sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Guiné 63/74 - P12232: A CART 3494 e as emboscadas na Ponta Coli (Xime, Bambadinca), 1972: A verdade dos números... (Jorge Araújo, ex-fur mil op esp, CART 3494 / BART 3873, Xime e Mansambo, 1972/74)

1. Mensagem,  de 26 de outubro, do Jorge Araújo (ex-fur mil op esp,  CART 3494 / BART 3873, Xime e Mansambo, 1972/74):

Assunto - A CART 3494 e as Emboscadas na Ponta Coli

Caríssimo Camarada Luís Graça, os meus melhores cumprimentos.

A consulta do espólio do Arquivo Amílcar Cabral, pertença do Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares, que em boa hora,  fizeste o favor de nos dar conta neste espaço plural da "Tabanca Grande", onde, diariamente, os ex-combatentes da/na Guiné partilham diferentes vivências/experiências ocorridas em locais diferentes e em tempos diferentes, vem-nos permitir abrir um novo caminho de reflexão e debate.

No nosso caso, e independentemente de a ela [consulta] todos terem acesso, não deixou de nos influenciar para a elaboração do presente texto, na justa medida em que, como testemunha ocular de muitos dos episódios que marcaram a historiografia da minha companhia [CART 3494], defendo, em tese, de que nos deveremos aproximar da verdade, ainda que não seja no imediato, pois esta Guerra já acabou.

Com efeito, os comunicados mensais consultados referentes aos principais eventos que conduziram ao confronto nos palcos da guerra de guerrilha entre os elementos da CART 3494 e os do PAIGC, particularmente as emboscadas à Ponta Coli, e que já tive a oportunidade de vos dar conta em duas narrativas [Abril/2012], demonstram e confirmam a importância do valor quantitativo [os números] como factor propagandístico.

Assim, para corrigir as discrepâncias  entre os documentos ditos oficiais,  a que a estes episódios
dizem respeito, segue uma nova narrativa  melhorada e aumentada.

Obrigado pela atenção. Um forte abraço, Jorge Araújo.
2. A CART 3494 e as emboscadas na Ponta Coli (Xime, Bambadinca), 1972: A verdade dos números

por Jorge Araújo

Há pouco mais de ano e meio [Abril/2012] tomei a iniciativa de narrar aqui no blogue da nossa «Tabanca Grande» [postes: 9698 e 9802] (*), bem como no da minha companhia «CART 3494 & camaradas da Guiné» [postes: 148 e 152], na primeira pessoa, o que ainda estava bem presente na minha memória referente às ocorrências observadas nas duas emboscadas sofridas pelo 4.º GComb da CART 3494, na fatídica e sempre arriscada segurança à Ponta Coli.

Relembro que esta segurança era organizada num «ponto X», dito estratégico, entre a bolanha de Taliuará e a tabanca de Amedalai, na Estrada Xime-Bambadinca [ver mapa], estrada que tinha o seu início vs fim no Cais do Xime e que era a única via que dava acesso ao extremo leste do território, nomeadamente às localidades de: Bafatá, Nova Lamego, Piche, Canquelifá, Galomaro, Mansambo, Xitole, Saltinho, entre outras.


Pelo elevado grau de dificuldade, à qual se adicionou o historial de confrontos com os guerrilheiros do PAIGC anteriores à nossa companhia, como são os sucessivos exemplos da CCAÇ 1550 (1966/68), CART 1746 (1967/69), CART 2520 (1969/70) e CART 2715 (1970/72), a segurança diária à Ponta Coli era sempre uma acção/ missão única, dando lugar continuamente a novos desafios, por estar carregada de interrogações onde emergia o conceito «surpresa», principal característica na guerra de guerrilha.

Por esse motivo, e em função das inúmeras experiências que aí vivi (vivemos), decidi chamar-lhe: «palco de jogos de sobrevivência», já que a única regra desse “jogo” era a eliminação física do opositor ou dos opositores por antecipação e perícia, independentemente dos argumentos e motivações que a cada qual pudessem assistir, à época.

Para identificação desse «palco» e caracterização do seu contexto, eis algumas imagens:


Foto 1 – Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca> Xime > Ponta Coli > Maio de 1972 > Espaço onde se concentravam e distribuíam os nossos militares em serviço de segurança à estrada Xime-Bambadinca.


Foi exactamente no local representado na imagem que um bigrupo do PAIGC, comandado muito provavelmente por Mário Mendes, constituído por mais de cinco dezenas de guerrilheiros, se instalou no dia 22Abr1972, sábado, e donde emboscou o nosso GComb.

O baptismo de fogo da CART 3494 [ao vivo e a cores] aconteceu, assim, ao trigésimo nono dia depois de ter assumido na plenitude o controlo do seu território de intervenção – o XIME –, na sequência de ter finalizado o tempo de sobreposição com a CART 2715, do BART 2917 (1970/72), que decorreu entre 28Jan e 14Mar1972.

De referir, a propósito do nome de Mário Mendes, que este CMDT do PAIGC viria a morrer no dia 25 de Maio de 1972, 5.ª feira [um mês depois da emboscada], na acção «GASPAR 5», realizada por 6 GComb [3 da CART 3494 e 3 da CCAÇ 12]. O “encontro” com Mário Mendes aconteceu na Ponta Varela, tendo-lhe sido capturada a sua Kalashnico, bem como 3 carregadores da mesma e documentos que davam conta das “acções” a desenvolver na zona de que era responsável.

Sabendo-se que era um líder temido e um guerrilheiro experiente, conhecedor dos terrenos que pisava e consciente dos riscos que corria, estas dimensões conjugadas não foram suficientes para garantirem estar a salvo e sobreviver, mais uma vez, aos muitos sustos que certamente apanhou ao longo dos anos que viveu no mato.

Depois de alguns elementos (5/6) do seu grupo terem sido detectados pelas NT na acção sobredita, e que não se sabia, naturalmente, de quem se tratava, um daqueles elementos [Mário Mendes] liderou uma estratégia de fuga que não lhe foi, desta vez, favorável, por via de lhe(s) ter sido movida perseguição, obrigando-nos a serpentear várias vezes os mesmos trilhos, entre itinerários de vegetação e clareiras.

Por isso, estou crente que Mário Mendes, a partir do momento em que ficou sem rumo certo e sem portas de saída, movimentando-se em várias direcções, sem sucesso, tomou consciência de que aquele seria o último dia da sua vida. E foi … por intervenção de elementos da CCAÇ 12, no mesmo dia em que se comemorou o 9.º aniversário da fundação da Organização de Unidade Africana (OUA), criada em Adis Abela, na Etiópia, em 1963. Que coincidência …



Foto 2 – Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca> Xime > Ponta Coli > Maio de 1972 >  O  mesmo espaço anterior, onde se observa um trilho à esquerda. Este trilho ligava o itinerário entre várias árvores, em que cada uma delas era utilizada como posto de observação e protecção.




Foto 3 – Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca> Xime > Ponta Coli > Maio de 1972 >  O  mesmo espaço anterior, vendo-se a base de um tronco da árvore "bissilão" (ou "poilão" ?), de grande porte, situada mais ou menos a meio da linha de segurança, numa frente de aproximadamente cem metros, e onde se fixava o comandante do GComb.




Foto 4 – Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca> Xime > Ponta Coli > Maio de 1972 >   O mesmo contexto e o mesmo tronco da árvore da imagem anterior, agora num plano mais elevado.




Foto 5 –Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca> Xime > Ponta Coli > Maio de 1972 >  O mesmo espaço anterior com a observação de um «bagabaga», que funcionava como posto de vigia.


Fotos (e legendas): © Jorge Araújo  (2013). Todos os direitos reservados.


Considerando o historial dos dois confrontos contabilizados pela CART 3494, [22Abr e 01Dez1972], de que resultaram baixas de ambos os lados, importa dar-vos conta da «verdade dos números», agora por contraditório com os divulgados pelo opositor da contenda – o PAIGC.

Sei [ou sabemos] que esses números, agora que estão decorridos mais de quatro dezenas de anos, pouca relevância têm entre nós, ou seja, não interessam nada. Mas, porque a eles continuaremos ligados emocionalmente, importa, do ponto de vista histórico [que é a ciência dos factos reais], corrigi-los, em nome da verdade por oposição à ficção.

Para o efeito, foi consultada a História da Unidade do BART 3873, em particular a da companhia CART 3494, bem como o arquivo Amílcar Cabral disponível na Net com o endereço http://casacomum.org/cc, pertença do Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares, em contraponto com o que foi a nossa observação naquele contexto.

1. – EMBOSCADA DE 22 DE ABRIL DE 1972 – Os números

a) – O que aconteceu …

Naquele dia, o grupo escalado para cumprir a missão de efectuar a segurança à Ponta Coli era o 4.º GComb, constituído por vinte operacionais, entre sargentos e praças, uma vez que não havia nenhum oficial adstrito, e mais dois condutores e um Guia, no caso o Malan, o que totalizava vinte e três elementos.

Estes elementos seguiram em duas viaturas [12+11] Unimog.

Na sequência do confronto, o balanço da primeira emboscada sofrida pela CART 3494 foi de um morto, o camarada furriel Manuel Rocha Bento [a única baixa em combate ao longo dos mais de vinte e sete meses de comissão], dezassete feridos entre graves e menos graves, e, por exclusão de partes, cinco dos militares saíram ilesos, sendo eu um deles. As viaturas não sofreram qualquer dano significativo.

b) – O que consta na História da Unidade – BART 3873

- Em 220600ABR72 grupo IN emboscou a segurança da PTA COLI (01 GRCOMB da CART 3494). As NT e a Artilharia do XIME pôs [puseram] o IN em fuga. Sofremos 01 morto (Furriel), 07 feridos graves e 12 feridos ligeiros [p.59].

c) – O que consta no Comunicado do PAIGC sobre as acções militares do mês de Abril (1972)


Transcrição do comunicado do PAIGC em língua francesa, sobre as acções militares do mês de Abril (1972) e assinado por Amílcar Cabral.

Tradução do parágrafo em que é referida a emboscada à Ponta Coli.

(…) “As emboscadas mais mortíferas para o inimigo foram as que ocorreram nos itinerários do Saltinho/Kirafo [CCAÇ 3490/BCAÇ 3872 - 72/74 #] (a 17 de Abril, 2 viaturas destruídas, 20 mortos e vários feridos) e a do Xime/ Bambadinca (a 22 de Abril, 4 viaturas destruídas e 12 mortos).” (…)

Data: 8 Junho 1972
Amílcar Cabral
Secretário Geral

Fonte: Casa Comum
Instituição: Fundação Mário Soares
Pasta: 07/197.160.014
Título: Comunicado do PAIGC sobre as acções militares do mês de Abril
Assunto: Comunicado do PAIGC sobre as acções militares do mês de Abril (66 operações), com destaque para o ataque a Mansoa e Bolama. Denuncia a destruição de escolas, hospitais e vilas, a utilização de napalm e os bombardeamentos aéreos efectuados pelo exército português. Comunicado assinado por Amílcar Cabral.
Data: Quinta, 8 de Junho de 1972
Observações: Doc. Incluído no dossier intitulado Documentos.
Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral
Tipo Documental: Documentos

(#) Blogue: Luís Graça & Camaradas da Guiné: Vd. 22 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P4068: Recordando a tragédia do Quirafo, ocorrida no dia 17 de Abril de 1972 (Luís Dias).

– A VERDADE DOS NÚMEROS

Perante os elementos acima referenciados, em particular os números oficiais das NT e do PAIGC, deixo-os à V. consideração.

Um forte abraço para todos, com muita saúde e energia.

Jorge Araújo.

Outubro/2013.

4 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia.
Caro Jorge Araújo,
Corroboro as tuas discordâncias em relação aos comunicados do PAIGC.
Fui para Mansoa em finais de Junho de 1972.
Estava lá o Bat. 3832. Havia sofrido um ataque no início desse mês, salvo erro a dia 8 de Junho, não posso precisar, ataque que, ao que sei, vivi-o de perto em conversas com os camaradas do Bat. 3832, foi o único que atingiu a Vila, tendo destruído a bomba de gasolina junto à sede dos Balantas, uma parte de uma casa de banho no quartel, que fez um ferido e colocado mais três ou quatro dentro da vila, uma no quintal do Restaurante ou Café do Simões, como queiram chamar-lhe, hoje proprietário do Restaurante Painel na Mealhada.
Nunca ouvi falar de mortos, apenas feridos e sem gravidade.
Durante os cinco meses que lá passei, até finais de Novembro de 1972 não houve qualquer ataque ao quartel, tirando uma flagelação com três ou quatro rebentamentos sem que algum tenha atingido o quartel ou a Vila de Mansoa.
Vejo por aqui apenas um camarada desse batalhão, o Germano Santos, pode ele, caso queira, dar o verdadeiro contributo e contar um pouco mais sobre as companhias desse Batalhão e os ataques a Mansoa durante os 24 meses que lá passou.
Não vejo pois que ataque houve em Abril com mortos e feridos ou destruição de meios, mesmo que assinado por Amilcar Cabral em 08 de Junho de 1972, dia que atrás referi como sendo o dia do ataque a Mansoa, mas, mesmo esse, sem a gravidade indicada.
Não refiro ataques aos destacamentos, por desconhecimento real dos factos, embora ciente que houve uma intensidade de fogo maior que a desenvolvida contra a sede do batalhão e a Vila de Mansoa, nunca o número de mortos ou feridos foi conforme os indicados.
Um abraço,
BS

Luís Graça disse...

Jorge:

Já te dei, por mail, os parabéns pela tua paciência, persistência e preocupação de rigor factual, postas na elaboração destes textos sobre as emboscadas havidas na Ponta Coli... (E por haver, sim, por que tu, eu e outros, daqueles de nós que passámos, muitas vezes, em épocas diferentes, na Ponta Colui, podemos ter estado sob a mira das Simonov, das Mauser, das Costureirinhas ou das Kalash ou até dos RGP dos homens do Mário Mendes ou de outros antes e depois dele... e por qualquer não ter havido ordem de fogo!)...

Concordo contigo quando escreves: "Considerando o historial dos dois confrontos contabilizados pela CART 3494, [22Abr e 01Dez1972], de que resultaram baixas de ambos os lados, importa dar-vos conta da 'verdade dos números', agora por contraditório com os divulgados pelo opositor da contenda – o PAIGC".

Já não estou de acordo com o que dizes logo a seguir:

"Sei [ou sabemos] que esses números, agora que estão decorridos mais de quatro dezenas de anos, pouca relevância têm entre nós, ou seja, não interessam nada".

Permite-me que discorde: esses números interessam!...Interessam-nos a nós, que fomos atores e testemunhas dos acontecimentos, interessam aos historiadores da guerra colonial, aos investigadores. aos especialistas, aos simples leitores dos arquivos (e dos blogues, como o nosso) mesmo que se trate de "petite histoire", da "pequena história"...

Nada disso foram grandes batalhas de que nos possamos orgulhar tanto de um lado como do outro... Mas morreram homens, de um lado e do outro, que falavamn português, e que escreviam comunicados de guerra em português...

Tens todo o meu apoio e apreço quando se trata de repor a "verdade dos factos e dos números"...

É sabido que o PAIGC tinha, a nível dos seus militantes e dirigentes, graves problemas de numeracia e de literacia... Isso explica a "pobreza" de muitos documentos que encontras no Arquivo de Amílcar Cabral.

No caso concreto do documento que citas, e que tiveste a gentileza de traduzir do francês para o português, fica mais do que claro que o número de baixas da emboscada de Ponta Coli, às 6 da manhã do dia 22/4/1972, propalado pelo PAIGC, era completamente descabido... Apesar de tudo, as NT tiveram um morto (o que já era muito, para nós!), além de 7 feridos garves e 12 feridos ligeiros,,,

No que diz espeito à emboscada do Quirafo, cinco dias antes, em 17/4/1972, aí os números aproximam-se da verdade, já que o IN teve tempo para levar armas, capturar um sobrevivente, dar o tiro de misericórdia aos agonizantes, contar os cadáveres...

Não sei, ao certo, se morreram 20 (sendo 11 militares e os restantes civis, cito de cor), se morreram menos ou até mais... De qualquer modo, foi um mês de "ronco" para o PAIGC, na zona leste, nos Setores L1 e L5...

Eu sei que nós também, às vezes, manipulávmos os números das baixas causadas ao IN, nos relatórios das nossas operações, para "ficar bem na fotografia"... De qualquer modo, os comandantes dos bigrupos do PAIGC eram muito mais useiros e vezeiros na "mentira estatítica" do que nós... Aquele tipo de guerra também se ganhava (ou perdia) com a mentira e a propaganda... Duvido em todo o caso que o Amílcar Cabral "engolisse" todas aquelas patranhas...

Um Alfa Bravo fraterno do Luís Graça.

Anónimo disse...

Caro Luís,

Fico grato pelas referências elogiosas ao meu trabalho de pesquisa.

Acabei de ler, com a devida atenção, o teu comentário, e daí ter avançado com este pequeno apontamento:

Algumas vezes a língua de Camões e o uso da sua gramática leva-nos a produzir alguns "ruídos" na comunicação, mesmo quando o objecto de análise é um só.

Numa perspectiva hermenêutica, o que quis dizer com a expressão «esses números [...] não interessam nada» é que já não podem ser corrigidas as fontes que as divulgaram - a da HU e a do PAIGC.

É evidente que nos interessam e daí eu ter escrito que «importa do ponto de vista histórico, corrigi-los, em nome da verdade factual.
E porque interessam, tomei a liberdade de propor a sua correcção.

Aproveito para [re]lembrar que a própria HU, nesta matéria, volta a ter imprecisões, nomeadamente quanto à hora do início da emboscada [foi às 8:15/8:20 e não às 06:00] e quanto ao número de feridos [foram 17 e não 7+12].
É que 2+2 só não são 4 quando a conta está errada.

É que poderiam ter perguntado ... a quem participou no acto desde o 1.º segundo.

Um abraço,

Jorge Araújo.

Anónimo disse...

Olá Camaradas

Na apreciação dos relatórios do PAIGC temos sempre que considerar que eram feitos para ser utilizados em duas frentes: no exterior para "impressionar" as instâncias internacionais e os aliados que, alegremente, se "deixavam enganar" e, no interior, onde era sempre necessário apresentar serviço (e do bom não fosse o diabo tecê-las e tudo podia acabar mal, mesmo em fuzilamento).
Como poderia o PAIGC apresentar, com certeza e verdade, os resultados das duas emboscadas na Ponta Coli se não ocupou, mesmo momentaneamente, a posição do Pel. da CArt 3494? Admito que, na emboscada do Kirafo, como veio ao assalto tenha conseguido contabilizar, com rigor, os resultados, mas... um pouco de modéstia não lhe faria mal. Digo eu!
É por estas e por outras que estou quase, quase a dar o prémio "Regador de Ouro" aos relatantes do PAIGC.
Um Ab.
António J. P. Costa