1. Amigos e camaradas, nada como começar o ano de 2021, dando um salto para 2050, antecipando as notícias. Nessa altura, já poderemos fazer viagens tanto ao passado como ao futuro.
Felizmente, alguns de nós ainda não morreram de Alhzeimer em 2050. E mesmo os que entretanto foram morrendo (, desta e doutras doenças crónicas degenerativas), vivem agora num condomínio de luxo lá no Olimpo dos combatentes, e podem manter uma janela aberta sobre a terra... Sempre distraem a vista...Notícias do ano 2050
por Jorge Cabral
Tenho, como sabem, uma máquina do tempo, na qual viajo ao passado. Porém hoje a máquina avariou e, em vez de recuar os quarenta anos programados, avançou e eis-me aqui no ano de 2050.
Estou vivo e ainda trabalho pois agora já ninguém tem direito à reforma. Exerço as minhas funções no Instituto da Promoção da Pobreza. Preparo um estudo sobre o Empobrecimento Lícito e o certo é que já sei as conclusões - empobrecer é legítimo, justo, lícito e patriótico.
Precisam-se mais pobres para manter os serviços sociais. O crime tem diminuído assustadoramente. Os polícias passam os dias a jogar às cartas, a contar anedotas ou a ver televisão. Felizmente vai ser inaugurada, em breve, uma Escola de Delinquência, na qual sepodem licenciar ladrões e vigaristas, estando até previsto um Doutoramento em Tráfico de Influências.
O meu quotidiano é simples. Apanho de manhã o transporte e, se o perco, tenho logo apoio psicológico, pois há em cada paragem um Psicólogo. Aliás, existem por todo lado.
Ainda na semana passada, quando no Restaurante entornei a sopa, tive logo o respectivo apoio da Psicóloga do Estabelecimento.
Também há Advogados nos restaurantes, nos cafés e até nas casas de alterne, sempre disponíveis, pois são quatro por cada cidadão.
Moro num Velhil, destinado aos que U.P.V. (Ultrapassaram Prazo de Validade). Embora fosse um antigo canil, a casa é agradável. Recebemos muitas visitas de estudantes e uns gostam muito, outros preferem o Jardim Zoológico.
No meu quarto afixei fotografias da Guiné e no outro dia uma professora perguntou-me se eu é que era o Soldado Desconhecido. Respondi-lhe afirmativamente. Quanto à guerra, já ouvira falar… Foi depois de Aljubarrota, não foi?
O Blogue sobrevive. O Maestro Luís comanda-o com o olhar, pois já não se usam teclas.
Qualquer dia, teremos mais um encontro da Tabanca Grande. Virtual, claro… mas, com chá e biscoitos!
Último poste da série > 21 de julho de 2020 > Guiné 61/74 - P21189: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (119): com a ajuda do José Martins (, o nosso "Sherlock Holmes"), o João Crisóstomo, a partir de Nova Iorque, acaba de reencontrar, mais de 50 anos depois, o seu camarada de Mafra, Lamego e Beja, Luís Filipe Galhardo Lopes Ponte, hoje ten cor ref
3 comentários:
Jorge Cabral
Instituto da Promoção da Pobreza, não se pode dizer que seja rica ideia.
Tá-se mesmo a ver o que se passará em 2050, há limites para tudo até pra riqueza acabar.
Coitado do Riky Shó só está bem dentro do caixote do lixo.
(Ideias de quem conheceu/conhece a estátua de Prometeu)
Abraço e Bom Ano 2021
Valdemar Queiroz
Camaradas, essa do "Velhil" (canil para velhos) é de génio...
Na realidade, o que é que são muitos dos nossos santos "lares para a terceira idade" ?... Uma vergonha, nacional!... Claro que há muitas e honrosas exceções por esse país fora... Mas tem sido aí que a Cobiv-19 tem matado que se farta, como o "sheltox"...
Lembram-se do "Sheltox, mata que se marta"?!...Entremos no 2021, com paz de espírito mas sem perder nem o nosso sentido de humor nem a nossa capacidade de indignação...nem muito menos a (trans)lucidez de camaradas nossos como o "alfero Cabral"...a quem mando um "quebra-costelas", valente, daqueles de quebra mesmo o esqueleto todo... LG
Dizer só - isto é que é imaginação , capacidade de criar utopia - é redutor. O Jorge Cabral surpreende-nos sempre, com as suas propostas de recriação da realidade de invenção de futuros graciosos ou desgraçados.
Um abraço para todos, especialmente para o Luís e para o Jorge, com votos de mais 12 meses com saúde e felicidade.
Carvalho de Mampatá.
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