Francisco Batista,
Fizeste-me recordar a minha infância em que tudo que descreves é tal e qual o que se fazia aqui na casa. Ainda tenho a dita faca "porqueira", 30 a 40 centímetros com duplo gume, também um funil zincado com um entalhe no bordo para a minha mãe empurrar a carne com o polegar dentro da tripa.
Na Guiné havia fama que em Binta (ou será Barro?) havia um local que preparava um leitão assado de truz. Numa missão (chamada de sector) de transporte geral de DO que me calhou, de periodicidade semanal, calhou ir a esse sítio e tendo encomendado o petisco, na volta perto do almoço, trouxe para a base e convidei dois outros comanditas e papamos o dito.
Apanhei uma gastroenterite que me pôs off durante uma semana. Aqui, só ao fim de bastantes anos recomecei a comer esse petisco.
Também, quando queríamos fazer alguma tainada, íamos à caça com um helicanhão e alvejávamos com muito cuidado para só estragar meia carcaça. O atirador tinha que tentar acertar a cerca de 2 metros de distância, pois eram balas explosivas, e daquele lado era para deitar fora cheio de estilhaços.
Durante a instrução em Tancos, também tínhamos um método eficaz para caçar perdizes. Íamos para os lados da Chamusca, Arripiado, onde as perseguíamos com o helicóptero e, quando já estavam exaustas de tantos voos rasantes fazerem, descíamos do aparelho e apanhávamo-las à mão. Era um método infalível e sem gasto de munições.
Recém chegado à Guiné, numa das famosas tainadas
Nova Lamego > Chegados de uma operação de caça à gazela
____________Notas do editor:
(*) - Vd. poste de 2 de Fevereiro de 2023 > Guiné 61/74 - P24030: (In)citações (229): A matança do porco... do nosso contentamento (Francisco Baptista / Alberto Branquinho / Joaquim Costa / José Belo / Luís Graça / Valdemar Queiroz)
Último poste da série de 30 DE OUTUBRO DE 2022 > Guiné 61/74 - P23749: (Ex)citações (419): O termo "Brassa" como os Balantas se auto-denominam, na verdade, trata-se da denominação histórica de uma grande área geográfica que correspondia à província mandinga de Braço, B'raço ou Brassu (Cherno Baldé)
3 comentários:
Meu grande amigo Manuel Macias, e esta?
Alugar uma avioneta, sobrevoar chaparros e campos cansando as perdizes para, depois, as apanhar à mão, e aproveitando a altitude para atirar a matar ao javali, é que tu caçador desde tenra idade ainda não te foi calhando.
Aproveita a ideia e leva uma camaroeiro contigo, sempre podes apanhar tordos ainda voando.
Andavas tu de caçadeira e G3 às galinholas e pombos verdes naquelas tardes calmas em Nova Lamego, quando podíamos estar a embrulhar noutra tabanca que sempre poderia haver perdizes cansadas com a barulheira e era um grande petisco para acompanhar uma sessão de King.
Abraço e saúde da boa
Valdemar Queiroz
Quem não tem cão ,caça com héli
No caso das perdizes ,na zona de stª Margarida c/ vegetação rasteira,bastava levantá-las com o ruído da turbina,colocarmo-nos no local do poiso e o fluxo das pás não as deixava levantar vôo novamente,e então apanhadas à mâo
Ah!o engenho humano... O "dari" (chimpanzé do Boé e do Cantanhez) também gosta de variar a dieta vegetariana com uns pequenos roedores e outros mamíferos e até primatas como o macaco-cão. Mas não tem a nossa tecnologia de caça ... Tem que dar às "quatro patas"... Sabe usar paus e pedras...
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