1. Mensagem do dia 6 de Abril de 2013, do nosso camarada Vasco Pires (ex-Alf Mil Art.ª, CMDT do 23.º Pel Art, Gadamael, 1970/72):
Caros Luís/Carlos,
Como disse anteriormente, a fotos que chegaram de São Paulo estavam em péssimo estado de conservação.
Aqui vão algumas que consegui recuperar, em duas fotos estou de túnica branca, lamentavelmente, não consigo identificar mais ninguém.
Podem publicar o que acharem conveniente.
Forte abraço
Vasco Pires
Fotos ©: Vasco Pires (2013). Todos os direitos reservados
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Nota do editor:
Último poste da série de 17 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11411: Memória dos lugares (230): Olossato dos anos cinquenta (Leopoldo Correia)
Blogue coletivo, criado e editado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra col0onial, em geral, e da Guiné, em particular (1961/74). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que sáo, tratam-se por tu, e gostam de dizer: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande. Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
sábado, 27 de abril de 2013
Guiné 63/74 - P11485: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (68): Luciana Saraiva Guerra, sobrinha do cor inf comando, já falecido, Maurício Saraiva, está a escrever um livro sobre a família, natural de Valpaços, e o tio paterno, nascido em Angola
Angola, 28/10/61 > O alferes miliciano Maurício Saraiva
Foto s/ legenda > Angola, s/d, s/l, equipa de futebol eventualmente de colégio das missões católicas (a avaliar pela presença do padre, na segunda fila, à esquerda). O jovem Saraiva é o segundo, da primeira fila, a contar da esquerda.
Fotos (e legendas): © Luciana Andrade Guerra (2013). Todos os direitos reservados
De: Luciana Saraiva Andrade Guerra
Data: 24 de Abril de 2013, 15:38
Ok, vou acompanhar [o blogue]. Já está nos meus favoritos !
Obrigado por estas fotos ! Algumas não conhecia. (*)
No final de maio vou a Valpaços/Possacos, terra dos meus ancestrais. Estou fazendo um livro sobre a genealogia de minha avó paterna (mãe do tio Maurício), que em princípio estará pronto lá para o final do ano. Um dos capítulos será dedicado a meu tio, nessa altura entrarei em contato com o Luís, até para me dar algumas informações. Tenho comigo alguns documentos antigos, fotos e recortes de jornal, meu primo Francisco Henrique também me ajudará no que for possível.
Na altura própria terei todo o gosto de convidar esses amigos do meu tio que fazem parte da "Tabanca"...para o lançamento do livro. Faremos um almoço devidamente acompanhado pelo vinho da terra de Valpaços.
Sabe, há um tempo atrás, resolvi importar para o Brasil os vinhos daquela terra fantástica de Trás-os-Montes. Vou assim ajudar a terra, trazendo para o brasileiro mais uma opção...o primeiro container ainda não chegou, só lá para junho.
Terei também todo o gosto de receber aqui em Floripa (sul do Brasil) o Luis Graça, se algum dia pensar em visitar estas terras.
Um abraço a todos, aproveito a oportunidade para lhe enviar duas fotos mais antigas do tio, ainda muito jovem. Na segunda foto, ele é o segundo a contar da esquerda para a direita (em baixo).
Luciana (**)
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 24 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11457: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (66): Cap Cmd Maurício Saraiva, aqui evocado pela sua sobrinha Luciana Saraiva Guerra (Florianópolis, Santa Catarina, Brasil) e pelo nosso coeditor Virgínio Briote
Guiné 63/74 - P11484: Convívios (516): Pessoal da CART 2412 (Bigene, Guidage e Barro, 1968/70), dia 18 de Maio de 2013 na Mealhada (Jorge Teixeira)
1. Mensagem do nosso camarada Jorge Teixeira, (ex-Fur Mil Art, CART 2412, Bigene - Guidage e Barro, 1968/70)):
Como sempre e como já vai sendo habitual, vai realizar-se o encontro/convívio da CART 2412.
Este ano na Mealhada e como de costume será no terceiro sábado de Maio, mais precisamente no dia 18.
Pela segunda vez consecutiva, (vamos ver se ele consegue o tri), a realização está a cargo do nosso camarada Machado (Machadinho). Atentem na carta dele e procedam em conformidade e o procedimento correcto é marcarem a presença o mais rapidamente senão arriscam-se a que já não haja bacalhau e têm que se sujeitar ao leitão, pois então...
Este é o objectivo a atingir. Esperemos que o golpe-de-mão resulte e que os procedimentos que aprenderam em tempo de guerra não estejam esquecidos.
Não precisam de ir carregados, o municiamento é feito no local, só precisam de ir focados no ataque aos terríficos.
Se tiverem dúvidas liguem ao Machado que para isto está preparado, mas não lhe estraguem as férias (entre 20 de Abril e 06 de Maio, não está para ninguém).
A exemplo de anos anteriores (Fátima e Castelo Branco) o Godinho vai contratar um autocarro, quem estiver interessado deverá contactá-lo, telm 91 750 82 92.
Tenham presente que estes convívios/encontros só acontecem uma vez por ano, que por mais que queiram este não mais se repetirá e que estão na fase de... vais ou queres que te empurre?
Aproveitem enquanto podem, vêmo-nos lá... oxalá!
Um abraço
cumprim/jteix
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 25 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11468: Convívios (515): Pessoal da CCAÇ 2315 no dia 4 de Maio em Cantanhede e da CART 2716 no dia 25 de Maio no Marco de Canaveses
Como sempre e como já vai sendo habitual, vai realizar-se o encontro/convívio da CART 2412.
Este ano na Mealhada e como de costume será no terceiro sábado de Maio, mais precisamente no dia 18.
Pela segunda vez consecutiva, (vamos ver se ele consegue o tri), a realização está a cargo do nosso camarada Machado (Machadinho). Atentem na carta dele e procedam em conformidade e o procedimento correcto é marcarem a presença o mais rapidamente senão arriscam-se a que já não haja bacalhau e têm que se sujeitar ao leitão, pois então...
Este é o objectivo a atingir. Esperemos que o golpe-de-mão resulte e que os procedimentos que aprenderam em tempo de guerra não estejam esquecidos.
Não precisam de ir carregados, o municiamento é feito no local, só precisam de ir focados no ataque aos terríficos.
Se tiverem dúvidas liguem ao Machado que para isto está preparado, mas não lhe estraguem as férias (entre 20 de Abril e 06 de Maio, não está para ninguém).
A exemplo de anos anteriores (Fátima e Castelo Branco) o Godinho vai contratar um autocarro, quem estiver interessado deverá contactá-lo, telm 91 750 82 92.
Tenham presente que estes convívios/encontros só acontecem uma vez por ano, que por mais que queiram este não mais se repetirá e que estão na fase de... vais ou queres que te empurre?
Aproveitem enquanto podem, vêmo-nos lá... oxalá!
Um abraço
cumprim/jteix
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Nota do editor:
Último poste da série de 25 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11468: Convívios (515): Pessoal da CCAÇ 2315 no dia 4 de Maio em Cantanhede e da CART 2716 no dia 25 de Maio no Marco de Canaveses
Guiné 63/74 - P11483: Bom ou mau tempo na bolanha (6): A ida da sua aldeia para Nova Iorque (Tony Borié)
Sexto episódio da série do nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do Cmd Agru 16, Mansoa, 1964/66), Bom ou mau tempo na bolanha.
Assim começa Tó d'Agar uma nova vida nos Estados Unidos.
Depois de analisarem mais uma vez a situação, o Tó d’Agar, que é como se chama no princípio deste texto, junto com a Margarida, decidem que o melhor era ele ir sozinho na frente, para os Estados Unidos. Uma pessoa sozinha é mais fácil arranjar colocação e sobreviver, do que duas e um bebé.
Depois de comprarem um bilhete de avião para Nova Iorque, com algum dinheiro que tinham e um adiantamento do ordenado da Margarida, o Tó d’Agar embarca. No mesmo avião viajam diversas famílias de emigrantes. Ao lado do Tó d’Agar está sentado um emigrante que vive nos Estados Unidos há alguns anos, numa cidade ao sul de Nova Iorque, para lá do rio Hudson, em Nova Jersey. Como a viajem é longa e depois de algumas horas de conversa, esse emigrante explica ao Tó d’Agar:
- Próximo da cidade onde eu vivo, existem muitos emigrantes portugueses a trabalharem que vivem sozinhos, há muito trabalho, e você, novo e forte, que já fala algumas palavras em inglês, não vai estar parado um dia sequer.
Depois de todas as formalizações, no Centro de Imigração do Aeroporto de Nova Iorque, o Tó d’Agar sai do aeroporto com novos documentos de identificação, tinha uma oferta de emprego, só oferta, sem qualquer obrigação para ambas as partes, de uma editora de Nova Iorque que o Tó d’Agar não vai dizer o nome como devem compreender, pois nos anos sessenta do século passado mais de 30% da indústria da cidade de Nova Iorque e arredores eram tipografias e editoras onde havia alguma falta de pessoal qualificado.
Depois de ouvir o emigrante que viajou a seu lado, dizendo-lhe que na sua área trabalho não lhe iria faltar, além de outras razões, pois essa oferta de emprego na editora, era só oferta, sem qualquer compromisso em ambas as partes, portanto livre de ir para lá trabalhar, ou da editora o empregar, mencionava um ordenado que era de longe inferior ao que o referido emigrante lhe explicava que pagavam em outros empregos na sua área, e também pensando no dinheiro que trazia consigo, o seu pensamento focou-se na região onde o referido emigrante vivia. Iria ver como corriam as coisas e só depois entraria em contacto, se necessário fosse, com a editora em Nova Iorque, que não era assim tão longe.
O seu primeiro nome foi alterado, porque o antigo era difícil de pronunciar, passou a chamar-se, única e simplesmente, Tony, pois é este o nome que vem nos novos documentos de identificação, logo não é mais Tó d’Agar, nem Cifra, a partir de agora, chama-se Tony. Já fora do aeroporto, admirado de ver os carros muito grandes, olha o céu, fecha os olhos e medita por uns segundos, traz consigo um saco de lona, parecido com os que se usavam no exército de Portugal, mas um pouco mais pequeno, com alguma roupa, dezanove dólares que escondeu nas meias, mesmo dentro do sapato e o coração a transbordar de saudades da Margarida e do seu bebé.
Como antes tinha combinado com o referido emigrante, a família que o esperava, proporcionou-lhe transporte até essa cidade, ao sul de Nova Iorque, para lá do rio Hudson, em Nova Jersey, que o agora Tony agradecendo, aceitou. Deixaram-no na avenida principal com votos de felicidades, dizendo-lhe que havia algumas casas de negócio nessa avenida, onde sempre havia alguém que falava espanhol ou português. Assim o Tony veio parar a Nova Jersey, como podia ter ido parar a Nova Iorque ou a qualquer outro estado, mas quis o destino que fosse Nova Jersey.
Era inverno, havia neve no chão, fazia algum frio, era ao cair da tarde, o dia estava a acabar já sem muita luz, trazia ao ombro o tal saquito que tinha uma pequena corda, servindo de alça, começa a caminhar, parando aqui e ali, e foi tirando algumas informações, passou por baixo de uma ponte do caminho de ferro, uma zona com algum movimento. Um polícia afro-americano vendo-o parar por alguns momentos, faz-lhe sinal com a mão, para continuar seguindo, talvez com receio que o Tony quisesse dormir por ali. Caminhou por mais algum tempo e lembrando o seu companheiro de guerra, Curvas, alto e refilão, decidiu dormir nessa noite, numa espécie de jardim onde havia a luz de um candeeiro, que iluminava a zona, mesmo na margem do rio Passaic, onde também outras pessoas, alguns oriundos da América do Sul e outros afro-americanos, procuravam ajeitar a sua cama com cartões e outras objectos. Havia mesmo a disputa de lugar, onde o terreno era mais seco, o Tony ajeitou-se encostado a uma árvore com o saco a servir de cabeceira, mesmo junto de um casal afro-americano, que ao vê-lo aproximar-se se encostaram um pouco para o lado, fazendo-lhe um gesto para se deitar ali, junto deles. Depois do Tony se deitar, esse afro-americano coloca-lhe um grande plástico por cima e encostam-se a ele, dando a entender, que juntos se aqueciam mutuamente.
Pela manhã do dia seguinte, mesmo ao clarear do dia, o casal de estende-lhe uma espécie de bolo, colorido por cima, que mais tarde veio a saber se chamava “Donats”, que o Tony aceitou e comeu- Regressa à avenida principal e encontra diversos grupos de pessoas, na esquina das ruas, alguns com uma bolsa de farnel, e que falavam português entre eles, pois esperavam transporte para os seus trabalhos. O Tony logo se lhes dirige, contando-lhe a sua história, um deles, que parecia ser o chefe, logo lhe diz:
- Oh homem, trabalho não te vai faltar, se quiseres vai a esta direcção, que é ali ao dobrar da esquina, que é onde nós vivemos, falas com este senhor e ele logo te arranja lá alojamento. Olha, toma lá um banho bem quente, e come alguma coisa, do que nós lá temos no frigorífico, pois tens um aspecto de uma alma do outro mundo.
Assim foi, ficou instalado na cave de uma casa de emigrantes, com mais doze pessoas, todos homens. Havia uma cozinha comunitária e dois frigoríficos, as camas estavam de um lado da cave, encostadas a uma parede. Havia um quarto de banho com um chuveiro, todo este luxo custava seis dólares à semana, com a vantagem de começar a pagar quando arranjasse trabalho. Eram todos pessoal de trabalho, uns trabalhavam na construção de estradas, outros em obras de casas, outros na abertura de valas e colocação de manilhas de esgotos, alguns em fábricas, um era padeiro e outro empregado num restaurante. Portanto, potenciais contactos para arranjar trabalho.
Ao outro dia pela manhã, que era um sábado, o Tony, que é como a partir de agora passa a ser conhecido, saí da cave e dá uma volta pela área. Fica um pouco triste com o cenário que vê, as casas são todas iguais e encostadas umas às outras, há neve no chão, em certos lugares, da altura de um homem. Começa a nevar, passado uns minutos o chão está todo branco, escorrega e cai, levanta-se e sacode-se, passam algumas pessoas na rua, não saúdam, vão atarefadas, algumas até se desviam dele, os carros grandes e alguns cobertos de neve de alguns dias. Já todo molhado e cheio de frio da neve, regressa de novo à cave, falando sozinho:
- Isto, não pode ser a América.
Os novos companheiros, na cave, Veem-no chegar com uma cara um pouco triste, cheio de frio e com um ar de pessoa desanimada. Um deles, o que trabalhava no restaurante, logo lhe disse:
- Não fiques assim homem de Deus, aqui é onde está o trabalho e o dinheiro.
Outro, o que trabalhava numa fábrica de serração de madeiras, com ar sorridente, disse-lhe:
- Daqui a uns anos, já não queres saber mais do céu azul e do sol brilhante.
E ainda outro, que andava na colocação de manilhas de esgotos, falou muito alto:
- Todas as pessoas que chegam de Portugal, nesta altura do ano, ficam desmoralizadas, deixa vir a primavera e o verão e vês como a América é linda, e te vai dar um milhão de oportunidades. Tens é que ter saúde.
O Tony ouviu todas essas palavras de encorajamento, já tinha estado na África, em situações de desespero e sobreviveu.
Portanto isto, comparado com o cenário de guerra que viveu na Guiné, naquele aquartelamento de terra vermelha e arame farpado em Mansoa, era um paraíso. Pelo menos aqui, e segundo a opinião destes companheiros, não haveria ataques de tiros e granadas e não lhe iria faltar oportunidades de trabalho.
Um dos problemas que mais o preocupava, e era um pouco diferente, eram as saudades do bebé e da Margarida, mas iria superar tudo isso, ele lá no fundo, sabia que sim.
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Nota do editor:
Úlimo poste da série 23 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11450: Bom ou mau tempo na bolanha (5): A Fé também ajuda (Tony Borié)
Assim começa Tó d'Agar uma nova vida nos Estados Unidos.
Depois de analisarem mais uma vez a situação, o Tó d’Agar, que é como se chama no princípio deste texto, junto com a Margarida, decidem que o melhor era ele ir sozinho na frente, para os Estados Unidos. Uma pessoa sozinha é mais fácil arranjar colocação e sobreviver, do que duas e um bebé.
Depois de comprarem um bilhete de avião para Nova Iorque, com algum dinheiro que tinham e um adiantamento do ordenado da Margarida, o Tó d’Agar embarca. No mesmo avião viajam diversas famílias de emigrantes. Ao lado do Tó d’Agar está sentado um emigrante que vive nos Estados Unidos há alguns anos, numa cidade ao sul de Nova Iorque, para lá do rio Hudson, em Nova Jersey. Como a viajem é longa e depois de algumas horas de conversa, esse emigrante explica ao Tó d’Agar:
- Próximo da cidade onde eu vivo, existem muitos emigrantes portugueses a trabalharem que vivem sozinhos, há muito trabalho, e você, novo e forte, que já fala algumas palavras em inglês, não vai estar parado um dia sequer.
Depois de todas as formalizações, no Centro de Imigração do Aeroporto de Nova Iorque, o Tó d’Agar sai do aeroporto com novos documentos de identificação, tinha uma oferta de emprego, só oferta, sem qualquer obrigação para ambas as partes, de uma editora de Nova Iorque que o Tó d’Agar não vai dizer o nome como devem compreender, pois nos anos sessenta do século passado mais de 30% da indústria da cidade de Nova Iorque e arredores eram tipografias e editoras onde havia alguma falta de pessoal qualificado.
Depois de ouvir o emigrante que viajou a seu lado, dizendo-lhe que na sua área trabalho não lhe iria faltar, além de outras razões, pois essa oferta de emprego na editora, era só oferta, sem qualquer compromisso em ambas as partes, portanto livre de ir para lá trabalhar, ou da editora o empregar, mencionava um ordenado que era de longe inferior ao que o referido emigrante lhe explicava que pagavam em outros empregos na sua área, e também pensando no dinheiro que trazia consigo, o seu pensamento focou-se na região onde o referido emigrante vivia. Iria ver como corriam as coisas e só depois entraria em contacto, se necessário fosse, com a editora em Nova Iorque, que não era assim tão longe.
O seu primeiro nome foi alterado, porque o antigo era difícil de pronunciar, passou a chamar-se, única e simplesmente, Tony, pois é este o nome que vem nos novos documentos de identificação, logo não é mais Tó d’Agar, nem Cifra, a partir de agora, chama-se Tony. Já fora do aeroporto, admirado de ver os carros muito grandes, olha o céu, fecha os olhos e medita por uns segundos, traz consigo um saco de lona, parecido com os que se usavam no exército de Portugal, mas um pouco mais pequeno, com alguma roupa, dezanove dólares que escondeu nas meias, mesmo dentro do sapato e o coração a transbordar de saudades da Margarida e do seu bebé.
Como antes tinha combinado com o referido emigrante, a família que o esperava, proporcionou-lhe transporte até essa cidade, ao sul de Nova Iorque, para lá do rio Hudson, em Nova Jersey, que o agora Tony agradecendo, aceitou. Deixaram-no na avenida principal com votos de felicidades, dizendo-lhe que havia algumas casas de negócio nessa avenida, onde sempre havia alguém que falava espanhol ou português. Assim o Tony veio parar a Nova Jersey, como podia ter ido parar a Nova Iorque ou a qualquer outro estado, mas quis o destino que fosse Nova Jersey.
Era inverno, havia neve no chão, fazia algum frio, era ao cair da tarde, o dia estava a acabar já sem muita luz, trazia ao ombro o tal saquito que tinha uma pequena corda, servindo de alça, começa a caminhar, parando aqui e ali, e foi tirando algumas informações, passou por baixo de uma ponte do caminho de ferro, uma zona com algum movimento. Um polícia afro-americano vendo-o parar por alguns momentos, faz-lhe sinal com a mão, para continuar seguindo, talvez com receio que o Tony quisesse dormir por ali. Caminhou por mais algum tempo e lembrando o seu companheiro de guerra, Curvas, alto e refilão, decidiu dormir nessa noite, numa espécie de jardim onde havia a luz de um candeeiro, que iluminava a zona, mesmo na margem do rio Passaic, onde também outras pessoas, alguns oriundos da América do Sul e outros afro-americanos, procuravam ajeitar a sua cama com cartões e outras objectos. Havia mesmo a disputa de lugar, onde o terreno era mais seco, o Tony ajeitou-se encostado a uma árvore com o saco a servir de cabeceira, mesmo junto de um casal afro-americano, que ao vê-lo aproximar-se se encostaram um pouco para o lado, fazendo-lhe um gesto para se deitar ali, junto deles. Depois do Tony se deitar, esse afro-americano coloca-lhe um grande plástico por cima e encostam-se a ele, dando a entender, que juntos se aqueciam mutuamente.
Pela manhã do dia seguinte, mesmo ao clarear do dia, o casal de estende-lhe uma espécie de bolo, colorido por cima, que mais tarde veio a saber se chamava “Donats”, que o Tony aceitou e comeu- Regressa à avenida principal e encontra diversos grupos de pessoas, na esquina das ruas, alguns com uma bolsa de farnel, e que falavam português entre eles, pois esperavam transporte para os seus trabalhos. O Tony logo se lhes dirige, contando-lhe a sua história, um deles, que parecia ser o chefe, logo lhe diz:
- Oh homem, trabalho não te vai faltar, se quiseres vai a esta direcção, que é ali ao dobrar da esquina, que é onde nós vivemos, falas com este senhor e ele logo te arranja lá alojamento. Olha, toma lá um banho bem quente, e come alguma coisa, do que nós lá temos no frigorífico, pois tens um aspecto de uma alma do outro mundo.
Assim foi, ficou instalado na cave de uma casa de emigrantes, com mais doze pessoas, todos homens. Havia uma cozinha comunitária e dois frigoríficos, as camas estavam de um lado da cave, encostadas a uma parede. Havia um quarto de banho com um chuveiro, todo este luxo custava seis dólares à semana, com a vantagem de começar a pagar quando arranjasse trabalho. Eram todos pessoal de trabalho, uns trabalhavam na construção de estradas, outros em obras de casas, outros na abertura de valas e colocação de manilhas de esgotos, alguns em fábricas, um era padeiro e outro empregado num restaurante. Portanto, potenciais contactos para arranjar trabalho.
Ao outro dia pela manhã, que era um sábado, o Tony, que é como a partir de agora passa a ser conhecido, saí da cave e dá uma volta pela área. Fica um pouco triste com o cenário que vê, as casas são todas iguais e encostadas umas às outras, há neve no chão, em certos lugares, da altura de um homem. Começa a nevar, passado uns minutos o chão está todo branco, escorrega e cai, levanta-se e sacode-se, passam algumas pessoas na rua, não saúdam, vão atarefadas, algumas até se desviam dele, os carros grandes e alguns cobertos de neve de alguns dias. Já todo molhado e cheio de frio da neve, regressa de novo à cave, falando sozinho:
- Isto, não pode ser a América.
Os novos companheiros, na cave, Veem-no chegar com uma cara um pouco triste, cheio de frio e com um ar de pessoa desanimada. Um deles, o que trabalhava no restaurante, logo lhe disse:
- Não fiques assim homem de Deus, aqui é onde está o trabalho e o dinheiro.
Outro, o que trabalhava numa fábrica de serração de madeiras, com ar sorridente, disse-lhe:
- Daqui a uns anos, já não queres saber mais do céu azul e do sol brilhante.
E ainda outro, que andava na colocação de manilhas de esgotos, falou muito alto:
- Todas as pessoas que chegam de Portugal, nesta altura do ano, ficam desmoralizadas, deixa vir a primavera e o verão e vês como a América é linda, e te vai dar um milhão de oportunidades. Tens é que ter saúde.
O Tony ouviu todas essas palavras de encorajamento, já tinha estado na África, em situações de desespero e sobreviveu.
Portanto isto, comparado com o cenário de guerra que viveu na Guiné, naquele aquartelamento de terra vermelha e arame farpado em Mansoa, era um paraíso. Pelo menos aqui, e segundo a opinião destes companheiros, não haveria ataques de tiros e granadas e não lhe iria faltar oportunidades de trabalho.
Um dos problemas que mais o preocupava, e era um pouco diferente, eram as saudades do bebé e da Margarida, mas iria superar tudo isso, ele lá no fundo, sabia que sim.
____________
Nota do editor:
Úlimo poste da série 23 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11450: Bom ou mau tempo na bolanha (5): A Fé também ajuda (Tony Borié)
Guiné 63/74 - P11482: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (30): Respostas (nº 56 e 57) de José Manuel M. Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71) e de António Eduardo Ferreira (ex-1.º Cabo Condutor Auto da CART 3493, Mansambo e Fá Mandinga, 1972/74)
Resposta, ao nosso inquérito por questionário aos leitores do blogue (*), do nosso camarada José Manuel Matos Dinis (ex-Fur Mil da CCAÇ 2679, Bajocunda, 1970/71):
(1) Quando é que descobriste o blogue?
R - Ainda trabalhava quando um amigo me alertou para a existência do Blogue. Abri umas poucas de vezes, mas não tive logo o entusiasmo para me tornar assíduo. Ao contrário da maioria, eu achei que tinha demasiadas fotografias, e que era um bocado épico.
(2) Como ou através de quem?
R - Vide a resposta anterior.
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (tertúlia)?
R - Desde 2008. [Vd. poste 3147, de 24 de agosto de 2008]
(4) Com que regularidade visitas o blogue?
R - Via-o diariamente, e só desde data recente vou alternando os dias de olhadelas. Acho que para isso, também tem contribuído as longas ausências de colaboradores de muita qualidade. Não faço ideia se estão desinteressados, se com outras ocupações, mas que fazem muita falta, acho que sim.
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.?
R - Sim, já enviei algum material, e ainda não arrumei as botas. [O JMMD tem cerca de 130 referências no blogue]
(6) Conheces também a nossa página do Facebook (Tabanca Grande Luís Graça)?
R - Não frequento o FB.
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?
R -Ao Blogue, n'é?
(8) O que gostas mais no Blogue? E no Facebook?
R - Do que gosto mais? Gosto de todas as informações que contribuam para o meu conhecimento; gosto do humor delicioso de alguns camaradas; gosto das manifestações de genuinidade; gosto do sentimento de camaradagem que o mais das vezes se respira no Blogue.
(9) O que gostas menos no Blogue? e no Facebook?
R - Esta, eu salto.
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue?
R - Não, acedo sempre, ou quase sempre, pois houve já uma ocasião de dificuldade geral.
(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti? E a nossa página no Facebook?
R - O que é que o Blogue representa? Através dele (Blogue) estabeleci contactos de norte a sul, encontrei pessoas muito interessantes, ponderadas umas, com mais nervo outras, mas sempre generosas e legitimadas pela camaradagem. Também houve o contrário, até oportunismo e aberrações, mas contam-se pelos dedos. Portanto, o Blogue representa um convívio, onde se entra e sai a bel-prazer, e através dele tive o privilégio de conhecer, corresponder-me, e conviver com amigos, que até parecem ser de longa data. Acho isto uma felicidade, que prezo muito.
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais?
R - Sim, já participei em três encontros, e foi sempre muito surpreendente o contacto com malta distante. Afinal, a distância pode não se expressar em quilómetros.
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de Junho, em Monte Real?
R - Não, este ano não penso lá ir. Em primeiro lugar, o encontro da minha companhia foi marcado para o dia 1 de Junho, perto das pedras parideiras. Em segundo lugar, porque o dinheiro escasseia, há outras despesas pendentes, e a minha deslocação ficaria carote. Tendo em conta os tempos dificeis, com rendimentos reduzidos e cilindrados por impostos, proponho que o Joaquim, para o ano, promova um pic-nick na mata do empreendimento, e cada um leva o farnel.
(14) E por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra… para continuar?
R - Tem fôlego, claro! Haja vontade de cada um para contar uma estória (que todos temos estórias para contar), notícias reveladoras de situações relacionadas com a Guiné e a guerra, ou, até notícias, comentários, transcrição de contos, de receitas culinárias, de condições turísticas, e a malta que ficou com o bichinho africano, vem cá ler. Mas o blogue pode ainda promover outras iniciativas, como debates, entrevistas, etc.
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer?
R - Não esperei, e respondi no ítem anterior.
Abraços fraternos
JD
2. Respostas do nosso camarada António Eduardo Ferreira (ex-1.º Cabo Condutor Auto da CART 3493/BART 3873, Mansambo, Fá Mandinga e Bissau, 1972/74) ao questionário enviado à tertúlia:
(1) - A terceira vez que mexi no computador, e o formador nos disse agora vamos aprender a pesquisar, escrevi guerra da Guiné Mansambo e apareceu no ecrã as instalações de Mansambo local onde eu tinha estado, foi um tónico para aprender ainda com mais entusiasmo a mexer no computador.
(2) - Como o acima descrito.
(3) - Sou membro da Tabanca Grande desde Março de 2012.
(4) - Normalmente, visita o blogue todos os dias.
(5) - Tenho mandado algum material espero vir a mandar mais, se algumas limitações derivadas de problemas de falta de saúde não o impedirem.
(6/7) - Conheço a página no Facebook mas não sou seguidor.
(8) - Postes escritos de forma simples mas esclarecedor dos factos relatados.
(9) - O que gosto menos no blogue é a forma como alguns comentadores abordam os postes que comentam.
(10) - Não tenho tido qualquer dificuldade em aceder ao blogue.
(11) - O blogue representa para mim uma viagem ao passado, onde apesar de me fazer recordar muitas coisas más, me faz também sentir mais novo e me proporciona momentos de reflexão, que me ajudam a enfrentar algumas dificuldades nos tempos que correm.
(12) - Nunca participei nos encontros.
(13) - Estou a pensar participar este ano, mas estou condicionado por problemas de saúde, veremos daqui até lá.
(14) - A maioria dos tabanqueiros tem força anímica para que o blogue possa continuar por muito tempo, mas a idade não perdoa, seria bom que mais militares que passaram pela Guiné se juntassem a nós, todos não seremos demais.
(15) - Criticas, faço-as diretamente no blogue, sempre que entendo serem pertinentes, segundo a minha maneira de ver as coisas.
Um abraço aos restantes editores e os meus agradecimentos pelo vosso trabalho ao longo da vida do blogue.
António Ferreira
_____________
Nota do editor:
Último poste da série > 26 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11479: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (29): Respostas (54): Manuel Joaquim, ex-Fur Mil Armas Pesadas da CCAÇ 1419 (Mansabá e Bissorã, 1965/67)
(1) Quando é que descobriste o blogue?
R - Ainda trabalhava quando um amigo me alertou para a existência do Blogue. Abri umas poucas de vezes, mas não tive logo o entusiasmo para me tornar assíduo. Ao contrário da maioria, eu achei que tinha demasiadas fotografias, e que era um bocado épico.
(2) Como ou através de quem?
R - Vide a resposta anterior.
(3) És membro da nossa Tabanca Grande (tertúlia)?
R - Desde 2008. [Vd. poste 3147, de 24 de agosto de 2008]
(4) Com que regularidade visitas o blogue?
R - Via-o diariamente, e só desde data recente vou alternando os dias de olhadelas. Acho que para isso, também tem contribuído as longas ausências de colaboradores de muita qualidade. Não faço ideia se estão desinteressados, se com outras ocupações, mas que fazem muita falta, acho que sim.
(5) Tens mandado (ou gostarias de mandar mais) material para o Blogue (fotos, textos, comentários, etc.?
R - Sim, já enviei algum material, e ainda não arrumei as botas. [O JMMD tem cerca de 130 referências no blogue]
(6) Conheces também a nossa página do Facebook (Tabanca Grande Luís Graça)?
R - Não frequento o FB.
(7) Vais mais vezes ao Facebook do que ao Blogue?
R -Ao Blogue, n'é?
(8) O que gostas mais no Blogue? E no Facebook?
R - Do que gosto mais? Gosto de todas as informações que contribuam para o meu conhecimento; gosto do humor delicioso de alguns camaradas; gosto das manifestações de genuinidade; gosto do sentimento de camaradagem que o mais das vezes se respira no Blogue.
(9) O que gostas menos no Blogue? e no Facebook?
R - Esta, eu salto.
(10) Tens dificuldade, ultimamente, em aceder ao Blogue?
R - Não, acedo sempre, ou quase sempre, pois houve já uma ocasião de dificuldade geral.
(11) O que é que o Blogue representou (ou representa ainda hoje) para ti? E a nossa página no Facebook?
R - O que é que o Blogue representa? Através dele (Blogue) estabeleci contactos de norte a sul, encontrei pessoas muito interessantes, ponderadas umas, com mais nervo outras, mas sempre generosas e legitimadas pela camaradagem. Também houve o contrário, até oportunismo e aberrações, mas contam-se pelos dedos. Portanto, o Blogue representa um convívio, onde se entra e sai a bel-prazer, e através dele tive o privilégio de conhecer, corresponder-me, e conviver com amigos, que até parecem ser de longa data. Acho isto uma felicidade, que prezo muito.
(12) Já alguma vez participaste num dos nossos anteriores encontros nacionais?
R - Sim, já participei em três encontros, e foi sempre muito surpreendente o contacto com malta distante. Afinal, a distância pode não se expressar em quilómetros.
(13) Este ano, estás a pensar ir ao VIII Encontro Nacional, no dia 8 de Junho, em Monte Real?
R - Não, este ano não penso lá ir. Em primeiro lugar, o encontro da minha companhia foi marcado para o dia 1 de Junho, perto das pedras parideiras. Em segundo lugar, porque o dinheiro escasseia, há outras despesas pendentes, e a minha deslocação ficaria carote. Tendo em conta os tempos dificeis, com rendimentos reduzidos e cilindrados por impostos, proponho que o Joaquim, para o ano, promova um pic-nick na mata do empreendimento, e cada um leva o farnel.
(14) E por fim, achas que o blogue ainda tem fôlego, força anímica, garra… para continuar?
R - Tem fôlego, claro! Haja vontade de cada um para contar uma estória (que todos temos estórias para contar), notícias reveladoras de situações relacionadas com a Guiné e a guerra, ou, até notícias, comentários, transcrição de contos, de receitas culinárias, de condições turísticas, e a malta que ficou com o bichinho africano, vem cá ler. Mas o blogue pode ainda promover outras iniciativas, como debates, entrevistas, etc.
(15) Outras críticas, sugestões, comentários que queiras fazer?
R - Não esperei, e respondi no ítem anterior.
Abraços fraternos
JD
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2. Respostas do nosso camarada António Eduardo Ferreira (ex-1.º Cabo Condutor Auto da CART 3493/BART 3873, Mansambo, Fá Mandinga e Bissau, 1972/74) ao questionário enviado à tertúlia:
(1) - A terceira vez que mexi no computador, e o formador nos disse agora vamos aprender a pesquisar, escrevi guerra da Guiné Mansambo e apareceu no ecrã as instalações de Mansambo local onde eu tinha estado, foi um tónico para aprender ainda com mais entusiasmo a mexer no computador.
(2) - Como o acima descrito.
(3) - Sou membro da Tabanca Grande desde Março de 2012.
(4) - Normalmente, visita o blogue todos os dias.
(5) - Tenho mandado algum material espero vir a mandar mais, se algumas limitações derivadas de problemas de falta de saúde não o impedirem.
(6/7) - Conheço a página no Facebook mas não sou seguidor.
(8) - Postes escritos de forma simples mas esclarecedor dos factos relatados.
(9) - O que gosto menos no blogue é a forma como alguns comentadores abordam os postes que comentam.
(10) - Não tenho tido qualquer dificuldade em aceder ao blogue.
(11) - O blogue representa para mim uma viagem ao passado, onde apesar de me fazer recordar muitas coisas más, me faz também sentir mais novo e me proporciona momentos de reflexão, que me ajudam a enfrentar algumas dificuldades nos tempos que correm.
(12) - Nunca participei nos encontros.
(13) - Estou a pensar participar este ano, mas estou condicionado por problemas de saúde, veremos daqui até lá.
(14) - A maioria dos tabanqueiros tem força anímica para que o blogue possa continuar por muito tempo, mas a idade não perdoa, seria bom que mais militares que passaram pela Guiné se juntassem a nós, todos não seremos demais.
(15) - Criticas, faço-as diretamente no blogue, sempre que entendo serem pertinentes, segundo a minha maneira de ver as coisas.
Um abraço aos restantes editores e os meus agradecimentos pelo vosso trabalho ao longo da vida do blogue.
António Ferreira
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Nota do editor:
Último poste da série > 26 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11479: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (29): Respostas (54): Manuel Joaquim, ex-Fur Mil Armas Pesadas da CCAÇ 1419 (Mansabá e Bissorã, 1965/67)
Guiné 63/74 - P11481: Álbum fotográfico de Carlos Fraga (ex-alf mil, 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1973) (4): Mansoa, vila e quartel
Foto nº 25 > Mansoa > Daimler destruída na estrada Jugudul-Porto Gole numa emboscada à 2.ª Companhia. Segundo me disseram foi atingida por um RPG que engatou na viseira (tenho um slide - foto nº 43 - com esse pormenor onde se vê o local do impacto mas nessa também se vê na do lado direito) e as munições terão explodido e rebentado com a Daimler de dentro para fora. Vê-se que está queimada e as chapas separadas decorrente da explosão.
Foto nº 43 > Mansoa > Daimler destruída na estrada Jugudul-Porto Gole numa emboscada à 2.ª Companhia. Visível o orifício feito na viseira pela granada de RPG.
Foto nº 51 > Mansoa > A ambulância do quartel.
Foto 9 nº 79 > Mansoa > Bar de oficiais de Mansoa. Da esquerda para a direita, os alf mil Rocha (2ª Comp), Guerra (Pel Rec Daimler), Martins (transmissões), e creio que Torres, da 2ª Comp. Há uma história engraçada com esse bar. O cabo Flores (barman) decidiu enfeitar o bar. Resolveu pendurar umas lâmpadas: 3 lâmpadas uma vermelha, outra verde e outra amarela, ou seja, as cores principais da bandeira portuguesa. Eu sugeri-lhe que pendurasse essas 3 e mais uma negra, 4 ao todo com o que ele concordou. Acontece que o verde, vermelho, amarelo e preto são as cores da bandeira do PAIGC. De forma que eu divertia-me imenso comigo mesmo a ver as cores do PAIGC no bar de oficiais de Mansoa. Não contei aos meus colegas oficiais a «malandrice» subtil mas divertia-me comigo mesmo.
[ Observação do nosso camarada António Graça de Abreu, alf mil, CAOP1, Teixeira Pinto, Mansoa e Cufar, 1972/74: "Na foto dos alferes no bar, o que está fardado é o alf Tomé, das Transmissões do nosso CAOP 1, e meu companheiro de quarto, em Teixeira Pinto e em Mansoa".]
Foto nº 80 > Mansoa > Soldados da 2ª companhia a passar no tempo, na jogatana. [Identificação feita pelo Jorge Canhão, presume-se].
Fotos (e legendas): © Carlos Alberto Fraga (2013). Todos os direitos reservados [Edição: LG]
1. Continuação da publicação do álbum fotográfico
do Carlos Fraga, recentemente admitido como
membro da nossa Tabanca Grande (nº 611).
Ele esteve em Mansoa, nos últimos meses de 1973, como alf mil, indo depois comandar uma companhia em Moçambique, já depois de 25 de abril de 1974.
Estas fotos, com a devida legendagem fornecida pelo Carlos Fraga, constam de um CD que chegou ao nosso conhecimento através de dois camaradas da mesma companhia, a 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72, o Agostinho Gaspar e o Jorge Canhão. Mantivemos a numeração original das imagens (a do autor, e não do Jorge Canhão).
Recorde-se o que o Jorge Canhão escreveu sobre o Carlos Fraga: "Sobre o ex-alferes miliciano Carlos Alberto Fraga aqui vão os dados que pediste, pois mesmo agora estive em contacto telefónico com ele, que vive em Faro. Ele fez parte da 3ª Companhia do BCAÇ 4612/72 (cerca de 4 meses, até fim de 73 aproximadamente), como adjunto do comandante da companhia, pois estava a tirar um estágio para capitães. Foi depois graduado em tenente, e foi como capitão comandar uma companhia em Moçambique, acabando o tempo de tropa nos Açores. Por esse motivo, não tinha pelotão atribuído na companhia, podendo ir em qualquer um deles."
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Nota do editor:
Último poste da série > 21 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11440: Álbum fotográfico de Carlos Fraga (ex-alf mil, 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1973) (3): Rio Mansoa
Último poste da série > 21 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11440: Álbum fotográfico de Carlos Fraga (ex-alf mil, 3ª CCAÇ / BCAÇ 4612/72, Mansoa, 1973) (3): Rio Mansoa
Guiné 63/74 - P11480: Parabéns a você (568): Hugo Guerra, Coronel DFA reformado, ex-Alf Mil CMDT do Pel Caç Nat 55 (Guiné, 1968/70) e Humberto Nunes, ex-Alf Mil Art CMDT do 23.º Pel Art (Guiné, 1972/74)
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Nota do editor:
Último poste da série de 24 de Abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11455: Parabéns a você (567): David Guimarães, ex-Fur Mil da CART 2917 (Guiné, 1970/72)
Nota do editor:
Último poste da série de 24 de Abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11455: Parabéns a você (567): David Guimarães, ex-Fur Mil da CART 2917 (Guiné, 1970/72)
sexta-feira, 26 de abril de 2013
Guiné 63/74 - P11479: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (29): Respostas (55): Manuel Joaquim, ex-Fur Mil Armas Pesadas da CCAÇ 1419 (Mansabá e Bissorã, 1965/67)
1. O nosso camarada Manuel Joaquim (ex-Fur Mil de Armas Pesadas da CCAÇ 1419, Bissau, Bissorã e Mansabá, 1965/67), enviou-nos as suas respostas ao questionãrio, mas condimentadas com o seu toque pessoal.
9º ANIVERSÁRIO DE “Luís Graça & Camaradas da Guiné”
Salvè, querido blogue! Aqui vão as minhas respostas às perguntas do teu editor:
1. - Descobri-te pouco depois de, algo titubeante, ter começado a “navegar” na Net, aí por meados de 2009.
2. - Descobri-te quando, sozinho, consegui “saltar o muro” de acesso à "quinta" da Web e comecei a correr para todos os lados na exploração do “terreno”. Um dos caminhos que segui era o da guerra colonial portuguesa em que participei e, assim, a certa altura, “bati de chapa” em ti. Comecei logo a “bisbilhotar” as tuas coisas e a gostar muito do que tinhas em casa.
3. – Apresentei-me perante ti em 3 de agosto de 2009 mas nessa altura ainda me sentia inepto para arranjar a necessária jóia de ingresso e para ta entregar. Só consegui fazê-lo em 27 de novembro desse ano, com o texto “Balanta Furtador”.
4. – Quando estou no meu domicílio, quase diariamente te visito. Mas quando saio, desculpa lá, “deixo-te” em casa e não te consulto.
5. – Sabes muito bem que, regularmente, tenho andado a fornecer-te textos, fotos e um ou outro comentário pontual aos textos de outros teus frequentadores. Fica a saber que tenho intenção de continuar no mesmo caminho.
6. – Conheço, quase desde o seu nascimento, o teu “familiar” “Tabanca Grande Luís Graça”, morador no Facebook.
7. – Podes ficar contente por te preferir a ele e te frequentar assiduamente. Ao teu familiar que referi acima só esporadicamente o visito. Gosto dele mas gosto muito mais de ti, acredita.
8./9. – Vou opinar sobre ti e o teu familiar do “Facebook”. Estás com sorte porque sobre o “Tabanca Grande Luís Graça” não me permito ter opinião quanto ao gostar mais ou gostar menos do seu conteúdo, dada a pouca atenção que lhe tenho vindo a prestar.
Quanto a ti, meu querido blogue, gosto de tudo o que és e de tudo o que possuis, dê-me ou não prazer o que vais albergando. És tu, no teu todo, quem verdadeiramente me tem interessado, com todas as tuas qualidades e defeitos. Dás-me prazer, ou mesmo muito prazer, com a maior parte do que publicas mas também, de vez em quando, me deixas indiferente ou até me provocas irritação quando não consigo ficar indiferente perante o que acolhes, o que me causa borbulhas irritantes no espírito.
Eu gosto de ti assim, insosso, salgado, doce, amargo, triste, jocoso, pacífico, agressivo, diletante, combatente, respeitador, desrespeitador (algumas vezes, poucas)! A tua coluna vertebral, que vejo bem vertical, assenta neste teu aceitar da diversidade. Nesta diversidade de relatos que albergas afloram memórias e opiniões que me permitem manter, desfazer, renegar, recriar e mesmo criar os componentes do universo das minhas próprias memórias e opiniões sobre a guerra colonial.
É verdade que tenho muitos gostos e alguns desgostos contigo, que partilho alguns dos teus textos com emoção até às lágrimas e que vitupero outros, por vezes com tal veemência interior que fica expressa exteriormente com um sonoro “vai p’ró c.!” Como, perante alguns dos meus textos e opiniões, haverá quem diga e faça o mesmo a meu respeito, estamos quites! E tu, assim, é que ficas bonito para mim. Não te quero ver com uma só cor, seja ou não a minha cor preferida.
Ah, querido blogue, uma coisa de que não gosto mesmo é a falta de respeito pela expressão das ideias de cada um, a intolerância radicalizada, o “diktat” da verdade única que, de vez em quando, vem ao de cima num ou noutro dos “post” que acolhes.
Mas que fazer? - podes perguntar. Olha, deixa estar, são coisas normais na tua vida, a vida de um blogue colectivo aberto à livre participação, que permite a livre expressão a centenas de membros (e não só) que cobrem sociológica e ideologicamente todo o tipo de cidadãos deste país, quase todos antigos combatentes.
10. – Não tenho sentido qualquer dificuldade em ir ter contigo.
11. – Tu foste, e és, um ponto de encontro, para mim quase diário, onde vou à procura de conversa, de diálogo, de camaradagem e de amizade; uma romagem que faço, mesmo que virtual, para manter vivo um período da minha vida, numa altura em que sinto necessidade de reavivar todos aqueles tempos para deles recuperar a memória das situações, dos lugares e dos bons momentos (também os houve), memória que até há poucos anos atrás me tinha ficado soterrada pela avalanche de sacrifícios e de dores, físicas e morais, que a guerra originou.
Ao contrário de ti, a “Tabanca Grande Luís Graça” tem sido para mim, até agora, como que um estimado vizinho que cumprimento ao passar à sua porta, pergunto-lhe “como vai?” e logo a seguir retomo o caminho para o tal ponto de encontro que és tu.
12. – Participei nos teus dois últimos encontros nacionais, em Monte Real.
13. – Já estou inscrito para o encontro deste ano, no próximo dia 8 de junho.
14. – Penso que tu, actualmente, não só tens fôlego como estás cheio dele! Quanto ao teu futuro, “a Deus pertence”. Sabes, não sou adivinho.
Sinto que no futuro próximo te comportarás como um robusto barco bem comandado, serás capaz de aguentar as adversidades que as ondas da vida te possam trazer, tanto mais que tens uma boa cadeia de comando e uma tripulação numerosa e ainda vigorosa, pronta para os balanços do “mar” (a maior parte dela).
Num futuro mais alargado é de supor aparecerem grandes dificuldades se quiseres manter o rumo actual, já que se fará sentir a falta de “marinheiros” que “a lei da vida” irá inexoravelmente provocar. Isto não quer dizer que vás ao fundo por falta de pessoal. Há sempre a hipótese de compensar a referida perda com outro tipo de tripulantes que permitam o alargar das tuas actividades para outras áreas complementares às que actualmente exerces.
E pronto, querido blogue. Despeço-me com um
Viva o blogue “Luis Graça & Camaradas da Guiné”!
17/abril/2013
Manuel Joaquim
P. S. - Já agora, querido blogue, gostava que nesta tua festa de aniversário albergasses este vídeo com uma canção alemã do final do séc. XIX, “Alte Kameraden” (Velhos Camaradas).
Há uns dias, um dos teus membros, o Ernesto Duarte, deu-me a conhecer esta interpretação sem a “letra” respetiva. É uma canção de combatentes, velhos camaradas, que termina com promessas de fidelidade na amizade e no apoio solidário até à morte, enquanto se esvaziam alegremente uns bons copos de vinho. ( Ob in Freunde, ob in Not/ Bleiben wir getreu bis in den Tod./ Trinket aus und schenket ein/ Und lasst uns alte Kameraden sein).
Muito conotada com os exércitos alemães até ao fim da 2ª Guerra Mundial, esta marcha militar está hoje, na parte orquestral, adotada em todo o mundo pelas pequenas e grandes bandas militares que a tocam frequentemente, seja qual for o tipo de regime político dos seus países.
Muitos parabéns pelo teu 9º aniversário, meu caro blogue!
Manuel Joaquim
____________
Nota do editor:
Último poste da série de 26 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11473: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (28): Respostas (53): Pepito / Carlos Schwarz, eng agr, cofundador e líder da AD - Acção para o Desenvolvimento: "Fazer a Guerra é fácil. (...) Construir a Paz e promover a Amizade é obra de espíritos superiores"
9º ANIVERSÁRIO DE “Luís Graça & Camaradas da Guiné”
Salvè, querido blogue! Aqui vão as minhas respostas às perguntas do teu editor:
1. - Descobri-te pouco depois de, algo titubeante, ter começado a “navegar” na Net, aí por meados de 2009.
2. - Descobri-te quando, sozinho, consegui “saltar o muro” de acesso à "quinta" da Web e comecei a correr para todos os lados na exploração do “terreno”. Um dos caminhos que segui era o da guerra colonial portuguesa em que participei e, assim, a certa altura, “bati de chapa” em ti. Comecei logo a “bisbilhotar” as tuas coisas e a gostar muito do que tinhas em casa.
3. – Apresentei-me perante ti em 3 de agosto de 2009 mas nessa altura ainda me sentia inepto para arranjar a necessária jóia de ingresso e para ta entregar. Só consegui fazê-lo em 27 de novembro desse ano, com o texto “Balanta Furtador”.
4. – Quando estou no meu domicílio, quase diariamente te visito. Mas quando saio, desculpa lá, “deixo-te” em casa e não te consulto.
5. – Sabes muito bem que, regularmente, tenho andado a fornecer-te textos, fotos e um ou outro comentário pontual aos textos de outros teus frequentadores. Fica a saber que tenho intenção de continuar no mesmo caminho.
6. – Conheço, quase desde o seu nascimento, o teu “familiar” “Tabanca Grande Luís Graça”, morador no Facebook.
7. – Podes ficar contente por te preferir a ele e te frequentar assiduamente. Ao teu familiar que referi acima só esporadicamente o visito. Gosto dele mas gosto muito mais de ti, acredita.
8./9. – Vou opinar sobre ti e o teu familiar do “Facebook”. Estás com sorte porque sobre o “Tabanca Grande Luís Graça” não me permito ter opinião quanto ao gostar mais ou gostar menos do seu conteúdo, dada a pouca atenção que lhe tenho vindo a prestar.
Quanto a ti, meu querido blogue, gosto de tudo o que és e de tudo o que possuis, dê-me ou não prazer o que vais albergando. És tu, no teu todo, quem verdadeiramente me tem interessado, com todas as tuas qualidades e defeitos. Dás-me prazer, ou mesmo muito prazer, com a maior parte do que publicas mas também, de vez em quando, me deixas indiferente ou até me provocas irritação quando não consigo ficar indiferente perante o que acolhes, o que me causa borbulhas irritantes no espírito.
Eu gosto de ti assim, insosso, salgado, doce, amargo, triste, jocoso, pacífico, agressivo, diletante, combatente, respeitador, desrespeitador (algumas vezes, poucas)! A tua coluna vertebral, que vejo bem vertical, assenta neste teu aceitar da diversidade. Nesta diversidade de relatos que albergas afloram memórias e opiniões que me permitem manter, desfazer, renegar, recriar e mesmo criar os componentes do universo das minhas próprias memórias e opiniões sobre a guerra colonial.
É verdade que tenho muitos gostos e alguns desgostos contigo, que partilho alguns dos teus textos com emoção até às lágrimas e que vitupero outros, por vezes com tal veemência interior que fica expressa exteriormente com um sonoro “vai p’ró c.!” Como, perante alguns dos meus textos e opiniões, haverá quem diga e faça o mesmo a meu respeito, estamos quites! E tu, assim, é que ficas bonito para mim. Não te quero ver com uma só cor, seja ou não a minha cor preferida.
Ah, querido blogue, uma coisa de que não gosto mesmo é a falta de respeito pela expressão das ideias de cada um, a intolerância radicalizada, o “diktat” da verdade única que, de vez em quando, vem ao de cima num ou noutro dos “post” que acolhes.
Mas que fazer? - podes perguntar. Olha, deixa estar, são coisas normais na tua vida, a vida de um blogue colectivo aberto à livre participação, que permite a livre expressão a centenas de membros (e não só) que cobrem sociológica e ideologicamente todo o tipo de cidadãos deste país, quase todos antigos combatentes.
10. – Não tenho sentido qualquer dificuldade em ir ter contigo.
11. – Tu foste, e és, um ponto de encontro, para mim quase diário, onde vou à procura de conversa, de diálogo, de camaradagem e de amizade; uma romagem que faço, mesmo que virtual, para manter vivo um período da minha vida, numa altura em que sinto necessidade de reavivar todos aqueles tempos para deles recuperar a memória das situações, dos lugares e dos bons momentos (também os houve), memória que até há poucos anos atrás me tinha ficado soterrada pela avalanche de sacrifícios e de dores, físicas e morais, que a guerra originou.
Ao contrário de ti, a “Tabanca Grande Luís Graça” tem sido para mim, até agora, como que um estimado vizinho que cumprimento ao passar à sua porta, pergunto-lhe “como vai?” e logo a seguir retomo o caminho para o tal ponto de encontro que és tu.
12. – Participei nos teus dois últimos encontros nacionais, em Monte Real.
13. – Já estou inscrito para o encontro deste ano, no próximo dia 8 de junho.
14. – Penso que tu, actualmente, não só tens fôlego como estás cheio dele! Quanto ao teu futuro, “a Deus pertence”. Sabes, não sou adivinho.
Sinto que no futuro próximo te comportarás como um robusto barco bem comandado, serás capaz de aguentar as adversidades que as ondas da vida te possam trazer, tanto mais que tens uma boa cadeia de comando e uma tripulação numerosa e ainda vigorosa, pronta para os balanços do “mar” (a maior parte dela).
Num futuro mais alargado é de supor aparecerem grandes dificuldades se quiseres manter o rumo actual, já que se fará sentir a falta de “marinheiros” que “a lei da vida” irá inexoravelmente provocar. Isto não quer dizer que vás ao fundo por falta de pessoal. Há sempre a hipótese de compensar a referida perda com outro tipo de tripulantes que permitam o alargar das tuas actividades para outras áreas complementares às que actualmente exerces.
E pronto, querido blogue. Despeço-me com um
Viva o blogue “Luis Graça & Camaradas da Guiné”!
17/abril/2013
Manuel Joaquim
P. S. - Já agora, querido blogue, gostava que nesta tua festa de aniversário albergasses este vídeo com uma canção alemã do final do séc. XIX, “Alte Kameraden” (Velhos Camaradas).
Há uns dias, um dos teus membros, o Ernesto Duarte, deu-me a conhecer esta interpretação sem a “letra” respetiva. É uma canção de combatentes, velhos camaradas, que termina com promessas de fidelidade na amizade e no apoio solidário até à morte, enquanto se esvaziam alegremente uns bons copos de vinho. ( Ob in Freunde, ob in Not/ Bleiben wir getreu bis in den Tod./ Trinket aus und schenket ein/ Und lasst uns alte Kameraden sein).
Muito conotada com os exércitos alemães até ao fim da 2ª Guerra Mundial, esta marcha militar está hoje, na parte orquestral, adotada em todo o mundo pelas pequenas e grandes bandas militares que a tocam frequentemente, seja qual for o tipo de regime político dos seus países.
Esta é uma festiva versão de André Rieu e Orquestra Johann Strauss
Muitos parabéns pelo teu 9º aniversário, meu caro blogue!
Manuel Joaquim
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Nota do editor:
Último poste da série de 26 DE ABRIL DE 2013 > Guiné 63/74 - P11473: 9º aniversário do nosso blogue: Questionário aos leitores (28): Respostas (53): Pepito / Carlos Schwarz, eng agr, cofundador e líder da AD - Acção para o Desenvolvimento: "Fazer a Guerra é fácil. (...) Construir a Paz e promover a Amizade é obra de espíritos superiores"
Guiné 63/74 - P11478: (Ex)citações (219): Patrício Ribeiro, "pai dos tugas em Bissau", parte mantenhas com o Mamadu Baio, de Tabatô, a sua mulher, alentejana, Sílvia Mendes Baio, o cineasta João Viana (, realizador do filme "A batalha de Tabatô"), e a antropóloga Joana Vasconcelos
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Tabatô > 16 de dezembro de 2009 > 8h30 > O grande poilão da aldeia...
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Tabatô > 15 de dezembro de 2009 > 22h07> Há magia no ar (1)...
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Tabatô > 15 de dezembro de 2009 > 22h17 > Há magia no ar (2)...
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Tabatô > 15 de dezembro de 2009 > 22h16 > Quem disse que Tabatô era terra de "didjius", grandes músicos e contadores de histórias ? E elas, o que são ? Grandes artistas, grandes intérpretes da alma afromandinga...
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Tabatô > 15 de dezembro de 2009 > 9h07 > "De pequenino é que se torce o pepino"... Neste caso, o balafon...
em Bissau como o "pai dos tugas"(leia-se: padrinho...) [, foto à direita quando marinheiro..]
Data: 26 de Abril de 2013 à27 13:40
Assunto:O Mamadu de Tabatô
Aos nossos amigos.
Desde as tabancas de Sansambato, Ganjogude e outras tabancas da mesma zona, terras de Mandingas por onde tenho andado nos últimos meses a massacrar as minhas costa em caminhos quase inexistentes.
Vai um grande abraço para o meu amigo Mamadú e sua mulher Silvia.
Aconselho ouvir as suas músicas, aprendidas na sua tabanca de Mandiga de Tabatô, tabanca de músicos, perto de Bafatá.
Foi nesta tabanca onde o João [Viana] com sua mulher Joana [Vasconcelos] e restante equipadormiram umas semanas, a colher imagens para o filme, foram comidos pelos mosquitos, e apanharam alguns paludismos pelo meio... É a vida destes paragens ... mas há quem goste... (**)
Um abraço a todos
Patricio Ribeiro
_______________
Notas do editor:
(*) Na sequência de comentário ao poste de 26 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11475: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (67): Hoje há festa no "sempre em festa" (Ritz Clube, R da Glória, 57, Lisboa), a partir das 23h, com Mamadu Baio / Super Camarinda, de Tabatô... Cinco morteiradas... Eu vou lá estar...e pago um copo ao "nosso alfero Cabral" (Luís Graça)
(...) Mensagem enviada, internamente, ao pessoal da Tabanca Grande:
"É malta de Lisboa & arredores, grã-tabanqueiros: quem é que vai logo à noite beber um copo e ver e ouvir os Super Camarimba ao "sempre em festa" ? São cinco mocas.
"A Tabanca Grande vai estar lá a apoiar o Amandu Baio e a "sua/nossa" Guiné"... Por outro lado: (i) é preciso o pessoal da Tabanca Grande fazer a "prova de vida", aparecendo em público, em sítios decentes como o Ritz Clube; (ii) depois, é bom não esquecer que tristezas não pagam... "troikices".
Luis Graça, tabanqueiro nº 1".
(**) Último poste da série > 12 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11377: (Ex)citações (218): Sexo em tempo de guerra... e brancos mpelelé no pós-independência (Cherno Baldé / José Teixeira / António Rosinha)
Notas do editor:
(*) Na sequência de comentário ao poste de 26 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11475: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (67): Hoje há festa no "sempre em festa" (Ritz Clube, R da Glória, 57, Lisboa), a partir das 23h, com Mamadu Baio / Super Camarinda, de Tabatô... Cinco morteiradas... Eu vou lá estar...e pago um copo ao "nosso alfero Cabral" (Luís Graça)
"É malta de Lisboa & arredores, grã-tabanqueiros: quem é que vai logo à noite beber um copo e ver e ouvir os Super Camarimba ao "sempre em festa" ? São cinco mocas.
"A Tabanca Grande vai estar lá a apoiar o Amandu Baio e a "sua/nossa" Guiné"... Por outro lado: (i) é preciso o pessoal da Tabanca Grande fazer a "prova de vida", aparecendo em público, em sítios decentes como o Ritz Clube; (ii) depois, é bom não esquecer que tristezas não pagam... "troikices".
Luis Graça, tabanqueiro nº 1".
(**) Último poste da série > 12 de abril de 2013 > Guiné 63/74 - P11377: (Ex)citações (218): Sexo em tempo de guerra... e brancos mpelelé no pós-independência (Cherno Baldé / José Teixeira / António Rosinha)
Guiné 63/74 - P11477: Uma visão alargada do ataque a Gadamael - Dos antecedentes às consequências (1): Ofensiva do PAIGC na ZA de Gadamael até 22MAI73 (Manuel Vaz)
1. Começamos hoje a publicar mais um trabalho de pesquisa, que sabemos vai merecer a melhor atenção da tertúlia, principalmente de quem passou por Gadamael em 1973, elaborado pelo nosso camarada Manuel Vaz (ex-Alf Mil da CCAÇ 798, Gadamael Porto, 1965/67).
Diz o nosso camarada na sua mensagem de apresentação:
Este trabalho que vai ser publicado em 6 Postes, correspondentes a outros tantos subtítulos, foi concebido como "peça única". Posteriormente foi seccionado e ilustrado, sem perder as caraterísticas iniciais.
Para facilitar uma visão global do que se passou em Gadamael, era bom que se fizesse uma leitura sequencial dos subtítulos.
Um abraço.
Manuel Vaz
Não podemos deixar de lembrar o seu anterior trabalho aqui publicado, integrado na série Memórias da CCAÇ 798
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Diz o nosso camarada na sua mensagem de apresentação:
Este trabalho que vai ser publicado em 6 Postes, correspondentes a outros tantos subtítulos, foi concebido como "peça única". Posteriormente foi seccionado e ilustrado, sem perder as caraterísticas iniciais.
Para facilitar uma visão global do que se passou em Gadamael, era bom que se fizesse uma leitura sequencial dos subtítulos.
Um abraço.
Manuel Vaz
Não podemos deixar de lembrar o seu anterior trabalho aqui publicado, integrado na série Memórias da CCAÇ 798
UMA VISÃO ALARGADA DO ATAQUE A GADAMAEL
DOS ANTECEDENTES ÀS CONSEQUÊNCIAS
1- OFENSIVA DO PAIGC NA ZA DE GADAMAEL ATÉ 23MAI73
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