quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Guiné 63/74 - P9496: Lições de artilharia para os infantes (3): Fazer a rotação, de 180º, do obus 14, para apoiar Jemberém (C. Martins, CMDT do Pel Art, Gadamael, 1973/74)



Guiné > Região de Tombali > Bedanda > CCAÇ 6 > 1970 > Resposta do Obus 14 a um ataque,. noturno,  de foguetes Katiusha, de 122 mm.

Foto: © Hugo Moura Ferreira (2006) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné
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1. Comentário do nosso camarada C. Martins, último artilheiro de Gadamael (1973/74), ao poste P9329:

Caro camarada Manuel Vaz:

Excelente trabalho.

Informo que o que fizeram serviu e muito para todos nós que estivemos aí em alturas posteriores.

Entre agosto de 73 até à data da entrega ao PAIGC em 74 a dotação do aquartelamento era constituído por:



3 companhias, 
1 pelotão de canhões s/r, 
1 pelotão de morteiros 81, 
2 pelotões de milícias, 
e 1 pelotão de artilharia de obus 14 com 3 obuses.


Outros tempos.


O Pel Art tinha os 3 obuses, no enfiamento entre o abrigo de transmissões no fundo da pista e o posto de vigia junto ao cais, todos com espaldão e abrigo, e virados obviamente para a fronteira.


Várias vezes foi necessário fazer uma rotação de 180º para apoiar Jemberém, o que causou alguns estragos, de pouca monta, em infra-estruturas do aquartelamento devido à onda de choque provocada pelos disparos.

Um grande alfa bravo

Um artilheiro de Gadamael (*)

C.Martins

____________


Nota do editor:


(*) Último poste da série > 8 de fevereiro de 2012 _ Guiné 63/74 - P9460: Lições de artilharia para os infantes (2): Cada granada de obus 14 pesava 45 kg e custava 2500$00 (C. Martins, ex-comandante do Pel Art, Gadamael, 1973/74)

13 comentários:

Anónimo disse...

"Livre-nos Deus da nossa Artilharia...que do inimigo podemos nós bem". Dizia-se na Arma de Cavalaria.

Vasco Pires disse...

Prezados Manuel Vaz e C. Martins, cordiais saudações: Quando cheguei em Gadamael em 1970,o reordenamento já estava pronto e os obuses (10,5)instalados nos respectivos espaldões, logo eu também fiz bom proveito dos trabalhos anteriores. Os obuses estavam instalados junto à última fileira da tabanca próximo ao rio,sómente uma vez saí da rotina, para fazer fogo direto, pois havia uma tentativa de invasão do quartel,faço esse relato, sabendo que corro o risco do Sr. Nogueira Pessoa me chamar de mentiroso.Quanto ao camarada J.Belo,sem entrar no mérito do seu humor tardio, fazer fogo de apoio, com os dados enviadas por alguém que tem que ler as coordenadas, às vezes de um ponto bem próximo, debaixo de fogo e no meio do mato, creia nobre camarada que é um dos momentos de maior tensão dos Artilheiros,dos quais felizmente Deus o livrou.Vasco Pires, Ex-comandante do 23° Pel Art, Gadamael Porto.

Anónimo disse...

Caro Vasco Pires.O seu a seu dono,e justiça seja feita à Artilharia! Quando comandava o Destacamento de Mampatá fomos algumas vezes bem ajudados pelos obuses-14 que fazendo fogo desde Aldeia Formosa batiam a zona à volta do Destacamento.(Não fariam mais que..."a sua obrigacäo"!Pois foi a nossa Companhia, que inclui os Maiorais membros do nosso blog José Teixeira,Raul Rolo Brás e Américo Estorninho,quem,literalmente os carregou pela picada fora desde Buba a Aldeia Formosa com alguns problemas bem graves).Mas,haverá que reconhecer darem-nos uma...certa confiança. Um abraco.

Anónimo disse...

Não resisto a defender também a "minha dama", a Arma de Artilharia.

Claro que o camarigo José Belo, apenas reproduz, por graça, aquilo que de facto os Cavaleiros diziam.
Mas estes sempre se julgaram os ÚNICOS Militares, OS MELHORES...sem eles ninguém ganharia guerras. Vaidades próprias de quem, por se julgarem descendente da "velha fidalguia", já que naqueles tempos de antanho eram esses Senhores que tinham direito a "cavalarias", enquanto os "peões", lá teriam de ser infantes e "empurrar" a artilharia.
Mas o que seria deles sem os Infantes e os Artilheiros?

Apesar de "manuseador" de peças de museu (era de Anti-Aérea), não foi por fazerem de mim na Guiné "Caçador", que renego a Arma de origem.

Jorge Picado
Ex-Alf Mil Art AA (RAAF-QUELUZ) e ex-Cap Mil Art (Guiné).

Anónimo disse...

EH..eh..ehh.

Caríssimos infantes e cavaleiros.

P,ra já, nós artilheiros somos os intelectuais da tropa..e isto porquê,porque temos que usar o intelecto...a saber;somos "bruxos" para adivinhar onde se encontram os infantes e cavaleiros (feitos infantes)...porque vocês nunca ou raramente sabem..pudera, debaixo de fogo ou à rasca é natural que falte discernimento para ler cartas topográficas...somos geógrafos,matemáticos,químicos,psicólogos e até filósofos...todas estas ciências são necessárias para se ser um bom artilheiro...se nos enganamos a culpa nunca é nossa..mas do material.. das condições meteorológicas.. ah..e de vocês infantes ou cavaleiros que não sabem onde estão, ou dão as coordenadas erradas...
Os artilheiros IN são burros por isso podem bem com eles

O "intelectualoide artilheiro"

C.Martins

Torcato Mendonca disse...

És um convencido e um artilheiro de tiro á balda. Eu sou um artilheiro e infante...quando caia numa emboscada na estrada (zona de um célebre pontão próximo de Mansambo)pedia : Quebeque nº x,y ...e elas iam lá cair. Era óptimo fazer uma operação com a artilharia - perdão Artilharia - a mandar umas bojardas primeiro...eram três estoiros e um assobio quase simultâneos...no tempo do BART 1904 fizemos uma ao Poidom e só destruíram as bananeiras. As casas de mato ficaram para os infantes/artilheiros. Ficou salva a honra da Artilharia.
Caro C.Martins gostava de ter trabalhado contigo pois diria:Charlie e número...para aonde queria o "embrulho". Terias acertado. Os infantes não liam cartas topogràficas...eram cartográficas á escala 1/50.000 e boas. Abraço Charlie Mike ah,ah e boa pontaria...

Anónimo disse...

Caríssimo Torcato

É verdade sou convencidíssimo e então baldíssimo..nem se fala.

Não sei de onde me saiu a carta topográfica..deve ser da pdi...cartográfica é que é correcto,mas tinha cartas de 1/10.000, é que a menor distância que se podia introduzir no prato do aparelho de pontaria eram 100 jardas (uma jarda = 90 cm).
Sobre as bananeiras..é claro que foram destruídas para evitar o reabastecimento do IN...em bananas claro..destruir casas do mato era deontologicamente incorrecto porque vai contra os princípios de um bom artilheiro...deve-se preservar aquilo que poderá servir para as NT.

Obrigado pela boa pontaria,mas comigo é a balda e sou zarolho

Um alfa bravo Tango Mike

Charlie Mike..perdão

C.Martins

Anónimo disse...

Meu Caro C.Martins. "Intelectualoides Artilheiros"...nem a brincar! Academia Militar-Mestrado em Ciências Militares na Especialidade de Artilharia-A)No final dos cursos os alunos deverão estar aptos a:-Pela formacäo científica de base recebida,adquirir os conhecimentos e a dinâmica intelectual essenciais ao permanente acompanhamento do saber.
E,para apreciadores de estatísticas "menos comuns",será talvez interessante uma olhadela atenta ao número de Oficiais da Arma de Artilharia que tiveram papéis activos e importantes aquando das origens e período conspirativo do MFA;depois, na própria madrugada do 25 de Abril,e,posteriormente a Abril,em cargos militares,político-militares,ou simplesmente políticos.Alguns ficarão surpreendidos com a "representatividade numérica" dos Oficiais desta Arma.(Aos leitores que sempre gostam "destas coisas" para aquecer uma discussão,quero salientar que o que acabo de escrever não é um "Louvor",e muitíssimo menos uma "Acusacäo".É,simplesmente......estatística. Mais um abraco.

Anónimo disse...

Camarada J.Belo

Oficial e cavalheiro e "cavaleiro", proprietário de "renos" e renas , insensível ao frio...brrrr, neto e filho de médicos, marido e pai de médicas e por isso também "médico por osmose".

A artilharia é arma dos fogos largos e profundos, ora os artilheiros, por inerência, também são, o que implica que estejam na retaguarda,(excepto os de I.O.L.) logo não podem ver onde caiem as "ameixas", por isso se às vezes estas acertarem nas NT, nomeadamente nos cavaleiros, que culpa temos nós...sim.. que culpa..é que ainda por cima somos inimputáveis..

Um alfa bravo

C.Martins

Anónimo disse...

Caro camarada J.Belo

Como é óbvio ,estou a brincar.
Frequentei apenas a E.P.A.
Tive (tivemos ) que aprender cartografia, balística,transmissões,fotografia aérea,química dos explosivos (cargas),orientação geográfica, matemática aplicada à artilharia (cálculo de tiro) ..eu sei lá.. ah.. e saber manusear todos os obuses e peças existentes na nossa artilharia, incluindo uma "peça de meseu" o obus 7,5, de fabrico italiano, e que era denominado obus de montanha.
Todos os cadetes (éramos só 15), tinham frequência do ensino superior ou eram já licenciados na área das ciências.
Sobre as estatísticas..bem. não sei.
Que os instrutores nos incutiam que a artilharia era para pessoas com nível intelectual acima da média.. era verdade..mas pessoalmente entendia que era mais prosápia que outra coisa, porque todas as "armas" se acham melhores que as outras..faz parte do "menus" militar.

Um alfa bravo

C.Martins

Anónimo disse...

PIADA

Hoje estou bem humorado

Um dia um alferes "pára" pede apoio para orla de uma pequena bolanha onde foi detectado movimento IN..feito fogo a "ameixa" cai no meio desta..nova indicação daquele...mais 50m..|!!! 50 m ?...novo fogo... a "ameixa" cai no interior da mata...menos 5o m...diz ele... 50 m ?? ..não consigo.. olha recua a bolanha...!!!!!.
Posteriormente expliquei-lhe que a diferença mínima que poderia fazer fogo era de 100 jardas = 90 metros mais ou menos.
Preciosismos..era o que era

C.Martins

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

csBVolto à carga, não de cavalaria.

Para o charlie Tango Mike (Torcato).

Pensava ser contestado...mas tal ainda não se verificou... as cartas usadas eram e são chamadas de cartas TOPOGRÁFICAS , pela simples razão de que não só representam o terreno, mas estão inseridas as curvas de nível (cotas).

Na Guiné isso era pouco importante mas em territórios montanhosos é de primordial importância, mesmo para os infantes que ficam a saber que um determinado terreno não é plano e têm que dar aos calcanhares para subirem e descerem.
Como estamos em convívio fraterno penso que ninguém levará a mal as ironias, nomeadamente da minha parte.

É só dizer as coordenadas que eu acerto..bem mais ou menos..100 metros não é erro...na artilharia ..claro .

C.Martins