(Que é um largo rio).
Faço de conta
E, gozando, mascaro a minha mágoa.
Claro que sim, meu Major,
Golpe de pé, golpe de mão,
De Badora ao Cuor,
E penso (que cabrão!...)
O Major planeia a promoção.
Eu nada planeio. Adio a Vida
Até poder dizer que não,
Quando não for, a Esperança proibida.
E, gozando, mascaro a minha mágoa.
Claro que sim, meu Major,
Golpe de pé, golpe de mão,
De Badora ao Cuor,
E penso (que cabrão!...)
O Major planeia a promoção.
Eu nada planeio. Adio a Vida
Até poder dizer que não,
Quando não for, a Esperança proibida.
8/9/2018
Aniversário
Vinte e cinco ou mil, conto pelos dedos,
Os anos que vivi, eu não sonhei
Este tempo de angústia e de medos
Que soletro e nunca sei
Que Guerra é esta , onde não estou.
Que rio aquele? Não cheira a Tejo.
Que combate? Combato, mas não sou
E quando olho o espelho, não me vejo,
Aqui em Missirá, escravo e senhor,
Invento-me. E guarda-prisioneiro.
Bebo, fingindo em Alegria, a Dor.
Hoje faço anos... e continuo inteiro.
Que combate? Combato, mas não sou
E quando olho o espelho, não me vejo,
Aqui em Missirá, escravo e senhor,
Invento-me. E guarda-prisioneiro.
Bebo, fingindo em Alegria, a Dor.
Hoje faço anos... e continuo inteiro.
7/9/2018
Mina
Segundos? Um minuto?
O Tempo desta Morte,
Meio corpo evaporado,
Só resiste o olhar.
Quem a terá pisado?
Fui eu que tive sorte
Ou ele que teve azar?
Depois chorar
E para sempre o Luto.
7/9/2018
Há amores que duram vidas, outros meses, outros anos...
Este durou 3 minutos..
Foi em Maio, no Rossio,
eu vi levitar uma rapariga de cabelo azul
e fiquei apaixonado.
Nunca mais a vi, mas fui à Esquadra,
participar o seu desaparecimento.
Durante anos frequentei a Esquadra,
à espera de notícias e nada..
Tornei-me amigo dos Polícias, principalmente do Panças...
participar o seu desaparecimento.
Durante anos frequentei a Esquadra,
à espera de notícias e nada..
Tornei-me amigo dos Polícias, principalmente do Panças...
Um dia disseram-me que o Panças estava no Hospital muito mal.
Fui visitá-lo, estava a morrer, já não falava.
Mas escreveu num papel:
"Eu também vi a rapariga de cabelo azul a levitar no Rossio"...
7/9/2018
Fui visitá-lo, estava a morrer, já não falava.
Mas escreveu num papel:
"Eu também vi a rapariga de cabelo azul a levitar no Rossio"...
7/9/2018
[Seleção, revisão, fixação de texto: LG]
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Nota do editor:
1 comentário:
Em boa hora descortinaste estes poemas Luís
Ao nosso camarada Cabral um obrigado e um abraço
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