1. Mensagem do nosso camarada e amigo João Crisóstomo que está a passar férias na terra sua esposa Vilma, a Estónia:
Data: 18 de agosto de 2018 às 13:14
Nota do editor:
Data: 18 de agosto de 2018 às 13:14
Assunto: exemplos e momentos inspiradores
Caro Luís Graça,
Nã sei se o que segue é matéria pertinente para teu/nosso blogue ou não. Deixo-o ao teu critério . A verdade é que o que acabo de viver e experimentar foi algo emocionante e inspirador que acho podia ser copiado e repetido; e para que tal suceda a primeira coisa a fazer é divulgá-la para que não seja "luz debaixo do alqueire".
Estou ainda na Eslovénia. Não te vou falar das belezas naturais desta "Suíça pequenina", como é conhecida, que isso me parece mais matéria para facebooks e coisas assim. Mas se as suas belezas naturais são coisas que não ficam despercebidas, outras menos faladas merecem ser conhecidas também , até como possíveis exemplos para outros. Como este caso:
Já me tinham falado que os bombeiros locais costumam ir de povoação em povoação organizar acontecimentos de diversão e cultura popular em diferentes aldeias que pelo seu pequeno tamanho por si sós não podem realizar. A Vilma e eu convidamos um casal de portugueses ( os únicos de que tenho conhecimento aqui nas redondezas ) e fomos a um destes eventos.
A povoação era pequena, uma centena de habitantes na minha estimativa, mas fomos encontrar uma tenda enorme para umas centenas de pessoas e meia dúzia de outras tendas para as costumadas cervejas, salsichas etc., etc. Um espectáculo impressionante, especialmente para quem como eu esperava ir encontrar um acontecimento pequeno, mais de acordo com o tamanha da povoação onde este tinha lugar. Mas não era o caso: de facto as pessoas das redondezes frequentam e patrocinam estes acontecimentos com entusiasmo e vêem de perto e longe para tomar parte e a assistência é sempre grande. Nesta a que assisti houve uma participação, na minha estimativa, superior a duas mil pessoas.
O que mais me impressionou porém, e é esta razão porque decidi escrever-te, foi um facto que
me muito me comoveu: antes do espetáculo começar começaram a aparecer pessoas com dificuldades físicas, deficientes em cadeiras de rodas. Estas eram levadas imediatamente para a frente do palco, onde ficavam nos melhores lugares à frente de toda a gente ( cada pessoa deficiente com uma pessoa a atender essa pessoa).
E depois quando começaram as danças eu não pude conter a minha emoção ao ver pessoas do meio da assistência a levantarem-se e irem cantar e "dançar" com estas pessoas deficientes (na maioria dos casos as pessoas deficientes nem se podiam levantar das cadeirinhas de rodas.) A alegria destas era visível no rosto de cada um. Num certo momento em que eu "dançava" com uma delas, sentada na sua cadeira, uma jovem do lado porque estava momentaneamente só e sem parceiro de dança, estendeu o seu braço a pedir para partilhar aquela dança connosco.
Não te vou dizer mais nada. Só sei que tinha de compartilhar isto com os meus amigos. Quem sabe podíamos fazer o mesmo em Portugal…
Um abraço e até breve.
João
[João Crisóstomo (ex-alf mil, CCAÇ 1439, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67, que vive hoje em Nova Iorque, e que tem dado a cara por causa nobres, sociais e culturais, que muito nos honram a todos nós, portugueses: Gravuras de Foz Côa, Timor-Leste, Aristides Sousa Mendes, etc.; tem cerca de 7 dezenas de referências no nosso blogue)]
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Caro Luís Graça,
Nã sei se o que segue é matéria pertinente para teu/nosso blogue ou não. Deixo-o ao teu critério . A verdade é que o que acabo de viver e experimentar foi algo emocionante e inspirador que acho podia ser copiado e repetido; e para que tal suceda a primeira coisa a fazer é divulgá-la para que não seja "luz debaixo do alqueire".
Estou ainda na Eslovénia. Não te vou falar das belezas naturais desta "Suíça pequenina", como é conhecida, que isso me parece mais matéria para facebooks e coisas assim. Mas se as suas belezas naturais são coisas que não ficam despercebidas, outras menos faladas merecem ser conhecidas também , até como possíveis exemplos para outros. Como este caso:
Já me tinham falado que os bombeiros locais costumam ir de povoação em povoação organizar acontecimentos de diversão e cultura popular em diferentes aldeias que pelo seu pequeno tamanho por si sós não podem realizar. A Vilma e eu convidamos um casal de portugueses ( os únicos de que tenho conhecimento aqui nas redondezas ) e fomos a um destes eventos.
A povoação era pequena, uma centena de habitantes na minha estimativa, mas fomos encontrar uma tenda enorme para umas centenas de pessoas e meia dúzia de outras tendas para as costumadas cervejas, salsichas etc., etc. Um espectáculo impressionante, especialmente para quem como eu esperava ir encontrar um acontecimento pequeno, mais de acordo com o tamanha da povoação onde este tinha lugar. Mas não era o caso: de facto as pessoas das redondezes frequentam e patrocinam estes acontecimentos com entusiasmo e vêem de perto e longe para tomar parte e a assistência é sempre grande. Nesta a que assisti houve uma participação, na minha estimativa, superior a duas mil pessoas.
Vilma e João Crisóstomo |
me muito me comoveu: antes do espetáculo começar começaram a aparecer pessoas com dificuldades físicas, deficientes em cadeiras de rodas. Estas eram levadas imediatamente para a frente do palco, onde ficavam nos melhores lugares à frente de toda a gente ( cada pessoa deficiente com uma pessoa a atender essa pessoa).
E depois quando começaram as danças eu não pude conter a minha emoção ao ver pessoas do meio da assistência a levantarem-se e irem cantar e "dançar" com estas pessoas deficientes (na maioria dos casos as pessoas deficientes nem se podiam levantar das cadeirinhas de rodas.) A alegria destas era visível no rosto de cada um. Num certo momento em que eu "dançava" com uma delas, sentada na sua cadeira, uma jovem do lado porque estava momentaneamente só e sem parceiro de dança, estendeu o seu braço a pedir para partilhar aquela dança connosco.
Não te vou dizer mais nada. Só sei que tinha de compartilhar isto com os meus amigos. Quem sabe podíamos fazer o mesmo em Portugal…
Um abraço e até breve.
João
[João Crisóstomo (ex-alf mil, CCAÇ 1439, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67, que vive hoje em Nova Iorque, e que tem dado a cara por causa nobres, sociais e culturais, que muito nos honram a todos nós, portugueses: Gravuras de Foz Côa, Timor-Leste, Aristides Sousa Mendes, etc.; tem cerca de 7 dezenas de referências no nosso blogue)]
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Nota do editor:
Último poste da série > 6 de julho de 2018 > ósGuiné 61/74 - P18817: (In)citações (120): SOS, Língua Portuguesa: a situação na Guiné-Bissau e em Angola (São e Paulo Salgado, ex-cooperantes)
1 comentário:
João, ainda lidamos mal com a "deficiência" (física, psicomotora, intelectual, mental...). Somos lestos é a falar o "semanticamente correto", ou "politicamente correto"... Parece que agora não se diz deficiência mas sim diferença...
Bom regresso à tua Pátria, a primeira... Depois tens mais duas: EUA, Estónia... Ah!, é Timor-Leste...
Apita quando estiveres no Porto e fores fazer o cruzeiro, de 2 dias, pelo Douro com a Vilma... Vais passar "à nossa porta", na barragem do Carrapatelo-.. Quero-te dizer adeus, já que não podes (ou não queres) ficar na nossa casa. na Quinta de Candoz...
Este sábado temos lá uma grande festa de família!... Depois mando-te umas "chapas"... Não faltará a comida, a bebida, a música e a alegria...dos Ferreira e dos Carneiro, os lados materno e paterno, respetivamente, da Alice.
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