segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Guiné 63/74 - P7142: (In)citações (13): Gadamael Porto, saúda-vos! (Pepito)


Guiné-Bissau >  Região de Tombali > Gadamael Porto > 10 de Outbro de 2010 >  Ex-edifício do comando, com vestígios de estilhaços


Guiné-Bissau >  Região de Tombali > Gadamael Porto > 10 de Outbro de 2010 >  Antiga messe de oficiais e depois hospital...

[Surpreendentes são, para mim, as letras ...ASCO que encimam a parte superior da parede lateral do edifício; não conheço Gadamael Porto nem a sua história, mas dada a sua posição geográfica privilegiada, estar na zona mais rica de produção de arroz (todo o Cantanhez), e ter acesso ao Rio Cacine, é possível que este edifício fosse um entreposto comercial e tenha pertencido a um comerciante ou família de comerciantes, de apelido NOLASCO; tenho ideia de já ter lido algures uma referência ao apelido NOLASCO; não confundir com a empresa francesa NOSOCO, onde trabalhou, em Bissau, nos anos 50, o nosso camarada Mário Dias(LG)].

Guiné-Bissau >  Região de Tombali > Gadamael Porto > 10 de Outbro de 2010 >  Posto de sentinela junto ao porto


Guiné-Bissau >  Região de Tombali > Gadamael Porto > 10 de Outbro de 2010 >  Mamadu Mané, faxineiro



Guiné-Bissau >  Região de Tombali > Gadamael Porto > 10 de Outbro de 2010 >  Sené Mané, milícia de Gadamael, militar de Guidaje, CCAÇ 3




Guiné-Bissau >  Região de Tombali > Gadamael Porto > 10 de Outbro de 2010 > Suleimane Dabô, amigo do Furriel Alexandre, de Braga, cuja mulher lhe mandava brinquedos [para as crianças]




Guiné-Bissau >  Região de Tombali > Gadamael Porto > 10 de Outbro de 2010 > Laminé e Mussá



Guiné-Bissau >  Região de Tombali > Gadamael Porto > 10 de Outbro de 2010 >Rui Sene N'Tchasso, aluno de Nuno, Barros, Furriel Chaves, Furriel Enfermeiro Gil e de Valentes, dos Açores






Guiné-Bissau >  Região de Tombali > Gadamael Porto > 10 de Outbro de 2010 > Suleimane Queita, soldado atirador



Fotos (e legendas):  © Pepito / AD -Acção para o Desenvolvimento (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados



1. Continuação da publicação das fotos que nos mandou o Pepito, tiradas em Gadamael, no passado dia 10 (*).

Ele esteve lá, numa reunião com a população daquela zona fronteiriça. A AD está intensificar a sua intervenção na zona compreendida entre Balana a Gadamael (corredor de Guileje) no quadro do reforço da coordenação das acções ambientais transfronteiriças (corredores de animais selvagens e preservação das florestas comuns).

A população local (onde se incluem antigos milícias e militares que fizeram a guerra do nosso lado) fez questão de mostrar os vestígios do antigo quartel (que, na opinião do Pepito, estariam melhor preservados que os de Guiledje), e de enviar calorosas saudações para os militares que com quem lidaram  e de quem se tornaram amigos. 


O Pepito acaba também de nos mandar mais uma valiosa colecção de fotos recentes de Guileje, com novos "achados arqueológicos"  da passagem, entre 1964 e 1973, de tropas portuguesas por aquela tabanca e aquartelamento (abandonado em 22 de Maio de 1973).




Guiné >Região de Tombali > Gadamael - Porto > s/d > Tabanca, reordenada pelas NT. Em Maio de 1973, a guarnição de Gadamael era constituída pela Companhia de Caçadores 4743, que dependia operacionalmente do COP 5, com sede em Guileje. Havia ainda um pelotão de canhões S/R, com cinco armas, e um pelotão de artilharia de 14 cm, com três bocas de fogo. 


Foto: Autores desconhecido. Álbum fotográfico Guiledje Virtual. Gentileza de: © AD -Acção para o Desenvolvimento (2007).

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7 comentários:

Unknown disse...

Caros amigos, não tenho na memória a recordação de expressões faciais,tão tristes, do povo da Guiné Bissau.

Carlos Filipe
ex CCS BCAÇ3872 Galomaro

Torcato Mendonca disse...

Luís Graça : e se o Filipe tiver razão?

Por onde, e onde andarão os nossos antigos camaradas ou mesmo civis e as crianças de nosso tempo? Do Leste.

A primeira imagem que tive, na madrugada da chegada a Bissau no Ana Mafalda foi:-
um edifício,mais um armazém, enorme com as letras Nolasco. Estava já muito envelhecido. O 1º Sargento disse-me ser de uma Companhia francesa ligada a produtos agrícolas etc.
Imagens do passado...e ficam caramba!
Abraço TM

Luís Graça disse...

Torcato:

Deves ter lido NOSOCO e não NOLASCO... Induzi-te em erro ao referir inicialmente que o nosso camarada Mário Dias tinha sido empregado, na sua juventude, da empresa francesa NOLASCO... Erro meu: eu queria dizer NOSOCO...

Estou intrigado (e confuso) porque já vi, mais do que uma vez, referências ao apelido NOLASCO, que julgo ser de uma família que andou pela "nossa" Guiné, ligada ao comércio ou à carreira de administração colonial... Talvez o António Estácio me possa elucidar (ou o prórpio Mário Dias)...

Será que o edifício de Gadamael Porto, reproduzido na foto do Pepito, pertencia a essa família, sendo depois, com a guerra, abandonado pelos proprietários e ocupado pela Nossa Tropa ?

Em suma, qual o significado das letras ASCO que aparecem na fotografia ? A palavra completa não é visível, mas tanto pode ser VASCO como NOLASCO...

Luís Graça disse...

Carlos: Tens razão... Estas caras contrastam com os das fotos do Malick Sadibé cuja exposição vi ontem no Palácio Galveias, ao Campo Pequeno... Ou habitantes do Mali são mais felizes que os nossos amigos e irmãos da Guiné-Bissau, ou o fotógrafo tem o saber e a arte de transformar a realidade... O mérito é do Sadibé. mas também dos seus "modelos" (amigos, vizinhos, familiares)... São pessoas verdadeiramente fotogénicas... E alguns tão fulas como os habitantes de Gadamael...

Uma exposição do DoscLisboa2010 e da Câmara Municipal de Lisboa. A não perder... Entrada livre. Até ao fim do mês...

Joaquim Mexia Alves disse...

Ora bem, nunca estive em Gadamael, mas olhando para a fotografia parece-me que as letras ASCO estão centradas em relação à parede pelo que poderiam ser apenas ASCO, ou seja umna qualquer companhia que dava por este nome.

Leva-me assim a suspeitar de qualquer coisa estrangeira do tipo: A. S. Company, visto que se fosse portuguesa seria Companhia qualquer coisa.

E posso estar completamente errado!!!

Dirá melhor o Graça de Abreu mas há pelo menos uma família Nolasco muito conhecida em Macau, salvo o erro.

Um abraço camarigo para todos

Torcato Mendonca disse...

Luís Graça

NOSOCO carago Nosoco de certeza. Até bateu e desatou o nó da memória.
Não são erros, sendo, são lapsos de um memória de mais de 42 (quarenta e dois) anos e já passei os sessenta. Parei aí. Vá la mais um para os amigos...oh,oh...

O resto mantenho.
Acrescento só: tenho saudades ou nem sei definir e queria lá abraçar tanta gente.
Não devemos voltar a certos locais, a ver certas pessoas, vivas ou mortas,enfim...é outro assunto.

Um abraço do T

Manuel Reis disse...

Caros amigos:

Para mim não constitui surpresa a palavra ASCO, ou qualquer outra, nem as possíveis interpretações que lhe possam atribuir.

Surpresa, para mim, é o espírito de observação apurado e perspicaz do Pepito que detectou a palavra. Para mais, Gadamael nada lhe dizia.

Estive lá em "full time" de 22 de Maio a 18 de Julho de 1973, período crítico da guerra, e apenas consegui ver a enfermaria e uma vala, ainda visível.

Essa vala ficou gravada na minha memória como o abrigo povidencial que partilhei com outro camarada, no dia 2 de Junho, quando o Comandante-Chefe Spínola decidiu aterrar a 20 metros do edifício, perante a correria desenfreada do
Coronel Durão e dos gritos desesperados do meu companheiro de ocasião.

Abraço.

Manuel Reis