segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Guiné 61/74 - P22658: Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo (António Graça de Abreu) - Parte XIX: Copenhaga, Dinamarca, junho de 2017







Reino da Diamarca > Copenhaga > Junho de 2017 > Alguns dos sítios icónicos da capital da pátria de Hsmlet.

 
Fotos (e legenda): © António Graça de Abreu (2021).. Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da série "Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo" (*), da autoria de António Graca de Abreu [, ex-alf mil, CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74. 
Texto e fotos recebidos em 27 de setembro último.


Escritor e docente universitário, sinólogo (especialista em língua, literatura e história da China); natural do Porto, vive em Cascais; é autor de mais de 20 títulos, entre eles, "Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura" (Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2007, 220 pp); "globetrotter", viajante compulsivo com duas voltas ao mundo, em cruzeiros. É membro da nossa Tabanca Grande desde 2007, tem mais de 290y referências no blogue. 


Copenhaga, Dinamarca, junho de 2021

por António Graça de Abreu


Tenho finalmente a sorte programada, em Junho de 2017, de pôr o pé e a cabeça na singular capital da Dinamarca. Ignoro quase tudo sobre o reino dinamarquês, mas venho ao encontro do príncipe Hamlet, o da caveira e do “to be or not to be”, (coisas inglesas, made in Shakespeare…), mais Hans Christien Anderson com histórias de fadas para encantar crianças. Até descubro a sereia famosa abanando a cauda no porto de Copenhaga.

Palácios reais que nunca mais acabam, Amalienborg, Christiansborg, Charlottenborg, Rosenborg, as jóias da coroa, de portas abertas para toda a gente,

Meio dia para ir ao Tivoli, não o teatro lisboeta, na nossa Avenida da Liberdade, não o palácio e jardins nos arredores de Roma, mas o Tivoli da Dinamarca plantado na cidade para diversão das pessoas da terra. Um lago, uma montanha russa, um altaneiro pavilhão chinês, uma péssima cópia de um templo indiano. Carrocéis piramidais, um restaurante croata, relvados, flores e jardins. Entretenimento para novos, velhos, para toda a gente.

Na cidade, comer, dormir, respirar, tudo muito caro se considerarmos a minha depauperada bolsa lusitana.

Passou-me ao lado o bairro hippie de Christiania, existente desde 1971, paraíso para a venda de drogas leves e pesadas, tolerado pelas complacentes autoridades dinamarquesas. É uma área que não faz parte das minhas opções de vida.

Nyhavn, o Novo Porto é um dos ícones da capital. Trata-se de um largo canal escavado no século XVII por prisioneiros suecos, o que possibilitou a entrada de navios quase até ao coração de Copenhaga, transportando peixe e todo o tipo de mercadorias. De ambos os lados de Nyhavn erguem-se casas antigas com vários andares, cada uma com a sua cor alegre, em tons pastel fortes, os amarelos, azuis, verdes, vermelhão. E bares, restaurantes, cafés, alguma música amenizando as noites.

Como disse Hamlet, príncipe da Dinamarca, ao aproximar-se das horas da morte, “o resto é silêncio.” Silêncio, após o ruído incessante dos dias, também nestas paragens nórdicas.

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Nota do editor:

(*) Último poste ds série > 6 de outubro de 2021 > Guiné 61/74 - P22602: Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo (António Graça de Abreu) - Parte XVIII: Montanha Wutai, província de Shanxi, China, 2002

6 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Também lá estive há 30 anos. Em trabalho. Muito antes do euro. Nuns dias gélidos de dezembro, véspera de Natal. Zero graus. Nada me aqueceu o coração. Sou heliotrópico.

Valdemar Silva disse...

Coitada da Den Lille Havfrue, tivesse ela cauda, em vez das duas belas pernas, já teria fugido para o mar, dos milhões de mirones que a querem abraçar.
Num gélido dia de Dezembro de 2009 lá estava eu a tentar abraçar a Ellen Price de bronze com mais uma dezena de desejosos "é só tirar uma foto".
Talvez por ter cabelo e bigode preto e me chamar Valdemar era olhado pelos olhos azuis das sereias do Báltico com olhares interrogativos.
Pudera, dos vários Valdemar Reis da Dinamarca, o Valdemar II (séc. XIII) casado com a nossa infanta Berengária, também de cabelos pretos, ficou conhecida como a bruxa do sul, e o Valdemar III (séc. XIII) casado com a nossa infanta Leonor também deixou má impressão àquela gente do norte. Parece que que tudo não passava de invejas por causa da beleza das nossas morenas princesas.

Abraças e saúde
Valdemar Queiroz

paulo santiago disse...

Há trinta anos,fui duas vezes à Dinamarca escolher novilhas para virem para Portugal.Domingo a Domingo,saía de Lisboa para Copenhaga,não saía do aeroporto,apanhava outro avião para Billund ficando,na primeira noite num hotel junto ao Legoland.
No Verão anoitece tarde,amanhece muito cedo,não havia persianas e as cortinas eram claras,às cinco da manhã a luz matinal acordava-nos.
Sexta-feira,novilhas escolhidas,regressava a Copenhaga.Jantar no restaurante Hereford,à entrada do Tivoli. Este restaurante tinha uma cerveja propria,muito espessa,bebia vinho,muito caro,pagava o exportador dos bovinos
Da primeira vez,no Sábado,apanhei o ferry,fui a Malmoe,tinha de pagar o almoço,MacDonald claro,era o mais barato,e não vendia bebidas alcoólicas,só água e refrigerantes.
No regresso a Copenhaga,deu-me para beber uma caneca de cerveja na esplanada de um dos bares localizado no porto...traduzidas as coroas(moeda na altura)foram quase setecentos escudos

P.Santiago

JB disse...

O hoje famoso e “sanitário” centro turístico da capital dinamarquesa-Nyhavn-com uma incrível vida nocturna feita de restaurantes e bares de primeiríssima classe,ainda era quando vim viver para a Suécia há 44 anos um verdadeiro Cais do Sodré de outros tempos, somado ao Bairro Alto também de outros tempos.
Bares,bordéis ,umas tascas com bom peixe e marisco,muita vodka e fantástica cerveja.
MAS….os bares e bordéis dominavam toda a área.
(Como curiosidade…. o termo usado tanto na Suécia como na Noruega quando se visita a Dinamarca é: Vamos ao Continente.

Um abraço do J.Belo

JB disse...

E ainda a propósito do “Nyham” dos nossos dias recomenda-se vivamente aos turistas lusitanos uma visita ao Restaurante Havfruen (Sereia em dinamarquês).
Peixe e mariscos mais frescos nem em Peniche,Ericeira,Sesimbra ou Portimão…..infelizmente!
É uma visita que fica na memória.

Certamente que,a ter lá ido, o meu Camarada ,Amigo e Poeta Graça de Abreu terá escrito um poema a esse respeito .

J.Belo

Valdemar Silva disse...

Naquele dia de Dezembro de 2009 estava um frio de rachar.
A razão principal da ida a Copenhaga foi para acompanhar o meu filho a ir visitar o Statens Museum for Kunst (Museu de Arte da Dinamarca) que fazia parte da sua "bagagem" para a sua formação em História da Arte. Não deu para outras visitas.
Chegamos por volta onze horas da manhã fomos ver a Lille Havfrue, de seguia visita de três horas ao Museu e rápido regresso ao carro por causa do frio para voltar a Breda.
Bebemos um café quente numa paragem na via rápida, para passar pelas brasas, que custou uma fortuna.
Foram duas noites a conduzir cerca de 1750 km com duas paragens para mudarmos de condutor.
As Carlsbergs foram bebidas já em casa.

Valdemar Queiroz