Foto nº 2 > Ponte de Lima > 2019 > 50º aniversário da missa nova de José António Correia Pereira, aqui de costas à direita. O nosso camarada Manuel Oliveira Pereira foi um dos membros da comissão organizadora do evento: aparece aqui na foto, junto ao altar, a dirigir-lhe a palavra.
Fotos (e legendas): © Manuel Oliveira Pereira (2020) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Mensagem do nosso amigo e camarada, de Ponte de Lima, o Manuel Oliveira Pereira, ex-fur mil, CCAÇ 3547 / BCAÇ 3884 (Contuboel, 1972//74), membro da nossa Tabanca Grande, da primeira hora;
Subject: Post 21432 - Capelães Militares
2. Comentário do editor LG:
Informação adicional sobre o Frei José António Correia Pereira, a quem desde já convidamos a sentar-se à sombra do fraterno poilão da Tabanca Grande, apadrinhado pelo Manuel Oliveira Pereira (, estando disponível o lugar nº 820):
(i) sacerdote franciscano, é natural de Gaifar, concelho de Ponte do Lima;
(*) Último poste da série > 6 de outubro de 2020 > Guiné 61/74 - P21425: Efemérides (337): O 4 de Outubro, dia do meu mentor espiritual, Francisco de Assis (1181-1226)... É uma ocasião também para lembrar os 7 capelães do Exército, no CTIG, que eram da Ordem dos Frades Menores (João Crisóstomo, Nova Iorque)
15 de setembro de 2018 > Guiné 61/74 - P19018: Os nossos capelães (7): o 1º curso de formação de capelães militares foi em 1967, na Academia Militar
25 de outubro de 2016 > Guiné 63/74 - P16636: Os nossos capelães (5): Relação, até à sua independência, dos Capelães Militares que prestaram serviço no Comando Territorial Independente da Guiné desde 1961 até 1974 (Mário Beja Santos)
17 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13616: Os nossos capelães (4): O bispo de Madarsuma, capelão-mor das Forças Armadas, em Gandembel, no natal de 1968 (Idálio Reis, ex-alf mil, CCAÇ 2317, Gandembel / Balana, 1968/69)
5 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13577: Os nossos capelães (3): O capelão do BCAÇ 619 ia, de Catió, ao Cachil dizer missa... Creio que era Pinho de apelido, e tinha a patente de capitão (José Colaço, ex-sold trms, CCAÇ 557, Cachil, Bissau e Bafatá, 1963/65)
5 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13576: Os nossos capelães (2): Convivi com o ten mil Gama, de alcunha, "pardal espantado"... Muitas vezes era incompreendido, até indesejado por alguns, pois tinha coragem para denunciar os abusos, quando os presenciava (Domingos Gonçalves, ex-allf mil, CCAÇ 1546 / BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68)
5 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13575: Os nossos capelães (1): Conheci em Bedanda o ten mil Pinho... Ia visitar-nos uma vez por mês para dizer missa... E 'pirava-se' logo que podia (Rui Santos, ex-alf mil, 4.ª CCAÇ, Bedanda, 1963/65)
4 comentários:
Caros amigos,
O Capelao do BAT. CAC 3884, ia com frequencia ao aquartelamento de Fajonquito, depois de Contuboel, e a nossa curiosidade de crianças nao deixava nada escapar no quartel e arredores. A pequena Capela situava-se fora do arame, pelo que as missas decorriam sob os nossos olhares atentos de crianças. Um facto curioso que nos saltava a vista, era o numero muito reduzido de participantes nessas missas dominicais, comparado com o numero de soldados presentes no quartel e/ou ao reboliço que provocavam as festas de Natal e do Novo ano.
Na imagem vé-se o Sampedro (Capitao da companhia 3549 que substituiu o Patrocinio, na segunda fila ao meio) e o ex-Furriel Deus (o mais alto da segunda fila de oculos), que entre a populaçao nativa era uma espécie de desmancha prazeres quando chefiava as colunas para Bafata, pois nao raras vezes, talvez por razoes de segurança, era obrigado a reduzir a lotaçao dos carros e os visados (sempre civis) viam-se assim privados de viajar até Contuboel ou Bafata. Note-se que, na altura, a coluna era um dos poucos, senao o unico meio de se deslocar a uma distancia de mais de 30 Km nas zonas de guerra.
Com um abraço amigo,
Cherno Baldé
Caro Cherno, de Mansabá para Mansoa, o único transporte que havia para os civis eram as colunas, não me lembro se de Mansoa para Bissau havia alternativa, mas pelo menos havia coluna diária.
Algumas vezes, principalmente quando vínhamos de Mansoa para Mansabá, o pessoal civil, vindo talvez já de Bissau, aproveitava o trajecto para comer alguma coisa. Eles descontraídos a merendar e nós tensos, principalmente na zona do corredor da morte, que vindo de leste, atravessava Mamboncó em direcçção ao Morés. Ali perdemos o Manuel Vieira e o José Espírito Santo Barbosa.
Passa bem
Carlos Vinhal
Leça da Palmeira
Meu caro Cherno Baldé, meu amigo, mais uma vez, estou a contradizer as tuas "verdadeiras" observações,e porquê? Porque eu, quando possível, e enquanto CMD de Destacamento ou de "coluna", "apostava" nas viagens acompanhado pelo maior número de "civis", fazendo-os, por razões tácticas e operacionais, "inscrever-se de véspera". Assim, excluia (uma certeza?) a probalidade de uma emboscada ou mina na picada. Usei esta metodologia, em Galomaro, Dulombi, Sonaco para Gabú, Bafatá ou Massajá. Nesta última, recordo uma "reunião de Homens Grandes" para, presumo, escolher aqueles que iriam em peregrinação a Meca. Em Sonaco fui contactado pelo Farim (capitão de milicia) no sentido de transportar estas figuras importantes a Massajã. Disse ao Farim serem muitos e eu não dispor de uma segunda viatura para fazer a escolta. Respondeu-me que não seria necessário, bastava o "condutor". Perante o desafio, disse-lhe "então serei o condutor!" . Estupefacto, abre ao máximo os olhos e diz-me: "seria uma honra". Pois então eu levo-os, disse eu! Acrescentei, "se me acontecer coisa, ficam instruções para arrasar as vossas tabancas". Com um sorriso, diz-me: "muito obrigado, O Deus Alá, será a sua proteccão!..". Fui e regressei sozinho. Não consigo, ainda hoje, por palavras, dizer o que senti naquela " longa" viagem de retorno a Sonaco.
Abraço.
Caro amigo Manuel Pereira,
Ao tempo da CCAC 3549, eu teria 13/14 anos e estava permanentemente no quartel. Do que disse sobre as colunas a Batata não inventei nada, os acontecimentos aparecem na minha memoria como fotografias guardadas num arquivo. O Furriel Deus, na altura, era um jovem de uma enorme cabeleira que ele gostava de exibir e que raramente cortava.
Não posso contradizer aquilo que tu diz3s, todavia a observação que posso fazer é para dizer o quanto vocês estavam mal informados sobre a população fula de Leste. A realidade da guerra no Sul, onde os guerrilheiros eram familiares da população civil e existiam laços fortes de entreajuda entre os dois lados não era a mesma na zona Leste onde, sem excluir a possibilidade de informadores secretos, não existiam laços de parentesco com os homens do mato quase todos pertencentes a outros grupos étnicos e quase sempre as aldeias fulas eram o alvo privilégiado dos guerrilheiros e sempre com muitas vítimas.
Não havendo ligações e cumplicidades entre os dois lados (população e guerrilha), não vejo qual seria a vantagem de levar civis para se proteger de eventuais ataques e/ou colocação de minas. No contexto da guerra as populações do Leste, maioritariamente de etnia fula, eram consideradas como colaboradores dos "Tugas" porque eram contra a guerra movida pelo PAIGC.
Abraços,
Cherno AB.
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