Lisboa, Festival Todos - Caminhada de Culturas, 11 de Setembro de 2011... Largo de São Domingos > Monumento "Lisboa, cidade da tolerância", lema de Lisboa para o mundo, escrito em 34 línguas... Memorial, inaugurado em 2008, às vítimas judaicas do massacre de Lisboa de 19 de Abril de 1506... O Largo de São Domingos é, na baixa lisboeta, um dos locais de encontro preferidos de muitos dos nossos antigos camaradas guineenses (fulas, manjacos, papeis, mandingas...) que se fixaram em Portugal, depois da independência da Guiné-Bissau
Foto e legenda: © Luís Graça / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2011). Todos os direitos reservados.
Data: 18 de janeiro de 2015 às 18:59
Assunto: Colonizações, Descolonizações e Emigrações-Os muçulmanos do General De Gaulle e os do General Spínola)
Como espero que não melindre demais e dentro de certa "liberdade de expressão", como agora está na moda este termo, publica se entenderes, Luis Graça, e cumprimentos para todos.
Luis Graça, podes considerar impróprio, mas oportuno penso que é, este assunto dentro de uma "guerra colonial", que é daquilo que de certa maneira se trata hoje em plena Europa ex- colonial, com aquelas confusões francesas.
Não sei se é verdade ou mentira, mas quando foi da independência de Argélia, falava-se em Luanda por entre a censura de Salazar, que o gen De Gaulle teria dito, naquela euforia dos argelinos, que "ainda vão sentir muito a nossa falta".
Mas, verdade ou mentira De Gaulle ter dito tal coisa, foram milhões de argelinos que não passaram sem aquela vivência e tranquilidade francesa e refugiaram-se lá [, na França].
E naquela altura, quem vivia como eu, futuro retornado, em Luanda, sabíamos que ia ser mais ou menos o que se passou e passa, só que não sabíamos que ia ser tão grave para os europeus e africanos. (Na Argélia, foram genocídios tribais sem conta,)
E agora vamos, embora numa dimensão pequeníssima, à emigração dos nossos "spinolistas" guineenses.
Então é assim:
Os Guineenses em Lisboa fizeram do Largo de São Domingos um simpático ponto de encontro e, como a maioria são ou eram inicialmente fulas de tendência muçulmana, superam em muito as meia dúzia de idosas cristãs que frequentam aquela velha igreja desse Largo de São Domingos.
Penso que aquela igreja passava a ter mais frequência de muçulmanos como mesquita do que hoje com meia dúzia de idosas cristãs. E quem discordava de aquela igreja virar mesquita se os muçulmanos não lançassem a moda dos véus e burkas das bajudas?
Também ninguém condenava coisas desses africanos, nossos amigos, e alguns antigos companheiros de tropa, se não trouxessem hábitos normais na terra deles, mas muito estranhos em Lisboa, tais como a excisão feminina.
E, desde que os muçulmanos de Lisboa condenassem ou pelo menos não adoptassem burkas nas mulheres e excisões nas bajudas, e não proibissem as esposas se estas quisessem entrar nas marchas de Santo António, talvez muitos portugueses e guineenses lisboetas que não são ateus, se entendessem religiosamente.
Sem dúvida que a Europa tem que pregar aquele ditado que diz que "Em Roma sê Romano". Mas a Europa, que não considera os íberos europeus de corpo inteiro, dá muitos tiros nos pés, por tradição.
E um dos piores tiros que deu nos pés, depois das 3 Grandes Guerra perdidas, a 1ª a 2ª e a Guerra Fria, foi as independências (abandonos de milhões de povos africanos totalmente impreparados para se autogovernarem fora das tradições milenares em que viveram sempre).
E os Americanos, Russos e Suecos, com a «dignidade abolicionista» da Guerra Fria, tiveram muitas culpas na desgraça dos africanos que atravessam a nado o Mediterrâneo e invadem a Europa aos milhares onde se inserem muitos lobos (terroristas) no meio dos cordeiros.
Quem diria que um dia assistiríamos a um tipo de guerra tribal em plena Paris! Na Nigéria e no Niger já se passa coisa idêntica.
E como estamos no blogue da Guiné, fazemos votos que, como até aqui, que o Tchon Manjaco e o Tchon Fula e o Tchon do Largo São Domingos e o Tchon Pepel se entendam sempre como estes últimos 40 anos.
Antº Rosinha
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Nota do editor:
Último poste da série > 12 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14015: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (35): IMPÉRIO sem TAP versus TAP sem IMPÉRIO
Último poste da série > 12 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14015: Caderno de notas de um mais velho (Antº Rosinha) (35): IMPÉRIO sem TAP versus TAP sem IMPÉRIO