Dedicatória autografada para o nosso editor: "Para Juís Graça, aqui lhe ofereço estas memórias da Guiné, alegres e doridas. [Luís Branquinho]. 17.05.2017"
Contracapa: texto e foto do autor
Capa do livro do Luís Branquinho Crespo, "Guiné: um rio de memórias".
Leiria, Textiverso, 2017.
O autor escreveu a seguinte dedicatória no livro:
"A todos os que ficaram para lá do mar como o Braima Bá e o António Pouca Sorte", duas figuram que personificam aqui os perdedores de todas as guerras.
Ficha técnica do livro do nosso camarada Luís Branquinho Crespo, “ Guiné – Um Rio de Memórias” . Preço, com envio através do correio: € 15,80 já com portes, podendo esse valor ser transferido para o seguinte IBAN 0010 0000 1888 8110 0015 3.
1. Excerto, com a devida vénia ao autor e editor, das pp. 95/96. Dá para perceber o estilo incisivo, seco, frases curtas, às vezes quase telegráficas, de repórter à Hemingway, do nosso Luís Branquinho Crespo que regressa à Guiné em 2010, mais de quarenta anos depois de ter feito a guerra como alf mil, na CART 2413 (Xitole e Saltinho, 1968/70). (É advogado desde os anos 70, em Leiria, e passou recentemente a integrar a nossa Tabanca Grande, sentando-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 744).
É um livro que se lê num fôlego: 21 capítulos, não chega às 180 pp. Veja-se o índice, e logo um "rio de memórias" começa a fluir, nomeadamente para aqueles, como eu conheceram, no leste, o setor L1, o triângulo Xime-Bambadinca-Xitole... e lidaram quase dois anos com as gentes da Guiné, na paz e na guerra...
Veja-se como o autor, numa pincelada magistral, descreve a aproximação de uma "mulher grande" até ao jipe dos viajantes: " (...) o Carlos, que ia na parte de trás do Toca-Toca, viu-a chegar com aquele jeito manso, bamboleante e sorridente, com que as mulheres do mato, em pose erótica e alegre, sabem dar ao corpo" (p. 95).
É um livro que deve ser lido neste verão, tempo propício para os viajantes, os que partem,os que regressam, por todos aqueles nossos camaradas que já voltaram à Guiné e por todos aqueles que não tencionam, por esta ou aquela razão, lá voltar. Ou que nunca pensaram sequer nessa possibilidade.
A viagem de Carlos Viegas ("alter ego" do autor), Xavier e Joaquim termina com esta frase, que tem muito de sabedoria popular e de verdade psicofisiológica: "Costuma(-se) dizer que tem mais dores aquele que nunca regressa completamente" (p.175).
Estou grato ao autor pelo envio deste exemplar autografado. Prometi fazer-lhe, com tempo e vagar, uma mais detalhada nota de leitura, complementando a já feita, "just in time", pelo nosso crítico literário, o Mário Beja Santos, e outras que entretanto possam aparecer. ( **).
Obrigado, Luís, por estas memórias "alegres e doridas" da "nossa" Guiné... A viagem segue dentro de momentos, por que ao fim e cabo a vida não é mais do que uma viagem pela "picada fora"... (LG).
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 2 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17425: Notas de leitura (963): “Guiné, Um rio de memórias”, por Luís Branquinho Crespo, Textiverso, Unipessoal, Lda, 2017 (Mário Beja Santos)
(**) Último poste da série > 5 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17433: Notas de leitura (964): Anuário da Província da Guiné, ano de 1925 - Um documento histórico incontornável (1) (Beja Santos)
1 comentário:
Luís, podia ser interessante, para ti e para todos nós, poderes apresentar o teu livro na Tabanca do Centro...
Há umas largas dezenas de camaradas que se reunem todos os meses para um almoço-convívio em Monte Real... O próximo (e último, antes das férias de verão) será no dia 28 de junho...Depois mete-se as férias e só para a "rentrée"...
http://tabancadocentro.blogspot.pt/
Já te conhecimento desta ideia, por email, a ti e também aos "dois régulos" da Tabanca do Centro:
(i) Joaquim Mexia Alves, teu conterrâneo, que também foi alf mil na Guiné, embora mais "novo" do que tu e eu (é de 1971/73), tendo passado parte da comissão no setor L1 (no Xitole como tu, mas na CART 3492 / BART 3873, e em Mato Cão, no Pel Caç Nat 52), indo depois para a CCAÇ 15, em Mansoa;
(ii) Miguel Pessoa, atualmente cor pilav ref, que edita a revista da Tabanca,
a Karas de Monte Real... (O Miguel foi o primeiro piloto português a ser abatido, no CTIG, por um Strela, em 25/3/1973, aos comandos de um Fiat G-91).
Não sei se este tipo de iniciativas tem cabimento na programaçaõ do dia 28, de qualquer modo podes inscrever-te para o almoço e ver a possibilidade de uma "breve apresentação" do teu livro, como "aperitivo" ou como "digestivo"...
Há muita malta da região centro (de Leiria a Aveiro) que frequenta esta Tabanca (ou, se quiseres, "tertúlia") de ex-combatentes, essencialmente os que fizeram a guerra na Guiné...
Se quiseres, posso eu falar com o Joaquim pelo telemóvel. É possível que o conheças pessoalmente.
Um abraço. Boa saúde, bom trabalho, LG
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