Guiné > Região de Tomvali > Carta de Cacine (1960) > Escala 1/50 mil > Pormenor: quadrante 7 (e não o 9)...
Infogravura: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2017)
1 Mensagem do Miguel Pessoa, ex-ten pilav, FAP, BA 12, Bissalanca, 1972/74, cor pilav ref, com data de 10 do corrente
Caros editores
O General José Nico já colaborou anteriormente com a Tabanca Grande publicando no blogue textos sobre a actuação da FAP na Guiné. Pede-me agora colaboração no sentido de esclarecer o sistema de identificação de pontos nas cartas 1/50.000 que utilizávamos na Guiné.
O facto é que os 45 anos já passados não me ajudam a reavivar a memória sobre este assunto mas, dispondo o blogue de uma alargada e diversificada panóplia de leitores, pode ser que entre eles exista alguém com a memória mais fresca que possa dar a sua colaboração sobre esta matéria. Por isso aqui fica o pedido.
Abraço.
Miguel
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"(...) Trata-se do método que utilizávamos na marcação de pontos na carta 1:50.000 da Guiné. Tenho tido dificuldades em marcar os pontos que encontro nos SITREPs porque já não me lembro completamente do método que usávamos. Ando lá perto mas não tenho a certeza de nada.
Aqui vão uma série de pontos retirados dos SITREPs para exemplo:
CACINE 6 D4/78
CACINE 3 I0/57
GUILEGE 8 H1/59
GUILEGE 8 H6/63
Talvez na Tabanca Grande haja alguém que ainda se lembre deste sistema de referenciação e do que representava cada um dos algarismos ou letras. Por exemplo, estou convencido que o primeiro número a seguir à designação da carta (Por ex. CACINE 6) representa um dos nove quadrados em que a carta está dividida e que esses quadrados são contados de baixo para cima e da esquerda para a direita. Assim o quadrado 6 é o do meio no topo da carta. E o resto como é? É também de baixo para cima e da esquerda para a direita?
Por exemplo, o D no quadrado 6 encontra-se dividindo o quadrado 6 em nove quadrados iguais em que o que fica no canto esquerdo em baixo é o quadrado A. Acima deste fica o B e assim por diante. Se estou certo o quadrado D seria o que fica logo à direita do A.
E o resto como é?
É esta dúvida que te peço que vejas se consegues aclarar e até pode ser que tu te lembres ainda disto.
Abraço
J. Nico"
Camaradas: lembrei-me de alguns de vocês que foram comandantes operacionais, infantes, fuzileiros, cavaleiros e artilheiros (mas também de outras armas e especialidades: transmissões, operações e informações, habituados a usar, no mato, em colunas logísticas ou no quartel as cartas 1/50.000 da Guiné...
Eu sei que lá vão mais de 50 anos... mas nesta pequena amostra de grã-tabanqueiros, espero haja alguém ainda capaz de saber responder às dúvidas dos nossos camaradas da FAP, Miguel Pessoa e José Nico... Também gostava de saber para poder interpretar melhor os nossos relatórios...
Com um alfabravo,
Luís Graça
PS - As cartas 1/50.000 estão disponíveis "on line" (procurar na coluna do lado esquerdo do nosso blogue)
Com um alfabravo,
Luís Graça
PS - As cartas 1/50.000 estão disponíveis "on line" (procurar na coluna do lado esquerdo do nosso blogue)
3. Resposta do António J. Pereira da Costa, cor art ref , ex-alf art CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69; ex-cap art e cmdt das CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74),
Olá CamaradasAs NEP do ComChefe - que existem em depósito na DHCM - esclarecem melhor este tema.
A palavra indica o nome da folha que, normalmente está relacionado com o da povoação mais importante contida na folha.
Recordo-me de um, a título de exemplo, - MAMBONCÓ - que era uma povoação a Sul de Mansabá e que, no nosso tempo, estava abandonada. Era a aldeia dos macacos.
Depois eram "aproveitados" os nove quadrados em que a folha estava dividida. Daí o CACINE 6.
Tenho ideia de que os quadrados eram numerados como quem lê.
Depois era aplicada um mica graduada onde era feita a leitura pelo sistema Abcissa/Ordenada (`à Descartes').
Creio que teoricamente era possível localizarmo-nos a menos de 50 metros.
Os fuzileiros eram muito eficazes neste sistema, sendo o imediato da força o responsável pelo fornecimento das coordenadas em caso de pedido de apoio.
Um Ab.
António J. P. C
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Nota do editor:
Último poste da série > 25 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17509: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (43): o coronel médico, meu bisavô, Francisco Augusto Regalla (Aveiro, 1871 - Mindelo, 1937): pedido de utilização de foto da fortaleza da Amura de cuja guarnição ele fez parte em 1915 (Ricardo Moreira Regalla Dias-Pinto, Cascais)
1 comentário:
Tó Zé:
Conforme refiro no poste a seguir, confirmar, pela minha experiência operacional (CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71), relatórios de operações e leitura das cartas, nomeadamente do setor L1, que o esquema que se aplica, para numerar os 9 retãngulos ou quadrantes das cartas de 1/50 mil é o seguinte:
de cima para baixo e da esquerda para a direita: 3/2/1 | 6/5/4 | 9/8/7.
Obrigado pelo precioso contributo de artilheiro!... LG
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