sábado, 9 de janeiro de 2010

Guiné 63/74 - P5616: Núcleo museológico Memória de Guiledje (1): Arame farpado e sistema de alerta com garrafas de cerveja (Pepito)





Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 2010 > Núcleo museológico Memória de Guiledje, a inaugurar oficialmente no dia 20 deste m ês de Janeiro.

Fotos: © AD - Acção para o Desenvolvimento (2010). Direitos reservados


1. Mensagem do nosso amigo Pepito, da AD - Acção para o Desenvolvimento:


Assunto - Guiledje: pedido de apoio

Luís Amigo:

Estamos na recta final dos trabalhos para a inauguração do Museu.

Um dos locais a visitar é o da zona de arame farpado. Recriámos a situação tal como nos foi descrita. Será que está correcta? Será que esta esta a posição das garrafas como instrumento de alerta? (*)

Quem do nosso Blogue pode dar uma rápida ajuda para ainda irmos a tempo de fazer alguma alteração?

abraço

pepito


PS - A título de curiosidade, mando uma foto da sinalização (neste caso capela) que estamos a colocar na zona do quartel

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Nota de L.G.:

(*) Vd. poste, da I Série >  10 de Dezembro de 2005 > Guiné 63/74 - CCCLV: Projecto Guileje (7): recuperação do quartel  (Luís Graça)





Guiné- Bissau > Guileje > 2005 > Restos da estrutura (pilares de cimento armado) que sustentava a rede de arame farpado do antigo aquartelamento. Mais de trinta anos depois, a natureza volta a impor o seu domínio sobre os homens e as suas máquinas de guerra.


Foto: © AD - Acção para o Desenvolvimento (2005). Direitos reservados

 
(...) Começaram os preparativos para a recuperação do Quartel de Guileje > 4 de Dezembro de 2005 > Reportagem



(...) O Projecto Guiledje (respeitando a grafia usada pelos nossos amigos da Guiné-Bissau) vai ser uma das prioridades da AD - Acção para o Desenvolvimento, para 2006.


Parece haver um grande entusiasmo à volta desta iniciativa por parte dos quadros desta ONG guineense, mas também das "comunidades locais envolvidas, em especial as de Guiledje, Medjo e Iemberém, assim como do nosso parceiro europeu, o Instituto Marquês de Valle Flôr".

(...) Contando com a colaboração de várias tabancas dos arredores, começou por se proceder à limpeza e demarcação da área do antigo quartel, "tendo-se identificado os diversos vestígios que facilitarão a localização das antigas infraestruturas militares".



(...) O levantamento e elaboração da planta topográfica do quartel e arredores (cerca de 6 ha) deverão estar concluídos no final da primeira quinzena de Dezembro de 2005. Nelas ficarão registadas "as fundações das antigas instalações, os abrigos subterrâneos, os marcos, as trincheiras, a linha de pilares de arame farpado e as árvores mais imponentes que vão ser preservadas".

(...) É aguardada a chegada a Bissau, em 13 de Janeiro de 2006, do arquitecto responsável pela recuperação paisagística do local. Ele vai trabalhar com a equipa local na reconversão do quartel, incluindo "a instalação das palhotas para os ecoturistas, o centro de formação e aprendizagem rural, a sede do parque transfronteiriço, o centro de documentação histórico e as restantes infraestruturas de apoio organizativo".

(...) Ainda este mês pensa-se poder fazer um furo de água de grande profundidade, de 40 a 60 metros, que irá permitir abastecer o quartel e as tabancas limítrofes.



O repórter fotográfico free-lancer Paulo Barata esteve na Guiné-Bissau no passado mês de Novembro, "onde produziu uma centena de fotos de excelente qualidade que irá servir para editar 9 cartões postais de Cantanhez e criar um cartaz de promoção ecoturística da zona".




(...) Ainda segundo a nossa fonte, "em Portugal, o Capitão José Neto [membro da nossa tertúlia] disponibilizou cerca de 150 fotos de Guiledje dos anos 1967-68 que irão ser em breve digitalizadas com a colaboração do Filipe Santos" (que organizou o sítio da AD na NET e que pertence à Escola Superior de Educação de Leiria, um dos parceiros portugueses da AD - Acção para o Desenvolvimento).  
(...) Está igualmente avançada "a elaboração do Atlas Florístico de Cantanhez, preparado pelo especialista belga Professor François Malaisse [do Jardim Nacional Botânico da Bélgica], o qual será editado em Abril de 2006".



A AD anda agora à procura de "um especialista que faça o levantamento da fauna selvagem desta zona".




(...) Recorde-se que Guileje fica(va) entre Mejo, a noroeste, na estrada que da(va) a Bedanda; Gadamel fica(va) a sul, ou sudeste, mesmo na fronteira. A localidade e o aquartelamento de Guileje eram cortados pela estrada que ligava a Mejo (à esquerda) e a Gadamael (à direita).  
(...) Por Guileje passaram diversas unidades, as duas últimas terão sido a CCAC 3477 (1970/71) e a CCAV 8350 (1972/73), esta uma unidade constituída essencialmente por soldados açorianos, incluindo gente da Ilha do Pico, segundo informações do Pepito.



Estima-se que vivessem na tabanca de Guileje cerca de 600 africanos, entre civis e militares, na altura em que o aquartelamento foi abandonado, em 22 de Maio de 1973, pelas NT (CCAV 8350, 1972/73), depois de um cerco de 5 dias pela guerrilha do PAIGC.


(...) E, por fim, uma referência simpática ao nosso Blogue e à nossa tertúlia: "De salientar que, também em Portugal, um grupo de antigos militares que fez a guerra na Guiné-Bissau e que se juntaram numa tertúlia, tomaram a iniciativa  (...)  contribuir e dar apoio a  [este projecto]. (...).

(...) Ainda recentemente perguntei ao Pepito se tinha contactos com os ex-militares açorianos. A resposta dele foi não, embora ele saiba que nos Açores e em particular na Ilha do Pico vivem alguns dos que lá estiveram, provavelmente integrados no grupo dos "gringos açorianos" (sic), a CCAÇ 3477 (1971/72). Mas a CCAV 8352 (que só lá esteve seis meses, entre Dez 1971 e Mai 1973) , também era constituída por pessoal açoriano.



Na mesma data (21 de Novembro último), o Pepito mandou-me, em anexo, "um quadro que um amigo meu português, António Estácio, me ajudou a fazer, listando todas as companhias que passaram por Guiledje, onde estão os nomes de algumas pessoas que nos têm disponibilizado documentos (fotografias, memórias e informações)"... É uma lista ainda "muito limitada, a necessitar de identificar mais pessoas interessadas em colaborar e a precisar algumas das datas em dúvida".


Aqui fica a lista das unidades militares que estiverem aquarteladas em Guileje (1964-1973):


(...) Unidade / Período de tempo / Pessoa de Contacto

CCAÇ 676 / De Set 1964 a (?) / Ninguém

CCAÇ 726 / De Out 1964 a (?) / Teco


CCAÇ 1424 /De Jul a Nov 1966 / Ninguém


CCAÇ 1477 / De Dez 1966 a Jun 1967 / Ninguém


CART 1613 / De Jun 1967 a Mai 1968 / José Neto


CCAÇ 2316 / De Mai 1968 a Jul 1969 / Ninguém


CART 2410 / De Jul 1969 a Mar 1970 / Ninguém

CCAÇ 2617 (Magriços) / De Mar 1970 a Fev 1971 / Abílio


CCAÇ 3325 / De Fev a Dez 1971 / Parracho


CCAÇ 3477 (Gringos de Guiledje) / De Dez 1971 a Dez 1972 / Ninguém (...)


CCAV 8350/72 (Piratas de Guileje) / De Dez 1972 a Mai 1973) / Ninguém

4 comentários:

Anónimo disse...

Amigo.

O sistema era o que está visível na foto.

Garrafas, 2 a duas, em paralelo(exterior e interior do arame) sem líquidos.

Um abraço,
CMSantos
CART2339 /Fá Mandinga e Mansambo68-69

Anónimo disse...

Pepito

Está tal e qual como no passado, uma réplica perfeita, quando faziamos reforço era o bastante para se apanhar um susto, bastava um esquilo brincalhão,e... também sermos piras, aconteceu uma vez comigo.

ASantos
SPM 2558

Anónimo disse...

Camaradas.pelo que dado perceber na foto,parece correcta a disposicao das garrafas.ligeira-
mente afastadas,as vezes o proprio vento as fazia tilintar,assin esta-vam na Ponta do Ingles onde as vi
tambem cheias de petrolio com a carica e uma mexa para fazer iluminacao quando nao havia gerador.
Saudacoes cordiais.
Jose Nunes
Beng 447
68-70

Anónimo disse...

Caro Pipito "Mátcho PECA TESSO DEUS NA PACAU" Assim é que é,o teu
Amor para aquela Terra, é a nossa alegria, sei que tens feito muito para os Patricios continua,há uma Música de um colega meu de nome José Carlos Schwrz,com quem fomos incorporado juntos para Bolama, cantou, "SIBUSTÁ FRENTE DE LUTA HEEE, CABU PARA NIM CABU JUBY TRÁS" Espero que nossos Camatradas TUGAS vão entender que a Guiné, é para todo nos que amamos e gostamos daquela Terra.
Um grande Abraço
DJAURA