sábado, 2 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22590: (Ex)citações (394): Em cerca de 600 militares do Batalhão de Comandos da Guiné, 200 estiveram inscritos numa lista para seguir para a metrópole, com as respetivas famílias, confirma o último 2º comandante e comandante (jun/out 1974), ex-cap art 'comando' Glória Alves, de "uma das mais nobres e heróicas unidades militares portuguesas", em depoimento público de 2007, aqui transcrito (Cor art ref Morais da Silva)


Batalhão de  Comandos da Guiné

1. Reprodução de comentário do cor art ref Morais da Silva ao pposte P P22588 (*):

Não tenho dúvidas de que foi garantida a vinda para a metrópole dos militares comandos que o desejassem. Espanta-me que o depoimento PÚBLICO de um Oficial General presente na Guiné quando do fim da nossa presença, seja tratado em tom depreciativo apenas, porque sim! 

A contragosto publico o depoimento do 2ºCmdt, depois Cmdt do BatCmds/Guiné ao tempo da retirada portuguesa. Trata-se do então Capitão Comando Glória Alves que corrobora tudo o que foi afirmado pelo TenGen Sousa Pinto.
 
1 de outubro de 2021 às 22:39 


No Batalhão de Comandos da Guiné em 1974

Por Coronel Art “Cmd” Glória Alves 

Em 13 de Junho de 1974 desembarquei no aeroporto de Bissalanca, em Bissau, nomeado 2º comandante do Batalhão de Comandos da Guiné (B.Cmds/G.), que se encontrava em Brá. Acompanhava o comandante nomeado para a mesma Unidade, Major Florindo Morais.

Após a apresentação, passei a ocupar-me das funções que normalmente cabem a um 2º comandante, que eu desempenhava com o posto de capitão – administração e logística, instalação, cargas, material de guerra e de aquartelamento, etc.

Entretanto regressaram a Portugal as duas companhias de comandos do recrutamento metropolitano que lá se encontravam, o que deixou o comandante do batalhão sozinho no comando das três companhias de comandos africanos, a 1ª,a 2ª e a 3ª.

Em determinada altura recebi ordens do comando para fazer uma lista do pessoal do B.Cmds/G., que estivesse interessado em ir para a Metrópole e continuar a prestar serviço no Exército Português. As condições propostas eram as seguintes: podiam fazer-se acompanhar das respectivas famílias (alguns, muçulmanos tinham mais do que uma mulher) e seriam reintegrados no actual posto (o que no caso dos soldados era equivalente ao de cabo readmitido). 

Estas instruções foram transmitidas pela cadeia de comando do batalhão e a adesão foi média. Recordo-me que, de entre cerca de 600 militares (200 por companhia) que constituíam o batalhão, ofereceram-se para seguir para a Metrópole cerca de 200 militares. Neste sentido alertei o comando para efeitos de reserva de lugares nos meios de transporte que, na altura, várias vezes por dia escalavam o aeroporto e o porto de Bissau.

Os que permaneceram na Guiné e optaram por integrar o novo País teriam que se adaptar ao trabalho normal na sociedade civil, com direito ao pagamento dos seus vencimentos até ao final de 1974.

Paralelamente a estas actividades de desmobilização e na sua consequência, teria que ser entregue todo o armamento orgânico pertencente ao Exército Português e que se encontrava distribuído ao B.Cmds/G. Estas instruções foram, como as restantes, determinadas pelo comando legítimo, comunicadas pela cadeia hierárquica do batalhão e cumpridas na íntegra pelos militares que o constituíam.

Ainda na sequência da desmobilização do B.Cmds/G., fui nomeado presidente da Comissão Liquidatária (CL) e passei a movimentar-me entre o quartel e o Quartel-General (QG), com vista à regularização dos vários processos de carácter administrativo-logístico, que foram sendo resolvidos e arquivados, como certamente constará da documentação, entregue pela CL no BC5, em 1975.

Das diligências para providenciar transporte a quem queria ir para a Metrópole, interessa referir que, dos 200 nomes de militares interessados em fazê-lo, e que perante mim se inscreveram, fui sendo contactado individualmente no meu gabinete do Quartel por cada um dos inscritos, no sentido de riscar o seu nome, porque tinham decidido ficar. Isto até ao riscar do último nome. 

Assim, dos militares inicialmente interessados em ir para a Metrópole nenhum manteve o seu desejo. Lembro-me de ter indagado, nalguns casos, a que se devia tal decisão e de me ter sido respondido que, após pensarem melhor, tinham decidido ficar na Guiné. 

Como já referi, o material foi entregue e arrumado em contentores pelo pessoal do B.Cmds/G., nomeadamente pelos sargentos metropolitanos responsáveis pelos materiais, e embarcados para Lisboa. As instalações do batalhão mantiveram-se intocáveis e não ocupadas até à data do meu regresso à Metrópole (8-10-1974), por via aérea, tendo eu recolhido o guião do B.Cmds/G. e um saco de crachás, de que fiz entrega no R.Cmds, na Amadora. 

Resta acrescentar que a parte final foi mais acompanhada por mim, dado que fui nomeado comandante interino em Agosto de 1974 e que o comandante regressou a Lisboa no início de Setembro. Nessa fase e até sair da Guiné, estive diariamente no quartel de Brá com elementos da CL (chefe do conselho administrativo, chefe da Secção de Justiça, sargentos das companhias), tendo fechado a cancela no próprio dia em que embarquei para Portugal. 

Ao contrário do comandante, não tive quaisquer contactos directos com o PAIGC, nem na mata, nem noutro local. Deve também ser salientado que durante a presença das forças portuguesas na Guiné, não tive conhecimento oficial ou oficioso de quaisquer represálias sobre elementos ou ex-elementos do B.Cmds/G. por parte do PAIGC.

Deve também ser acrescentado que, mais do que a minha opinião, tentei cingir-me aos factos que presenciei. Mais histórias haveria para contar, mas entendi que este pequeno relato sintetiza o que de importante testemunhei durante os quase quatro meses da minha comissão omo 2º comandante do B.Cmds/G.

Para terminar, e embora não tenha anteriormente prestado serviço nesta Unidade, nem na Guiné, visto que fiz duas comissões nos “Comandos” de Moçambique, como alferes/tenente (4ªCCmds) e capitão (3ªCCmds / Moçambique), é justo referir que com o Batalhão de Comandos da Guiné se extinguiu uma das mais nobres e heróicas unidades militares portuguesas. 

Janeiro de 2007

2. Comentário do editor LG:

Por lapso, não chegou aa ser citada peli Prof Morais da Silva a fonte, que presumimos seja a mesma do texto do poste P22588 (*):

Título: Pronunciamento Militar do 25 de Abril de 1974
Sub Título: V Conferência do Núcleo Impulsionador das Conferências da Cooperativa Militar (NICCM)
Editor: NICCM
Coordenação e Revisão: Coronel António Carlos Morais da Silva | Transcrição de texto e Imagens: Ana Teresa Oliveira Marques | Design da capa: Coronel Sérgio Parreira de Campos
Impressão e Acabamento: ACD PRINT, S.A. Tiragem: 300 ex.
Depósito Legal: 375023/14 ISBN: 978-989-20-4761-4
________

Nota do editorr:

14 comentários:

antonio graça de abreu disse...

Espantoso como de continuam a alijar responsabilidades, no pós guerra... Será que a maioria dos comandos africanos sabiam que iam ser, em breve, fuzilados pelo PAiGC? Prometeram-lhes ficar, por bem, na pátria que era a sua, e fuzilaram-nos. Em 1975, e ainda hoje, o estrondoso silêncio das autoridades portuguesas. Havia bonitos acordos que lhes garantiam a dignidade e a a integração harmoniosa na nova sociedade guineense. Sabemos o que aconteceu. Eu sei que não era fácil descolonizar, mas aconteceu uma "descolonização exemplar", na Guiné, em Angola, em Moçambique, em que alguns ainda acreditam.
Abraço,

António Graça de Abreu

Valdemar Silva disse...

Provavelmente, por este post 22590 estar escrito não seguindo o AO90, pode não ser percebido por todos quantos o leem
Também acontece, e conforme as modas correntes, abrirem-se as gavetas da "Descolonização Exemplar" que dá sempre algum jeito para contrariar o que o João Pinto, antigo jogador de futebol do FCP e da Selecção dizia 'prognósticos só depois do jogo'.
Como estamos a entrar no Outono, já começando a ver o folhido nas ruas, vou lendo e ouvindo sobre Américo Jacomino, O Canhoto, que recebeu esta alcunha por executar, primorosamente, o dedilhado com a mão esquerda sem inverter as cordas do violão.

Abraço e saúde
Valdemar Queiroz

JB disse...

A frase “descolonização exemplar” já nada diz,ou mesmo interessa,às gerações actuais.
Quase pertence à época em que o Sr.Dr.Durão Barroso era maoista e se manifestava nas ruas de Lisboa de punho erguido.
Talvez se possa considerar que ambos os exemplos se…desgastaram!
E o conceito “exemplar” aplicado a políticos e às suas decisões…………..


É altura de se olhar para os Comandos Africanos da Guiné com uma atitude realista não os tornando num grupo de mártires inocentes que só os diminui na sua dignidade.
Passar-lhes certificados de ingenuidades profundas,mais próprios de “meninos de sacristia”do que de militares operacionais ,treinados e vocacionados para as mais violentas situações de combate,será não lhes fazer justiça.
Depois de recusarem a proposta que lhes foi apresentada pelas autoridades portuguesas, e tendo em conta todo o historial das suas actuações,algumas suspeitas deveriam ter quanto à extrema caridade(!) por parte do inimigo disposto a esquecer e,não menos,tudo perdoar.

Alguns políticos locais poderão ter-lhes sugerido futuras posições importantes nas Forças Armadas guineenses?
Uma futura e eficiente “guarda pretoriana “ ao serviço de quem planeava uma futura tomada do poder local?
Terão outros se apercebido dos perigos desta “recuperação” decidindo-se a eliminar tal eventualidade?
Alternativas e possibilidades talvez sugeridas por algum,ou alguns,dos graduados dos Comandos Africanos com suficiente prestígio,ou ambições,para tal?
Uma simples vingança “de sangue” para conveniência de uma situação política local?
Especulações.
Especulações válidas tendo em conta o FACTO de eles terem podido sair da Guiné rumo a Portugal.

Um abraço do J.Belo

Morais Silva disse...

A descolonização não foi exemplar nem deixou de o ser antes FOI UM DESASTRE que destroçou a vida e a fazenda de milhares de compatriotas.

JB disse...

UM DESASTRE provocado por uma política ultramarina incompetente, de décadas feita, que criou as condicöes para o isolamento político junto dos aliados tradicionais,que levou à vergonhosa situacäo em Goa e a todas as outras tragédias que se sucederam.
O DESASTRE, com as suas trágicas e inevitáveis consequências, iniciou-se muito antes dos anos setenta.
O DESASTRE foi previsto por republicanos ilustres que procuraram solucöes viáveis e apropriadas que poderiam garantir uma continuidade da presenca portuguesa em África adaptada às novas realidades internacionais.
Entre outros Norton de Matos.
O "saloísmo iluminado" da ditadura optou pelo caminho que levou ao tal DESASTRE.

J.Belo

Antº Rosinha disse...

As pressas de uns tantos políticos de um lado e do outro...nem interessa mencionar os nomes nem os motivos, aqui, mas se for preciso! as coisas só podiam correr como correram para quem "tivesse azar na tropa".

Porquê em Caboverde e São Tomé, nesses acordos de Argel, as independências foram acordadas para um ano após o 25 de Abril?

Em Lusaka até com um único movimento como na Guiné se optou pela independência por mais de um ano após o 25 de Abril?

Aqui houve tempo para Machel usar processos mais moderados.

Em Caboverde ainda se reabriu o Tarrafal faxista, mas parece que foi para assustar apenas.

Angola ultrapassou-nos tornou-se uma guerra internacional, não conta para o assunto presente.

Deixemo-nos de coisas, para não dizer outras coisas, mas o ultramar e no caso específico a Guiné, para os novos senhores do Portugal típico de Abril, "aquilo" do ultramar era de nos desfazermos como quem joga fora a beata dum cigarro.

Era isso que queria dizer aquela de "nem mais um soldado para o ultramar".

Até Macau foi preciso os chineses dizerem aos apressadinhos lisboetas para irmos mais devagar...Ninguem se lembra deste pormenor? Eu lembro-me por dever de ofício, sou retornado.

Os Comandos fuzilados foram vítimas das pressas, não tiveram tempo de ler nas entrelinhas dos acordos, forma 2 ou tres semanas dos acordos até à independência.

A pirisca!

João Carlos Abreu dos Santos disse...

... Não!
A "caça-ao-traidor-do-pvo", perseguições, cárceres privados, torturas, fuzilamentos, não foraam consequência «das pressas», porque «os comandos fuzilados [...] não tiveram tempo de ler nas entrelinhas dos acordos», cujos ninguém logo após 30Ago1974 lhes "deu" «a ler».
Desta vez, e com os respeitos ao "colono" vcc António Rosinha, apenas lhe concedo enviesamento, para não dizer ligeireza, quanto à sua apreciação de nexos causais.
A responsabilidade não coube - jamais algum dia poderá ser assacada! -, às vítimas, apenas e univocamente aos algozes.

Antº Rosinha disse...

João Carlos Abreu dos Santos, temos que ter muito cuidado com atirar responsabilidades.

Quem foram os algozes? Cuidado que esses algozes podem muito bem ter sido aqueles que acertaram as contas (à pressa)com os representantes de Lisboa em Argel.

E aí a responsabilidade pode ser mútua de todos os que se sentaram â mesa.

Temos o caso de Moçambique e Caboverde a quem foi dado um ano para amadurecer ideias e vemos que de imediato não se conhecem o mesmo tipo de barbaridades da Guiné-

Claro que eu como retornado, de Angola, assisti e ouvi tanta coisa de gente nossa que era mais anti-colonialista que o próprio africano, que dava para justificar qualquer irresponsabilidade que se praticasse.

É melhor ficar por aqui.

João Carlos Abreu dos Santos disse...

António Rosinha, replica-me: «temos que ter muito cuidado com atirar responsabilidades.»
Não, não "temos".
O António Rosinha terá, eventualmente, «muito cuidado com atirar responsabilidades» tal como, pelos vistos, insiste na sua apreciação dos factos.
As responsabilidades por perseguições, cárceres privados, torturas, fuzilamentos e inenarravéis actos cometidos pelo PAIGC desde meados de 1974 até (pelo menos) 1980, contra ex-militares portugueses nascidos na Guiné e respectivas famílias, cabem univocamente ao PAIGC.
Quanto à amálgama, com a qual se insiste incluir no argumentário, considero-a 'off-topic'.
E ponto final.

Manuel Luís Lomba disse...

Em nome da isenção e como formados e experenciados na ética militar, nenhum ex-combatente se terá convencido que os combatentes africanos, não apenas os Comandos, mas também a outra tropa e os milicianos) terão sido pura e simplesmente e muito menos intencionalmente abandonados pelo MFA e o post do Coronel Morais e Silva é mais um valioso contributo.
O depoimento do Coronel Glória Alves será naturalmente redutor, incompleto, - não combateu na Guerra da Guiné e chegou a Bissau já a "capitulação" em Morés havia acontecido. Mais factual e exacto será o depoimento do então Capitão Sousa Pinto, protagonista do chamado "golpe de Bissau".
Saber por que tantos queriam vir para a Metrópole e a razão desistência geral - eis a questão...
Nos princípios da década de 80, no início do consulado de Nino Vieira, pessoas influentes do regime aventavam oa cifra de 10 mil fuzilados, incluindo opositores políticos e "colaboracionistas"...
Um comentário retardatário.
Abr.
Manuel Luís Lomba

Valdemar Silva disse...

Sejas bem aparecido, Luís Lomba
Admira-me bastante, e desconheço se terá acontecido, não ter sido apresentado queixa ao Tribunal Internacional de Haia sobre os fuzilamentos de milhares de nossos compatriotas.
Qual seria a razão de tal não ter acontecido, quer do Estado Português, em primeiro lugar, ou de outro qualquer organismo internacional?
Seria por todos eles serem guineenses ao serviço do Exército Português, e não militares portugueses nascidos na Guiné?
Parece que o Estatuto de Indigenato ainda não era praticado em toda a sua plenitude, os jovens e alguns ex-milícias que se apresentaram prá tropa em Contuboel não tinham nenhum documento de identificação de Cidadão Português.

Abraço e saúde
Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Caro Valdemar,

Uma pergunta que esclarece quase tudo: --"Seriam guineenses ao serviço do exército português ou militares guineenses nascidos na Guiné?"

Desde 1961 que "de jure" os nascidos na Guiné-Portuguesa podiam adquirir a cidadania mediante alguns requisitos nomeadamente completar o ensino primário e ter um nome "cívilizado". Mas a guerra e a imperativa necessidade de carne pra canhão contrariavam esta lógica.

O resto ... o resto foi simplificar e simplificar até o lavar completo das mãos do Pilatos quando se decidiu dar tudo aos "bandidos" de outrora em detrimento dos ingénuos e impreparados "colaboradores" que se contentaram com promessas vãs e alguns meses de vencimento " manga di patacão".

Os fuzilamentos, pela sua dimensão, constituem um auténtico genocidio selectivo e siléncioso. Os países vizinhos, nomeadamente o Senegal, foram coniventes e Portugal também foi conivente por por erros e omissões na condução e responsabilização do processo até ao fim. E nós, a população, fomos expectadores silenciados e também coniventes por seres passivos observadores e tocadores de palmas aos criminosos por razões de força maior.

Cherno Baldé

Valdemar Silva disse...

Caro Cherno Baldé, tens sempre comentários e pontos de vista que devemos tomar em consideração.
Com as acções violentas dos assassinatos pela UPA, no norte de Angola, a manifestar a intenção de independência, o governo português sobressaltado resolveu levar o assunto à ONU, com uma 'com esta é que os vamos arrumar': Portugal e Colónias, passa a Portugal e Províncias Ultramarinas do Minho a Timor. Com um novo Estatuto de Indigenato e tudo. Quer isto dizer que todos os habitantes dessas Províncias Ultramarinas foram recenseados e obrigados a ter um Cartão de Identidade de Cidadão Português, como qualquer José ou Maria de Barroselas, Chamusca, Odeceixe, Calheta ou Praia da Vitória? Claro que não, nem em 1961 nem nos treze anos seguintes, em que se verificava o bacoco atraso no tempo dos governantes, na autodeterminação e independência dos territórios coloniais e que deu azo a treze anos de mais de um milhão de jovens mobilizados para guerra, em vez de utilizados no desenvolvimento do País, com milhares de mortos e de graves problemas consequentes.
Por outro lado, não li nada sobre o ter assim acontecido, parece que ideia da criação, na Guiné, das Companhias com soldados guineenses seria a criação de um exército de ser capaz de enfrentar os revoltosos do PAIGC numa data após a autodeterminação. Como disse, não sei se foi esta a idade de Spínola, como que 'depois eles que se entendam'.
Por isto, seriam guineenses ao serviço do exército português ou militares guineenses nascidos na Guiné?, perguntas.
Para mim, e até Spínola discursava 'estais a combater à sombra daquela Bandeira', eram guineenses ao serviço do exército português.
E o hábito de guineenses ao serviço do exército português já vinha de tempos anteriores ao Serpa Pinto.
Agora se estamos contra os acontecimentos de 25 e Abril de 1974, que derrubaram um regime ditatorial fascizante e com manias imperiais, em que até a passagem das autoridades nas povoações/tabancas e até Bissau, conforme os Acordos de Argel, era 'a entrega ao IN', paciência. Paciência de nunca "termos de lá saído", "mais uns meses e acabava a guerra", "foi tudo resolvido muito depressa", "eles não estavam preparados para a independência", e tudo mais que se possa incluir no, afinal, deixar ficar tudo como estava.

E VIVA A REPÚBLICA!!, que por acaso também tem algumas culpas no cartório.

Abraço e continuação de boa saúde
Valdemar Queiroz

Valdemar Silva disse...

Rectifico '.... foi esta a ideia de Spínola..'

Valdemar Queiroz