sexta-feira, 17 de julho de 2015

Guiné 63/74 - P14893: Inquérito online: "Na Guiné, durante a comissão, utilizei os CTT para telefonar para casa": 1. Sim, em Bissau; 2. Sim, fora de Bissau; 3. Sim, em Bissau e fora de Bissau; 4. Não, nunca utilizei; 5. Já não me lembro... Fecha 5ª feira, dia 24



Edifício dos CTT de Mansoa, foto de César Dias (c. 1969/71)
Mensagem que seguiu, hoje,  pelo correio interno da Tabanca Grande;

Amigos e camaradas, camarigos:


Alguns camaradas telefonavam, para casa (ou para os amigos, colegas de trabalho, etc.), a partir dos CTT (Bissau, Mansoa, Bambadinca, Bafatá, Gabu, Catió...).

Não havia estações em todo o lado. E as ligações não eram fáceis (*)... Por outro lado, poucos de nós tinham, na época, telefone em casa... 

Na Guiné, no nosso tempo, tinha-se de marcar dia e hora, com a menina dos CTT, para ligar para casa, a 4 mil km de distância... Nem sei qual era o tarifário... Felizmente que isso foi no século passado... Mas deve haver histórias à volta deste tema... Uma ou outra já foi contada no blogue  (*).

Guiné-Bissau, Gabu, 2005. Antigo edifício, colonial,
dos CTT, agora recuperado.  Imagem: Tino Neves (1969/71)
..
Entretanto, está a decorrer até ao dia 24 uma sondagem sobre a utilização dos CTT para as nossas chamadas para a metrópole...

Na maior parte dos "buracos" onde (sobre)vivemos não havia estes luxos da civilização... Como não havia outros, ainda mais elementares, como a água potável, a eletricidade, o frigorífico, o rádio... Muitos de nós nunca telefonaram para casa: confesso que foi o meu caso...

Aqui vai o mote para a sondagem desta semana...

SONDAGEM: "NA GUINÉ, DURANTE A COMISSÃO, UTILIZEI OS  CTT PARA TELEFONAR PARA CASA".

Responder a uma das cinco hipóteses:


1. Sim, em Bissau



2. Sim, fora de Bissau

3. Sim, em Bissau e fora de Bissau

4. Não, nunca utilizei

5. Já não me lembro



Por favor, não respondam por email, mas sim no sítio próprio, na coluna do lado esquerdo do blogue, ao alto...

Se tiverem fotos de editícios dos CTT (e histórias relacionadas com...), mandem...

Mandem também um bate-estradas nas férias deste verão de 2015... Ao menos para fazer prova de vida!

Abraços, xicorações, beijinhos. Luís Graça

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4 comentários:

jpscandeias disse...

Sou dos que nunca telefonei e confesso não senti falta. Nem sabia que isso era possível a partir de Bambadinca. Pensava que esse luxo só estava disponível em Bissau, ali bem perto da "5º REP". Não tenho na memória, excepção em Bissau, de algum camarada o ter feito a partir de Bambadinca, Gabu (NL)Bafatá ou mesmo Bolama, locais por onde estive. Só cá em Portugal, e muitos anos mais tarde, um colega de trabalho que chegou à província depois do 25 e foi colocado no QG me disse que o fazia todos os dias utilizando os serviços militares. Logo de borla. Que guerra teria sido aquele se já houvesse smartfhone. Acho que não havia. Ou se houvesse não podia resistir durante tantos anos. Não teria havido capitães de Abril.

João silva Caçac 12, Ccav 3404, CIM

Torcato Mendonca disse...


Recebi um telefonema de meu pai. Não recordo a data mas dois dias antes do embarque.

Nunca fui aos CTT a Bambadinca ou outro lado qualquer, Camdamâ ou outra Tabanca... ia dizer o quê e porque havia de pôr as pessoas a chorar.

Ab,T. (vou ver a Tourada na TV, é o melhor espectáculo para me excitar)

Jorge Ribeiro disse...

Sim. Eu liguei algumas vezes para casa a partir de Bissau. Recordo perfeitamente o último telefonema que fiz. Foi a 25 de Abril de 1974 ás primeiras horas do dia. Tinha eu marcado o meu regresso de fim de comissão para esse dia e, como já não podia vir pelas razões que são de todos conhecidas, dirigi-me aos CTT em Bissau, manhã cedo, para avisar a família do adiamento do embarque. Foi então com espanto meu que me apercebi que meus pais, no Porto, ainda não sabiam de que estava a decorrer um golpe militar. Pedi-lhes que ligassem o rádio e aguardassem notícias minhas. Regressei a 29 de Abril. Um abraço,
Jorge Ribeiro

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

Já respondi ao inquérito no local próprio.
Respondi com aquilo que fiz: "Sim, utilizei os CTT em Bissau para telefonar para casa".
Isso aconteceu algumas, muito poucas, vezes.
No total, em cerca de 18 meses (os primeiros 6 foram em Piche), deverá ter acontecido aí umas 4 ou 5 vezes: um ou outro aniversário, algumas situações relativas ao tratamento de papelada para o casamento.

Já agora, em jeito de confidência, aquando da batida de frequências para pesquisa de comunicações do In ou outras que pudessem ter interesse, no âmbito do trabalho na "escuta", às vezes calhava entrar nas emissões de VHF e lá se ouvia durante uns instantes telefonemas de e para a "Metrópole". Quase sempre coisas banais, comuns às conversas, aos assuntos de todos nós, mas também houve de conversas mais 'azedas' motivadas por amores falhados ou traídos.
Afinal, como dizia 'o outro', "é a vida!".

Hélder Sousa