segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Guiné 63/74 - P13990: A minha máquina fotográfica (3): (i) A Kodak Brownie Fiesta foi, depois da G3, a minha segunda companheira do mato (Vitor Garcia, ex-1º cabo at cav, CCAV 2639, Binar, Bula e Capunga, 1969/71); (ii) tive uma Olympus Trip 35 (António Murta, ex-allf mil inf, 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513, Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74)

1. Comentário de António Murta [ex-Alf Mil Inf  Minas e Armadilhas da 2.ª CCAÇ/BCAÇ 4513. Aldeia Formosa, Nhala e Buba, 1973/74]

Camarada Mário Gaspar (*)

Tive uma Olympus Trip35 com características muito parecidas com as da tua Canon Canonet. Quando tive que a substituir foi um grande desgosto. Mas ainda a guardo.

A mítica Olympus Trip 35, de que se terão vendido
10 milhões de unidades entre 1967 e 1984...
Ideal para se tirar fotos em férias (daí o nome
do modelo, "trip"),  despreocupadamente

Dizes que a tua tinha «um erro de paralaxe». Vou fazer-te uma correcção,
se me permites, não para armar aos cucos porque os meus conhecimentos são modestos, mas porque sei que vais ficar ainda mais admirador da tua Canon. É o seguinte: a Canon tinha um erro de paralaxe, porque todas as máquinas compactas tinham esse erro, mesmo a lendária Leica dos grandes fotógrafos (ou dos ricos). Isto devido a que o visor por onde víamos a imagem estar afastado do eixo da objectiva que, por sua vez, está a "ver" uma imagem diferente. O ângulo entre o eixo da nossa visão e o eixo da objectiva para o mesmo alvo, é que é o tal erro. Isto, para distâncias curtas (os manuais informavam), porque a partir aí de 1,5 m esse fenómeno não se verificava. Por isso é que quase todas tinham uma "moldura" brilhante no visor para nós corrigirmos o enquadramento.

Isto não se passa nas Reflex porque a imagem que nós vemos pelo visor "entrou" pela objectiva e chegou-nos através de um espelho e de um prisma. Portanto, só há um eixo de visão.

Esperando que não te melindres com este atrevimento, deixo-te um abraço com muita estima.
António Murta (o Periquito)




Máquina Kodak Brownie Fiesta
Fotos: © Victor Garcia (2014). Todos os direitos reservados [Edição: LG]



2. Mensagem de  Victor Garcia [ ex-1º cabo at cav, CCAV 2639, Binar, Bula e Capunga, 1969/71]

Caros camaradas

No seguimento da vossa sondagem sobre a máquina fotográfica na Guiné, há qual já fiz o meu voto no vosso Blog, aproveito para vos enviar duas fotos tiradas á momentos, da minha segunda companheira na Guiné (a principal companheira era a minha G3)

Foi com esta máquina a qual ainda hoje a guardo com muita estima, e que embarcou comigo no dia 22/10/1969,  no Paquete Uíge, rumo á Guiné, que tirei praticamente a totalidade das fotografias que constam na minha página pessoal, que os camaradas amigos já conhecem, disponível em:

http://www.vitor-garcia.com/2639Guine.php

Espero com este meu testemunho ter contribuído para o sucesso da vossa sondagem e despeço com um fraterno abraço a todos vós e os votos de um Bom Natal.
______________

2 comentários:

Luís Graça disse...

Entrada na Wikipédia, em português, sobre a Olympus Trip 35:

Alguns excertos (para o António Murta com um abraço):

(...) É uma câmera fotográfica compacta de 35 milímetros, fabricada pela Olympus Foi introduzida no mercado em 1967 e descontinuada, depois de um longo ciclo de produção, em 1984. O nome "Trip" foi uma referência ao mercado pretendido - pessoas que queriam uma câmera compacta e funcional para as férias.

Durante a década de 1970, foi objecto de uma campanha publicitária que contou com populares fotógrafo britânico David Bailey (...).

A Trip 35 foi um modelo "point and shoot", com um fotometro de selênio, movido a energia solar, com apenas duas velocidades do obturador. No modo "A", a câmera funciona como um programa automático, podendo escolher entre 1/40º seg. ou 1/200º seg.

A câmera também pode sincronizar com o flash, e tem uma série de ajustes de abertura, a partir de f2.8 à f22. No modo de sincronia com o flash o obturador é fixado em 1/40. Possui um simples ajuste de de quatro posições fixas de zona de foco, e ajuste de ISO de 25-400, a câmera não tem outros controles fotográficos. A sua lente era uma Zuiko f/2.8 40 milímetros, com quatro elementos em três grupos.

(...) O uso de uma fotocélula de selênio para selecionar as velocidades de obturação e abertura permitiu a amadores usar a câmera na forma "point & shoot", com bons resultados obtidos na maioria das vezes. Nenhuma bateria foi necessária para alimentar a câmera, uma consideração importante quando se viajava a lugares onde as baterias poderiam não estar disponíveis.

(...) Essa câmera foi um modelo muito popular na década de 1970 e mais de dez milhões de unidades foram vendidas. (...)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Olympus_Trip_35

A. Murta disse...

Obrigado, Luís Graça por mais estes esclarecimentos.
Por curiosidade digo-te como fui forçado a pôr de lado a minha amiguinha Olympus, que ainda trabalhou muito depois do meu regresso mas que estava cansada de tombos e da humidade da Guiné: deixou de funcionar o "automático". Com a minha paciência nessa altura, (pouca agora), abri-a três vezes e três vezes a pus a funcionar. A dificuldade estava em que a aparente simplicidade da objectiva, por onde se tinha acesso ao fotómetro, era, de facto, complexa: por ela passavam 2 fios que levavam a informação da fotocélula (aquele anel à volta da lente), até ao fotómetro que, fazendo oscilar uma agulha, encravava "automaticamente" uma alavanca que condicionava as lâminas das aberturas determinando o seu valor. (É mais fácil fazer, que explicar). Ora, lidar c/ parafusos daquele tamanho, dessoldar e voltar a soldar fiozinhos minúsculos por entre as peças c/ movimento da objectiva, enfim... Desisti.
Mais tarde adquiri uma fabulosa Olympus OM30 e, por estupidez tamanha, ou dificuldades económicas, vendi-a mais tarde para mudar para a primeira Nikon. Ainda hoje tenho desgosto. Foi uma das máquinas reflex mais bonitas que já se fizeram.
Um abraço.
António Murta.