Foto nº 4 > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > Canal de Bubaque, de águas profundas
Foto nº 5 > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > Hotel na zona do palácio ("Hotel Cajou Lodge", passe a publicidade... , acrescenta o editor LG que nunca foi a Bubaque).
Foto nº 6 > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > Hotel Kasa Afrikana, ao fundo a ilha de Rubane
Foto nº 7 > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > Vivendas com vista para o mar
Foto nº 8 > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > 178 > O "Palácio do Estado": Foto tirada pelo médico cirurgião Dr. Luís Bagulho em 1978, como cooperante (já falecido). (*)
Foto nº 9A > Guiné-Bissau > Arquipélago dos Bijagós > Ilha de Bubaque > Dezembro de 2023 > O "Palácio do Estado" "ou "Palácio do Governador", hoje uma ruina...
1. Mensagem (e fotos) que nos foi enviada pelo Patrício Ribeiro (nosso correspondente em Bissau, colaborador permanente da Tabanca Grande para as questões do ambiente, economia e geografia da Guiné-Bissau, onde vive desde 1984, e onde é empresário, fundador e diretor técnico da Impar Lda; tem mais de 130 referências no blogue; autor da série, entre outras, "Bom dia desde Bssau"):
Data - domingo, 14/01/0204, 23:15 | Assunto- Bom dia desde Bissau Luís, junto uma fotos... São fotos de dezembro de 2023, durante os meus passeios pela Guiné. Aconselha-se uns passeios pelas águas quentes dos Bijagós, para fugir à chuva e ao frio na Europa.
Em dezembro do ano passado (há umas semanas atrás), voltei a dar uma volta pela ilha de Bubaque. (**)
Para lá ir, há diversos transportes, de ida e volta, principalmente ao fim de semana, a partir de Bissau, para esta ilha e dali é possível apanhar transportes para as restantes ilhas, onde há alguns hotéis, espalhados por algumas das ilhas dos Bijagós.
Na ilha de Bubaque, há alguns hotéis novos, outros já os conheço há dezenas de anos.
Os principais clientes são franceses (da minha idade) que vêm diversas vezes ao ano, à pesca. Já o fazem há muitos anos.
Logo de manhã, entram nos botes e vão para a pesca todo o dia, nos canais entre ilhas, também há os que compram ou constroem hotéis, ou casas.
Hotéis de famílias portuguesas, já não há.
Tenho pena, do que está a acontecer aos Palácios do Estado em Bubaque (ver fotos). O que era do Spínola (era o nome que me informaram, das primeiras vezes que lá fui). Era ali que PAIGC o ia tentar assassinar, “como dizem”.
Também cheguei a dormir lá.
Assim como o outro Palácio, ou antiga "casa do Luís Cabral", na falésia, construído após a independência, com arquitectura tipo “Jugoslávia”, que não foi possível tirar foto, porque é só mato. (O Rosinha, que informe que arquitetura é esta, ainda existem alguns edifícios, com estas linhas arquitectónicas. )
PS - A foto antiga do Palácio foi tirada pelo médico cirurgião Dr. Luís Bagulho em 1978, como cooperante (já falecido).(*)
Abraço
Patricio Ribeiro
impar_bissau@hotmail.com
__________
(**) Último poste da série > 20 de novembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24867: Bom dia desde Bissau (Patrício Ribeiro) (31): Já estava com saudades de Farim e das canoas de transporte público...
8 de junho de 2022 > Guiné 61/74 - P23336: Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-Furriel mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74) - Parte XXVII: O "meu" regresso à Guiné (3): Os Bijagós que muitos de nós nunca vimos - II (e última) Parte
7 de junho de 2022 > Guiné 61/74 - P23334: Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-Furriel mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74) - Parte XXVI: O "meu" regresso à Guiné (2): Os Bijagós que muitos de nós nunca vimos - Parte I
13 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13136: Memória dos lugares (265): Bubaque, cada vez mais bonita... (Patrício Ribeiro)
12 de maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13132: Notas de leitura (590): Bubaque foi uma colónia alemã... antes da I Guerra Mundial (Luís Vaz)
4 de abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8043: Notas fotocaligráficas de uma viagem de férias à Guiné-Bissau (João Graça, jovem médico e músico) (7): Os encantos e as armadilhas das ilhas de Bubaque e Rubane (Bijagós), 11/13 de Dezembro de 2009 (Parte III, o regresso a Bissau)
12 de Março de 2011 > Guiné 63/74 - P7931: Notas fotocaligráficas de uma viagem de férias à Guiné-Bissau (João Graça, jovem médico e músico) (5): Os encantos e as armadilhas das ilhas de Bubaque e Rubane (Bijagós), 11/13 de Dezembro de 2009 (Parte I)
10 comentários:
eureca!, Patrício!... Nunca tinha ouvido falar da existència deste edificío, o "Palcio do Governador": devia ser casa de férias dos governadores-gerais... Bubaque, até à I Grande Guerra, era colónia alemã, coisa que muita gente não sabe... Foi recuperada por Portugal e faz todo o sentido que a República tenha mandadpo construir este edifício, imponente, em estilo "art dédoc",. que então dominava nos anos vinte. Deve ter sido construido na altura do "Palácio do Governo" em Bissau, nos anos 20, ou então será já obra do tempo do Sarmento Rodrigues (segunda metade dos anos 40)..
Nºao consta no portal HPIP - Património de Influència Portuguesa
https://hpip.org/pt
Sobre o "Palácio do Governo" (sic), em Bissau, diz-se o seguinte no portal HPIP - Património de Influència Portuguesa
(...) Habitação
O Palácio do Governo ocupa exatamente o lugar que o eng. José Guedes Quinhones terá imaginado no plano urbano de Bissau de 1919, situando-se num ligeiro promontório.
O edifício posiciona-se como centro simbólico do poder, cuja implantação faz sobressair a estrutura urbana assente numa quadrícula e hierarquizada através de um sistema de ruas rectilíneas que tem nesta avenida semi-arborizada o seu eixo monumental e onde se irão situar os principais serviços públicos.
A remodelação do Palácio do Governo corresponde a um dos programas estratégicos na capital guineense, dando início a um fenómeno de acentuação de um padrão linguístico de maior monumentalidade e conotação metropolitana por parte dos profissionais do GUC [Gabinete de Urbanização Colonoal, localizado em Lisboa] .
O processo insere-se no , com uma arquitetura de representação política que começa a ser aperfeiçoada na segunda metade da década de quarenta e que se estende do “Portugal europeu” ao “Portugal africano e asiático”.
Sobranceiro à antiga Praça do Império, atual Praça dos Heróis Nacionais, na qual culmina o principal boulevard da antiga Avenida da República, hoje Avenida Amílcar Cabral, implanta-se no planalto superior da cidade – aproveitando a cota mais elevada. Esta localização dominante enquadra-se na figuração historicista inicial do Palácio do Governo (atribuída a Guedes Quinhones, a partir da descrição de Rolando Ferreira Barros em 1937).
Em 1937 o edifício existente é descrito por Rolando Ferreira de Barros como de aspeto completamente desarmónico. Quatro anos depois, o engenheiro José Pereira Zagallo aponta que o palácio é uma fortaleza de betão armado, após de ter sido objeto de uma intervenção pouco escrupulosa por um empreiteiro local.
Em 1942, Carlos Ramos elabora diferentes versões de um projeto que, a ter sido concretizado, lhe daria uma aparência vagamente barroca. As comemorações do 5.º centenário da descoberta da Guiné, em 1946, obrigam a uma nova intervenção pela Brigada de Paulo Cunha, assumindo, então, uma configuração art déco. O edifício atual resulta, assim, de uma sucessão de intervenções que culminaram com o projeto de João Aguiar e Galhardo Zilhão, no âmbito da primeira fase de produção do GUC entre 1945 e 1946.
O Palácio do Governo reflete uma interpretação alternativa, elaborada pela primeira geração do Gabinete, quanto ao significado a assumir pela arquitetura colonial de promoção pública. Tal como sugere o plano de 1948, apresentado durante o governo de Sarmento Rodrigues (e cuja concepção foi, provavelmente, da responsabilidade da equipa liderada por João Aguiar), o traçado da avenida principal em boulevard adequa-se à implantação dos principais edifícios de representação dos poderes político, económico e religioso.
Além do Palácio do Governo e fronteiro a ele o Centro de Estudos, previam-se o museu e arquivo; a sé catedral; os correios, e por detrás destes, o mercado municipal. A mesma avenida é escolhida pela iniciativa privada que aí começa a implantar as principais sedes comerciais e corporativas, o cineclube ou a delegação da transportadora aérea nacional.
O projeto de Aguiar e Zilhão segue um esquema “clássico” de composição tripartida e simétrica, recorrendo a elementos decorativos historicistas que reforçam a sua filiação numa arquitetura nacional, figurativamente próxima do que Marcelo Caetano apelida de “português suave”.
(Continua)
(Continuação)
A última versão do projeto denuncia a intenção de integrar as preexistências, realizando a ampliação exigida pelo programa na parte posterior do edifício. Aguiar e Zilhão desenharam ainda uma escada monumental, assim como duas novas escadas de serviços que substituem as anteriores. Os autores do projeto fazem escassas considerações na memória descritiva sobre o aspeto estético, realçando a preferência dada aos materiais locais, embora reconhecendo a utilização de alguns materiais importados.
O edifício, bombardeado na sequência da guerra civil despoletada em 7 de Junho de 1998, resistiu, mesmo em ruínas, após décadas sem intervenção, graças a uma .
O edifício foi recuperado e remodelado em 2012-2013 por técnicos chineses, no âmbito de cooperação entre a China e a Guiné Bissau.
Ana Vaz Milheiro (projeto GCU, FCT ref.ª PTDC/AUR-AQI/104964/2008)
https://hpip.org/pt/heritage/details/1746 (negritos nossos)
Afinal, a "Casa do Governador" seria uma construção alemã, do tempo em que, até à I Grande Guerra, os alemães foram do donos e senhores da ilha... Tiveram aqui inclusive uma instalação fabril.
Ver aqui reprodução de um excerto do livro de Luigi Scantamburlo, trad. de Maria Fernanda, "Etnologia dos Bijagós da Ilha de Bubaque", Lisboa : Instituto de Investigação Científica Tropical ; Bissau : Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa, 1991, 109 pp.
(...) A ilha de Bubaque, com uma área de 48 km2, dezoito dos quais são pântanos alagados pelo oceano durante a maré alta, está situada no canto sudeste do arquipélago (...).
É a ilha mais afectada pela presença dos europeus, escolhida pelos colonizadores alemães antes da I Guerra Mundial e pelo Governo Português depois de 1920, como o centro principal das suas actividades no arquipélago.
Os alemães construíram aqui uma fábrica para a extracção do óleo de palma (Elaeis guineensis); um porto para navios de pequena e média tonelagem na parte setentrional e uma quinta experimental em Etimbato.
Durante a ocupação colonial, que terminou em Agosto de 1974, Bubaque era o centro dos serviços administrativos de todo o arquipélago, com um administrador português residente e outros funcionários.
Em 1952, a igreja católica, através de presença permanente de um missionário, e a missão protestante, começaram a sua acção na ilha. A construção de um pequeno hotel para turistas aumentou a presença dos europeus. A enorme praia de Bruce, situada na parte meridional, constitui uma atracção especial para os turistas e está ligada ao centro administrativo de Bubaque por uma estrada asfaltada desde 1976." (...)
Vd. poste de 12 DE MAIO DE 2014
Guiné 63/74 - P13132: Notas de leitura (590): Bubaque foi uma colónia alemã... antes da I Guerra Mundial (Luís Vaz)
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2014/05/guine-6374-p13132-notas-de-leitura-589.html
Afinal, a "Casa do Governador" (ou o tal "Palácio do Estad") seria uma construção alemã, do tempo em que, até à I Grande Guerra, os alemães foram do donos e senhores da ilha...
Leia-se este excerto:
(...) Bubaque é difícil de descrever. Nota-se a pobreza e fica-se com a nítida sensação de que já viu melhores dias, mas a decadência dos antigos edifícios coloniais, a Casa Presidencial, a estância balnear em ruínas e o cemitério de velhas arcas frigoríficas sobre o porto são tudo sinais, registos de tempos que já foram: os tempos coloniais dos portugueses e a ocupação alemã, os tempos áureos de Luís Cabral, e o tempo das peixeiras com o transporte do pescado para Bissau nas arcas frigoríficas que agora se amontoam junto ao cais.
Todo este cenário, como os próprios Bijagós, deixa um aviso ao mundo: o de que muitos já tentaram a “ocupação”... mas, no fim, tudo volta às origens. É a vitória da selva.
A escola da Missão Evangélica gerida pelo missionário Jorge, a única existente na ilha da Caravela. Ao fim do dia, a vista da Casa do Governador (herança da presença alemã na Primeira Grande Guerra) sobre o canal é simplesmente deslumbrante.
As águas movem-se languidamente, moldando-se com a força das correntes em formas abstractas, esguias, em tons azulados. Um falcão cinzento cruza os ares por entre andorinhas do mar nos seus mergulhos picados pescando os pequenos peixes que fervilham na superfície das águas. Incontáveis abutres sobrevoam a cena de forma circular e paciente. E três mulheres surgem de uma ladeira inclinada que dá acesso ao ancoradouro, transportando alguidares de plástico de cores garridas. Dos alguidares saem cabeças e rabos de peixes enormes e de ar agressivo. Chamam-se Sereia e são uns predadores temíveis nestas águas, mas também são muito saborosos e considerados peixe de primeira; a carne é vermelha como o atum e dá um carpaccio delicioso. (...)
Excerto, com a devida vénia:
XL > Rotas & Destinos > Panorâmica > Bijagós > Uma praia para o resto da vida
Miguel Gomes da Costa
Abril 2008
http://www.rotas.xl.pt/0408/800.shtml (já descontinuado)
Veja-se aqui:
https://arquivo.pt/wayback/20091224050803/http://www.rotas.xl.pt/0408/800.shtml
Revisão / fixação de texto / negritos: LG
Comentário ao poste de 12 DE MAIO DE 2014
Guiné 63/74 - P13132: Notas de leitura (590): Bubaque foi uma colónia alemã... antes da I Guerra Mundial (Luís Vaz)
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2014/05/guine-6374-p13132-notas-de-leitura-589.html
Patrício, essa do Spínola poder ser assassinado na ilha de Bubaque no seu "Palácio de Verão", faz-me rir... É mais uma das "lendas e narrativas" do PAIGEBA, que nunca conseguiu "libertar" nenhuma ilha, muito menos Cabo Verde....
Então, não era mais fácil matá -lo em Bissau, ou no mato, ele que gostava de "banhos de multidão"...
O PAIGC tinha "snippers", pelo menos gaba-se de ter morto várias sentinelas nos quartéis portugueses à noite.
E interessante como se constroem e se propagam estes mitos... Nem sei se o Spinola alguma vez foi a Bubaque, ele gostava era das termas da Curia...
Obrigado,Patrício, pelo teu "Bom dia desde...Bubaque".
Sabe-se, da documentaçãodo PAIGC, que o Spínola nunca ia a Bubaque, o Schulz sim. Oficiais superiores das Forças Armadas gostavam lá de passar fins de semana...Vamos publicar um poste sobre esta história...
Foto nº 9 - Não parece ser a antiga casa do Luís Cabral.. Era seria de arquitetura pós-moderna, desenhada e construída pelos jugoslavos... Ver aqui foto no poste P12356:
28 DE NOVEMBRO DE 2013
Guiné 63/74 - P12356: Crónicas das minhas viagens à Guiné-Bissau (José Martins Rodrigues) (7): Segundo dia em Bubaque, na descoberta do povo Bijagó
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2013/11/guine-6374-p12356-cronicas-das-minhas.html
O que o nosso camarada José Martins Rodrigues escreveu em 2013, quando andou por Bubaque:
(...) Após uma noite bem dormida e um pequeno-almoço frugal (os franceses são uns unhas de fome) a pressa era dar uma saltada até à praia, não longe dali. Toalhas ao ombro e chinelos nos pés, fizemo-nos ao caminho aproveitando para apreciarmos a especial beleza de algumas espécies de flores que fomos encontrando.
Continuando, deparamo-nos com uma construção de aspecto bizarro e de gosto duvidoso, ali virada ao canal que nos separa da Ilha de Rubane. Imagine-se uma casa a quem os alicerces cederam e toda a estrutura ficou tombada, como se as janelas ficassem viradas para o “céu”. Estranhamos o aspecto da vivenda, mas logo percebemos que havia sido construída assim mesmo. Quer a casa, quer os jardins estavam no mais completo abandono. Ao que nos disseram depois, teria sido a casa de férias do primeiro Presidente da Guiné, Luís Cabral. O poder e as suas excentricidades, neste pobre país.(...)
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2013/11/guine-6374-p12356-cronicas-das-minhas.html
Luís
Tens de voltar a reler o P7689 de 28.1.2021 do Beja Santos.
Li este livro há muitos anos, assim como "outros semelhantes" que o Beja Santos ainda não teve possibilidade de ler, para nos contar a sua opinião no Blog sobre os mesmos.
Tenho a mesma opinião do Emb Francisco Henriques da Silva, no seu comentário sobre o livro em questão neste Post
Nós, por cá vamos passando pelo entravá-lo da chuva para não nos molharmos, já que chove em todo o lado, mas ainda não estamos surdos.
Abraço
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