sexta-feira, 28 de junho de 2019

Guiné 61/74 - P19926: Agenda cultural (691): Convite para a sessão de lançamento do livro "Os cronistas do canal do Geba - O BNU da Guiné", de Mário Beja Santos, dia 10 de Julho de 2019, às 15,00 horas, no Palácio Conde de Penafiel, Sede da CPLP, Rua S. Mamede ao Caldas, 21 - Lisboa



A mais insólita, truculenta informação bancária: 
segredos do BNU na Guiné

Que documentação está ao alcance do investigador da História da Guiné no século XX, ainda no período colonial? Há o acesso ao Arquivo Histórico Ultramarino, também as bibliotecas especializadas como a Biblioteca da Sociedade de Geografia de Lisboa, relatórios de governadores, um acervo de publicações com destaque para os boletins da Escola Superior Colonial ou as revistas da Agência-Geral das Colónias (depois Agência-Geral do Ultramar) e sobretudo o Boletim Cultural da Guiné Portuguesa. Os livros são escassos, depois da independência há uma outra torrente de investigação e não se pode descurar a literatura da guerra, os investigadores guineenses são igualmente indispensáveis.

Mas jazia no então Arquivo Histórico do BNU uma tonelada de papel que se revela completamente distinta da literatura oficial, glorificadora e apologética: os relatórios dos gerentes do BNU em Bolama e Bissau desmontam traquibérnias, denunciam imoralidades, corrupção, a mais aparatosa bandalhice. Estes gerentes, sempre à espreita, legaram uma documentação espantosa, que se revela indispensável para o estudo da colónia da Guiné desde a I República até à independência.

O estudioso vai-se envolver num universo de intrigas, mão-baixa, falências calamitosas, informações detalhadas sobre a economia agrícola, sobre o início da insurreição que conduziu a mais de uma década de luta armada… momentos há em que estes relatos atingem o nível do burlesco, da ópera bufa, e em simultâneo eram enviados para Lisboa dados preciosos sobre a sociedade, a mentalidade colonial, os negócios da mancarra operados pela CUF e pela Sociedade Comercial Ultramarina. Mal sabiam estes cronistas desconhecidos que estavam a processar História (e que histórias!).

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O Autor:

Mário Beja Santos
Licenciado em História, foi alferes miliciano de infantaria na Guiné, de 1968 a 1970. 
Toda a sua vida profissional, entre 1974 e 2012, esteve orientada para a política dos consumidores, sendo autor de mais de três dezenas de títulos relacionados com esta temática.
Foi professor do ensino superior; colaborou durante mais de duas décadas em emissões radiofónicas ligadas à defesa do consumidor, foi autor e apresentador de programas televisivos e teve uma participação ativa no consumerismo europeu.
Colabora em blogues, revistas digitais, na imprensa diária e regional.
Alguns dos seus últimos livros foram dedicados à Guiné: "Diário da Guiné – Na Terra dos Soncó", "Diário da Guiné – O Tigre Vadio", "Mulher Grande", "A Viagem do Tangomau", "Adeus, até ao meu regresso", um levantamento da literatura sobre e de combatentes na Guiné, e, posteriormente, foi co-autor da obra "Da Guiné Portuguesa à Guiné-Bissau: Um Roteiro", "História(s) da Guiné Portuguesa e História(s) da Guiné-Bissau".
Presentemente ultima um livro de investigação – "Os Cronistas Desconhecidos do Canal do Geba: O BNU da Guiné".
Ao nível da sua participação cívica e associativa, Beja Santos mantém-se ligado à problemática dos direitos dos doentes e da literacia em saúde, domínio onde já escreveu algumas obras orientadas para o diálogo dos utentes de saúde com os respetivos profissionais, a saber "Quem mexeu no meu comprimido?", 2009, "Tens bom remédio", 2013, e "Doente mas Previdente", 2017.

(Com a devida vénia a Ponte de Lima Cultural
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Nota do editor

Último poste da série de 23 de junho de 2019 > Guiné 61/74 - P19913: Agenda cultural (690): Rescaldo da Sessão de autógrafos de José Ferreira da Silva, na 89.ª Feira do Livro de Lisboa, onde esteve com o seu livro "Memórias Boas da Minha Guerra", vol III

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