Lisboa > DocLisboa2007 > Culturgest > Grande Auditório > 19 de Outubro de 2007 > Estreia do filme de Diana Andringa e Flora Gomes As Duas Faces da Guerra. Na imagem, os nossos camaradas A. Marques Lopes, Xico Allen, Álvaro Basto e esposa. Na fila a seguir, os coronéis na reforma Vasco Lourenço e Carlos Matos Gomes. A foto foi tirada pelo Helder de Sousa. À hora do início da sessão a sala (650 lugares) ficou cheia.
Lisboa > DocLisboa2007 > Culturgest > Hall > 19 de Outubro de 2007 > Estreia do filme de Diana Andringa e Flora Gomes As Duas Faces da Guerra. Na imagem, da esquerda para a direita: a esposa do Virgínio Briote, o Virgínio, o Inácio Silva e a esposa. De costas, o Mário Fitas.
Fotos: © Xico Allen / A. Marques Lopes (2007). Direitos reservados.
1. Resposta da Diana Andringa a alguns dos comentários até agora produzidos por alguns de nós, os da Tabanca Grande:
(i) Escreve o Mário Fitas:
"Ainda sobre Guiledge, palavras do comandante Pedro Pires (3): Guerra é Guerra... Julgo que foi uma expressão pouco feliz de um homem com as suas responsabilidades."
Ora o comandante Pedro Pires - hoje Presidente da República de Cabo Verde - não diz isso. Sobre Guileje, diz que, se os portugueses ficassem no quartel, teriam de erguer bandeira branca. E que terem escolhido saír foi "a solução mais sábia".
"Guerra é guerra" é a frase de um guineense que vivia no quartel de Guilege, cuja irmã e avó foram mortas pelo PAIGC, respondendo à minha pergunta: "Estes homens foram os que dispararam sobre si, a sua irmã, a sua avó. E agora?" É aí que ele diz que "guerra é guerra", que os guineenses se dividiram em dois lados durante a guerra, mas agora a guerra acabou e são de novo uma família.
(ii) Escreve o Inácio Silva:
"Embora o filme não o refira, verificou-se, igualmente, o apoio dos nativos Guineenses às tropas portuguesas, muitos deles recebendo treino militar e integrando companhias de combate."
O filme refere. Na história atrás, contada por quem estava dentro do quartel, num filme de arquivo sobre a incorporação de nativos, nas declarações de Marques Lopes sobre as companhias africanas (e o seu pelotão de balantas), na referência à coragem (e à violência) dos comandos africanos, nas imagens...
Há, com certeza, muitas coisas que gostariam de ver no filme e não estão lá. Mas essa referência está lá.
Não está, é verdade, o que refere o Mário Fitas, " Um "D" que não foi tocado, a situação dos militares brancos e negros que serviram o Exército Português e cujos problemas se mantêm pior que há quarenta anos".
O documentário centra-se nos anos da guerra. Mas talvez que o lembrar dessa guerra - só no DocLisboa2007 passam 3 documentários que abordam a guerra colonial: além do nosso, o da Luísa Marinho sobre a história de José Bação Leal e um estrangeiro sobre os cubanos nas ex-colónias portuguesas e há a série Guerra, de Joaquim Furtado, na RTP - seja útil à resolução dos problemas dela derivados.
Saudações e obrigada a todos pelas críticas,
Diana Andringa
2. Resposta do Inácio Silva:
Cara Diana,
Caros Amigos e ex-camaradas:
As minhas desculpas por, no meu comentário, ter escrito: "Embora o filme não o refira, verificou-se, igualmente, o apoio dos nativos Guineenses às tropas portuguesas, muitos deles recebendo treino militar e integrando companhias de combate."
Na verdade, depois da Diana lembrar que: "O filme refere. Na história atrás, contada por quem estava dentro do quartel, num filme de arquivo sobre a incorporação de nativos, nas declarações de Marques Lopes sobre as companhias africanas (e o seu pelotão de balantas), na referência à coragem (e à violência) dos comandos africanos, nas imagens...", fico com uma ténue ideia de ter ouvido falar nisso...
Talvez pudesse colmatar a minha imprecisão com uma segunda passagem do filme, o que não aconteceu...
Aqui está uma prova de que só não erra quem não faz.
Os meus cumprimentos.
Inácio Silva
Guiné, Mansabá, CART 2732 (1970/72)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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