Amadora > Aquartelamento da Academia Militar > Grande Auditório > 29 de Novembro de 2010 > Intervenção do realizador de cinema António-Pedro de Vasconcelos, a quem coube a apresentação do livro, A Última Missão, de José Moura Calheiros, Cor Pára Ref (*).
A obra tem a chancela da Editora Caminhos Romanos, com sede no Porto. O texto do discurso do cineasta chegou-nos às mãos, enviado pelo Moura Calheiros [, foto à direita, ] com a seguinte nota: "Talvez tenha interese para o blogue, segue em anexo a intervenção de António-Pedro Vasconcelos, que é uma brilhante peça literária".
Com a devida autorização do próprio, queremos também partilhar aqui, no nosso blogue, as quatro páginas do discurso de um dos nomes mais conhecidos do moderno cinema português (**) para quem "a História, tal como a ficção, não pode ficar em suspensa sem um epílogo que a justifique e lhe dê um sentido"... É esse também o sentido do livro deste militar que honrou a sua Pátria e as forças pára-quedistas que comandou nos três teatros de operações, em África, de 1961 a 1974. (LG)
Capa do livro de José Moura Calheiros (Porto: Editora Caminhos Romanos, 2010)
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Notas de L.G.:
(*) Vd. último poste da série > 3 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7375: A última missão, de José Moura Calheiros, antigo comandante pára-quedista: apresentação do livro (3): Sítio promocional
(**) António-Pedro de Vasconcelos (nascido em Leiria, em 1939), um dos realizadores que impulsionaram o movimento do chamado Cinema Novo, em Portugal. Foi autor, entre outros filmes, do documentário Adeus até ao Meu Regresso, de 1974.
«Filme para televisão, Adeus até ao Meu Regresso é um dos testemunhos da viragem no interior da RTP que o 25 de Abril provocou. Parafraseando, no título, a frase feita com que inúmeros soldados portugueses davam as suas 'mensagens de Natal' (na televisão) durante o período da guerra colonial, Adeus até ao Meu Regresso faz-se e estreia-se precisamente quando, pela primeira vez, a guerra dava lugar à paz e os soldados regressavam enfim: em Dezembro de 1974.
"Através do testemunho de soldados que haviam vivido a guerra na Guiné (a primeira colónia portuguesa a obter a independência após o 25 de Abril), António Pedro Vasconcelos dá-nos a dimensão de um conflito armado mas sobretudo o que dele restava na consciência do povo. Da revolta à resignaçâo, dos traumas às dúvidas, das afirmações às interrogações. Documento agarrado ao vivo, em cima da dor e do regresso, este filme é bem o retrato da retaguarda e da memória da guerra colonial, o único que, curiosamente, o cinema português ousou fazer.» Fonte: Jorge Leitão Ramos, in Dicionário do Cinema Português 1962-1988, Lisboa: Caminho, 1989.
"Através do testemunho de soldados que haviam vivido a guerra na Guiné (a primeira colónia portuguesa a obter a independência após o 25 de Abril), António Pedro Vasconcelos dá-nos a dimensão de um conflito armado mas sobretudo o que dele restava na consciência do povo. Da revolta à resignaçâo, dos traumas às dúvidas, das afirmações às interrogações. Documento agarrado ao vivo, em cima da dor e do regresso, este filme é bem o retrato da retaguarda e da memória da guerra colonial, o único que, curiosamente, o cinema português ousou fazer.» Fonte: Jorge Leitão Ramos, in Dicionário do Cinema Português 1962-1988, Lisboa: Caminho, 1989.
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