sábado, 31 de julho de 2010

Guiné 63/74 - P6813: Tabanca Grande (234): Tina Kramer, 27 anos, etnóloga, da Universidade de Frankfurt, Alemanha

1. Mensagem de hoje, da Tina Kramer (*)

Assunto: foto e descrição

Olá,  Luís,

Tudo bem?

Mando-te uma foto minha e uma pequena descrição minha:

Nasci no dia 31 de Outubro em 1982 numa vila no leste da Alemanha. Depois da escola,estudei Estudos Africanos e Estudos da Cultura em Leipzig. Trabalhei em Malawi e fiz pesquisas no Togo.  Quando terminei o meu Mestrado,  ensinei e trabalhei num projecto de arquivamento (fotos de antigas missões alemãs na África). Ao mesmo tempo eu fiz pedidos para projectos em várias universidades.

Escolhi estudar mais a África Lusofóna, porque estes países ainda são pouco conhecidos no meio científico na Alemanha. Tive sorte e depois de algum tempo os membros dum projecto da universidade de Frankfurt (Instituto de Etnologia)  gostaram da minha ideia.

Portanto mudei-me para Frankfurt e agora estou aqui para fazer pesquisas. Estudo as memórias da Guerra Colonial/Guerra de Libertação na Guiné-Bissau, do povo em Portugal e na Guiné-Bissau hoje em dia. Significa que quero saber quais são as formas de memória e através de que meios as pessoas   recordam  a Guerra.

O que me interessa particularmente são as ligações e as interdependências entre os tratamentos do passado entre a Guiné-Bissau e Portugal. Por isso gostava falar sobretudo com alguns participantes da guerra, artistas, jornalistas que estavam ou estão em contacto com Guiné-Bissau.

Em Frankfurt o meu orientador é o etnólogo Mamadou Diawara, mas eu ficaria  se aqui o Jorge Cabral puder ajudar-me como "padrinho" uma ou outra vez.

Um abraço da
Tina

2. Comentário de L.G.:

Tina, entendo o teu mail como uma resposta ao meu convite para ingressares na nossa Tabanca Grande (**). O interesse é mútuo, teu e nosso. Aqui tens um fonte de documentação notável, ao alcance de um clique... Tens por outro a boa vontade de centenas de amigos e camaradas da Guiné, portugueses, guineenses e outros, que poderão colaborar contigo como membros do blogue, interessados em ajudar a produzir e a reproduzir  a(s) memória(s) da guerra da Guiné, 1963/74, que opôs o PAIGC às autoridades coloniais portuguesas, e que conduziram à independência da Guiné-Bissau, hoje país lusófono, nossos irmão, da CPLP - Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Fica bem. Dá notícias. Escreve um pouco mais sobre o teu plano de trabalho de campo.

____________

Notas de L.G.:

(*)  Vd. postes de:

26 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6791: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (2): Tina Kramer, etnóloga, Universidade de Frankfurt, em trabalho de campo, em Lisboa


 22 de Julho de 2010  >  Guiné 63/74 - P6774: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (1): Pedido de colaboração da doutoranda alemã Tina Kramer 

(**) Vd. último poste da série > 26 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6786: Tabanca Grande (233): João Crisóstomo, ex-Alf Mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole, Missirá, 1965/66), e grande português da diáspora

6 comentários:

Anónimo disse...

Olá Tina,

Espero que tenhas sucesso no teu trabalho. Pois considero-te extremamente inteligente.

Vai ouvindo e lendo.
Irás ver que estás com um trabalho maravilhoso sobre os comportamentos da humanidade.

Tudo Bom!

PS. beijinhos da Sofia, espera que vás ver o trabalho dela sobre a Républica.

Mário Fitas

Anónimo disse...

Olá Tina!

Bem-Vinda à Tabanca!Da minha parte

podes contar com tudo..Como um Tio,

um Padrinho ou mesmo um Marabú..

Abraço Solidário.

Jorge Cabral

Anónimo disse...

Olá Tina Kramer, saudações e boa estadia no Blogue.
Já deste uma pequena descrição pessoal e que pretendes efectuar pesquisas para o prossegumento dos teus estudos (Doutorando).
Porque solicitas de preferência participantes da guerra que sejam artístas, jornalistas e assim não serei pessoa indicada.
No entanto como sendo militar que no teatro de guerra actuou na defensiva, se for do teu interesse poderás fazer uma leitura dos meus trabalhos e se necessário darei esclarecimentos.

Com toda a consideração
Arménio Estorninho

Luís Graça disse...

Camaradas:

Eu penso que a Tina se exprimiu mal, quando referiu "jornalistas e artistas" como sujeitos privilegiados da memória da guerra colonial na Guiné... Coitada dela, teria que andar com um candeio à procura dos ditos cujos... No fim, correria o risco de chegar a Frankfurt sem "matéria-prima" para a sua tese de doutoramento...

Considerem-se todos artistas e jornalistas...

Anónimo disse...

Jornalistas, chegou a haver alguns ,de renome, para lá levados pelo Sr.Marechal Spínola que ajudaram a criar a "imagem mediática" necessária para outros "saltos" futuros. Quanto a artistas,recordo o nosso tao querido Marco Paulo,que por lá esteve,em comissao de servico, nos finais dos anos sessenta,e,por certo, com muito de interessante para contar à Sra.etnóloga. Mas é claro que isto de...listas com nomes....(foram mais de 27 comentários em poste anterior)...torna-se necessário extremo cuidado. Um abraco.

Anónimo disse...

Olá!
Como Luís disse, eu expremi-me mal. Eu não queria falar só e exclusivamente com jornalistas e artistas, mas também com um ou outro deles. Além disso, não devem ser exclusivamente jornalistas e artistas que assistiram na Guerra, mas também que se ocupam com a Guerra na Guiné no seu trabalho/nas suas obras.

Então, caro Arménio Estorninho, eu vou fazer uma leitura dos teus trabalhos e seria um honra falar contigo depois.

Obrigada, Joseph Belo, pela proposta. Seria interessante de falar com Marco Paulo. Como podia entrar em contacto com ele? Na internet e no blogue não encontrei muito.

Um abraço
Tina