quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Guiné 61/74 - P23993: Agenda cultural (827): Lembrar um construtor de nações, meio século depois do seu assassinato, no Colóquio "Amílcar Cabral e a História do Futuro", na Assembleia da República, Lisboa, 13 e 14 de janeiro de 2023 (Mário Beja Santos)

1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 17 de Janeiro de 2023:

Queridos amigos,
Só na véspera à tarde é que recebi um mail a confirmar que podia participar neste colóquio, já tinha compromissos assumidos para sábado, de modo que o meu relato cinge-se ao que me parece ter sido o essencial do primeiro dia do colóquio. Recomendo a leitura do jornal O Expresso do próximo fim de semana, acerquei-me do José Pedro Castanheira para lhe pedir o texto, para mim uma das peças mais importantes daquele dia de trabalhos, respondeu-me que a sua comunicação será publicada integralmente no jornal, razão pela qual não ma podia facilitar. Não escondo a grande surpresa que tive com a categoria intelectual do Presidente da Assembleia da República, felizmente que podem ler na íntegra a sua intervenção.

Um abraço do
Mário



Lembrar um construtor de nações, meio século depois do seu assassinato

Mário Beja Santos

A Assembleia da República acolheu um colóquio intitulado “Amílcar Cabral, História do Futuro”, promovido por um conjunto de instituições universitárias, nos passados dias 13 e 14. Lamentavelmente só pude participar no dia 13, pelo que vou reportar, em síntese, o que ali se disse sobre a vida, a obra e a atualidade do pensamento revolucionário do líder do PAIGC.

Abriu o colóquio o Presidente da Assembleia da República, Augusto dos Santos Silva, que se debruçou sobre os lugares e as ideias de Amílcar Cabral, pegou em duas frases de Cabral sobre como a libertação é um fator de cultura e a distinção entre cultura e manifestações culturais. Para quem ali estava a ser evocado, importa entender que um povo colonizado está excluído pelo colonizador. Cabral entendia a libertação como processo de resgate, um resgate de identidade nacional, era na própria libertação que se ia construindo uma cultura agregadora, uma matriz nacional, superadora de diferentes crenças, de diferentes idiomas, e com a capacidade alavancar uma nação para o desenvolvimento socioeconómico e cultural. Cabral, observou o orador, entendia que o povo português era aliado de quem procurava a independência. Em síntese, para Cabral a libertação não era só a independência, adquirida esta era imprescindível passar para o desenvolvimento e aí a cultura era crucial como processo de transformação, seria a encarnação de uma identidade múltipla (comunicação integral do orador disponível em: https://www.parlamento.pt/sites/PARXVL/Intervencoes/Paginas/Intervencoes/Intervencao-PAR-na-sessao-abertura-coloquio-Amilcar-Cabral-Historia-do-Futuro.aspx)

Interveio, seguidamente, Fernando Rosas, centrou a sua comunicação sobre os termos e os modos como se deve ir mais além desta memória histórica que entrou perigosamente em esquecimento, importa retomar os estudos e as investigações alusivos à obra de Cabral e conhecer melhor todo o período da luta de libertação, aprofundando o que há de atual no pensamento de Cabral.

A comunicação seguinte coube a António Sousa Ribeiro, que na continuação das observações do comentador anterior deplorou o inconsciente colonial, postura que também foi mantida por Joana Dias Pereira que aludiu ao domínio do presentismo, uma historicidade que agora parece subordinada a estudos posteriores ao fenómeno do colonialismo; uma convidada estrangeira, Marga Ferré, pronunciou-se sobre os desafios que o pensamento de Cabral propõem para o futuro e não deixou de se sublinhar o que ela tratou como anomalia histórica, Cabral estava destinado a ser um agente colonial, provavelmente numa posição de todo, e rebelou-se contra o colonialismo, o que nos leva a refletir sobre lugares e ideias que impõem o vigor de um pensamento novo, daí a importância de continuar a estudar Cabral.

Seguiu-se a este período de apresentações o primeiro painel intitulado “Guerra colonial: memória e silenciamentos”, em que participaram Miguel Cardina, Carlos Cardoso, Patrícia Godinho Gomes e Cláudia Castelo. Cardina retomou a reflexão sobre o quadro do esquecimento sobre as lutas de libertação e propôs um conjunto de desafios que poderão contribuir para revigorar a memória destes acontecimentos, citou a necessidade de haver uma rede conjunta de arquivos, investigação sobre os modos com que se fez a guerra e a relação soldados/população, incentivar a investigação académica nos novos países independentes, entre outros.

O investigador guineense Carlos Cardoso recordou que a luta armada foi constitutiva da nação tal como ela existe e sublinhou a omissão existente no país quanto a políticas de perdão; para o investigador, a História da Guiné tem de ser contada com histórias e saudou o facto de hoje em dia os cinco países africanos de língua portuguesa terem resolvido estudar conjuntamente as suas lutas de libertação; Patrícia Godinho Gomes centrou a sua intervenção sobre as mulheres silenciadas na luta armada, chamou a atenção para a urgência em proporcionar investigações de história oral sobre estas mulheres, são testemunhos enriquecedores; Cláudia Castelo debruçou-se sobre o papel da Casa dos Estudantes do Império na luta de libertação.

Seguiu-se novo painel intitulado “Amílcar Cabral, trajetos de vida e memória viva”, fora intervenientes Vítor Barros, José Neves, Julião Soares Sousa, José Pedro Castanheira e Leonor Pires Martins. 

Ganharam realce as intervenções de Julião Soares Sousa e José Pedro Castanheira. Julião Soares Sousa comentou os olhares contemporâneos sobre o líder do PAIGC, favoráveis ou desfavoráveis: mártir, herói, autoritário e cultor da personalidade, homem previdencial, enfim, são revelações abonatórias de que continua a ser necessário estudar aquele tempo, a sua vida e a sua obra. 

José Pedro Castanheira recordou à assistência a investigação que leva há décadas sobre o assassinato de Cabral, mantêm-se as incógnitas sobre a origem do complô, referiu os diferentes arquivos e documentos onde é patente de que não houve qualquer ordem de autoridades portuguesas ou da PIDE para matar Cabral naquela altura, nada consta, referiu, nos arquivos na Torre do Tombo, no Arquivo Histórico-Diplomático e nas Actas do Conselho Superior de Defesa Nacional, sabe-se hoje que nos diferentes tribunais (foram três) se debruçaram sobre o assassinato de Cabral todos os presumíveis ligados ao complô foram guineenses, não foi inquirido nem acusado de qualquer culpa um só cabo-verdiano.

No final deste painel, foi recordado que em finais de março, no Palácio Baldaia, estará patente uma exposição sobre Amílcar Cabral.

Retomados os trabalhos da parte da tarde, a comunicação mais esperada a do comandante Pedro Pires que começou por referir que não era isento nem imparcial, valorizava o triunfo de Cabral durante a luta armada e post mortem, enalteceu a estratégia do líder por se ter preocupado em primeiro lugar com a consciencialização das massas camponesas, ter procurado a todo o transe apoios para formar quadros revolucionários, como aconteceu e ele próprio se ter encarregado da primeira preparação desses quadros, nas escola piloto em Conacri.

Recordou a resistência dos povos da Guiné contra a presença colonialista e interrogou-se sobre o valor histórico da colonização portuguesa. Logo que demonstrado que Salazar não queria aceder a qualquer tipo de negociação de abertura para a independência da Guiné, Cabral preparou etapa a etapa a solução militar, nunca escondeu a surpresa de como a luta de libertação se revelou fulminante e decisiva logo em 1963 e 1964. Lembrou também que coube a Cabral procurar romper o equilíbrio estratégico e que se deslocara à União Soviética não só para ali se prepararem os utilizadores do míssil terra-ar como que eles fossem cedidos com bastante rapidez, em 1973, tal como aconteceu. Pedro Pires mantém a tese de operação da PIDE para assassinar Amílcar Cabral e mantém a esperança de que a geração de Cabral continue a testemunhar e a ser ouvida sobre a visão do líder e do seu legado político e moral.

É este o apanhado que me parece mais pertinente para os meus confrades do blogue.

Artigo de Bárbara Reis, publicado no jornal Público em 14 de janeiro, com o título 50 anos depois, Amílcar Cabral está esquecido e está na moda, disponível em: https://www.publico.pt/2023/01/14/mundo/noticia/50-anos-amilcar-cabral-esquecido-moda-2035088, com a devida vénia.
Abertura do colóquio e comunicação do Presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva
Intervenção de Julião Soares Sousa
Intervenção do comandante Pedro Pires
____________

Nota do editor

Último poste da série de 12 DE JANEIRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P23975: Agenda cultural (826): Colóquio "Amílcar Cabral e a História do Futuro"... Organização: CES/UC (Projeto CROME Memórias Cruzadas; Políticas do Silêncio). Local: Assembleia da República, Lisboa, 13 e 14 de janeiro de 2023

17 comentários:

Anónimo disse...

Construtor de nações!? Um assassino que matou, por intermedio dos seus apaniguados, milhares de soldados portugueses e o crime mais bárbaro e hediondo foi o assassinato a sangue frio dos três majores; a fundação Mário soares tem as actas do regozijo de tão macabro feito! Teve a sorte que merecia!
Albertino Ferreira

antónio graça de abreu disse...

Aqui temos Mário Beja Santos, no seu melhor.Sem esconder para que lado vão as suas simpatias.
Não gosto. É Portugal no pior. E mais não digo porque se continuo sai-me uma saraivada de impropérios. Assim se faz um blogue.

Abraço,

António Graça de Abreu

Anónimo disse...

Eis um belo motivo para não comprar o expresso nesta semana.Tanto mais que sofreu um aumento exagerado.E assim se celebram os 5o anos do expresso.Plagiando os documentários no cinema quando eramos muito muito jovens."E assim vai o mundo" o mundo português claro.
Um abraço
Carlos Gaspar

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Caros leitores: discutam as ideias, e evitem o "argumentum ad hominem (do latim, "argumento contra a pessoa"), critiquem a mensagem mas não o mensageiro...O Beja Santos, nosso colaborador permanente, está no seu pleníssimo direito de ir a um colóquio (por iniciativa pessoal), para mais sobre o Amílcar Cabral (parte integrante da guerra em que participámos, enquanto líder da outra parte que combatemos...), e fazer um resumo do que lá se disse... Os nossos leitores (incluindo cabo-verdianos e guineenses) podem estar interessados em saber o que lá se disse, mesmo que o nosso blogue não seja um órgão noticioso, nem tenha vocação para isso... O poste acima vem na série "Agenda cultural"...

Por favor, critiquem as ideias, os argumentos, os conteúdos, mas não a pessoa que argumenta, que expõe uma ideia ou escreve a notícia de um colóquio... Não me parece que alguém tenha lido o poste, com um mínimo de serenidade e distanciamento crítico...

O Beja Santos é um simples "participante" do colóquio, não tem nada a ver com a organização, nem sequer fez nenhuma comunicação, apenas fez um breve relato do que aconteceu no primeiro dia...

Se quiserem peguem no que disse o José Luís Castanheiro que tem investigado as circunstâncias da morte do Amílcar Cabral, em contraponto ao Pedro Pires que há mais de meio século defende, em toda a parte, que foi a PIDE que o mandou matar... Também o tema, mesmo que estafado, interessa a alguns dos nossos leitores...

Sinceramente, também não gostava de ler aqui, no nosso blogue, comentários do tipo: "Ah, o Carlos Gaspar comenta no blogue, não gosto das boas que ele manda, ainda por cima não esteve na Guiné nem pertence à Tabanca Grande, vou deixar de ler o blogue"... Isto é o clássico "argumentum ad hominem": "Ah!, o Castanheira vai publicar a publicar a comunicação dele no Expresso ?!... Então, esta semana não compro o jornal"...

Por favor, não voltemos aos tempos da santa inquisição... E, bolas, saibamos conviver também, minimanente, com as nossas "diferenças" (de leitura, de perceção, de opinião, etc.).

Mantenhas... LG

antónio graça de abreu disse...


Meu caro Luís

Vemos filmes diferentes, eu entendo.
Qual Santa Inquisição?
Claro que cada um pode ir aos colóquios que entender (mesmo não sendo convidado mas propondo-se para ser convidado.) Está no seu pleníssimo direito, como está no pleníssimo direito de emitir as opiniões que entender. Cada um é como é, felizmente vivemos em liberdade. Falas meu caro Luís de quem fez "um breve relato" do primeiro dia do colóquio e para tal falou em nome próprio na "actualidade do pensamento revolucionário de Amílcar Cabral", de "Amílcar Cabral como construtor de nações",
da "categoria intelectual do discurso do Presidente da Assembleia da República", discurso esse que entretanto já foi apagado da página da Assembleia da República.
Já entendes, meu caro Luís, porque vemos filmes diferentes?

Abraço,

António Graça de Abreu

Antº Rosinha disse...


Colóquio em Lisboa porquê?

No fim quem teve que se aguentar à bronca foram os guineenses.

Daí o local mais simbólico para um colóquio sobre Amílcar Cabral, (construtor de nações, 2? 3? 4? ou 5 PALOP?), o local mais simbólico seria Bissau.

Bissau, do tempo de Amílcar que chegava à CHAPA BISSAU, perto da "sua velha Granja de Pessube, onde chegou a ser projetada uma estátua, com toda a lógica, mas alguem se negou.

Ou nas Colinas do Boé, onde ficou para a história como a declaração da independência da Guiné (não de Caboverde, ainda era cedo).

E porque não em Conacry? a sede da sua base de apoio durante toda a luta contra a colonização portuguesa?




Valdemar Silva disse...

Quem apareceu primeiro, o ovo ou a galinha?
Até Aristóteles (384-382 a.C.) vivia com esta dúvida: “Não pode ter existido um primeiro ovo para dar origem aos pássaros, nem pode ter existido um primeiro pássaro que deu origem aos ovos, pois um pássaro vem de um ovo”.

Saúde da boa
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Waldemar, Cabral nasceu em Bafatá mas ninguem é profeta em sua terra... Nem Jesus nem Maome...

Precisamos é de gente que partilhe as suas memórias de guerra e depois dê trabalho aos jovens académicos.Se não houver atorés, nao há teatro nem espectadores nem muito menos críticos. ...

Anónimo disse...

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

(Comemorando o centenário de Eugénio de Andrade)
Joaquim Costa

Valdemar Silva disse...

Luís
Waldemar era assim que me tratava, por escrito, o meu pai. Mas no alfabeto de 1945 não existia o duplo vê (W) e por isso nada de estrangeirismos na nossa querida língua. E, ainda, por não haver santo Valdemar tive de ser José Valdemar.
Entretanto, e interessante, tenho vários registos oficiais conforme preenchimento de formulários feito por pessoas antigas, p.ex. a inscrição da Caixa de Previdência em 1957 e, depois, o respectivo Cartão saiu com W. E eu, 13/14 anos, não fui de modas e no BI vou de rasurar o V com outro V e ficou um W, o problema foi que com o tempo o W foi desbotando e deu barraca.

Mas o que o Aristóteles estava a querer dizer, embora publicamente censurado pela pide, foi que a causa dos mortos na guerra da Guiné teriam sido por culpa do Salazar ou do Amílcar Cabral. E fantasiou com aquela do ovo e da galinha, por ser um assunto muito sério.

Abraço e continuação de melhoras
Valdemar Queiroz

p.s. Valdemar, com V, é como se escreve o nome de vários reis da Dinamarca.
O Valdemar II, séc. XII, casou com uma princesa portuguesa e o Valdemar III, do séc. IV, também casou com a bela Berengária princesa portuguesa. Por último o príncipe Valdemar, séc. XIX, casou com a bisneta de D. Pedro I do Brasil.
O Waldemar, com W, é assim escrito em alemão por causa da pronúncia do V ser semelhante ao F. p.ex. Volks (pessoas) diz-se "folks" e Wagen (carro) diz-se "vagen".

Anónimo disse...

Meu caro Luis Graça, eu quando comento no blogue, é com fundamento e não digo bocas nenhumas.É certo que não estive na guiné, embora estivesse para lá ir parar.Contudo tenho colegas de curso que continuaram na força aérea, que continuam vivos e com quem partilho as experiências e as diferenças da guerra na guiné e em Angola.Embora não sendo investigador sei muita coisa da FAP com mais propriedade do que alguns que escrevem nos jornais e revistas.Pensei que o facto de não pertencer ao blogue da guiné não era obstáculo a poder comentar, embora estivesse nos outros teatros em àfrica.
Esta é a terceira vez que sou mencionado por não pertencer ao blogue.Obrigado percebi perfeitamente a mensagem.
Um abraço a todos
Carlos Gaspar

Eduardo Estrela disse...

Grande ideia a tua Joaquim Costa!!!!
Fixemo-nos nas palavras com que Eugénio de Andrade lavrou o poema
É urgente o Amor.
Abraço fraterno para ti e restante guarnição do blogue.
Eduardo Estrela

António J. P. Costa disse...

Olá Camaradas

Já comentámos este tema o suficiente antes da realização da conferência/celebração.
Já estamos a gastar cera com ruins defuntos.
Se me conseguirem explicar porque é que um guineense que faz 100 anos de nascido para o ano é celebrado este ano e no meu país pelos seus correlegionários.
A confusão das intervenções deve ter sido mais que muita. Pelo menos a avaliar pelos resumos...
Se há algo a celebrar é onde o homem nasceu ou nos países que se tornaram independentes através da sua acção.

Um Ab.
António J. P. Costa

Valdemar Silva disse...

Rectif.: Valdemar III séc. XIV

Valdemar Queiroz

Manuel Luís Lomba disse...

O Comandante Pedro Pires foi o único interveniente deste Colóquio (coisas acertadas e muita treta) que sabe (mais que a Lúcia) quem mandou e por que rolou a cabeça de Amílcar Cabral em Conacri, a capital da sua guerra - mas não o diz (foi e é um grande político...); o outro seria o dr. José Araújo, mas já não está entre os vivos.

Se a economia nasceu quando o primeiro homem começou a trabalhar para outro, a filosofia nasceu do ócio - quando o primeiro homem passou a tributar outro, livrando-o de ter que trabalhar para comer...

A plêiade dos seus intervenientes historiadores m/f não foi actor da Guerra da Guiné (honra ao Beja Santos), logo é indigente acerca dela - filosofam sobre Cabral e a sua guerra.

Os nossos doutores têm a obrigação de saber que a entidade GBissau e Cabo Verde e as respectivas nações são construções de Portugal e do seu "colonialismo", que Amílcar Cabral apenas fundou a nacionalidade bissau-guineense e que a nacionalidade cabo-verdeana foi fundada pelo nosso MFA - Movimento das Forças Armadas

Abr.

Valdemar Silva disse...

Luís Lomba
Qual filosofia qual carapuça, que nem sequer enche barriga.
E ser contra os os valores ocidentais já não há problema?

Abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Carlos Gaspar, não há razão nenhuma para não continuares a comentar no blogue... Que acompanhas há anos, o que é revelador do teu interesse pelos conteúdos que publicamos... O facto de não "pertenceres" à Tabanca Grande não é impeditivo de seres (e continuares a ser) leitor e comentador... A tua experiência e o teu conhecimento da FAP nos vários teatros de operações da guerra do ultramar / guerra colonial são (e devem ser) valorizados por todos nós...

Peço desculpa se te melindrei, citando indevidamente o teu nome num comentário menos feliz da minha parte. Afinal, utilizei também o "argumentum ad hominem"... Um alfabravo, Luís Graça.