sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Guiné 61/74 - P24056: Facebok...ando (72): Nós, os antigos combatentes, porque nos tornaram proscritos? (Angelino Santos Silva, ex-fur mil 'cmd', 26ª CCmds, Bula, Teixeira Pinto e Bissau, 1970/72)


Capa e contracapa de um dos romances históricos do nosso camarada Angelino Santos Silva, "Geração de 70: época das chuvas" (edição de autor, 2014). (*)


I. O Angelino  Santos Silva (foto atual à esquerda), publicou na sua página do Facebook (em 16 de janeiro último) e replicou, na página do Facebook da Tabanca Grande Luís Graça, a reflexão, que a seguir reproduzimos (com a devida vénia), sobre a nossa geração de combatentes da guerra colonial, nascida nos anos 40. 

O Angelino aceitou o nosso convite para ingressar na Tabanca Grande, a comunidade virtual de amigos e camaradas da Guiné que se reune neste blogue. Iremos apresentá-lo brevemente à nossa tertúlia.

Para já aqui um breve apontamento biográfico do autor:

(i) nasceu em novembro de 1948, na aldeia de Recarei, concelho de Paredes;

(ii)  concluído o ensino básico, fez os seus estudos na cidade do Porto;

(iii) aos 17 anos entra na Efacec como estagiário escolar, situação que se manteve até ingressar no Serviço Militar Obrigatório;

(iv) como trabalhador-estudante faz o SPI para entrada no Instituto Industrial do Porto;

(v) em 1969 vai para o CIOE, em Lamego, para frequentar o Curso de Comandos, com vista à Guerra Colonial Portuguesa em África;

(vi) integrado na 26ª Companhia de Comandos, em março de 1970 embarca no navio Niassa para a Guiné, local onde esteve 22 meses (passando por  Bula, Teixeira Pinto e Bissau);

(vii)  em março de 71, sofre em combate um "acidente" provocado por mina anticarro que o projecta a cerca de 30 metros; porque ia dependurado no lado contrário ao rebentamento da mina, quis a sorte que ficasse apenas com algumas queimaduras nas costas, provocado pela água da bateria do camião cisterna, que ficou completamente destruído; sorte, que não tiveram os camaradas dentro do camião; esteve hospitalizado dois meses;
 
(viii) regressado à Efacec em 1972, inicia a carreira profissional como Técnico de Projetos de Engenharia de Equipamentos de Produção e Distribuição de Energia Elétrica, profissão que manteve até 1982;

(ix) em 1982 despede-se da Efacec e inicia uma nova carreira profissional como vendedor de Produtos Químicos de Manutenção Industrial; promovido a Chefe de Vendas ao fim de meio ano, foi promovido a Diretor Técnico/Comercial da zona Norte, ao fim de três anos, cargo que ocupou durante 20 anos na Quimivenda;

(x) o gosto pela escrita em prosa e poesia é de sempre, mas apenas em 2010 começou a publicar os seus textos; Pedaços de Vida foi o seu primeiro romance.(**)

(xi) sabemos que frequenta as Tabancas de Matosinhos e dos Melros;

(xii) contactos: Angelino Santos Silva > telem 912 998 600 | email: angelinosantossilva@gmail.com

 Fonte: Adapt. de Wook (com a devida vénia)


II. Facebok...ando  (***) > Nós, os combatentes: Porque nos tornaram  proscritos?

por Angelino Santos Silva

1. Para responder à questão, temos de recorrer à História, não só à que nos diz directamente respeito, mas também à dos nossos pais, ou seja, à história do país do séc. XX.

A vida é um somatório de passos por caminhos sinuosos com encruzilhadas à mistura. Por vezes temos dúvidas quanto ao caminho a tomar, porém, temos consciência de que temos de prosseguir por um. Noutros, alguém os escolhe por nós sem apelo nem agravo e poucas saídas nos restam para o evitar e sempre com custos elevados.

Nós, os Combatentes pertencemos a este último grupo: perante a maior encruzilhada que a vida nos reservou, alguém nos traçou o caminho e sem qualquer recurso, tivemos que o percorrer.

Vamos aos factos históricos.

A nossa Geração nasceu no período compreendido entre o início da II Guerra Mundial e poucos anos após o fim da mesma, ou seja, entre 1941 e 1953. Olhamos à distância de 70 ou 80 anos e sentimos um amor incomensurável pelos nossos pais, que nasceram no período compreendido entre o fim da Monarquia e os princípios da I República.
 
Enquanto miúdos, víamos o enorme sacrifício que faziam para nos subtrair a um estilo de vida de grande dificuldade que lhes era imposto pelo Estado Novo. Nessa época quase metade da população portuguesa era analfabeta, principalmente nas aldeias, sendo que – analfabeto  – significava apenas não saber ler e escrever com desenvoltura, porque da vida e do trabalho os nossos pais eram mestres: aos dez anos iniciavam uma profissão, aos vinte sabiam quase tudo sobre a mesma e aos trinta eram mestres na arte que escolheram para ofício. 

Para um país retrógrado como era o nosso, tal capacidade e empenho significava uma enorme riqueza, não aproveitada por um regime que mantinha pobre o seu povo e fazia da emigração, ou antes, dos dinheiros enviados pelos emigrantes, o seu pote de ouro. Porém, beneficiaram os países que acolheram a emigração, aproveitando a mão-de-obra barata depois do descalabro da II Guerra Mundial.

Por cá, o esforço e empenho dos nossos pais, também não foram aproveitados por quem tinha o dever de melhorar o nível social do país e acompanhar o desenvolvimento social da Europa do pós-guerra mundial. Aproveitamos nós - seus filhos - cada um por si e todos criamos condições para melhorar a vida de nossas famílias. 

E assim aconteceu: perante cada encruzilhada que nos foi surgindo após o Serviço Militar, não tivemos grandes dúvidas em escolher um caminho, sempre com os olhos postos no exemplo de nossos pais: os que continuaram a estudar após a 4ª classe (o ensino básico era obrigatório até aos 14 anos para quem reprovava) fizeram-no com o intuito de arranjar o melhor emprego possível e os que foram trabalhar legalmente após os 14 anos de idade, fizeram-no com o mesmo propósito. 

Todos melhoramos substancialmente as nossas vidas, criamos as bases para erradicar o analfabetismo e os nossos filhos têm hoje um razoável nível de vida. Parte significativa é licenciada e alguns já exibem um doutoramento. 

Porém, os seus filhos – nossos netos – estão nos antípodas das gerações de seus avós e pouco sabem sobre a nossa missão enquanto Combatentes na Guerra Colonial em África. Tudo é diferente nesta Nova Geração. Aparentemente, os miúdos do Séc. XXI – aos quais designo por Geração de Cristal – têm tudo ao seu alcance, mas na realidade, perante uma encruzilhada que lhes surja pela frente, já não têm tanta certeza, como a tiveram os seus pais e avós. 

É claro, que não é por culpa própria, mas sim pelas decisões políticas erradas tomadas pelas elites governantes, que a pretexto de salvar a “economia” criam dificuldades inultrapassáveis para a maioria das pessoas. 

Esta nova forma de “olhar o mundo“ e geri-lo sob um conceito estritamente económico, - o mesmo que dizer, proteger interesses dos mais ricos - está a transformar a vida dos jovens em uma “caixa de Pandora”. No ensino, parte dos cursos académicos estão desajustados às necessidades do tempo actual e de pouco servem aos licenciados, que se veem obrigados a aceitar um emprego para o qual não estudaram, precários e mal remunerados

Além da frustração que tal opção acarreta, os jovens tornam-se permeáveis aos problemas de foro psíquico e o recurso aos antidepressivos é cada vez mais frequente. Portugal é um dos países da Europa com maior prevalência do número de doenças psiquiátricas. 

No primeiro semestre de 2022 os portugueses compraram perto de 10,9 milhões de embalagens de ansiolíticos, sedativos e antidepressivos, o que representou um encargo para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) de cerca de 32,5 milhões de euros. Em média, venderam-se mais de 59.732 embalagens de ansiolíticos, sedativos, hipnóticos e antidepressivos por dia, totalizando 10.871.282 nos primeiros seis meses do ano, o que representa um aumento de 4,1% face ao mesmo período de 2021 (10.439.500), segundo dados do Infarmed.

A pandemia veio acelerar este consumo, sendo que nos jovens se verificou o maior aumento.

Ao prosseguir nesta forma de “olhar o mundo”, ou seja, sob orientação puramente económica, chegaremos a 2030 com uma juventude sem perspectivas quanto ao futuro, com um curriculum académico puramente administrativo que pouco serve, sem emprego ou com emprego mal pago, insuficiente para fazer face à vida. 

Chegados aqui, teremos a Geração de Cristal transformada na “Geração dos Nem Nem” ou seja, Nem estudam, Nem trabalham, porque mais vale viver de subsídios. Se isto não for corrigido, a geração dos nossos netos será confrontada com um recuo civilizacional de um século e chegará ao tempo da Monarquia.

2. É muito importante que falemos aos nossos netos. É muito importante que lhes expliquemos, porque motivo existe, desde o 25 de Abril, um esforço da parte dos governantes em ignorar os Combatentes e se possível, fazer deles, cidadãos Proscritos ou seja, banidos da História de Portugal.
 
3. Este esforço tem sido feito por todos os governos com maior ou menor disfarce e todos comungam do mesmo objectivo: passar em branco as páginas da História da Guerra Colonial e nela, a dos Combatentes.

4. Cabe-nos, não permitir que tal objectivo tenha sucesso. Como fazer isso? Escrever. Escrever muito sobre nós, Combatentes.

5. Porque o tempo não pára e porque estamos confrontados com a verdade inquestionável da idade, deparamos com uma nova e derradeira encruzilhada: escrever sobre nós, utilizar as redes sociais falando sobre nós, porque no ensino escolar ninguém o faz.
 
6. Os nossos filhos também não, porque ao longo da vida familiar pouco falamos sobre a nossa presença em África, absorvidos que estávamos – tal como os nossos pais – a trabalhar para lhes dar um nível social melhor do que o nosso.
 
7. Entre nós falamos muito, facto que por vezes causava espanto aos nossos familiares, quando nos acompanhavam aos Encontros Anuais e encontros de ocasião.

8. Mas devemos falar mais, porque o tempo urge. Seremos hoje cerca de 250 mil, número com algum impacto, se unidos, coisa complicada num país que se uniu para derrubar o Estado Novo, mas logo se dividiu nas artimanhas dos políticos.
 
9. Porque, parte significativa de nós anda entre os 70 e 80 anos – os mais velhos já ultrapassaram este limite – daqui a 10 anos seremos talvez, menos de 50 mil, porque segundo as estatísticas é na idade dos 80 em diante que morre mais gente. Não fugiremos a esta realidade, até porque em cima de nós vieram algumas mazelas que nos causaram desgaste físico e psíquico.

10. De abril de 74 para cá, temos andado divididos entre religião, futebol e política. Tem sido este o desenho bem aproveitado pelos políticos, que sabem que quem não tem potencial para fazer lóbi, fica irremediavelmente para trás. E assim tem acontecido e acontece com os Antigos Combatentes, disfarçado com esmolas que “desarmam” alguns.
 
11. Se nos achamos injustiçados e entendemos fazer alguma coisa, está na hora de encontrar o caminho, porque o tempo urge e já não teremos outra encruzilhada pela frente. Esta será a última das nossas vidas.

• Quanto à pergunta, PORQUE NOS TORNARAM PROSCRITOS?

A resposta é fácil: depois de manipuladas e arregimentadas as gerações que fizeram a Guerra Colonial e, por consequência, a divisão do grupo de Capitães/Combatentes, que se tinham unido para derrubar o Estado Novo, nenhum dos governantes conheceu a guerra colonial portuguesa em África.

Um abraço a todos Combatentes.

Angelino dos Santos Silva
Combatente na Guerra Colonial Portuguesa na Guiné-Bissau

[Revisão e fixação de texto / Negritos, para efeitos de edição deste poste no nosso blogue: LG]
____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de
14 de dezembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15486: Notas de leitura (788): “Geração de 70”, por A. Santos Silva, Euedito, 2014 (Mário Beja Santos)

10 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Já dei as boas vindas ao Angelino, no nosso Facebook... Mas agora queria perguntar-lhe a ele e/ou a outros camaradas que passaram pelos antigos Institutos Industriais..., o que era isso do SPI ? O quer dizer a sigla ? Não encontro ou dá muito trabalho a procurar

(...) como trabalhador-estudante faz o SPI para entrada no Instituto Industrial do Porto (...)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Meu caro Angelino, fazes bem em fazer este alerta para o consumo, nomeadamente entre os mais jovens, de ansiolíticos, sedativos, hipnóticos e antidepressivos... Mas haveria que acrescentar o consumo de álcool, tabaco e drogas ilícitas, e outros comportamentos de risco...

Falamos pouco sobre a nossa saúde mental e a nossa qualidade de vida, nomeadamente com referência à nossa geração de antigos combatentes... Um alfabravo. Luís

Carlos Vinhal disse...

Luís,
SPI quer dizer Secção Preparatória ao Instituto. Para a tropa dava a equivalência ao antigo 7.º do Liceu. Quem fazia os Cursos das Escolas Industriais, fazia o SPI e só depois ingressava nos Institutos Industriais, donde se saía com o bacharelato. Não havia direito ao título de engenheiro técnico, o que só veio a acontecer bastantes anos depois do 25A, quando os ditos Institutos Industriais passaram a Institutos Superiores de Engenharia.
Já depois de casado tentei fazer o SPI mas apanhei aquelas confusões dos estudantes. RGAs para aqui, RGAs para ali... Por outro lado, faltava-me (nos) o inglês e determinada área da matemática. Precisámos de aulas suplementares, além das do programa normal, pelo que já não tinha vida para aquilo. Ter aulas e chegar a casa depois da meia-noite (na altura não tinha carro) e entrar às 8 da manhã no escritório...
Houve quem conseguisse, eu não.
Abraço
Carlos Vinhal

Tabanca Grande Luís Graça disse...

OK, Carlos, obrigado, era isso... Tinha uma vaga ideia... LG

Hélder Valério disse...

Olá Angelino, bem vindo!

As siglas, são como os chapéus.... há muitas e dão para as interpretações que se quiserem (não é bem assim, mas fica perto)
Olha, em rigor não sei a que é que o Angelino se refere com SPI mas uma interpretação possível é de "secção preparatória de ingresso". Isso depende da data a que se refere. Sendo nascido em Novembro de 1948 será um mês e tal mais novo do que eu, pelo que, se o "SPI" a que se refere não for de mais tarde é o que eu disse.
Comigo foi assim: após a Escola Primária ingressei na Escola Técnica após exame de admissão para o efeito. Depois fiz a Secção Preparatória para o ingresso no Instituto Industrial de Lisboa (no caso), também após exame de admissão. A SPI foi de 2 anos na "Machado de Castro".
Creio estar certo.

Hélder Sousa

Anónimo disse...

Angelino, seja bem vindo.
Certamente nos cruzámos na Mata dos Madeiros.
A incúria dos homens, não necessariamente dos governos, foi a grande responsável pelo analfabetismo dos nossos pais. As escolas estavam lá, a obrigatoriedade paternal não. Claro que não culpo os nossos antepassados pelas suas falhas, uma herança que se prolongou nos tempos.
Um pequeno reparo para o meu nano Carlos Vinhal. Nunca é tarde para se aprender Inglês. E agora facilitado com casa, alimentação e roupa lavada de graça nas Américas.
Abraço transatlântico.
José Câmara

Carlos Vinhal disse...

Mano José,
Por certo conheces o ditado "Burro velho não aprende línguas".
Mas na altura não era o caso porque eu era novo, teria cerca de 28 anos, o problema era o horário de trabalho e o número exagerado de horas de aulas nocturnas. Mais tarde, os estudos continuariam no Instituto Industrial do Porto e eu não tinha transporte próprio.
Por outro lado, havia na altura a possibilidade de se fazer algumas horas extraordinárias que muito ajudavam no orçamento doméstico.
Tudo somado e subtraído, acho que tomei a decisão certa.
Grande abraço e votos de saúde.
Carlos

Valdemar Silva disse...

Interessante isto dos Furrmil, ou eram betinhos do liceu que tá bem tá bem ou eram os que começaram a trabalhar em putos e estudar à noite não chegava pra mais.
Comigo também podia ter ido mais alto na SPI Comercial.
Como já trabalhava há 10 anos (!!) quando entrei pra tropa aos 22, por estar a tentar fazer a SPI Comercial, mas nem uma coisa nem a prorrogação da tropa deu grande resultado.
Também os 41 meses na tropa, não atrasaram grande coisa na evolução profissional, por com 19 anos já ser 'funcionário de carteira' e o tempo no serviço militar contava para actualizações se se verificasse o regresso ao mesmo posto de trabalho.
E com 26 aninhos, já sabia contabilidade que chegasse e dava só vontade de pôr em dia a prática de económicas e bagaceiras que ficara suspensa.
Mas, também, foi por pouco tempo por ter sido agarrado pela polícia do lar.

Saúde da boa
Valdemar Queiroz

Fernando Ribeiro disse...

A empresa onde mais gostei de trabalhar foi a Efacec. Não conheci o camarada Angelino Santos Silva, nem poderia conhecer, porque trabalhei na Efacec num tempo diferente (1984-86), numa área diferente (Automação Industrial) e até, quase de certeza, numa fábrica diferente (a da Maia, uma belíssima fábrica).

Nunca é demais salientar a importância da Efacec para a economia do país, se quisermos que Portugal não seja apenas um país de empregados de mesa a servirem turistas enfastiados. Aquilo que fez da Efacec a empresa de ponta que ainda é, foi a capacidade de enfrentar os desafios tecnológicos de frente, quaisquer que eles fossem e por muito difíceis que fossem. O que parecia impossível, na Efacec era tornado possível.

https://youtu.be/rTN6Xia_Mq4

Em 1987-88 trabalhei na EID, em Lazarim, Monte da Caparica, que nalguns aspetos era concorrente. Também gostei de trabalhar na EID, mas não tanto como na Efacec. A fábrica da EID era completamente fechada, onde nem sequer sabíamos se era de dia ou se era de noite! Era uma fábrica claustrofóbica, de onde ansiávamos permanentemente sair cá para fora, compleatamente ao contrário da da Efacec na Maia.

https://www.eid.pt

Manuel Luís Lomba disse...

Bem vindo, Angelino.
Certamente nos cruzamos na Efacec, no teu tempo. Era quadro da construtora Soares da Costa e construímos uma ampliação na fábrica da Via Norte e construímos a fábrica da Maia.
Também sou um autor serôdio: escrevi um livro sobre a "nossa" Guerra da Guiné e outros de história local.
Abraço.