De: Luciana Andrade Guerra
Enviada: 30 de abril de 2013 14:15
Para: Virgínio Briote
Assunto: Coronel Maurício Leonel de Sousa Saraiva
Prezado V. Briote,
Agradeço-lhe de coração pelos seus sentimentos e sua gentileza. Fiquei realmente feliz por encontrar pessoas queridas que resolveram compartilhar tantas experiências de um passado e se juntaram num Blog como esse e ainda algumas, como o Virgínio, tiveram vínculos com meu tio Maurício.
Eu tenho comigo também muitas fotografias, mas são mais fotografias de família, quando meu tio era ainda muito jovem e vivia em Sá da Bandeira, em Angola. Ele nasceu na Ganda. Depois meu avô Francisco Saraiva se mudou para Sá da Bandeira.
Meu avô Francisco só voltou para Portugal nos anos 60, ia já doente e acabou por falecer devido a um câncer no pulmão.
O tio Maurício foi uma pessoa com sua vida muito preenchida, de amigos e ocupações diversas. Sei que morou muitos anos em Madrid, onde chegou a exercer o cargo de Diretor numa empresa grande, que tinha filiais nos EUA e outros países. Meu tio viajava bastante. O tio tinha um hábito muito interessante, que hoje nos ajuda muito, ele sempre colocava as datas nos postais e fotografias que ia mandando para meu pai e minha avó (sua mãe). Sempre se lembrava da sua mãe e de meu pai. Qualquer viagem que fazia, mandava notícias através de lindos postais e fotos que ele mesmo adorava bater. Minha irmã ficou com uma coleção incrível desses postais que o tio foi mandando ao longo de tantos anos.
No final dos anos 70 e durante os anos 80 e ainda 90, a família tinha o costume de se reunir para passarmos um dia juntos no Natal. Era sempre uma festa muito grande, meu tio era muito animado, contava muitas histórias e levava presentes para todo o mundo.
Minha avó Tininha gostou de todos os filhos, mas tinha uma grande admiração pelo seu filho mais velho.
Durante o pós-Guerra em África, e depois do acidente que o deixou hospitalizado, ele foi para Londres, onde viveu alguns anos. Sei também que minhas duas bisavós: Luisa e Emília adoravam o neto. Quando meu tio estudava já em Portugal, costumava passar as férias de verão junto com as avós em Possacos [Valpaços]. Acho que ele devia exercer uma espécie de liderança, pois seus primos tinham uma grande adoração por ele.
Meu tio chegou a participar anos mais tarde na Guerra do Golfo. E sobre este episódio nada mais sei. Infelizmente não temos contacto com a sua segunda esposa (viúva de meu tio), porque ela se afastou de nossa família e também não tinha um relacionamento próximo com meu primo Francisco Henrique (único filho de meu tio). A primeira esposa do tio, Isabel, mãe do Francisco Henrique, ainda é viva.
Meu primo é casado e teve 6 filhos homens ! hi hi, meu tio não chegou a conhecer todos os netos, nem meu filho João Henrique, o mais novo nascido já aqui em Florianópolis em 2005.
Meu tio Maurício chegou a conhecer meu marido Baltazar,
com o qual estou há 22 anos. Um dia num casamento de uns amigos, numas férias que fizemos em Portugal, estivemos sentados à mesa com o sr. General Eanes e sua esposa Manuela. Qual não foi meu espanto, e nem me lembro porquê, meu tio foi tema de conversa e parece que foram colegas na Academia Militar.
Aliás, sei que meu tio era muito amigo do sr. [gen] Almeida Bruno. Este senhor visitou muitas vezes meu tio, quando ele já estava internado antes de falecer.
Bom, não quero maça-lo com minhas histórias, e gostaria que o V. Briote se sinta á vontade para me contar mais histórias, porque a história de meu tio ficaria incompleta se não juntarmos o tempo que passou em África junto com seus camaradas, alguns agora reunidos neste Blog.
com o qual estou há 22 anos. Um dia num casamento de uns amigos, numas férias que fizemos em Portugal, estivemos sentados à mesa com o sr. General Eanes e sua esposa Manuela. Qual não foi meu espanto, e nem me lembro porquê, meu tio foi tema de conversa e parece que foram colegas na Academia Militar.
Aliás, sei que meu tio era muito amigo do sr. [gen] Almeida Bruno. Este senhor visitou muitas vezes meu tio, quando ele já estava internado antes de falecer.
Bom, não quero maça-lo com minhas histórias, e gostaria que o V. Briote se sinta á vontade para me contar mais histórias, porque a história de meu tio ficaria incompleta se não juntarmos o tempo que passou em África junto com seus camaradas, alguns agora reunidos neste Blog.
Acho que meu tio Maurício ficaria muito feliz por saber que resolvi escrever este livro sobre a avó. Aliás ele em vida me incentivou a buscar a origem dos Sousa da parte da avó. Cheguei muito longe, ele nem sonha as histórias incríveis que descobri, os documentos antigos que consegui junto do Arquivo Distrital de Vila Real. Estou quase comprovando que nosso 10º avô descende de uma linhagem de nobres e guerreiros que nos levam a D. Afonso III...penso que meu tio iria ficar extremamente orgulhoso.
Existe ainda mais uma história incrível, que eu não sei dizer se meu tio sabia ou não, nem como ele iria reagir!
Existe ainda mais uma história incrível, que eu não sei dizer se meu tio sabia ou não, nem como ele iria reagir!
Meu avô Francisco ficou órfão de pai muito cedo. Filho único veio com seu tio Domingos Saraiva para o Rio de Janeiro ainda extremamente jovem. Por aqui ficou 14 anos. Conheceu uma senhora de uma família de Possacos, Valpaços, e tiveram um filho chamado Manoel Bernardo Saraiva. Só que meu avô estava indo de novo para Possacos naquele ano para ver sua mãe, minha bisavó Luisinha. Nessa estadia conheceu minha avó, numa linda propriedade de Possacos que minha avó teve.
Nunca mais se separaram, portanto meu avô foi para Angola com minha avó e não voltou mais para o Brasil. Acontece que eu, ao fim destes anos todos, conheci uma senhora de 86 anos que se chama Amélia que mora em Lisboa e tem toda a sua família em Possacos, ela é tia do meu tio Manoel Bernardo Saraiva, irmão de meu pai e do tio Maurício. Nós estamos procurando este tio, que se for vivo terá 86 anos também ! Ele teve uma filha Saraiva.
Estou em contato com alguns sobrinhos dele e todos estamos tentando encontrar esse tio. Bom, mas este é outro capítulo da minha história...risos. Este assunto era tabu na casa de minha avó (logicamente).
Mande mais histórias, ontem mesmo abri conta no Google e acho que já faço parte do Blog da Tabanca Grande !
O Sr. Luís Graça também conheceu meu tio? O Sr. Virgínio mora em Lisboa?
Um abraço e mais uma vez obrigado,
Luciana Saraiva Guerra (**)
__________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 4 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11526: Tabanca Grande (407): Luciana Saraiva, sobrinha do ex-cap comando Maurício Leonel de Sousa Saraiva, nova tabanqueira, nº 616 (a viver em Floripa, Brasil)
(**) Último poste da série > 18 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10399: As Nossas Tropas - Quem foi quem (10): Ten Cor Manuel Agostinho Ferreira, o "metro e oito", comandante do BCAÇ 2879 (Farim, 1969/71) e BCAÇ 2892 (Aldeia Formosa, 1969/71) (Paulo Santiago / Carlos Silva / Manuel Amaro)
Mande mais histórias, ontem mesmo abri conta no Google e acho que já faço parte do Blog da Tabanca Grande !
O Sr. Luís Graça também conheceu meu tio? O Sr. Virgínio mora em Lisboa?
Um abraço e mais uma vez obrigado,
Luciana Saraiva Guerra (**)
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 4 de maio de 2013 > Guiné 63/74 - P11526: Tabanca Grande (407): Luciana Saraiva, sobrinha do ex-cap comando Maurício Leonel de Sousa Saraiva, nova tabanqueira, nº 616 (a viver em Floripa, Brasil)
(**) Último poste da série > 18 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10399: As Nossas Tropas - Quem foi quem (10): Ten Cor Manuel Agostinho Ferreira, o "metro e oito", comandante do BCAÇ 2879 (Farim, 1969/71) e BCAÇ 2892 (Aldeia Formosa, 1969/71) (Paulo Santiago / Carlos Silva / Manuel Amaro)
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