Data: segunda, 15/02/2021 à(s) 19:38
Assunto: O Estraga a Tábua
Caro Luís,
Que fantástico ler no post do Joaquim Costa a história do Estraga a Tábua, que eu conheci no BC 10 (mais tarde RI 19) em 1962, era ele então 1º. cabo RD [Readmitido] mas já senhor da alcunha - o homem era o faz-tudo mais desajeitado do Exército português, mas ia-se safando das porradas e das mobilizações (estas graças aos chamados autos de amparo). (*)
Do Forte de São Francisco também tenho boas recordações: quando por lá passei albergava duas companhias de recruta e os respectivos graduados - apesar de curta, a distância entre o Forte e o quartel dava-nos uma relativa independência, além de as inúmeras divisões desocupadas proporcionarem "actividades não curriculares" com algum conforto, comparadas com a do Ferreira, camarada do Costa. (**)
Um alfa-bravo do
Esteves de Oliveira
http://asopadospobres.aboutlisboa.com/
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 13 de fevereiro de 2021 > Guiné 61/74 - P21893: Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-fur mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74) - Parte II: A minha passagem pela maravilhosa cidade de Chaves depois do martírio de Tavira
Era sargento, excelente pessoa, mas rezava a história, no quartel e na cidade, sem grande jeito para os trabalhos manuais. Contava-se que um cão rafeiro apareceu no quartel e logo foi adotado por todos, desde o comandante ao soldado raso. Dado que o canino não tinha sitio para dormir e abrigar-se dos dias mais agrestes, foi decidido construir-lhe uma casota. Logo o bom sargento se ofereceu para a tarefa, tendo sido feita uma coleta para comprar a madeira necessária para a obra.
O homem comprou a madeira e muniu-se das ferramentas necessárias, nas oficinas do quartel, e dum projeto de casota elaborado por um habilidoso em desenho. Mede e volta a medir, corta aqui, corta ali, corta acolá, e montadas as peças nenhuma bateu certo com o projeto. Volta a medir a cortar aqui, a cortar ali e acolá, voltou a montar e ainda pior.
O comandante, que também tinha contribuído para a casota, ao fim de uns dias, vendo que o cão continuava a dormir em todo o sítio manda chamar o sargento para saber da casa do cão. O sargento, muito constrangido, e à espera do pior, lá foi contando as peripécias da construção da dita casota acabando por confessar que nem tinha casota nem tinha tábuas. O bom comandante, dando uma grande gargalhada, virou-se para o velho Sargento e diz-lhe:
– Ah!, homem do diacho, fizeste-me à tábua o que o diabo fez à coisa: para além de não construires a casota ainda me estragaste a tábua!...
E assim nasce a alcunha do Sargento Neves – O Estraga a Tábua. (...)
(**) Último poste da série >2 de fevereiro de 2021 > Guiné 63/74 – P21842: (Ex)citações (381): Dos matagais da Guiné aos fados no Faia, Bairro Alto, em Lisboa. Assimetrias de um tempo sempre infinito (José Saúde)
1 comentário:
Parece que era uma figura flaviense popular na cidade, o pai do Pavão... Também não sabia que
Fernando Pascoal das Neves (, de alcunhão, Pavão) tinha sido "o melhor jogador de futebol flaviense de todos os tempos"...
https://chaves.blogs.sapo.pt/120733.html
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