Desenho de um "capelinha" feitas pelas crianças de Bissau no Natal... Segundo Nelson Herbert, era o "fanal2 (que tinha sempre no interior um pequeno presépio montado e uma vela acesa)...
Foto (e legenda): © Virgílio Teixeira (2018). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Data - quarta, 26/12, 16:00
Assunto - Tradições do Natal crioulo da Guiné (*)
O “esqueleto” da capela [, vd. imagem acima] era feito do “miolo-esponjado” da cana de bambu [escapa-me agora o nome em crioulo do material também usado na confecção de peças de mobiliário tradicional- (cadeiras e banquinhos - particularmente no Leste da Guiné )] e as “paredes” eram forradas de papel de seda, meio transparente, e de várias cores.
Ao artefacto que tinha sempre um pequeno presépio montado no interior e uma vela acesa, nós, a meninada, dávamos o nome de “Fanal”...
"Kandi foi, kandi foi para Belem..." (quando foi, quando foi para Belem...) era um dos versos da lírica da “ladainha” que metia ainda referências ao “Menino de Jesus” e demais figuras do “Presépio”... É tudo o que ainda me recordo.
De resto havia um “Ritual” (De Pidi Festa) que, de porta à porta, pelo Natal, se impunha como o tal arauto de “Boas Festas” pelo “nascimento do Menino” às famílias visitadas... e sempre a troco de alguns “trocados”...
Mbim Pidi Festa !
Nelson Herbert
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Notas do editor:
(*) Vd,. postes de:
27 de dezembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19338: Memória dos lugares (383): Essa tradição do Natal crioulo, descrita pelo Mário Dias, e vivida por ele em 1952, em Bissau, vou ainda encontrá-la em Nova Lamego, 15 anos depois, em 1967!... (Virgílio Teixeira, ex-alf mil SAM, CCS/BCAÇ 1933,1967/69)
25 de dezembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19334: Memórias dos lugares (382): Bissau, 1952, quando lá passei o meu primeiro Natal, aos 15 anos: uma tradição crioula que se perdeu, as crianças de Bissau, vindas do Chão Papel, Alto do Crim, Cupilon, Gã Beafada, Santa Luzia e outros bairros, que inundavam as ruas com as suas casinhas luminosas ou com os “kinkons” articulados e garrafas para marcar o ritmo, "tintim, tintim, kinkon, kinkon"... (Mário Fernando Roseira Dias, compositor musical, ex-srgt 'comando' reformado, Brá, 1963/65)
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