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Foto: © Beja Santos (2007). Direitos reservados.
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Guiné > Região do Oio > Bissorã > 1965 > CART 703 > NO Oio também havia burros, como se comprova nesta foto com o João Parreira, um cavaleiro à maneira, embora ele fosse de artilharia e tivesse mais tarde trocada a sua dama pelos comandos (3)..
Foto: © João S. Parreira (2007). Direitos reservados.
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Guiné-Bissau > Região do Cacheu > Ingoré > 1998 > Esta foto, com a Zélia Neno, ex-companheira do Xico Allen, chegou-nos por mão do Albano Costa, com a seguinte legenda: “Esta foto vale pela imagem, e os brancos em África converteram-se? Não é que ficaram a ver a Zélia [Neno] a puxar o burro, mulher de armas!" (4) ...
Foto: © Albano Costa / Zélia Neno (2006). Todos os direitos reservados
1. Mensagem do Beja Santos, com data de 11 de Outubro:
Ainda vi burros em Bafatá e arredores. Mas o régulo [do Cuor,] Malã, como seu pai, Infali, deslocavam-se pelo regulado a trote de burro. Malã contou-me que precisava de 8 a 9 horas para percorrer as picadas de Sansão e Missirá até Sinchã Corubal e Madina (5).
2. Comentário de L.G.:
Mário: A provar alguma coisa, estas fotos mostram-nos que também eles, os burros, parecem querer resistir à extinção em África, em geral, e na actual República da Guiné-Bissau, em particular...
Na Guiné sempre houve burros, pelo menos desde os anos 30, a avlaiar peloa foto do livro do médico João Barreto... Onde há comerciantes, gilas, havia burros...
Se a memória me não falha, o único burro (fora os humanos) que vi na Guiné foi a caminho de Madina/Belel (6), a 31 de Março de 1970: estava num estado lamentável, morto por abelhas selvagens e em vias de decomposição, já coberto de formigas... Deveria pertencer aos teus amigos de Madina... Mas tudo indicava que o PAIGC e a respectiva população - nomeadamente ao longo do corredor do Óio - também usavam os bons serviços do burro, no transporte de armas, mantimentos e outras mercadorias... Enquanto nós aturávamos as nossas bestas!
E já agora, sobre o pobre do burro encontrei os seguintes provérbios crioulo-guineenses:
Buru tudu karga ki karga si ka sutadu i ka ta janti (O burro, com pouca ou muita carga, se não é açoitado não anda);
Karna di buru ta kumedu na tenpu di coba, di fugalgu na tenpu di seku (= carne de burro se come na estação, a de animal nobre na seca);
Praga di buru ka ta subi na seu ou Praga a di buru ka ta ciga na seu (Praga de burro não sobe ao céu).
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Notas dos editores:
(1) Vd. post de 5 de Novembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2241: Álbum das Glórias (32): Um livro comprado em Bissau, no alfarrabista, de João Barreto, médico de saúde pública (Beja Santos)
(2) Vd. posts de:
14 de Outubro de 2007Guiné 63/74 - P2177: Artistas guineenses (1): Augusto Trigo, nascido em 1938, em Bolama
25 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 – P2213: Dando a mão à palmatória (2): Rui Fernandes, o fotógrafo do pintor Augusto Trigo (Virgínio Briote)
(3) Vd. post de 12 de Março de 2007 > Guiné 63/74 - P1584: Um choro no mato e as (des)venturas de um futuro comando em Bissorã (João Parreira)
(4) Vd. posts de:
1 de Março de 2006 > Guiné 63/74 - DXCVI: A viagem do Xico e da Zélia em 1998 (Zélia)
23 de Setembro de 2006 > Guiné 63/74 - P1106: A ubiquidade dos nossos mortos (Zélia)
(5) Vd. post de 26 de Outubro de 2007 > Guiné 63/74 - P2218: Operação Macaréu à Vista - Parte II (Beja Santos) (7): Afundem a armada de Madina
(6) Vd. post de 27 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P918: Operação Tigre Vadio (Março de 1970): uma dramática incursão a Madina/Belel (CAÇ 12, Pel Caç Nat 52 e outras forças)
1 comentário:
Em Bafatá, 1968,1969 e 1970 havia muitos burros, vindos da estrada do Gabu trazendo mancarra.
Um dia falarei disso.
Fernando Gouveia
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