Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Guiné 63/74 - P5813: Parabéns a você (79): Clara Schwarz da Silva, 95 anos, uma grande senhora, viúva de Artur Augusto da Silva, mãe do nosso amigo Pepito, leitora do nosso blogue, novo membro da Tabanca Grande (Luís Graça)
Lisboa > c. 1947 > Subindo o Chiado, Artur Augusto da Silva e Clara Schwarz... (Em 1949, o casal partiria para a Guiné, onde o Artur foi, até 1966, advogado, notário e até substituto do Delegado do Procurador da República; licenciado em direito, esteve de 1939 a 1941 em Angola, como secretário do Governador Geral; de regresso a Portugal exerceu advocacia em Lisboa, Alcobaça e Porto de Mós)... Esta é uma das fotos do álbum de família, já aqui reproduzida, no nosso blogue, um gesto que tanto a sensibilizou a Clara...
1. Texto do editor L.G.:
Acabei de falar, há umas horas atrás, com o meu e nosso amigo Pepito que veio, de propósito de Bissau para estar na festa dos 95 anos da sua querida mãe. Já sabia, com antecedência, da surpresa que ele queria fazer a essa Grande Senhora, que eu, a Alice, o João e a Joana tratamos simplesmente como Clara. É um privilégio ser seu amigo e frequentar a sua casa. É uma honra também ser amigo do seu filho, Carlos Schwarz, mais conhecido pr Pepito. (O Carlos tem mais dois irmãos, Henrique e João Schwarz).
A Clara Schwarz (Silva por casamento com o advogado e escritor Artur Augusto da Silva, 1912-1983) faz hoje 95 anos. Mas não uns 95 anos quaisquer. É uma vida plenamente vivida. É uma mulher independente e cosmopolita. São 95 anos de uma pessoa ainda muito autónomma, que usa com desenvoltura o telefone, o Skype, o mail, a Internet, o blogue… Até há pouco ainda conduzia. Tem uma memória prodigiosa, é culta, é poliglota, e tem um enorme orgulho de seu pai, engenheiro de minas, de origem polaca, judeu, conceituado estudioso do judaísmo em Portugal, arqueólogo, historiador, autor da descoberta e da revelação pública, em 1925, da comunidade cripto-judaica de Belmonte, e que era fluente nove línguas (de seu nome, Samuel Schwarz, 180-1953).
Qual a relação que ela tem connosco, para além da circunstância de ser mãe de um homem a quem a Guiné e os guineenses devem muito ? Se outras não fossem válidas, bastaria invocar aqui o seu papel como co-fundadora do Liceu Honório Barreto, hoje Liceu Nacional Kwame N' Krumah. Mais: foi professora de português (se não me engano), e por ela passaram os melhores filhos da Guiné, a começar pelos principais dirigentes do PAIGC... (É capaz de os citar de cor, e avaliar um a um!)...
Pois a Clara faz hoje anos, no Dia dos Namorados. Fala com muita ternura do seu marido, Artur, como um homem que "conhecia e amava a África" como poucos... O ano passado ofereceu-me um brochura dele, Pequena Viagem Através de África que um dia destes vou aqui reproduzir, com a devida licença da família: é uma conferência que ele pronunciou na Associação Comercial da Guiné, em 1963, no 46º aniversário da sua fundação. É uma admirável lição de sapiência e de sabedoria, que merece ser conhecida por um público mais vasto, incluindo os nossos amigos e camaradas da Guiné...
Três anos depois, em 1966, a PIDE prendia-o no aeroporto de Lisboa. O seu único crime era o de ser defensor de presos políticos... Libertado graças à intervenção pessoal de Marcelo Caetano, seu professor de direito, após cinco meses de Caxias, sem culpa formada, era impedido de voltar à sua querida Guiné, agora a ferro e fogo... Clara recorda o cinismo do governador, Schultz, que era visita da casa dos Silva, e que inclusive acompanhou o Artur, até ao aeroporto, nessa triste viagem sem regresso... Só depois da independência é que Artur voltaria, a convite de Luís Cabral, para desempenhar o lugar de juiz do Supremo Tribunal de Justiça... E lá morreria, em Bissau, em 1983.
É ambém com a mesma frontalidade e coragem que a Clara vem protestar, em 2005, junto do Presidente da Câmara de Belminte pela imperdoável omissão do nome do so seu pai, Samuel, no recém-inaugurado Museu Judaico de Belmonte. Embora tarde, a injustiça foi reparada em 2007.
(...) "S. Schwarz está na origem da descoberta dos cristãos novos de Belmonte. Graças à sua enorme sabedoria ele revelou os ritos e costumes destes cristãos novos, em numerosos livros dos quais o principal, publicado em 1925, 'Os cristãos novos em Portugal no Século XX' , livros esses que são uma referência incontestável tanto para historiadores portugueses como estrangeiros.
"Depois de ter adquirido a Sinagoga de Tomar, ele restaurou-a e doou-a ao Estado Português que também adquiriu a sua enorme biblioteca luso-hebraica.
"Este esquecimento é uma injustiça sem limites ao homem que foi S. Schwarz, de certa maneira uma segunda morte e também uma negação à verdade histórica.
"O Museu Judaico de Belmonte não pode existir perante esta dupla ofensa e deve oferecer à obra de S. Schwarz o lugar eminente que lhe é devido" (...) (Excertos da carta que Clara mandou ao autarca de Belmonte).
Neste dia tão especial para a família e os amigos da Clara Schwarz só queremos fazer-lhe esta homenagem singela, feita a partir da Quinta de Candoz, freguesua de Parede de Viadores, Marco de Canaveses, perto do Rio Douro, a serra de Montemuro ao fundo, um frio de rachar e uma Internet exasperadamente lenta como na Guiné... Obrigado, Clara, pelo tempo que nos dedica, obrigado pela atenção com que nos ouve, obrigado pela sua lição de vida, obrigado pelo seu amor imenso pela Guiné e pelos guineenses. E deixe-me terminar com as palavras que o Artur tanto gostava de citar, e que ele atribuía a esse sábio africano, seu amigo, o Cherno Bokar:
"Aquele que só ama os que pensam como ele, não ama os outros: ama-se a si póprio. E aquele que ama os que não pensem como ele, ama a Deus, que é pai de todos"... A Clara (e a sua família) é um exemplo dessa enorme capacidade de ouvir, reconhecer, respeitar e admirar os outros, mesmo quando os outros não são exactamente como nós, não pensam como nós... Desejo-lhe, eu e tida a Tabanca Grande, um dia magnífico, ainda para mais em Dia dos Namorados... E que o Amor nunca lhe falte, o Amor dos bisnetos, netos, filhos, demais família e amigos.
PS - A nossa singela prenda de aniversário, é pô-la aqui, debaixo do poilão da nossa Tabanca Grande, a falar com todos os amigos e camaradas da Guiné, a partilhar connosco as histórias de uma vida... A Clara´, que atravessou o Séc. XX e continua a sorrir-nos e a surpreender-nos no Séc. XXI, passa ser a Mulher Grande da nossa Tabanca Grande, o novo membro, o 397º, da nossa tertúlia, (O seu nome figura, desde hoje, na nossa lista alfabética, na letra C)... E daqui a cinco anos, em 2015, vamos apagar-lhe a vela do centenário!... Combinado ?
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17 comentários:
Querida Clara
Permita-me que a trate assim, não só pela figura que é, descrita pela mão do Luis Graça, mas tambem pela amizade que tenho para com o seu filho Pepito.
E, se os "filhos dos nossos camaradas, nossos filhos são", tambem será verdade que "as mães dos nossos amigos, nossa Mãe é", especialmente numa altura em que a nossa própria Mãe, já não está entre nós.
Por isso lhe envio,um respeitoso beijo filial.
José Martins
Minha cara Senhora
Embora só tenha conhecido parte da sua vida pelo que é descrito pelo Luís Graça, presto-lhe
homenagem pelo que nos deu até agora e pelo muito que nos dará.
Conhecer um pouco de si fez de nós homens mais ricos e de bem com a vida.
Muitos parabéns junto de todos o que ama, é o meu desejo para este dia.
Juvenal Amado
Querida Clara, mãe do Pepito, que sempre leio.
Muitos parabéns pelo seu aniversário. Espero que durante muitos anos possa repetir estes votos de feliz aniversário.
Um beijo
Filomena
PERMITA-ME QUE LHE TRATE POR AMIGA CLARA, MÃE DO MEU CAMARADA DE GUINÉ PEPITO, QUE DESEJAR-LHE UM DIA CHEIO DE GRANDE FELICIDADE, MUITA ALEGRIA E MUITA SAÚDE E QUE ESTE DIA SE REPITA POR MUITOS ANOS, TUDE DE BOM PARA SI E SUA FAMÍLIA.
PARABÉNS PARA SI
NESTA DATA QUERIDA
MUITAS FELICIDADES
MUITOS ANOS DE VIDA
HOJE É DIA DE FESTA
CANTAM AS NOSSAS ALMAS
PARA A AMIGA CLARA SCHWARZ
UMA SALVA DE PALMAS.
UM ABRAÇO DO TAMANHO DA GUINÉ PARA SI E SUE FAMÍLIA
Mazel Tov!
E sempre bom saber depessoas que festejam uma idade tao linda.
Que D.s ajude e de muitosmais aniversarios. PT
Diz o Juvenal Amado:
"Conhecer um pouco de si, fez de nós homens mais ricos e de bem com a vida."
Que posso eu dizer?
Clara, grande senhora, quase um século de estremadas e excelsas vivências entre tanto mundo!...
Não lhe vou desejar mais noventa anos de vida, inteligentes, criadores, activos porque os deuses não nos concedem tal privilégio.
Mas, minha grande senhora, vá continuando connosco.
Abraço amigo do
António Graça de Abreu
Caríssima Senhora D. Clara
Assim me ensinaram assim continuarei a ser, o que não significa afastamento, mas antes reconhecimento e empatia, pois não a conhecendo pessoalmente, tenho que perceber nas letras escritas daqueles que a conhecem a Grande Senhora que sem dúvida é.
Minha mãe chegou aos 96 anos, portadora de uma dignidade de mulher que ainda hoje "pesa" nos meus ombros, e ainda bem que "pesa".
Não lhe desejo tão simplesmente os 96 anos, desejo-lhe tão só, como o meu pai dizia, um ano após outro ano.
Fica nas minhas orações, que é o presente melhor que, a meu ver, hoje lhe posso dar.
Permito-me abraçá-la com o meu abraço camarigo de parabéns.
D.ª Clara.
Os meus parabéns por mais um aniversário, de uma intensa e feliz vida, com votos de continuidade com saúde.
Permita-me homenagear neste dia e em seu nome, todas as Mães dos nossos camaradas que ainda estão entre nós.
Um dia muito feliz.
Manuel Marinho
D.ª Clara
Embora com atraso, aqui deixo os meus votos de que tenha passado um excelente dia.
Fui um leitor atento e interessado dos escritos que aqui já foram publicados sobre o trabalho e a figura dos seus familiares e sobre a sua própria personalidade e só posso dizer que a Senhora é um grande exemplo, bem vivo felizmente, de como se deve viver a vida em plenitude,
Parabéns!
Hélder S.
Excelentíssima Senhora D.Clara Schwarz,
É com extrema admiração que sempre vejo uma jovem de 95 anos em pleno gozo das suas faculdades físicas e intelectuais e só por isso me apresso a cumprimentá-la e a desejar-lhe a continuação dessa garra por todos os anos durante os quais permita que a acompanhemos.
Parabéns !
Respondendo ao Comentário da Comunidade Judaica de Belmonte:
http://comunidadejudaicabelmonte.blogspot.com/
Pessoalmente não me quero envolver, nem eu nem este blogue que criei, nos conflitos internos da Comunidade Judaica de Belmonte, ou das três Comunidades Judaicas existentes em Portugal (Belmonte, Lisboa e Porto, se não erro)...
Sei quem foi o Samuel Schwarz (1880-1953) e sei quem foi o Capitão do Exército Português Barros Basto (1887-1961), este último vítima de um monstruoso processo de anti-semitismo, por parte do Estado Novo, nos anos 30/40.
Mas não sei o que se passou eventualmente entre eles, para justificar o severo comentário do representante do blogue Comunidade Judaica de Belmonte...
A referência que encontro, no nosso blogue, aos dois líderes das comunidades judaicas em Portugal de então, o Samuel Schwarz, de origem polaca, e o Barros Basto, português, é a seguinte:
http://comunidadejudaicabelmonte.blogspot.com/2010/01/judeus-de-belmonte-um-pouco-de-historia.html
O texto é retirado de um sítio brasileiro:
http://www.bocc.ubi.pt/pag/garcia-antonieta-comunidades-marranas.html
(...) É Samuel Schwarz que, em 1925, com a publicação do livro 'Os cristãos novos em Portugal no séc. XX', inicia a desocultação da existência dos judeus belmontenses, para o mundo.
Vindo para o concelho, em 1917, para dirigir a exploração do couto mineiro da Gaia, um dos mais ricos jazigos de cassiterite da Europa, ouve qualificar Belmonte como terra de judeus''. Afirma que 'Só depois de muitos meses de continuados esforços e ainda graças a um concurso de curiosissimas circunstâncias, conseguimos ser admitidos no seu grémio e assistir e tomar parte nas suas orações e cerimónias judaicas'.
O encontro ocasional, em Lisboa, com o belmontense Baltazar Pereira de Sousa, homem de negócios, que ouvira apelidar de judeu e que levou à Sinagoga de Lisboa, foi a chave que abriu todas as portas. Regressado à vila, submete-se ainda a um teste: pedem-lhe que reze uma oração. Fê-lo em hebraico, mas entre os vocábulos que pronuncia, identificam Adonai. Estava aceite: `É um dos nossos'.
(..) O anticlericalismo, um dos traços da época, beneficiaria um grupo de pessoas que mantinha com a Igreja Católica uma relação de distanciamento. É neste clima que Samuel Schwarz trava conhecimento com a comunidade. No Porto crescia o movimento liderado por Barros Basto. Era o renascer do Judaísmo nas Beiras e Trás-os-Montes. O jornal Ha-Lapid vai noticiando a renovação de um saber e de um fazer cultivado durante gerações. O conhecimento da perseverança dos marranos portugueses através de A Obra do Resgate de Barros Basto, do livro de Samuel Schwarz, despertou o interesse do mundo judaico.
Em Janeiro de 1926, Lucien Wolf vem a Portugal a pedido da Anglo Jewish Association, da Alliance Israélite Universelle e da Spanish Portuguese Jew's Congregation. Visitou Lisboa, Guarda, Belmonte, Caria, Covilhã, Coimbra e Porto.
'Constatou directamente que tais marranos não eram um mito, pois não só travou relações com eles mas também assistiu as suas reuniões culturais'.
O relatório que elaborou esteve na origem da criação de '... um comité para ajudar os marranos portugueses'.
(1ª parte de um comentário com mais de 4096 caracteres)
(Continua)
Continuação
(...) Em suma: A prática da endogamia, a fidelidade a uma filosofia, à Lei de Moisés, o anti-judaísmo e o anti-semitismo, a presença de Samuel Schwarz na vila, o querer ser judeu, a crença na pertença ao povo escolhido, na errância redentora e a espera messiânica garantiram a manutenção duma mundivivência, de um património cultural específico.
Os judeus de Belmonte são herdeiros do marranismo: homens desenraizados fruíram a sua religião, com carta de alforria; confrontados hoje com práticas rabínicas ortodoxas alguns aceitam-nas; para outros o peso da re-educação, da conversão foi insustentável.
Mantiveram a sua autarcia judaica, renunciando à religião oficial; são os neo-marranos a construir a riqueza polimorfa do Judaísmo.
http://www.bocc.ubi.pt/pag/garcia-antonieta-comunidades-marranas.html
Fim de citação.
Talvez o representante da CJB, nos queira elucidar sobre o que se passou depois, no tempo do Estado Novo... O que se passou exactamente ? Como justificar a grave acusação ou insinuação segundo a qual o Samuel Schwarz nã é apenas o descobridor da comunidade cripto-judaica de Belmonte em 1925, ele é (seria) também aquele que "destruiu" (sic) o Capitão Barros Basto...
Afinal, é também a honra e o bom nome de um homem que está em causa... Um homem que, de resto, era o pai da nossa amiga Clara, membro deste blogue, desde o dia 14 de Fevereiro de 2010, data em que completou 95 anos (Transmitir-lhe-emos os parabéns que vocês lhe mandaram através do vosso comentário no blogue, no caso de não o ter lido).
Luís Graça, fundador, administrador do blogue
Luís Graça & Camaradas da Guiné
1. Pelo “Dicionário do Judaísmo Português” (Editorial Presença) fica-se a saber que o Capitão Barros Basto foi acusado de homossexualidade através de duas cartas anónimas (tão execráveis são aqueles que se escondem debaixo do anonimato como os que caluniam irresponsavelmente os outros), facto que desencadeou um processo militar no qual ele foi absolvido, o que não impediu que ele fosse afastado do serviço pelo Conselho Superior de Disciplina do Ministério da Guerra, o que, segundo a referida obra, “lhe acabou com a carreira”. Como acusar então Samuel Schwarz de ter “destruído” o Capitão Barros Basto? Trata-se de maledicência ou pura ignorância histórica?
2. “A comunidade Judaica de Belmonte não deve nada ao Samuel Schwarz”, opina com toda a legitimidade o seu representante. Opinião certamente pessoal, pois contraria o espírito da homenagem que a Câmara Municipal de Belmonte fez a Samuel Schwarz a 23 de Maio de 1993 na presença da numerosa comunidade judaica local.
3.” Samuel Schwarz foi um dos destruidores de 16 000 cripto-judeus”, diz o representante da CJB. Que se pode dizer desta barbaridade? Embora estando aqui em Bissau, a cerca de 4.000 Km de distância, venho verificando que está agora na “moda” atentar-se, impune, gratuita e levianamente, ao bom nome e carácter das pessoas e à sua dignidade, sem que daí decorra alguma consequência.
4. Finalmente, o mau gosto, ia quase a dizer a hipocrisia, de se arranjar como pretexto o envio de parabéns a uma senhora de 95 anos, para denegrir a imagem do pai. Como diria o meu avô Samuel, “há orações que os lábios murmuram, mas o coração não sente…”
Que vergonha, que tristeza,
Como é que alguém pode afirmar que Samuel Schwarz “destruiu 16000 cripto-judeus”? Quem se esconde por de traz da assinatura Comunidade Judaica de Belmonte? Quem será o mentecapto capaz de tal afirmação? Como se pode proferir uma tal enormidade? Fui obviamente consultar o livro do grande historiador Raul Hilberg “A destruição dos Judeus Europeus” para ver se la havia alguma referencia aos 16000 criptojudeus que o meu avô teria destruído. E curioso que o maior historiador do genocídio dos judeus não se refira a este “massacre” de criptojudeus.
Francamente quem este comentário escreveu não me parece gozar de todas as suas faculdades intelectuais. Será o comentário do CJB obra de um historiador de meia tigela? Será o comentário o resultado de um desvario de alguém que acaba de sair de um asilo psiquiátrico ainda não totalmente recuperado? Ou será o comentário a consequência de um trago a mais na taberna de Belmonte?
Pergunto a mim próprio se o comentário não terá sido feito por um descendente dos rabis da Comunidade Judaica de Amesterdão, aquela que em 1656 excomungou Baruch Espinosa um apóstolo da razão e da liberdade e um dos maiores filósofos mundiais.
Que vergonha, que tristeza que a difamação esteja na moda mesmo no seio de comunidades religiosas. Lembro ao autor do comentário que segundo o código penal português “Quem, dirigindo-se a terceiro, imputar a outra pessoa, mesmo sob a forma de suspeita, um facto, ou formular sobre ela um juízo, ofensivos da sua honra ou consideração, ou reproduzir uma tal imputação ou juízo, é punido com pena de prisão até 6 meses ou com pena de multa até 240 dias”
Peço portanto à CJB que me diga quem tal comentário escreveu. Terei o maior prazer em leva-lo a tribunal.
João Schwarz (neto de Samuel Schwarz)
Tecnicamente falando, o comentário do representante da Comunidade Judaica de Belmonte não é "anónimo"... Se assim não fosse, o comentário teria sido eliminado.
No respectivo blogue, são indicados os Contactos (incluindo mail e o telefone):
Comunidade Judaica de Belmonte Apartado 18 6250 Belmonte Cjudaicabelmonte@gmail.com Telefone: 275 913 505 (Contactar às Quintas-feiras das 19h:30 até às 20h:30.)
Não sabemos, contudo, quem é o "webmaster" do blogue... No blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné estamos habituados a dar a cara.
Luís Graça
Fico contente por a D. Clara ter festejado mais um aniversário. Ela foi minha professora de Francês do 2º ao 7º anos, no antigo Liceu Honório Barreto.
Maria Estela Guedes
(estela@triplov.com)
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