Que arma seria esta? E de que calibre? Parece ser uma peça AA 9,4 cm... A CCAV 8351 esteve em Aldeia Formosa entre meados de novembro de 1972 e princípios de abril de 1973... Nesta altura o pelotão AA que aqui estava, devia pertencer à Btr AAA 7040/72 (Out 72 / ago 74). Sabe-se que o Btr AAA 7040/72 substituiu a Btr AAA3381, a partir de 1Jan73, no comando e controlo dos Pelotões da Nova Lamego, Aldeia Formosa e Nhacra.
1. Em todas as épocas, em todas as guerras, em todos os regimes, todos os chefes têm a sua 23ª hora... Muitos de nós, antigos combatentes, já não estávamos lá no CTIG, quando o gen Spínola bateu com a porta a Marcello Caetano e foi substituído pelo gen Bettencourt Rodrigues. Este foi o último Governador e Comandante-chefe do CTIG: a sua história efémera passa-se entre 29 de setembro de 1973 e 26 de abril de 1974. (**)
Naquele que consideramos o seu "testamento político-militar" (o seu depoimento para o livro, escrito por ele e mais 3 generais, J. da Luz Cunha, Kaúlza de Arriaga e Slvino Silvério Marques, "Africa: a vitória traída", Braga, Intervenção, 1977, pp. 103-143), não há estranhamente a mais pequena referência à defesa antiaérea da cidade e do aeroporto de Bissau bem como das localidades mais importantes, vulneráves a um eventual ataque aéreo inimigo.
Sabe-se hoje que a continuação da guerra não estaria em causa, a não ser em caso de entrar em cena a aviação inimiga (que o PAIGC ainda não tinha, mas que também podia ser a de algum dos países amigos do PAIGC, como a Guiné-Conacri onde o PAIGC tinha a sua confortável retaguarda, pese embora o regime de Séku Touré ser então uma ditadura brutal e sanguinária).
Esta questão, o palno de defesa aniaérea da Guiné, também não tem sido abordada no nosso blogue. O único "catedrático" em AAA é o nosso amigo To Zé, cor art ref António José Pereira da Costa, que, enquanto capitão, foi o primeiro a comandar a Btr AAA 3434, "As Avezinhas" (Bissau, 1971/73).Excertos de CECA (2015):
• Decisão de 25Fev74 - Reorganização da AAA no TO da Guiné - proposta apresentada pelo Delegado da DEFNACIEME, Ten-Cor Art Luis M.D.A. Corte Real
"1. A DEFNAC/EME [Defa Nacional / Estado Maior do Exército] através do seu delegado, Ten Cor Corte Real, atendendo a que o material de Art de 9,4 cm não oferece condições de operacionalidade, propõe que se deixe de utilizar, no TO daGuiné, o material de 9,4 cm em missões de AA, para o que:
- se adaptaria a BtrAAA 7043/73 (9,4 cm) a ligeira (4 cm).
- não seria rendida, no final da sua comissão (21 meses em Julho) a BtrAAA 7041/72 (9,4 cm).
2. Após discussão do problema em reunião de Comandos, em250900Fev74, decido:
a. Concordar com a transformação da BtrAAA (9,4 cm) 7043/73 em BtrAAA (4 cm) com os problemas inerentes à sua adaptação (aumento de efectivos e instrução).
b. Aceitar a não rendição da BtrAAA (9,4 cm) 7041/72, aproveitando a disponibilidade daí resultantes para a reorganização,que se considera indispensável, da estrutura antiaérea do TO..
Assim, considera-se necessário a criação de um Grupo de Artilharia Antiaérea, com possibilidades de exercer o Comando táctico de toda a AAA do TO e acionar o funcionamento do Serviço de Informações e do Centro de Operações da AAA, e ainda, garantir:
- as transmissões entre os órgãos da AAA e as armas;
- a administração do pessoal das Batarias AA;
- a manutenção do material;
- a instrução do pessoal a formar no TO. [... ]"
Fonte: CECA (2015), pp. 464/465
Anexo n" 3 - Subunidades de Artilharia Antiaérea" (CECA, 2015):
[ Extracto da Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África, 7° Volume Tomo II - "Fichas dasnidades Guiné", da CECA, EME. Sobre este assunto consulte-se o artigo "A Artilharia Antiaérea noUltramar" do Coronel de Artilharia António José Pereira da Costa - Boletim da Artilharia Antiaérean" 3 - II Série, Outubro 2003 - Edição Especial do RAAA nº 1.]
(...) - Quando do início da luta armada com o PAIGC, em Janeiro de 1963, já se encontrava, há um ano, instalado no aeroporto de Bissalanca (Bissau), o Pelotão de Artilharia Antiaérea n° 43, dotado de radar com peças AA 4cm "Bofors M-42/60" e metr AA quádruplas 12,7mm, para garantir a defesa AA a baixas altitudes.
No início de 1964 foi rendido pelo Pel AAA 943; em Janeiro de 1966 este foi substituído pelo Pel AAA 1066; em princípios de 1968 nova rendição pelo Pel AAA 1257; em meados de 1969, chegou o Pel AAA 2141 e em 1970 o Pel AAA 3001.
Este último foi destacado para Nova Lamego (Sector L3). Todos estes pelotões tiveram missões semelhantes e o mesmo material AA.
- Para cumprimento do despacho do MDN de 11Ago 70 o dispositivo antiaéreo no TO da Guiné foi reforçado com Batarias de Artilharia Antiaéreas.
Em 19 Fev 71, foram aumentadas ao efectivo, a Btr AAA3381 (lª fase) e a Btr AAA 3382. A 2ª fase da primeira Btr apresentou-se em 31 Maio 71.
A Btr AAA 3381 integrou os dois últimos Pelotões independentes acima referidos e um outro Pelotão que chegou na 2ª fase. Foi dotada com peças 10,4cm, metr AA quádruplas 12,7mm e radar nº 4 MarkVI; as guarnições tiveram pessoal de recrutamento da Província.
Após a realização da IAO foi colocada em Bissau no aquartelamento do GA7, exercendo o comando e controlo dos Pelotões que foram destacados para Bissalanca, Nova Lamego, Aldeia Formosa, a partir de 25 Jul71 e Nhacra, a partir de 01 Nov 71.
- A Btr AAA 3382, após a realização da IAO, em 13 Mai 71 foi colocada no aqt do GA7. Foi a primeira a ser dotada com peças AA 9,4cm e dispunha de radares (táctico) MK VI e (de tiro) MK VII (que através de um preditor dava pontaria direta às 4 peças), para defesa a média altitude do aeroporto, parte da cidade de Bissau, Cumeré e paióis do CTIG.
Iniciou o estudo das posições das peças: radares e preditores de AA. Em Jan71, começou a construção das posições e do aqt na região de Bor (Bissau), com vista ao cumprimento da missão, tendo a orgamzação operacional ficado completa em Set72.
Em meados de Maio, desse ano, passou a ocupar as instalações de Bor, cumulativamente ficou com a responsabilidade daquela região na dependência do COMBIS.
- A Btr AAA 3434 desembarcou na Guiné em 31Mai71; efectuou a IAO e a 04Jul71 ficou instalada no aqt do GA7.
A partir de 20Jul desse ano,passou a realizar os trabalhos de construção de espaldões para peças de radares da área do aeroporto de Bissalanca. Foi dotada com peças AA 4cm e metr AA quádruplas 12,7 mm. Colaborou em coordenação com a BA12, na defesa terrestre das instalações daquela área.
- A 1ª fase da Btr AAA 7040/72 desembarcou em 200ut72 e a 2ª fase em 2Jan73. Após a IAO da la fase, no GA7, em 23Nov72, deslocou um Pelotão para Nova Lamego para realizar a sobreposição com idêntico efectivo da Btr AAA 3381 até 18Dez72: de seguida assumiu a responsabilidade de defesa AA a baixa altitudes da pista de aviação e destacamento aéreo.
Substituiu a Btr AAA3381, a partir de 1Jan73 , no comando e controlo dos Pelotões da Nova Lamego, Aldeia Formosa e Nhacra.
Para estas duas últimas localidades, marcharam em 4Fev73, 2 Pelotões da 2ª fase que renderam idênticos efectivos da Btr AAA 3381; colaboraram ainda na defesa terrestre das referidas localidades.
- A Btr AAA 7041/72 desembarcou em 160ut72; realizou em Bor a IAO e em 1Dez72, substituindo a Btr AAA 3382, assumiu a responsabilidade da defesa AA a médias altitudes da BA12, aeroporto, Cumeré e parte da cidade de Bissau. Foi dotada com peças AA 9,4cm. Assumiu também a responsabilidade do subsector de Bor na dependência do COMBIS.
Em 23Fev74, em virtude da inoperacionalidade do material de deteção de alvos e de tiro, a Bataria foi desativada.
- A Btr AAA 7042/72 desembarcou em 2Jan73. Após IAO, no GA7, assumiu em 26Fev73, substituindo a Btr AAA 3434, a responsabilidade de defesa AA, a baixas altitudes, do aeroporto e da BA12, tendo-se instalado em Bissalanca; colaborou em coordenação com BA12, na defesa terrestre das instalações.
- A Btr AAA 7043/73, desembarcou em 17Nov73; foi colocada em Bor a fim de realizar a IAO e a seguir reforçar a Btr AAA 7041/72 com vista à implementação do sistema integrado de defesa AA a médias altitudes do aeroporto e da cidade de Bissau cujo estudo estava sendo efectuado.
Foi dotada com peças AA 9,4cm. Colaborou na segurança e proteção das instalações e populações do subsector de Bor, sob controlo operacional do COMBIS.
Em 23Fev74, devido a inoperacionalidade do material, passou a realizar a adaptação ao material AA 4cm.
- Depois de feito os estudos para a sua organização foi criado por depacho do CCFAG, o Grupo de Artilharia Antiaérea da Guiné (GAAA).
Destinava-se a comandar, coordenar e controlar a actividade das Subunidades, na altura: Btr AAA 7040/72, 7041/72 e 7043/73.
Apesar de oficialmente criado em 1Mai74 não chegou a ter existência e organização efectivas, sendo extinto em 7Set74.
Fonte: Excertos de: Portugal. Estado-Maior do Exército. Comissão para o Estudo das Campanhas de África, 1961-1974 [CECA] - Resenha Histórico-Militar das Campanhas de África (1961-1974). 6º volume: aspectos da actividade operaciona. Tomo II: Guiné, Livro III, Lisboa: 2015, pp. 464/465 e 491/492.[Revisão / fixação de texto, negritos e itálicos: LG]
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(*) Vd. poste de 25 de março de 2021 > Guiné 61/74 - P22037: Fotos à procura de... uma legenda (146): as antiaéreas de Aldeia Formosa... Também faziam fogo terra-terra... (Joaquim Costa, ex-fur mil arm pes inf, CCAV 8351, Cumbijã, 1971/73)
10 comentários:
Olá Camaradas
Fui comandante da BAA 3434 e fico mais que surpreendido que só(!) 23FEV74 o material de "detecção" tivesse sido considerado inoperacional. A BA 12 tinha um radar AN/TPS 1-D que não funcionava há anos e não tinha reparação. Estava montado numa torre metálica e fazia vista. Tive instrução num único radar desses existente no CIAAC que tinha sido desenvolvido no final de IIGM e que já não tinha qualquer utilidade. A BAA 3434 "fazia(?) a defesa da BA 12 com peças AA 4Cm e Met AA 12,7 quádruplas. Faziam-se "estudos" sabendo-se de antemão que o radar AA MK VI (táctico) não conseguia fazer detecção em altitude. Com apenas dois radares o que se fazia era pô-los a funcionar ao alvorecer e ao anoitecer. As ligações rádio entre as outras estações radar da PU e a da Base eram do tempo do "diga se me ouve! Escuto" (lembram-se?) ou seja se houvesse uma detecção, o alarme à base seria dado tarde e a más horas. Transmitir coordenadas à inglesa no sistema Georef era mais que cómico considerando a velocidade que os "aviões do In", se existissem, eram muito mais rápidos. O dispositivo defensivo tinha uma Met AA quádrupla junto à Porta de Armas/Enfermaria guarnecida 24/24 horas com o pessoal instalado num atrelado de tonelada e, durante a noite, uma das GMC patrulhava o caminho de ronda da base com outra Met AA montada na caixa. Entrou em acção numa flagelação.
Por agora fico-me por aqui, lembrando que havia uma igreja na Base que permitia pedir a Deus Nosso Senhor que não deixasse vir um ataque aéreo do Insidioso e Maldoso In...
Um Ab.
António J. P. Costa
Gostava se saber algo mais sobre o GAAA... O tal sistema integrado de defesa antiaérea.
Talvez o Antônio J. Pereira da Costa, especialista em AAA (mas que já não estava lá em fevereiro de 1974) nos possa ajudar.
A malta de 1973/74 tem direito a uma resposta à pergunta (mesmo que fosse hipotética): "E se Bissalanca e Bissau forem alvo de ataque aéreo ? Temos meios de defesa credíveis ?"...
Tó Zé, só agora vi o teu comentário. Reforço o meu pedido, para que tu e outros artilheiros AA partilhem com os outros artilheiros, infantes, cavaleiros, rangers, pilaves, polícias aéreos, PM, especialistas de manutenção aérea, sapadores, médicos, enfermeiros, escriturários, condutores e todos os demais camaradas da Guiné a vossa experiência e as vossas memórias desses tempos de 73/74.
Tens um artigo sobre o assunto, citado pela CECA, que eu gostava de ler e eventualmente publicar no todo ou em parte.
Ab, Luis (vizinho de Alfragide, onde às vezes moro com vista sobre o EMFAP).
As narrativas da Guerra da Guiné omitem um facto (ou escamoteiam-no): se a autonomia de voo dos nossos Fiats era de menos de 700 km., só dava para ir e vir a Buruntuma, menos de 700 km, que raio de aviação dispunham o PAIGC ou a GConacry, com autonomia para batalhas aérea sobre Bissau?
A FAP integrante da NATO só tinha capacidade para dar batalha à copa das árvores das matas da Guiné?
Desembarquei no então aeroporto internacional de Bissau, nos princípios da década de 80 do século passado, a GBissau tinha apenas 3 MIG 15 parqueados na sua placa militar, um cenário da sucata de Dakotas, DOs e T6 com um grande placard com os dizeres "aviação capturada ao inimigo".
Até a sucata nos envergonhou...
Abr.
Manuel Luís, perguntar não ofende. E muito menos ensinar os ignorantes como eu que era "infante"...
Sabes, por outro lado, que a NATO não nos deixava usar os meios afectos à NATO (nomeadamente aviões)... A Guiné estava fora da jurisdição da NATO.
Achas que os nossos aliados viriam em nosso socorro se (hipótese remota) os tais MiG (que nunca existiram), pilotados por mercenários argelinos ou internacionalistas cubanos tivessem atacado Bissalanca ? (Hipótese absurda).
São apenas "jogos de guerra"... Podemos dormir tranquilos, mas às vezes estas coisas (pesadelos de há 50 anos ?!) vêm-nos à cabeça...
Era nos TAM que se regressava a casa... Eu ainda apanhei o velho "Uige"... Como tu.
Um alfabravo, alcaide de Faria!
Luis.
Manuel Luís: esqueci-me de acrescentar... "com açúcar, com afeto"...
Sabes que isto é "conversa da treta"... Há quem jogue à sueca nos bancos de jardim da quarta idade... A gente vai-se entretendo, nas redes sociais, somos os "marretas" de agora...
Já nada disto (o que aqiui escrevemos) vai mudar o "curso da História" (que também ajudámos a
delinear), mas alimenta, de algum modo, as nossas pequenas "estórias", a nossa "memória", os nossos "fantasmas"...
Terão ainda alguma utilidade os nossos postes e comentários se ajudarem os mais novos (filhos, netos e biosnetos) a prevenir futuras guerras... as que se adivinham, as ques seguem dentro de momentos, e as que se podem repetir, à nossa porta ou mais longe, neste planeta que é a nossa casa, cada vez mais apertada... e que corre o risco de implosão. Os combatentes de todas as guerras devem estar na primeira fila dos combatentes pela paz.
“Ajudarem os mais novos (filhos, netos e bisnetos)..,,” essa é que não.
Com a utilização de drones para ataques em grande escala deve deixar
as crianças em pulgas.
(Continuo internado, agora com uma infecção hospitalar à espera de
ir pra casa e utilizando um iPhone fatela)
Abraço
Valdemar Queiroz
Olá Camaradas
Era giro que quem não sabe batesse a bolinha baixo em vez de vir marcar penalties com a cabeça!
Das 3 baterias eram duas ligeiras e uma pesada: a BAA 3381 que acabou por ficar num quartel novo em Bor, construído de raíz. Tinha 4 peças de calibre 9,4 cm, (como as que defendiam Londres durante a II GM) um radar de tiro MK VII que dava (daria) pontaria às peças através de um preditor (computador diríamos hoje) mas que tinha como velocidade de cálculo máxima 10 seg. Estas peças podiam fazer fogo terrestre (bater a zona). Recordo-me de ter participado numa regulação de tiro com observação aérea.
Tenho uma espécie de história da unidade desta bateria.
Como complemento recordo-me de ter conversado com o falecido TCor Almeida e Brito que tinha uma opinião pior do que a minha. Para mim teríamos um "ataque à PAIGC" levado a efeito com um excedente de uma guerra como a da Coreia feita com aviões que até voavam (MIG 15)e pilotados por um internacionalista qualquer. Para o TCor a poderia ser algo de mais evoluído e com resultados piores desde logo por se tratar de aviões mais rápidos e eficazes.
Um Ab.
António J. P. Costa
PS:Vou voltar a este tema
O livro "África - A Vitória Traída", de Joaquim da Luz Cunha, Kaúlza de Arriaga, Bethencourt Rodrigues e Silvino Silvério Marques, está escarrapachado, aparentemente na sua totalidade, no seguinte endereço:
https://ultramar.blog/book/a-vitoria-traida.html
Independentemente das opiniões que possamos ter sobre os autores do livro, este é um testemunho importante a ter em conta. É um documento que fica para a posteridade, mesmo que os seus autores se revelem autocomplacentes, nem outra coisa seria de esperar.
Além do testemunho pessoal do general Bethencourt Rodrigues sobre a Guiné, talvez valha a pena ler o que o general Joaquim da Luz Cunha escreveu sobre a evolução da situação no Leste de Angola, onde Bethencourt Rodrigues foi comandante da Zona Militar Leste. Muito do que J. Luz Cunha escreveu sobre o Leste de Angola resultou da ação de Bethencourt Rodrigues. Esta ação poderá ter sido determinante para a nomeação deste para suceder a Spínola na Guiné.
Não se pense que eu estou aqui a endeusar Bethencourt Rodrigues, mas a verdade é que, no Leste de Angola, ele soube tirar partido da rivalidade entre o MPLA e a UNITA, "puxando" a UNITA para o seu lado e pondo assim o MPLA praticamente fora de combate (só no Leste), com a ajuda da UNITA.
Após ficar finalmente sozinha no terreno frente âs Forças Armadas Portuguesas, a UNITA passou então ao ataque. Nomeadamente, no dia 26 de abril de 1974 (no dia a seguir ao da Revolução), uma emboscada feita pela UNITA provocou 19 mortos entre as NT.
Luís Graça,
Sou preguiçoso como todos os portugueses (o outro dixit...), só agora li o teu comentário e suscita-me uma retificação: o nosso armamento, calibres e procedimentos eram todos NATO, menos a guerra anti-guerrilha, a NATO não a doutrinava, nem a aviação, por birra norte-americana.
A ação dos F84 ou F86 é do meu tempo de intervenção, aguentamos um ano de intervenção no Norte e no Sul apenas com T6 e sem perda da agressividade (queixa do IN), os FIAT estavam a chegar quando viemos embora.
Diálogo da caserna:
- A América mandou o governo retirar os jatos, diz que a Guiné não cabe NATO...
- E cabe no do Pacto de Varsóvia?
- Complicações diplomáticas.
- Os diplomatas não vêm para o mato!
- Se esses chassos da guerra da Coreia foram dados... compreende-se...
- Não, não, foram pagos em dólares!
- Então devolvam-se com uma fitinha... Havendo dólares, não nos faltam aviões!
Abraço
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