Lisboa > Cais da Rocha Conde de Óbidos > T/T Quanza > 8 de janeiro de 1964 > Partida do BCaç 619 para o TO da Guiné > A criança que está no cais de pé no ar é a minha filha Paula Cristina que fazia 2 anos naquele dia. Hoje tem 57 anos e é advogada.
Lisboa > Cais da Rocha Conde de Óbidos > T/T Quanza > 8 de janeiro de 1964 > BCAÇ 619 > A partida... Adeus, até ao meu regresso!
T/T Quanza > BCaç 619 > 8 de janeiro de 1964 > Saída da Barra de Lisboa ao pôr do Sol.
T/T Quanza > BCaç 617 > 9 de janeiro de 1964 > Exercício de salvamento a bordo
T/T Quanza > BCAÇ 619 > A caminho da Guiné > c. 8-15 de janeiro de 1964 > Missa a bordo
T/T Quanza > BCaç 617 > c. 8-15 janeiro de 1964 > Cinema ao ar livre.
Fotos (e legendas): © João Sacôto (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. O João Sacôto {, João Gabriel Sacôto Martins Fernandes, de seu nome completo,] foi alf mil da CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66). Foi Trabalhou depois como Oficial de Circulação Aérea (OCA) na DGAC [Direção Geral de Aeronáutica Civil]. Foi piloto e comandante na TAP, tendo-se reformado em 1998.
Estudou em Instituto Superior de Ciencias Económicas e Financeiras . Andou no Liceu Camões em 1948 e antes no Liceu Gil Vicente. É natural de Lisboa. É casado. Tem página no Facebook (a que aderiu em julho de 2009, sendo seguido por mais de 8 dezenas de pessoas. É membro da nossa Tabanca Grande desde 20/12/2011 (*)
Da mesma companhia, a CCAÇ 617, é o nosso grã-tabanqueiro Carlos Alberto Rodrigues Cruz, ex-fur mil. Do mesmo batalhão, mas da CCAÇ 616 (Empada, 1964/66), temos Joaquim da Silva Jorge ex-al mil, régulo da tabanca de Ferrel, concelho de Peniche.Tal como Francisco Galveia, ex-1º cabo cripto, residente em Fronteira. Da CCAÇ 618 (Binar e Susana, 1964/74) temos o João Pinho dos Santos, ex-alf mil, infelizmente já falecido. Ao todo, temos 5 representantes do BCAÇ 619, na Tabanca Grande, o que está dentro da média: um em cada em camaradas da Guiné apresenta-se ao portão de armas da Tabanca Grande...
2. Começamos hoje a publicar uma seleção de fotos (a cores e a preto e branco) do álbum do João Sâcoto, de inegável interesse documental. Tanto quanto possível vamos seguir uma ordem cronológica e temática, começando hoje pela partida para o TO da Guiné no N/M Quanza, em 8 de janeiro de 1964.
Mas antes convém dizer aqui duas palavrinhas sobre a CCAÇ 617 e o BCAÇ 619
2.1. Do historial do BCAÇ 619 (Catió, 1964/66), destaca-se o seguinte:
(i) foi mobilizado pelo Regimento de Infantaria nº 1, Amadora;
(ii) sob o comando do tenente-coronel de Infantaria Narsélio Fernandes Matias; 2º comandante o major de infantaria Manuel de Jesus Correia; oficial de informações e operações/adjunto, o cap inf Rogério Jorge Vale de Andrade; cmdt da CCS (Companhia de Comando e Serviços ), o capy SGE José Francisco Galaricha;
(iii) a sua divisa era: “Sentinela do Sul”;
(iv) embarca em Lisboa no dia 8 de janeiro de 1964 e desembarca em Bissau a 15, juntamente as suas subunidades de quadrícula: CCAÇ 616, CCAÇ 617 e CCAÇ 618;
(v) em 17 de janeiro de 1964 assume a responsabilidade do Sector F, substituindo o BCAÇ 356;
(vi) tem a sede em Catió e os subsetores de Catió, Empada, Bedanda e Cabedú;
(vii) integrou a Operação Tridente (Ilha do Como, de 5 de janeiro a 24 de março de 1964);
(viii) passou a integrar na sua zona de acção o subsetor de Cachil;
(ix) entre as operações que coordenou destacam-se as operações “Broca”, “Campo”, “Razia” e “Satan”, tendo apreendido 1 metralhadora pesada, 4 ligeiras, cerca de meia centena de espingardas e pistolas metralhadoras, 30 minas e 59 granadas de armas pesadas;
(x) no dia 11 janeiro 1965 o setor passa a ser designado por Setor S 3 e em 17 de janeiro de 1965 passa a incluir o subsetor de Cufar, então criado na sua zona;
(xi) com as populações dispersas, a 17 de março de 1965 iniciou a experiência de reagrupamento de populações, sendo criada a tabanca de Ualala, para o efeito;
(xii) é rendido em 21 de janeiro de 1966, pelo BCAÇ 1858, seguindo para Bissau e ficando a aguardar embarque.
2.2. Quanto à CCAÇ 617:
(i) permaneceu inicialmente em Bissau, como força de reserva do CTIG, colaborando na segurança e protecção das instalações e das populações da área, tendo integrado o dispositivo do BCaç 600 em substituição da CCaç 273.
(ii) em 1 de março de 1964, por troca com a CCaç 414, foi colocada em Catió como subunidade de intervenção e reserva do sector e ficando então integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão, tendo actuado em várias operações realizadas nas regiões de Ganjola, Cobumba, Cufar Nalú, Cabolol e Catunco, entre outras.
(iii) em 22 de setembro de de 1965, por troca com a CCaç 728, assumiu a responsabilidade do subsector de Cachil, onde se manteve até ser rendida pela CCaç 1424 em 16 de janeiro de 1966,, após o que recolheu a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.
(iv) comandante: cap inf António Marques Alexandre.
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(i) permaneceu inicialmente em Bissau, como força de reserva do CTIG, colaborando na segurança e protecção das instalações e das populações da área, tendo integrado o dispositivo do BCaç 600 em substituição da CCaç 273.
(ii) em 1 de março de 1964, por troca com a CCaç 414, foi colocada em Catió como subunidade de intervenção e reserva do sector e ficando então integrada no dispositivo e manobra do seu batalhão, tendo actuado em várias operações realizadas nas regiões de Ganjola, Cobumba, Cufar Nalú, Cabolol e Catunco, entre outras.
(iii) em 22 de setembro de de 1965, por troca com a CCaç 728, assumiu a responsabilidade do subsector de Cachil, onde se manteve até ser rendida pela CCaç 1424 em 16 de janeiro de 1966,, após o que recolheu a Bissau, a fim de aguardar o embarque de regresso.
(iv) comandante: cap inf António Marques Alexandre.
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Nota do editor:
(*) Vd. poste de 20 de dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9240: Tabanca Grande (312): João Gabriel Sacôto Martins Fernandes, ex-Alf Mil da CCAÇ 617/BCAÇ 619, Catió, Ilha do Como e Cachil (1964/66)
Vd. também poste de 14 de dezembro de 2011 > Guiné 63/74 - P9199: O Nosso Livro de Visitas (119): João Gabriel Sacôto Martins Fernandes, ex-Alf Mil da CCAÇ 617/BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66)
7 comentários:
João: belíssimo álbum fotográfico, de uma época em que pouca gente fazia "slides"...
Obrigado por aceitares partilhá-lo a um público mais vasto, incluindo os camaradas da Tabanca Grande... PreObruigado pelo esforço de memória que fizestes, procurando legendá-las uma a a um, seguindo o critério que eu te pedi: data, lugar, nome dos camaradas, etc.
Quando vocês partiram para a Gyuiné, estava a ponte sobre o Tejo em construção... Ver aqui foto do Carlos Cruz:
22 DE JULHO DE 2015
Guiné 63/74 - P14918: Álbum fotográfico de Carlos Alberto Cruz , ex-fur mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió e Cachil, 1964/66)
Ficamos a saber, através do blogue Ships & the Sea .Blogue dos Navios do Mar, editado por Luís Miguel Correia, o seguinte sobre o paquete Quanza:
http://lmcshipsandthesea.blogspot.com/2010/11/paquete-quanza-de-1929.html
(...) O QUANZA foi construído no estaleiro alemão Blohm & Voss por conta das reparações de guerra decorrentes do Tratado de Versailles, como forma de compensar a Nacional [, a Companhia Nacional de Navegação, ] pelo afundamento de diversos navios durante a Primeira Guerra Mundial.
Foi o primeiro navio novo construído para a Nacional desde 1910, quando se perdeu o LISBOA na segunda viagem. Refira-se que o QUANZA foi construído segundo os mesmos planos do LOURENÇO MARQUES, ex-ADMIRAL, de 1906 e portanto era de concepção antiquada para a época...
Na fotografia vê-se o QUANZA com a pintura usada nos primeiros tempos da Segunda Guerra Mundial. Durante este conflito a CNN foi o único grande armador que não perdeu navios por acção de potências beligerantes. (...)
Com a devia vénia ao autor.
João Sacôto:
Que belas fotografias, de slides e a cores, em 1964?
Eu só comecei a fazer slides a cores, no 2º trimestre de 68, até lá só a preto.
Isto é histórico, tudo programado e filmado desde a primeira hora, é obra. Nesse tempo nem máquina fotográfica eu tinha. Vou ficar com inveja, pois estou a ver que este álbum vai suplantar e de longe o meu próprio, mas quero ver tudo. Obrigado.
Só a titulo de remate, gosto sempre de meter isto:
O meu pai, militar de carreira, embarcou para a India no Quanza em 15dez55. Levou mais de um mês a lá chegar. Ainda me lembro da carta que escreveu à minha mãe, dizia na data: «A bordo do Quanza, a caminho da India»
Mais tarde, em 1960, o meu irmão também militar de carreira, embarcou no mesmo Quanza a caminha da India. Viria a ficar prisioneiro de guerra.
Eu fui ao Cais da Rocha de Conde de Óbidos fazer a despedida ao meu irmão, lembro-me muito bem, eu tinha 17 anos e ele 19 anos.
Parabéns por estas fotos históricas, poucos terão tido esse privilégio.
Virgilio Teixeira
A história deste navio também merecia ser contada aqui...
Ficha técnica:
(i) 6.657 toneladas de arqueação bruta;
(ii) 133,5 metros de comprimento e 16 de largura;
(iii) capacidade para acomodar até 429 passageiros nas três classes que oferecia;
(iv) velocidade máxima de 13 nós e meio;
(v) os motores funcionavam a carvão;
(vi) operou sobretudo as rotas de África e da ìndia, mas foi também a Maceu e a Timor;
(vii) a viagem inaugural, com a saída de Lisboa em 20 de Outubro de 1929, teve como destino Angola
Fonte: Herdeiro de Aécio > 22 novembro 2016 > A SAGA DO PAQUETE QUANZA
http://herdeirodeaecio.blogspot.com/2016/11/a-saga-do-paquete-quanza.html
Vale a pena ler o resto da história...
Parabéns, João Sacôto. São imagens históricas do 2º ano de guerra na Guiné, nos primeiros dias da op Tridennte no Como.
Abraço
V Briote
No Cachil eu e o 1º cabo operador foto-cine montamos um nini estúdio de revelação no posto-rádio, claro que o técnico era ele como não conseguia-mos revelação a cores devido aos reveladores, a cores serem muito caros e as condições do estúdio deixarem muito a desejar, a alternativa era colorir à mão ("o tuga desenrasca-se sempre") ainda guardo uma colorida de uma minha madrinha de guerra ficou gira, aliás ela era muito fotogénica. Um abraço.
Obrigado pelos comentários, mas o crédito é do Luis Graça e do Zé Martins que fizeram a edição do trabalho. Eu só dei as fotografias e com algum esforço de memória titulei as ditas.
Um abraço a todos,
JS
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