Guiné-Bissau > Região do Cacheu > "Chão felupe" > AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau > Foto da semana > 24 de Maio de 2009 > Produzindo fogões melhorados > Foto tirada em 21 de Março de 2009 > Com o avanço do deserto do Sahara mais para sul, acentuam-se os efeitos degradantes no ambiente e em particular na diminuição dos recursos florestais, tanto mais evidente quanto se está perto da linha da fronteira com o Senegal.
"As mulheres são as primeiras a sofrer as consequências, devendo deslocar-se cada vez mais longe para obter lenha para cozinhar e sofrendo na pele e na vista as consequências do calor e do fumo proveniente do tradicional fogão de 3 pedras.
"Com a introdução e divulgação em grande escala deste novo modelo amigo do ambiente, o consumo energético é drasticamente reduzido, diminuindo o cansaço das mulheres na procura de lenha e poupando-as em termos de saúde. A adesão tem sido extraordinária, o que tem implicado da parte do especialista Numó a formação de grande número de mulheres que passam elas a fazer a vulgarização desta nova tecnologia".
Guiné-Bissau > Região do Cacheu > "Chão felupe" > AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau > Foto da semana > 5 de Abril de 2009 > "S.Domingos tem uma nova Ludoteca > Foto tirada em 4/2/2009 > As crianças de S.Domingos têm agora um novo local de convívio onde desenvolvem actividades lúdicas, reforçam a solidariedade mútua e aprendem novos conhecimentos a partir de jogos e brincadeiras.
"A Câmara Municipal de Elx em Espanha tem sido a principal protagonista desta actividade infantil, contribuindo com a construção da ludoteca, o subsídio da monitora infantil, o fornecimento de um pequeno-almoço, assim como com material escolar e medicamentos.
"Em Março deste ano, foi a vez da Associação Memórias e Gente, de Coimbra, Portugal, fornecer um importante lote de brinquedos, papas alimentares, roupas e cadernos, o que veio melhorar o funcionamento desta ludoteca".
Guiné-Bissau > Região do Cacheu > "Chão felupe" > AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau > Foto da semana > 20 de Setembro de 2009 > "Varela – o mar está a avançar assustadoramente. Foto tirada em 21 de Junho de 2009. O areal terminal da praia de Varela tem vindo a diminuir anualmente a uma média de perda de costa de 8 metros por ano, provocando a queda das construções inacabadas de uma hipótese de Hotel que nunca chegou a ser e que viu ser 'engolido' pelo mar cerca de 8 milhões de dollars de um estranho investimento.
"Em certas zonas, o material destruído fica no areal da praia e causa enorme perigo para quem a utiliza, podendo ser ferido por ferros e outro material metálico que se vai gradualmente escondendo debaixo da areia.
"O mais preocupante é a ausência de alternativas e soluções para minimizar os efeitos da subida da água do mar e da erosão que provoca".
Fotos e legendas: Cortesia de: © AD - Acção para o Desenvolvimento, Bissau (2009). Direitos reservados.
Brazão do BCAV 3846, composto pelas CCAV 3364 (Ingoré), CCAV 3365 (S.Domingos) e CCAV 3366 (Suzana) (1971/73). A este batalhão pertencem os nossos camaradas Luís Fonseca e Delfim Rodrigues, da CCAV 3366.
1. Mensagem de Bernardino Parreira, ex-Fr Mil, CCAV 3365/BCAV 3846 (1971/73), de 7 do corrente:
Assunto - Maria correu a maratona de Lisboa para levar água a 85 mil pessoas na Região de S. Domingos - Guiné-Bissau
Caro camarada Luis Graça e Caros Camaradas Co-editores,
Como já mencionei noutros comentários, cumpri metade da minha comissão em S. Domingos, na Guiné, tendo chegado a essa localidade em 13/05/1971, como Furriel, integrando a CCAV 3365, BCAV 3846.
Nutro pelo Povo Guineense grande sentimento de fraternidade e solidariedade. Venho apelar para que seja divulgado no seu Blogue Luis Graça & Camaradas da Guiné a campanha que se está a desenvolver no sentido de levar água potável àquela localidade. Há cerca de 38 anos que conheci , e sofri, a escassez de água naquela região. Devemos fazer tudo o que pudermos para minimizar o sofrimento daquele sacrificado povo.
Outras iniciativas já foram divulgadas no seu admirável Blogue e tiveram grande sucesso.
Bem haja pela fundação deste blogue, que permite à nossa geração ,(geração dos 60), reciclar memórias que já começavam a apagar-se e permitir aos mais novos adquirir conhecimentos, por enquanto, contados na 1ª. pessoa.
Com os melhores cumprimentos,
Bernardino Parreira
2. Excertos do artigo publicado no jornal Público de 07/12/2009 [com a devida vénia]:
Maria correu a maratona de Lisboa para levar água a 85 mil pessoas na Região de S. Domingos - Guiné Bissau.
Faz todos os dias a maratona para sobreviver, mas ontem participou na corrida de Lisboa com uma meta diferente: angariar dinheiro para 54 poços naquele país africano.
Quando Maria Buinen, 45 anos, chegou, na passada quinta-feira, a Lisboa, vinda de uma pequena terra na Guiné-Bissau, viu algo que os seus conterrâneos nunca viram: água a jorrar da torneira.
Maria conta que ficou parada a assistir a esse "espectáculo": "A primeira vez que vi, não queria sair dali", confessa. Para ter água em casa, Maria faz pelo menos dez quilómetros, duas a três vezes por dia. Uma maratona diária. Não admira, por isso, que ontem tenha encarado a participação na maratona de Lisboa como uma "brincadeira".
Chegou a Lisboa com fôlego, disposta a percorrer os 42 quilómetros da prova, para apresentar aos portugueses o projecto da organização não-governamental VIDA (Voluntariado Internacional para o Desenvolvimento Africano). Rosa Mota, antiga campeã portuguesa, europeia, do mundo e olímpica da maratona, apadrinha esta iniciativa, que pretende fundos para construir 54 poços de água com bomba em São Domingos, região do Norte da Guiné, junto ao Senegal, onde fica a aldeia de Suzana.
A organização da maratona decidiu, porém, dar descanso a Maria e inscreveu-a na corrida da família (minimaratona). Percorrendo 6,5 quilómetros ao lado de Rosa Mota, Maria (foto ao lado) chegou ao fim como se tivesse apenas contornado a esquina. "Aqui é só marchar, lá é trabalhar", atira, com a ajuda do intérprete.
Maratonas para sobreviver
"As pessoas fazem a maratona para quebrar recordes ou por simples prazer. A Maria faz a maratona todos os dias para sobreviver", resume Rosa Mota, que ontem fez a primeira contribuição para a campanha Viva, comprando a primeira garrafa de água com a marca Viva. Uma garrafa que, simbolicamente, está vazia, aludindo dessa forma à escassez de água que atinge a população guineense.
Desde ontem e até final do ano, as garrafas de 1,5 litros estão à venda, por um euro, nos hipermercados Lidl. O dinheiro reverte para o projecto de construção de furos artesianos, que custam cerca de 5500 euros (poço com bomba, protecção e saneamento) e irão beneficiar 85 mil pessoas em São Domingos.
Com um marido, seis filhos e três netos, Maria Buinen tem o dia-a-dia preenchido, tal como as outras mulheres da sua aldeia, que se chama Suzana. Acorda todos os dias às quatro horas da manhã para vigiar os campos de arroz, produto que está na base da alimentação da população. Mais tarde, são os filhos que ficam com a tarefa de afugentar os pássaros dos arrozais, enquanto as mulheres de Suzana começam a maratona diária em busca de água. No mínimo, dez quilómetros, duas a três vezes num mesmo dia. Maria carrega para casa 30 litros de cada vez, que irão servir para cozinhar, para dar de beber à família e aos animais, para tomar banho e para fazer o famoso óleo de palma, que será vendido nos mercados da fronteira senegalesa.
Além de irem buscar água, as mulheres de Suzana têm de percorrer quilómetros para trabalharem as terras dos arrozais, para apanharem a lenha necessária para cozinhar e para trazerem água do mar para produzir sal. "É um grande sacrifício para as mulheres que, nos últimos anos, sofrem cada vez mais devido à falta de chuva", revela Maria, que saiu pela primeira vez do seu país para participar na maratona de Lisboa, carregando o desejo de ajudar a pôr fim à odisseia das mulheres de Suzana em busca de água.
A acompanhar Maria Buinen estiveram Luciana Silva, 68 anos, e Fernando Farinha, 65. Dois amigos de longa data que fazem provas ou caminhadas todos os domingos e que eram antigos corredores da meia-maratona. Mas a idade obrigou-os a "fazer apenas os percursos mais pequenos das provas", revela Luciana. "O grosso do pelotão são pessoas que já correram e agora andam, ou aquelas que estão a começar agora", observa Fernando. A sua ambição era participar na maratona, mas as pernas já não acompanham. "Só temos cinco horas para chegar ao fim na maratona e isso limita muito", diz Fernando. (...).
2. Comentário de L.G.:
Meu caro Bernardino: Obrigado ppor nos teres informado sobre (e sensibilizado para) esta iniciativa. Não conheci nem conheço o "chão felupe", na região do Cacheu, fazendo fronteira com a instável e rebelde Casamança (que, no passado, fez parte da antiga colónia portuguesa, tendo sido trocada pela região de Cacine, no sul, em finais do Séc. XIX, se não me engano). Devido muito possivelmente às alterações climáticas, o norte da Guiné-Bissau está a sofreu um processo (inexorável ?) de desertificação... A resposta a questões tão elementares (mas tão decisivas para o desenvolvimento daquele país irmão) como o acesso à água potável vai tornar-se cada vez mais dramática... O projecto VIVA, aqui sumariamente apresentado, merece, no mínimo, a nossa atenção e interesse.
Bernardino, não tenho ninguém da tua CCAV 3365. Obrigado pelos teus elogios ao nosso blogue (nosso, meu, teu, de todos nós). Está na altura de saltares os muros da parada e apresentares-te ao serviço... Sob pena de eu te considerar "desertor"... A Tabanca é Grande e é Nossa. Conheces as regras da casa. Manda as duas foto da praxe. E conta-nos uma história de São Domingos. Um Alfa Bravo. Luís
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Nota de LG
Vd. último poste da série de 2 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6299: Ser solidário (66): A minha homenagem à jovem Marta Ceitil, cooperante na Guiné-Bissau (Paulo Salgado)
3 comentários:
Luis, sublinha a amarelo: "Maria conta que ficou parada a assistir a esse "espectáculo": "A primeira vez que vi, não queria sair dali"",
a agua a sair da torneira.
Porra pa !!!
Jorge Félix
Obrigada Camarada Luis Graça, com fotografias e tudo o post tem mais notoriedade. Agradeço também o convite para contar algumas histórias da minha vida na C.CAV. 3365, em S. Domingos. Agora que passei a ter mais tempo disponível vou passar para o papel aquilo que a memória ainda retém, passados 38 anos, e prometo revelar alguns episódios daquele tempo.
Para já, vamos todos comprar água VIVA ao LIDL, para ajudar o povo de S. Domingos.
Um abraço,
B. Parreira - Faro
estava na compnhia 3364 en igoré raiotelegrafista de 71 a73 e perdi o contacto com todos meus amigos pois cheguei em março 73 vim logo para france gostava tanto de encontrar alguns dos meus amigos sou de selmes fregusia da vidigueira no alentejo capito
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