1. Mensagem do nosso camarada João Tunes (ex-alf mil de transmissões, Pelundo e Catió, 1969/71) (1), enviada à Diana Andringa, com conhecimento aos nossoss editores, e que tomamos a liberdade de reproduzir aqui:
Cara senhora,
Assisti ontem, no cinema Londres, à exibição do documentário de que é co-autora com o Flora Gomes, sobre a guerra de libertação dos guineenses. Foi-me muito emotivo, para mais com a explêndida fruição estética do vosso filme, regredir quase 40 anos da minha vida a acontecimentos que marcaram o desperdício de dois daqueles que podiam, e deviam, ter sido dos melhores anos da minha juventude. A que se somou a dor e a contradição de já antes ser, e depois assim continuar (com maior convicção), um militante anti-colonial.
Já várias vezes tendo pensado e programado voltar a pisar o chão da Guiné ainda não o consegui fazer e a desistência já a tenho como adquirida. Voltei agora ao chão da Guiné através do vosso filme. E de que maneira! Tanto mais que nele passam locais onde estive (incluindo Guileje). Convosco fiz uma revisita que não consigo fazer através de presença física. Mas o cinema, o bom cinema, também para isso serve. Obrigado, pois.
À saída do Londres quis dizer-lhe isto, fazer-lhe este sincero discurso de agradecimento. Mas a comoção era tanta que só consegui soltar-lhe um sumido "obrigado" quando a cumprimentei. Fica aqui dito o que tinha para lhe dizer. E que está mais ou menos replicado aqui:
Água Lisa (6) > 21 de Outubro de 2007 > Cara e coroa de uma guerra que marciou a (nossa e deles) história
A sua obra jornalística e a sua militância por causas são méritos seus já consagrados. Parabéns pelo resultado de ter investido também o seu talento no campo do cinema. E está obrigada, por nós, os seus admiradores, a insistir com a máxima contumácia.
Aceite os melhores cumprimentos do
João Tunes
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Guiné 63/74 - P2209: A nossa Tabanca Grande e As Duas Faces da Guerra (11): Um regresso emotivo ao passado (João Tunes)
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