Nem sol a mais.
Nem sal a menos.
Tudo deve ser moderado.
O elástico rebenta
Se for demais esticado.
Mais vale esperar um minuto,
Que a chuva passe
Que apanhar uma molhadela
De ir para a cova.
Sossega-se mais
Com uma vida cheia
Que andar ao alto
E morrer à seca.
Quantas vezes se ganha mais
Em não ir à feira.
Porque a boa sorte,
Bate sempre à porta
Quando passa.
Berlim, 6 de Junho de 2014
8h57m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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Minha alma é uma viola
É uma viola a alma que eu dedilho com estes dedos mortais.
Suas cordas tocam as melodias que só minha mente ouve.
Adormeço com meu cansar dos dedos...
e sonho tocando versos
que apenas são sonho.
Quero tocá-los
e cantá-los nestas cordas tensas.
Até que rebentem.
Escrevo-os na pauta de cada dia
e os solto ao vento,
como quem abre a porta duma gaiola.
Fico a vê-los desaparecer
no ar.
Não sei para onde eles vão.
Tenho a esperança
de que poisem nos quintais e hortas
onde há pão e vinho
para colher.
De casinhas brancas,
com portas e janelas rubras,
brilhando ao sol...
Lá dentro, só Deus sabe o que se passa.
Sejam a bênção...
a palavra certa na hora certa...
ouvindo a diva Maria Betânia...
Berlin, 6 de Junho de 2015
14h24m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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Terror do sexo...
O sexo domina o mundo.
Tudo gira à força dele.
Se brota do coração,
É o amor que reina.
Se não, é o terror do mal.
Egoísta.
Dominador.
Tudo devora.
Gera só ódio.
É o pai da guerra.
Tudo avassala.
Erva daninha.
Se sobe ao poder,
Espalha o terror
Sem qualquer escala.
O mundo é pequeno.
Para tamanha avidez.
Nada respeita.
Tudo conquista
Para sua mesa.
Desfaz a presa.
Goza com ela.
E joga fora.
Pior que a selva.
Joga a dinheiro.
Vai para o casino.
Desbarata tudo.
Fica feroz.
E volta de novo.
Se veste de santo.
Como um senhor.
Assalta inocentes.
Despe-os ao frio.
Joga-os fora
Volta ao governo.
Como um malvado.
Tudo lhe serve
Para seu reinado.
Como seria o mundo,
Se o amor brotasse
Do coração do rei!...
Berlim, 5 de Junho de 2014
14h29m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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Nota do editor
Último poste da série de 4 de junho de 2020 > Guiné 61/74 - P21040: Blogpoesia (679): 1.º Dia de praia Covid (José Ferreira da Silva, ex-Fur Mil Op Esp)
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