terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P13997: Caderno de Poesias "Poilão" (Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino, Bissau, Dezembro de 1973) (Albano de Matos) (11): Ah! Como sinto / Uma nostalgia imensa, / Quando me lembro / Do velho cais do Pigiguiti... (Manuel Ribeiro, natural de Cabo Verde, funcionário bancário)



Elemento gráfico da capa da brochura Caderno de Poesias "Poilão", edição limitada a cerca de 700 exemplares, policopiados, distribuídos em fevereiro de 1974, em Bissau. A obra é editada em dezembro de 1973, por iniciativa do Grupo Desportivo e Cultural (GDC) dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino (A história do GDC dos Empregados do BNU  remonta à I República: foi carido em 1924).










Guiné > Bissau > s/d [c. meados do séc. XX] > A estátua de Nuno Tristão, erigida por ocasião do 5º centenário do seu desembarque em terras da Guiné (1446)... Ficava no final na Av da República, hoje, Av Amílcar Cabral... 

Esta artéria, a principal avenida de Bissau no nosso tempo, vinha da Praça do Império ao Cais do Pidjiguiti, tendo no final a estátua de Nuno Tristão; no sentido ascendente, ou seja, do Pidjiguiti para a Praça do Império, tinha à esquerda a Casa Gouveia [, visível nesta foto, por detrás da estátua, e mais à frente, à direita, a Catedral). 

Foto de autor desconhecido. Cortesia do nosso camarada Carlos Fortunato (sítio Guiné- História). [Edição: LG]

O Nuno Tristão, agora "apeado e desterrado"  na vila de Cacheu,  c. 2012.  O navegador da Cass do Infante terá chegado a estas paragens por volta de 1446. A sua estátua é do tempo do Estado Novo,  tendo sido erigida por ocasião do 5º centenário do desembarque do navegador em terras da Guiné. Todas as estátuas do período colonial foram removidas dos seus pedestais depois da indepência da Guiné-Bissau (Diogo Cão, Honório Barreto, Teixeira Pinto... ) e levadas para o forte do Cacheu, para um futuro museu.

Foto; Cortesia  da página da AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau, "Cacheu, Caminho de Escravos"


1. Considerada a primeira antologia da poesia guineense, esta edição deve muito à carolice, ao entusiasmo, à dedicação e à sensibilidade sococultural de dois homens:

(i) o Aguinaldo de Almeida, caboverdiano,  funcionário do BNU, infelizmente já falecido;  era o  coordeandor da secção cultural do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do BNU - Banco Nacional Ultramarino, Bissau [, foto à esquerda];

e (ii) o nosso camarada Albano Mendes de Matos (hoje ten cor art ref; tenente art, GA 7 e QG/CTIG, Bissau, 1972/74; "último soldado do império", é natural de Castelo Branco, e vive no Fundão;
é poeta, romancista e antropólogo) [, foto à direita, em Bissau,  em 1972/73].

Em relação aos poetas que constam desta antologia, sabemos que foi o Aguinaldo de Almeida  quem contactou e selecionou os poetas "civis", tendo cabido ao Albano de Matos a tarefa de incluir os poetas "militares".

Com o 25 de abril de 1974, esta coleção não teve continuidade: estava prevista publicação de um 2º caderno («Batuque», com poemas do Albano de Matos; será editado mais tarde, em Oeiras, 1987, com o título "Batuque - Poemas Africanos", ) e de um 3º, dedicado ao Pascoal D'Artagnan.

Temos uma cópia, em pdf, do Caderno de Poesias "Poilão", que o Albano Matos nos facultou mandou,. Temos também a autorização, como coeditor literrário, para reproduzir aqui, para conhecimento de um público lusófono mais vasto, este livrinho de poesia que está fora do mercado livreiro.


2. Do poeta, hoje divulgado, Manuel Ribeiro, não temos  mais referências do que aquelas que nos são dadas na pág. 21: (i)  natural de Cabo Verde;  e (ii) funcionário bancário...

Pode ser que alguma leitor de Cabo Verde ou algum antigo funcionário do BNU em Bissau (caso do nosso camarada António Medina, que vive hoje nos EUA) nos possa dar algum notícia do seu paradeiro: se é vivo, se está em Cabo Verde, se veio para Portugaal depois da independência da Guiné-Bissau, se continuou a escrever...

Sem comentários: