1. Última parte da narrativa referente à estadia de Arménio Estorninho* (ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas, CCAÇ 2381, Ingoré, Aldeia Formosa, Buba e Empada, 1968/70) em Empada:
A CCAÇ 2381 em Empada
Parte V
Por Arménio Estorninho
O caso do borrego furtado
Conforme o exposto no poste Empada - Bissau, (Parte 1 e Foto 2), sobre o furto de um borrego, que testemunhei presencialmente e lembro-me como se hoje fosse. Sendo o animal morto e confeccionado, só para a classe dos Oficiais e Sargentos, dado que a população se recusava a vender mais e assim as praças acalmaram-se porque já tinham um grãozinho debaixo da asa.
Por conseguinte, depois de ouvidas as partes, o processo terá sido arquivado, devido ao dito furto ter sido perpetrado pelo Oficial Instrutor do Processo, que se tratava do companheiro e camarada José Belo, prova fotográfica (21), há… há.
Aquando tiradas as fotos, se bem me lembro, fora dito ao Bertino Cardoso para não colocar o chapéu na cabeça devido ao suor, mas ele colocou-o por cima da mesma, (a foto confirma).
Companheiro e amigo José Belo, agora tomo também a liberdade de te chamar irmão Maioral, porque fizemos parte do puzzle da CCaç 2381 - Os Maiorais, pisamos as mesmas picadas, bolanhas, tarrafos, Tabancas e Aquartelamentos, o que não foi pouco, mas tive muito menos assiduidade e também claro está excluindo-me de ser voluntário para acções militares ao objectivo In.
Foto 21 > Guiné > Região de Quinara > Empada > 1969 > Foi pedida para exaltação do furto do borrego, idealizado pelo próprio Alferes Belo.
Dado que o Posto Administrativo de Empada tinha um telefone público, tinha a possibilidade de entrar em contacto telefónico com a minha namorada, dando-lhe notícias todos os meses pela importância de 100$00 (cem pesos).
Fazendo lembrar que também foram feitos telefonemas para a Rádio Bissau, até em directo para o programa de discos pedidos. Uma vez alguém solicitara em nome da lavadeira do Furriel Taco Taco, “deu cá uma bronca e que belos tempos.”
No Aquartelamento fiquei em parte também instalado em abrigo de defesa como lugar de camarata, para isso era o meu sócio o “Cabo Escritas” quem mexia os cordelinhos e arranjava autorização, depois passando para mim o controlo da gestão e dos trabalhos fotográficos. Diga-se em abono da verdade que em determinadas horas do dia nos servíamos da electricidade do Posto Administrativo, o que facilitava-nos a vida.
Paralelamente às fotografias, também cambiava os escudos da Metrópole com os pesos à taxa de 10%, não tendo concorrência.
E assim, foram apresentados alguns extractos da minha passagem por Empada.
Com cordiais saudações guinéus deste camarada e amigo,
Arménio Estorninho
Ex-1.º Cabo Mec Auto Rodas
CCaç 2381 “Os Maiorais”
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Nota de CV:
Vd. último poste da série de 4 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6316: As minhas memórias da guerra (Arménio Estorninho) (9): Em Empada, O IN em acção, as minhas amizades e uma visita do COMCHEFE
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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