sábado, 22 de agosto de 2009

Guiné 63/74 - P4852: Histórias do Jero (José Eduardo Oliveira) (10): “Em sentido não mexe!”



1. O nosso Camarada José Eduardo Reis de Oliveira (JERO), foi Fur Mil da CCAÇ 675 (Binta, 1964/65), enviou-nos a sua 10ª estória, que faz parte do seu livro "Golpes de Mao's - Memórias de Guerra", que mais uma vez muito agradecemos, com data de 18 de Agosto de 2009, a que deu o seguinte título:

Em sentido não mexe!

Esta é uma estória de sacanagem que há distância no tempo é recordada com um sorriso mas que podia ter acabado em tragédia!

Mas deixemos as considerações e vamos aos factos…


“Intimidades” entre militares e nativas obviamente que as houve.

Ignorá-las seria... ”tapar o sol com uma peneira”...

Com o Capitão Tomé Pinto presente «elas» teriam que ser muito bem feitas porque... senão... não!

Com o nosso Capitão no «quartel» não havia «baldas».

Com o «patrão fora» a situação mudava um pouco de figura.

Houve militares que rapidamente se «africanizaram», aprenderam umas palavras de dialectos nativos e conseguiram «comunicação» mais fácil.

Outros ainda tornaram-se exímios dançarinos e nos batuques «estreitaram» mais facilmente relações.

Malta de vinte e poucos anos, nativas pouco vestidas e... o calor dos trópicos... dá (dava) uma mistura explosiva...

Houve intimidades de que não são conhecidos problemas ou efeitos secundários.


Até que um dia se registou a excepção… e a bronca… que, por mérito e sangue frio do protagonista desnudo , só deu bronquite!

A situação – complicada - terá acontecida com um militar de primeiro nome Artur... que foi surpreendido em trajes (muito) menores pelo marido de uma nativa numa fase de
adiantada intimidade...

Para aumentar a delicadeza do momento haverá que referir que o marido “enganado”era soldado das milícias e chegou à tabanca mais cedo do que o esperado.

A patrulha fora rápida e sem problemas.

Desceu do Unimog e caminhou para a sua morança com a espingarda «Mauser» ao ombro! E entrou sem bater à porta…

O militar de nome Artur – perante a delicadeza do momento – puxou dos «galões» – da farda que então não vestia – e gritou para o soldado das milícias: «Sentido».

E... a ordem foi cumprida.

De imediato.

E... em «sentido» não mexe!

O militar de nome Artur pegou nas suas roupas e... ala que se faz tarde.

Foi um susto de morte.

A estória obviamente só veio a ser conhecido muito mais tarde.

E… após o regresso de Maio de 1966, nos primeiros convívios da malta da “675”… deu uns valentes gozos.

Se o militar de nome Artur não tem puxado das “divisas”, digo, dos “galões” as intimidades dessa tarde africana podiam ter acabado mal...

Efeitos secundários do «cagaço» não são conhecidos... sendo certo que a medicina ao longo dos tempos evoluiu muito…

A disfunção sexual tem nos dias de hoje muitas panaceias.

O ex-militar Artur diz que desses tempos tem muitas saudades.

Havia coisas que se punham facilmente em “sentido”!

Do cagaço de então ficou-lhe uma tosse seca - tipo bronquite - que, apesar de tantos anos passados, faz todo o “sentido”!

Um abraço,
JERO
Fur Mil Enf da CCAÇ 675


Fotos: José Eduardo Oliveira (2009). Direitos reservados.
__________
Nota de M.R.:

Vd. último poste da série em:

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Jero,

José Eduardo permite-me este tratamento.

Cá vou lendo o teu livro (que falarei sobre ele) e maravilhando-me com as tuas Histórias.
Continua camarada amigo, pois são lindos os teus escritos.

Um abraço do tamanho do Cumbijã,

Mário Fitas