz. Nunca percebi pq haveria de haver um Deus da guerra. Da guerra contra quem e por quê? Então Deus queria guerras? Não podia interferir para resolver as contendas sem guerras? Isto de Deus deixar que os homens resolvam os seus problemas à maneira 'Eu quero lá saber vocês é que sabem' não é lá muito de Deus.
Também nunca percebi: 'Olha que Deus pode te castigar' ou 'Até amanhã se Deus quiser'
Então: Castigar? E se Deus não quiser? Afinal onde está a bondade de Deus.
Nunca me passou pela cabeça de Deus enrascado a atirar a bola para canto em todas estas situações de guerras fratricidas.
Nunca saberemos o que Deus pensa e os homens fazem. Assim também eu.
Mas, nada de religião no nosso blogue, acho bem...mas isto é filosofia baratucha.
Valdemar Queiroz
Obrigado, Francisco, obrigado, Valdemar, pelos vossos comentários... Não, não falamos de religião, mas de mitologia(s)... O culto do deus sol é muito antigo, e está na origem de grande civilizações, do antigo Egito ao império dos Incas...
É fascinante perceber por que é que temos de criar deuses..., à nossa imagem e semelhança, e alguns com os mesmos vícios, sacanices e pecados de nós, seres humanos: são possessivos, são ciumentos, são dominadores, são corruptos (ou deixam-se corromper...), são irascíveis, aõ egoístas, são bipolares, são excessivos a amar e a castigar, são justiceiros... eu sei lá que mais. Nisso os gregos antigos foram mestres...
Eu confesso que sou pagão e adorador do sol como o transmontano Francisco Batista!... Não tenho espírito franciscano, não me dá jeito tratar o sol por irmão sol... E da magia do nascer e do pôr do sol em África não tenho boas recordações, Valdemar... Na Guiné o sol sempre foi o "deus da guerra", era ao lusco-fusco que o PAIGC atacava os nossos quartéis, destacamentos, tabancas, era ao alvorecer que a gente caía em cima deles, nas suas 'barracas' e tabancas do lado direito do Rio Corubal...
Não, não tive a sorte de descorbrir o deus da paz na Guiné, meu caro Valdemar... Recordo contudo o mês e meio que estive contigo no "oásis de paz de Contuboel", sem nunca esquecer que estavamos a preparar os nossos soldados para a guerra...
Abraço para todos. Escrevam poesia, leiam poesia... LG
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